UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
Camila Chaves da Costa
Linicarla Fabiole de Souza
Gomes
Fortaleza, 12 de setembro de 2012
Estudo Epidemiológico
Estudos Observacionais
Estudos Analíticos
Estudos de Coorte
(de seguimento ou follow-up.)
PROSPECTIVO
RETROSPECTIVO
RESGATE HISTÓRICO

Origem no século XIX
descrever as
primeiras projeções probabilísticas de danos à
saúde.
 Oficialização no século XX
Estudo de
Framingham
DEFINIÇÃO
Estudos de Coorte começam com um grupo de pessoas
(coorte) livres da doença (desfecho), que são classificadas em
subgrupos, de acordo com a exposição a uma potencial fator
de risco da doença (ou agravo/óbito).
A coorte é seguida ao longo do
tempo para se observar como o
subsequente desenvolvimento de
novos casos da doença (ou outro
desfecho) difere entre os grupos de
expostos e de não expostos.
ESTUDO DE COORTE
Mede
o risco de indivíduos expostos a
determinados fatores, virem a apresentar um
determinado desfecho.
São
os únicos capazes de abordar hipóteses
etiológicas produzindo medidas de incidência e
medidas diretas de risco.
Exposição ao FR
Doença/Óbito
Coorte de Expostos
Sim
Não
Fator de risco
presente
Pop.
Tempo
Fator
de risco
ausen
te
Sim
Coorte de Não Expostos
Nenhum
Individuo
tem o evento.
Individuos
classificados de
acordo com a
exposicao ao FR
Não
Relação entre
características iniciais
e eventos subsequentes
TIPOS DE ESTUDO DE COORTE QUANTO AO
TEMPO
Passado
Presente
Coorte
concorrente
(Estudos prospectivos,
concorrentes)
Coorte
histórica
(Estudos retrospectivos,
não-concorrentes)
Coorte históricaconcorrente
Futuro
(Estudos ambidirecionais)
TIPOS DE EXPOSIÇÕES
EPISÓDICA
Ex: exposição à produtos
tóxicos.
CONTINUADA OU CRÔNICA
Durante todo o
período da
pequisa.
CONDIÇÕES DE OBSERVAÇÃO DA COORTE

Período de seguimento suficiente para possibilitar a
manifestação do evento
Considerar o período de incubação / latência do
desfecho

Observação de todos os membros da coorte, por
todo o período
Perdas significativas comprometem o resultado
final
PERDAS DE PARTICIPANTES
POR RAZÕES INCIDENTAIS
PERDAS DE INFORMAÇÕES
Por razões relacionadas aos participantes



Respostas imprecisas
Não cooperação
Ausências
Por razões relacionadas à equipe de campo



Faltas
Esquecimentos
Negligência
ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR AS PERDAS







Restringir áreas de captação
Excluir sujeitos com alta probabilidade de perda
Informações para localização do sujeito
Manter contato periódico
Entrevistadores residentes na área
Manter a equipe de campo motivada
Evitar assistencialismo
VIESES POR PERDAS DE PARTICIPANTES DA
COORTE

As perdas são chamados de attrition bias ou exclusion bias,
termos que podem ser traduzidos por ‘viés de exclusão’.

Viés de exclusão refere-se a diferenças sistemáticas entre
os grupos de comparação na perda de participantes do
estudo.

Não deve ser confundido com o viés de seleção, que
refere-se aos critérios de exclusão ou inclusão aplicados
quando da alocação dos participantes nos grupos de
comparação.
TABELA PADRÃO PARA ANÁLISE DE DADOS
FATOR
ACOMETIDOS
NÃOACOMETIDOS
TOTAL
EXPOSTOS
a
b
a + b = n3
NÃO-EXPOSTOS
c
d
c + d = n4
TOTAL
a+c=n1
b + d = n2
a +b + c + d = N
ANÁLISE DE ESTUDOS DE COORTE

Coeficiente de incidência da doença entre os
expostos: (InE)
InE = a
n3

Coeficiente de incidência entre os não-expostos: (In0)
In0 = c
n4
MEDIDAS DE RISCO
Comparação das taxas de incidência do evento nos grupos de
expostos e de não expostos:
Incidência entre os expostos (InE)
Risco Relativo =
Incidência entre os não expostos (In0)
(Indica a probabilidade de apresentar o evento em
um grupo, em termos relativos)
Medidas de Risco :
A
(A+B)
Risco Relativo =
C
(C+D)
Sim
Doença
Sim
Não
A
B
A+B
Exposição
Não
C
D
C+D
MEDIDAS DE RISCO ATRIBUÍVEL
Diferença entre as taxas de incidência do evento nos grupos
de expostos e de não expostos:
Risco Atribuível = Incidência
entre os expostos
Incidência
entre os não expostos
(Indica a magnitude do excesso de risco, em termos
absolutos)
ANÁLISE DE ESTUDOS DE COORTE
Incidência de câncer de pulmão de acordo com o hábito
de fumar cigarro no período de 10 anos.
Hábito de
fumar
Câncer de pulmão
Sim
Não
Total
Fuma
72
19.965
20.037
Nunca fumou
Total
9
81
26.315
46.280
26.324
46.361
InE =
72 = 36%
20.037
In0 =
9
= 3%
26.324
ANÁLISE DE ESTUDOS DE COORTE
RR =
36 = 12,0
3
A magnitude do fator de
risco para causar a
doença é de estimado em
33%
Nesta comunidade, os
fumantes estão cerca de
12 vezes mais expostos
ao risco de adoecer de
câncer do que os nãofumantes!!!!!
RA =
36 - 3 =
33%
VANTAGENS DOS ESTUDOS DE COORTE
☺ Produzem medidas diretas de risco;
☺ Pode elucidar a relação temporal entre a exposição e a
ocorrência de eventos;
☺ Exposições raras podem ser investigadas se grupos de
coortes são selecionados apropriadamente;
☺ Para uma única exposição de interesse, eventos
múltiplos podem ser estudados;
☺ Facilidade de análise;
PROBLEMAS DOS ESTUDOS DE COORTE

Não é adequado para eventos raros;

Se prospectivo, seu custo é consideravelmente alto;

Se retrospectivo, requer disponibilidade de registros
adequados;

Resultados podem não estar disponíveis por um
longo tempo;
PROBLEMAS DOS ESTUDOS DE COORTE




Dificuldade de seguimento devido a dinâmica das
populações;
Perdas no seguimento levam a vieses importantes;
A observação do evento pode ser influenciada pelo
conhecimento da exposição;
A classificação de indivíduos em relação à
exposição/ eventos pode ser afetada por
mudanças de procedimentos diagnósticos,
mudanças naturais ao longo do tempo etc.
POSSÍVEIS EXPLICAÇÕES PARA UMA
ASSOCIAÇÃO
Acaso
 Viés
 Efeito – causa
 Confundimento
 Causa-efeito

EVIDÊNCIAS QUE FAVORECEM A CAUSALIDADE
Consistência entre estudos com metodologias
diferentes;
 Magnitude da associação;
 Relação dose-resposta;
 Plausibilidade biológica.

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Estudo de Coorte