Principais Delineamentos de Pesquisa Lisia von Diemen Tipos de Estudos Descritivos • Observacionais Instante Analíticos Período de Tempo Randomizado • Experimentais Não-Randomizado Observacionais Descritivos • Objetivam: – descrever distribuição de variáveis – sem hipóteses (causais e/ou outras) • Geradores de hipóteses Observacionais Descritivos • Estudo de caso • Série de Casos • Estudo de prevalência Observacionais Descritivos • Estudo de caso – observação clínica perspicaz – necessita confirmação • Série de Casos – + informação que o anterior – base para estudo de casos e controles • Estudo de Prevalência – descreve a saúde de uma população Observacionais Descritivos • Usos: – Monitoramento da saúde populacional (epidemias, etc.) – Planejamento – Geração de hipóteses • Vantagens – Dados disponíveis – Baixo custo – Eticamente aceitáveis • Limitações – Ausência do fator tempo (causa - efeito) – Sem poder de inferência causal Observacionais Analíticos • Estudo Ecológico • Estudo Transversal • Estudo de Coorte • Estudo de Casos e Controles Estudo Ecológico • Objetiva: – Identificar associação entre exposição e desfecho com unidade de análise representada por grupos populacionais – Avaliar efetividade de intervenções/ações coletivas • Dados coletivos e não individuais • Fonte de informação: Dados secundários Estudo Ecológico • Limitação - falácia ecológica: – impossibilidade de relacionar exposição e desfecho em nível individual: exposição e desfecho ocorreram nos mesmos indivíduos? – Difícil controle de confundimento • Vantagem – custo – grande produção de hipóteses – testar hipóteses ecológicas Estudo Transversal • Observação direta da distribuição de uma ou mais variáveis em uma (ou +) população • “Fotografia” • População definida por critérios geográficos, temporais e/ou outros • Obtenção das informações: 1 indivíduo = 1 único momento • Tempo de coleta: + curto possível • Censo ou amostragem • Amostragem aleatória ou não • Representatividade Estudo Transversal • Vantagens – Logística e custo – Estudo de variáveis de característica permanente (bx peso....) – Capacidade de inferência para 1 população definida (tempo e espaço) • Limitações – Temporalidade – Viés de memória – Duração da exposição (risco ou proteção?) Direcionalidade Estudos de Casos e Controles Casos e Controles • Estudo observacional • Parte dos casos (doentes/saudáveis, evento/sem evento) e vai de encontro aos fatores de exposição (fatores de risco, fatores protetores) • Conseqüência Exposições • Tabagismo e Ca Pulmão, 1950 (Doll & Hill) Casos e Controles • SELEÇÃO DE CASOS – Definição de caso (critérios diagnósticos, critérios de inclusão e exclusão) – Fonte dos casos (representativos de uma população definida) – Casos prevalentes ou incidentes? Casos e Controles • SELEÇÃO DE CONTROLES – Controles devem ser representativos da população de procedência dos casos (eleitos aleatoriamente) – Qual deve ser a fonte dos controles? (hospitalares ou comunitários) – Mais de um grupo controle? – Ponto fundamental e crítico: erros sistemáticos (viés de seleção) – Pareamento Casos e Controles • Mensuração da Exposição – Exige precisão e, se relevante, deve definir o grau ou nível de exposição – Possibilidade de vieses de aferição (viés de lembrança) – Como minimizá-los: • bom desenho de questionários • treinamento dos entrevistadores • entrevistadores cegos • uso de medidas objetivas. Casos e Controles • INTERPRETAÇÃO – Considerar que os resultados podem sofrer efeitos de: • erros aleatórios • erros sistemáticos • “counfounding” - viés de confusão – Não esquecer que a exposição medida ocorreu no passado, podendo ser tanto causa, como conseqüência do evento em estudo (causalidade inversa) Casos e Controles • VANTAGENS - custo e duração reduzidos - permite estudar múltiplas exposições para um evento (multicausalidade) - doenças raras - menor perda de participantes - mais reprodutível - interessante para doenças com longo período de latência - pode abranger grande número de casos Casos e Controles • LIMITAÇÕES – não estima a incidência de eventos, não permite cálculo do Risco Relativo (RR), só seu estimador a Razão de Chances (OR) – não permite acompanhamento da história natural – difícil determinar distintos níveis de exposição – permite conhecer os efeitos da exposição sobre o evento em estudo e não outras possíveis conseqüências – suscetível a erros sistemáticos (seleção de controles e na aferição da exposição - viés de lembrança) – difícil para avaliar efeitos de exposições raras, à exceção de exposições que tenham relações causais muito fortes Estudos de Coorte Estudos de Coorte O QUE É UM ESTUDO DE COORTE? • estudo observacional, longitudinal, analítico e prospectivo Como respondem à pergunta de investigação? Permitem verificar a associação entre o fator de exposição e o desfecho, seguindo uma sequencia lógica temporal. Estudos de Coorte • Característica principal: • Longitudinalidade (seguimento): compara a experiência de um grupo exposto (fatores de risco, fatores protetores) e outro não exposto ao longo do tempo, indo de encontro às conseqüências desta exposição (doentes/sobreviventes, evento/ausência do evento). • Exposição Desfechos Estudos de coorte Doentes EXPOSTOS Sadios POPULAÇÃO Pessoas sem a doença e em risco de adoecer Doentes NÃO-EXPOSTOS TEMPO Sadios Estudos de Coorte • SELEÇÃO DA POPULAÇÃO EM ESTUDO: – Tipos: dinâmica/fechada; pop. geral, grupos de pop. restritos ou grupos especiais de exposição – Grupos devem ser comparáveis e, preferencialmente, representativos da mesma população-base – População geral X Grupos populacionais restritos X Grupos especiais de exposição Estudos de Coorte • SELEÇÃO DA POPULAÇÃO EM ESTUDO: – Os sujeitos devem ser similares nas outras características que são consideradas de risco para a doença, à exceção do fator de exposição em estudo – Critérios de inclusão claros para cada grupo (exposto, não-exposto), isto é, a definição de exposição não pode trazer ambigüidades Estudos de Coorte • MENSURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO: – Fator em exposição deve ser medido com acurácia, respeitando suas características quanto ao tempo e nível de exposição, evitando erros de classificação – A condição de exposto / não-exposto pode mudar durante o seguimento Estudos de Coorte • SEGUIMENTO: – Definir claramente as variáveis em estudo e de que forma se fará o seguimento (periodicidade de medidas, de provas laboratoriais, etc.), cego ou não – Deve ser o mais completo possível Estudos de Coorte • SEGUIMENTO: – Deve ser similar para os dois grupos (expostos e não-expostos) – Indivíduos acessíveis, dispostos a colaborar – Tempo de seguimento deve incluir o período de indução e latência da doença em estudo – Cuidado com perdas, principalmente perdas de magnitudes diferentes entre os grupos Estudos de Coorte DETERMINAÇÃO DOS DESFECHOS – Desfecho, evento de interesse, deve ser definido antes de se iniciar o estudo, devendo ser claro, específico e mensurável – Critérios e procedimentos diagnósticos iguais para os dois grupos – Preferencialmente: determinação do evento deve ser cega Estudos de Coorte Viés de seleção: diferenças sistemáticas de características entre os dois grupos, além do fator em exposição, com efeito sobre o desfecho Viés de seleção: # voluntários # trabalhador saudável # perdas diferenciais entre grupos Estudos de Coorte Confundimento (“confounder”): • a associação observada entre se deve a uma terceira variável, que se relaciona com a variável de exposição e com o desfecho Cuidado! A variável de confusão não faz parte da cadeia causal existente entre a exposição e o desfecho Estudos de Coorte Variável de Confusão Variável de exposição Desfecho Variável de Confusão Estudos de Coorte • Confundimento • Como prevenir? – falta de comparabilidade – reconhecimento prévio – na fase de delineamento ou de análise: • pareamento e restrição (delineamento) • estratificação