CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ BASES BIOLÓGICAS DO COMPORTAMENTO: FENILCETONÚRIA Professora Heloísa Helena Fares Curso de Psicologia Organizado por: Ana Paula Sampaio Valera RA 2135001778 Damaris Lima de Oliveira RA 2120208661 Priscila Almeida da Silva RA 2105189823 Renata Alves de Santana RA 2135006468 Thiago da Silva Garcia RA 2158239365 Vanessa Castori RA 2117204508 Abril/2011 Organizado por: Ana Paula Sampaio Valera RA 2135001778 Damaris Lima de Oliveira RA 2120208661 Priscila Almeida da Silva RA 2105189823 Renata Alves RA 2135006468 Thiago da Silva Garcia RA 2158239365 Vanessa Castori RA 2117204508 FENILCETONÚRIA Trabalho da disciplina de Bases Biológicas do Comportamento do curso de Psicologia. Professora Heloísa Helena Fares Centro Universitário Anhanguera de Santo André Abril/2011 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 DEFINIÇÃO........................................................................................................ 5 IMPORTÂNCIA .................................................................................................. 6 NÍVEIS ............................................................................................................... 7 IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................... 9 FENILCETONÚRIA MATERNAL ..................................................................... 10 CONSEQUÊNCIAS .......................................................................................... 11 TRATAMENTO ................................................................................................ 12 ANEXOS .......................................................................................................... 14 CONCLUSÃO .................................................................................................. 15 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 16 INTRODUÇÃO Este trabalho possui o objetivo principal de aperfeiçoar os conhecimentos em relação a uma doença genética chamada fenilcetonúria (PKU – PhenylKetonUria). São desenvolvidos alguns dos aspectos básicos como a definição da doença, a ligação da fenilalanina com a doença, a importância desta proteína para o nosso organismo e os alimentos que contém esta proteína. As apresentações metabólicas da fenilcetonúria, como identificar se o indivíduo possui a doença, seus sintomas, suas conseqüências e, por fim, o tratamento a ser realizado. Esperamos transmitir através deste trabalho informações de modo claro e objetivo para atingir qualquer tipo de público. O conhecimento adquirido por este trabalho é importantíssimo, pois, além de reconhecer a doença genética, o levaremos para nossa vida pessoal e principalmente, profissional. DEFINIÇÃO A fenilcetonúria é uma doença genética e hereditária que apresenta a deformidade ou a carência de uma substância chamada enzima fenilalanina hidroxilase. A enzima fenilalanina hidroxilase é associada com dois aminoácidos codificados pelo código genético, ou seja, duas proteínas dos seres vivos que são: a fenilalanina e a tirosina. A importância desta enzima está ligada com a conversão da fenilalanina do plasma sanguíneo em tirosina. A deficiência desta enzima faz com que as pessoas alterem sua alimentação, não podendo ingerir substâncias que possuam a fenilalanina. A fenilcetonúria, também, é uma doença autossômica recessiva. Ocorre uma mutação no gene da PAH1 que altera a composição da enzima, tal mutação pode acontecer em qualquer uma das bases de ADN (ácido desoxirribonucleico - DNA) que estão dentro do gene. Podem ocorrer diversos tipos de mutação que afetam a enzima de maneira diferente, dependendo da modificação pode ocorrer que a enzima não identifique mais a fenilalanina, ou apenas retarde o reconhecimento da proteína, ou, também, torna a enzima estável, com o catabolismo (velocidade de degradação) acelerado. O gene PAH codifica a fenilalanina hidroxilase e está localizado no cromossomo 12. É a abreviação da enzima hepática fenilalanina hidroxilase. 1 IMPORTÂNCIA DA FENILALANINA A fenilalanina está relacionada com a síntese de proteínas, regeneração, construção tecidual e crescimento corpóreo, sendo assim, é essencial para o nosso organismo. Deve estar sempre presente na alimentação, pois o organismo humano é incapaz de sintetizar a fenilalanina e, sem ela o devido funcionamento do nosso corpo não é possível. Esta proteína está ligada aos aspectos emocionais da pessoa, ressaltando o humor, a disposição e o entusiasmo, diminui dores, auxilia na memória de trabalho (memória de curto prazo) e, conseqüentemente, facilita o aprendizado. O indivíduo precisa da fenilalanina no primeiro ano de vida, pois ela é utilizada na síntese de outras proteínas no organismo devido ao acelerado crescimento da criança. A proteína pode ser encontrada em alimentos como: carnes de qualquer tipo (boi, carneiro, aves, peixe, caça, lingüiça, presunto, salsicha, salame), grãos (feijão, ervilha, grão de bico, lentilha, soja, amendoim) , leite e qualquer derivado (queijo, iogurte, coalhada, requeijão, doce de leite e todos os alimentos que contenham leite). Ovos, nozes, gelatinas, farinha de trigo e de soja, alimentos industrializados com grande quantidade de proteína, refrigerantes, produtos dietéticos, adoçantes (aspartame). Bolos, pães, pão de queijo, biscoitos, salgados, etc. Entretanto, em excesso apresenta um efeito tóxico que atinge diretamente as funções do sistema nervoso central, assim, refletindo no desenvolvimento geral do indivíduo. NÍVEIS DA DOENÇA Dependendo da maneira em que se encontra a atividade da fenilalanina hidroxilase no nosso organismo, ou seja, o quanto a enzima está convertendo fenilalanina em tirosina, existem três maneiras de apresentação metabólica para a doença: a fenilcetonúria clássica, a fenilcetonúria leve e a hiperfenilalaninemia transitória ou