SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria (PKU) Genética a PKU é uma das doenças genéticas mais comuns: rara entre descendentes de africanos e comum entre descendentes de europeus nos USA, 1:50 indivíduos é portador prevalência: 1:5 400 na Irlanda 1:11 000 nos USA 1:16 000 da Suíça SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria condição que parece ter se originado há mais de 300 anos em San’a, capital do Iêmen os judeus desta localidade eram proibidos de se casarem com pessoas de outras religiões e estas, punidas com a morte caso se convertessem ao judaísmo o gene responsável por esta condição se propagou dentro desta comunidade todos os casos de fenilcetonúria (CPK) foram relacionados aos judeus de uma mesma família de origem iemenita mutações diferentes deste gene foram identificados entre os vikings, no Japão, Itália, Dinamarca, Escócia, Irlanda, Kuwait, América do Sul e sul da África SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria desordem transmitida de forma autossômica recessiva o gene mutante produz um defeito na enzima hepática fenilalaninahidroxilase o que determina um bloqueio na conversão de fenilalanina em tirosina a única cura para este defeito é o transplante de fígado existe tratamento que previne a ocorrência de deficiência mental, a conseqüência mais séria da PKU SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman José Salomão Schwartzman cromossomo 12 fenilalanina-hidroxilase SCHWARTZMAN, JS 2009 Genética o risco de pais portadores terem filhos com a doença é de 1:4 parece haver variação no grau de severidade da condição: pessoas afetadas na Irlanda parecem ter uma forma mais branda do que italianos sabe-se, hoje, que há centenas de mutações diferentes SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria Folling (1934), médico norueguês identificou grandes quantidades de ácido fenilpirúvico na urina de 2 irmãos com deficiência mental sabendo que o ácido fenilpirúvico era um metabólito da fenilalanina ele suspeitou que havia algum problema envolvendo o metabolismo da fenilalanina outros pesquisadores identificaram que esta desordem era herdada e que se caracterizava, também, por aumento dos níveis sanguíneos de fenilalanina em 1954 foi descrito o tratamento dietético (restrição de fenilalanina na dieta) Guthrie e Susi (1963) desenvolveram o método bacteriológico com o teste em papel de filtro: com apenas uma gota de sangue a PKU poderia ser suspeitada já nos primeiros dias de vida SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria não se sabe ao certo de que modo o excesso em fenilalanina compromete o sistema nervoso: 1-a fenilalanina ou seus metabólitos, em grandes quantidades, seriam tóxicos para o SNC inibindo o desenvolvimento da mielina 2-a fenilalanina competiria com vários outros amino-ácidos essenciais (grandes aminoácidos neutros): isto impediria que aminoácidos importantes tais como a tirosina e o triptofano (precursores da dopamina e serotonina, respectivamente) entrassem no cérebro em proporções usuais 3- uma vez que a fenilalanina não pode ser metabolizada para tirosina, os metabólitos desta ultima também estariam reduzidos e um destes é a dopamina; níveis de dopamina encontram-se reduzidos no liquor céfalo-raqueano destes pacientes SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman Vias metabólicas da fenilalanina José Salomão Schwartzman fenilalanina transaminase fenilalaninahidroxilase A ácido fenil-pirúvico tirosina SCHWARTZMAN, JS 2009 Vias metabólicas da fenilalanina fenilalanina José Salomão Schwartzman transaminase fenilalaninahidroxilase A ácido fenil-pirúvico tirosina SCHWARTZMAN, JS 2009 Metabolismo normal da fenilalanina aminoácidos aminoácidos catecolaminas fenilalanina FAH melanina tirosina outros metabólitos José Salomão Schwartzman FAH- fenilalanina-hidroxilase Metabolismo anormal da fenilalanina aminoácidos FAH fenilalanina tirosina Fenil-lactato fenil-piruvato Fenil-piruvato Fenil-etil-amina Fenil-acetil-glutamina José Salomão Schwartzman FAH- fenilalanina-hidroxilase Desenvolvimento as crianças afetadas podem parecer normais durante os primeiros 6 meses de vida a PKU se caracteriza por uma forma lentamente progressiva de comprometimento cerebral iniciando-se, provavelmente, logo após o nascimento José Salomão Schwartzman Desenvolvimento pacientes com a forma clássica da PKU, não tratados, desenvolvem: deficiência mental eczema crises convulsivas ataxia problemas motores autismo problemas comportamentais auto-mutilação agressividade impulsividade hiperatividade José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria não tratada José Salomão Schwartzman Tratamento transplante de fígado terapia gênica (já realizada, com sucesso parcial) em ratos dietética: dieta pobre em fenilalanina permite: açucares, gorduras, quantidades controladas de frutas e vegetais; massas grãos e pães com baixos níveis de proteínas, não permite: carnes, peixes, ovos,laticínios, nozes, soja, grãos comuns e milho José Salomão Schwartzman Tratamento os níveis séricos de fenilalanina necessitam ser monitorados por freqüentes exames de sangue até a década de 80 preconizava-se a dieta até os 5 anos de idade na Escócia sugeriu-se a interrupção da dieta aos 10 anos de idade há variações individuais na forma como aos pacientes se comportam após a descontinuidade da dieta José Salomão Schwartzman Características neuropsicológicas dos indivíduos tratados crianças com tratamento precoce têm desenvolvimento aparentemente normal: sentam-se por volta dos 6 meses andam em torno dos 12 meses começam a falar por volta dos 18 meses a maioria não demonstra dificuldades em aprender a ler interagem bem com seus pares José Salomão Schwartzman Características neuropsicológicas dos indivíduos tratados o diagnóstico precoce e a imediata instituição da dieta adequada previnem a deficiência mental comprometimentos mais sutis são observados: prejuízos viso-motores comprometimento das atividades motoras “finas” dificuldade em lembrar da disposição de objetos no espaço comprometimento das funções executivas dificuldades em matemática dificuldades na compreensão de textos José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria materna os danos fetais ocorrem porque o feto depende da mãe para metabolizar a fenilalanina quando a mãe tem a forma clássica da PKU e não está em tratamento, o feto será exposto a níveis tóxicos de fenilalanina entre os defeitos que podem ocorrer: deficiência mental (95%) microcefalia (90%) cardiopatia congênita (17%) José Salomão Schwartzman Fenilcetonúria materna os riscos para o bebê são reduzidos nos casos em que a mãe inicia o tratamento dietético antes de engravidar e mantém controle rígido durante toda a gravidez como a maioria das mulheres com PKU interrompe a dieta durante a juventude, necessita voltar ao tratamento quando decidem engravidar José Salomão Schwartzman SCHWARTZMAN, JS 2009 José Salomão Schwartzman