e análise multivariável (análise) Estudos de Coorte • VANTAGENS: – Permite o cálculo de taxas de incidência em expostos e não expostos e, através destas, o Risco Relativo (RR) – O fator de exposição é definido no início do estudo não sofrendo influências da presença ou ausência do desfecho – Melhor método para se conhecer com precisão a história natural de uma doença, assim como sua incidência Estudos de Coorte • VANTAGENS: – Permite o estudo de múltiplos efeitos/conseqüências de um mesmo fator de exposição – Vieses de confusão são mais fáceis de controlar – Permite o estudo de fatores de exposição pouco freqüentes – Reduz a possibilidade de ocorrência de viés de sobrevivência Estudos de Coorte • LIMITAÇÕES: – Caros, devido ao longo período de seguimento – Existência de possíveis fatores de confusão – Longa duração, com a possível existência de perdas de magnitude diferente entre expostos e não-expostos – Menos adequados para o estudo de múltiplas causas de (multicausalidade) um evento específico Estudos de Coorte • LIMITAÇÕES: – Não apropriados para o estudo de doenças raras – Possibilidade de mudança no estado de exposição entre os dois grupos (exposto vira não-exposto; nãoexposto vira exposto) – Pouco apropriados para doenças com longo período de latência Estudos de Coorte RISCO RELATIVO (RR) Medida que estima a magnitude de uma associação, indica a probabilidade que um evento ocorra em um grupo de indivíduos expostos com relação ao grupo não-exposto. Incidência expostos (Ie) RR= ----------------------------------------------------Incidência não-expostos (Io) RR=1 nulo, sem associação; RR>1 associação, indicando fator de risco; RR<1 associação, indicando fator protetor. Estudos Experimentais Estudos Experimentais • Investigador manipula o fator de exposição / intervenção • Controlados ou não (estudos antes e depois) • Não-Randomizados – Quase-Experimento – Experimento natural • Randomizados – Ensaio Clínico Randomizado – Ensaios Comunitários (unidade de análise = comunidades): fluoração água e cáries Ensaio Clínico Randomizado • “Experimento verdadeiro” • Avanço científico século XX • Só o fator de intervenção é diferente entre os grupos Ensaio Clínico Randomizado • Estudo experimental, prospectivo, sobre o efeito de uma intervenção, comparando o grupo intervenção com grupo controle, com alocação aleatória da intervenção (randômica) • Controle: placebo ou TTO padrão • Fármacos, técnicas ou procedimentos • 1°clínico: 1926 sobre efeito do composto de ouro na tuberculose Ensaio Clínico Randomizado • Definir a pergunta de investigação: – Prevenir desfecho – Mudar história natural Ensaio Clínico Randomizado • Seleção da população – População geral x subgrupo – Voluntários? – Critérios de Inclusão e Exclusão – N°suficiente para observação de desfechos Ensaio Clínico Randomizado • Definição Tratamento – Ética – Randomização: probabilidade de alocação conhecida e igual de ser controle ou tratamento – Mascaramento – Controle: placebo x TTO padrão Ensaio Clínico Randomizado • Definição de Desfechos – Definição de desfecho clara, precisa e previamente definida – Desfecho clínico (morbimortalidade) x desfecho intermediário (válido?) Ensaio Clínico Randomizado • Seguimento e Aferição Resultados – < perdas possíveis – Definida de forma clara, anteriormente ao estudo – = para ambos braços do estudo – Mascaramento Ensaio Clínico Randomizado • Interpretação – busca de potenciais vieses – Confundimento (comparabilidade, Tab 1) – Técnica de randomização segura (vies de seleção) – Intention to treat – Mascaramento (viés de aferição) – Seguimento adequado (>80%, seleção) – Se resultados negativos – poder adequado (β) Ensaio Clínico Randomizado • Interpretação – Validade Interna – Validade Externa Ensaio Clínico Randomizado • Limitações – Caros – Logística complexa – Longo seguimento – Questões Éticas • Vantagens – Medida da incidência – Múltiplos desfechos – Evidência Forte (Nível 1) Obrigada! [email protected]