permanente. A fenilcetonúria clássica ocorre quando a atividade da enzima fenilalanina hidroxilase (inferior a 1%) está quase totalmente inexistente e os níveis plasmáticos encontrados de FAL (concentração plasmática)2 são superiores a 20mg/dl. As pessoas que possuem fenilcetonúria clássica possuem danificações no sistema nervoso central apresentando características de hiperatividade, falhas em atividades lingüísticas e motoras (andar e falar), tremores, microcefalia3, distúrbios no crescimento e, o mais grave, complicações cognitivas, além de possuir a possibilidade de ter cabelos e pele claros (alterações na pigmentação), transtornos de conduta e o comportamento no padrão de uma pessoa autista. A fenilcetonúria leve acontece a partir do momento em que a atividade da enzima se encontra em 1 a 3% e os níveis plasmáticos de FAL estão entre 10mg/dl a 20mg/dl. A hiperfenilalaninemia (HPA) transitória ou permanente consiste na superioridade de 3% referente à atividade enzimática e os níveis sanguíneos de FAL se encontram entre 4mg/dl e 10mg/dl. 2 Quantidade de fenilalanina no sangue. Microcefalia, também chamada de Nanocefalia, é uma condição neurológica, ocorre que o tamanho da cabeça do feto ou da criança é menor do que o tamanho considerado normal para a idade e, também, devido ao tamanho da caixa craniana, apresenta um déficit no crescimento cerebral. 3 Todos que possuem a hiperfenilalaninemia transitória ou permanente não apresentam os sintomas clínicos, logo, a doença não é considerada grave neste estado, pois não atinge níveis de concentração plasmática considerados prejudiciais. Quando crianças do sexo feminino apresentam aspectos de hiperfenilalaninemia permanente é necessário que haja uma maior atenção, pois ocorre que, na gestação, os níveis sanguíneos de FAL são superiores a 4% e, devido a este fator, existe uma maior probabilidade de suceder deficiência mental (21%), microcefalia (24%) e baixo peso quando a criança nasce (13%). Na idade fértil, as meninas em questão, deverão ser orientadas em uma dieta para indivíduos com fenilcetonúria para, assim, manter níveis equivalentes ou menores do que 4mg/dl antes da concepção e durante toda a gravidez. IDENTIFICAÇÃO A fenilcetonúria é identificada na primeira semana de vida da criança, através da Triagem Neonatal, o teste do pezinho. Sendo identificada a doença, permite o tratamento precoce e, assim, é possível prevenir algumas das consequências no desenvolvimento do indivíduo, enquanto criança. Porém, após algum tempo, ainda permanecem quadros de alterações no desenvolvimento da linguagem, nas interações sociais, nas habilidades cognitivas e nos distúrbios comportamentais. FENILCETONÚRIA MATERNAL (PKU – MATERNAL) A doença ocorre ao existir um elevado nível da proteína fenilalanina no plasma sanguíneo da mãe. Durante a gestação, afeta o embrião, pois a mãe transfere para a criança aminoácidos através da placenta, assim coloca em risco a saúde do feto. O bebê passa a ter mais proteínas do que a sua progenitora. Como conseqüência o feto pode desencadear problemas futuros como o retardo mental, microcefalia, risco de problemas no coração, peso menor do que o normal ao nascer e, até mesmo, aborto espontâneo. As grávidas que possuem fenilcetonúria necessitam realizar uma dieta direcionada, implicando na ausência ou na baixa digestão de alimentos que contenham a fenilalanina, evitando, assim, a elevada concentração da proteína no sangue. O início do tratamento (a dieta especial) se for realizado no segundo ou terceiro trimestre da gestação as conseqüências podem ser inevitáveis. Portanto, a gravidez deve ser monitorada corretamente desde seu início para evitar os problemas futuros, orientando e informando essas mulheres sobre a doença e os riscos que seu filho está exposto. CONSEQUÊNCIAS DA FENILCETONÚRIA A fenilcetonúria é uma doença que não permite a digestão da fenilalanina devido à falta ou a deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase, assim, a proteína passa a ser acumulada no organismo (se for sendo ingerida) e, com o passar do tempo, transformada em compostos tóxicos denominados fenilcetonas, expelidos pela urina. Os indivíduos com a doença, após ingerirem a fenilalanina apresentam os sintomas de toxidade como atrasos mentais (principalmente em crianças) e distúrbios intelectuais nos adultos, ou seja, modificações nas funções cognitivas, lingüísticas, motoras e social e comportamental. Quando a doença não é tratada a pessoa apresenta algumas características como, além do atraso mental, hiperatividade, tremor, microcefalia, impulsividade, instabilidade emocional, transtorno de déficit de atenção, falhas no crescimento, comportamentos autísticos (maneiras de agir específicas de uma pessoa autista) e/ou transtornos de conduta. Estudos afirmam que a presença das proteínas fenilalanina e tirosina, em excesso, causam uma intervenção na síntese protéica cerebral, na constituição da mielina, nos neurotransmissores, e podem apresentar alterações na substância branca cerebral. Portanto, a capacidade que o indivíduo possui de se comprometer em desempenhos e/ou ações voluntárias, comportamentos autônomos, direcionados e organizados a objetivos específicos pode estar comprometida. Logo, a organização mental do indivíduo, a manutenção, o ato de planejar ações, a memória de trabalho, a noção de tempo e o controle de suas próprias emoções tornam-se funções danificadas, ou seja, o desenvolvimento neuropsicomotor fica lesado, ocorre deficiência mental e suas ações são agressivas e agitadas (padrão autista). TRATAMENTO A dieta alimentar consiste na digestão de qualquer alimento com exceção daqueles que possuem, em sua composição, a fenilalanina. Ela é eficaz para reduzir níveis da proteína do organismo, melhorando o aspecto cognitivo e fatores psicomotores. Normalmente, a dieta alimentar é complementada com o acréscimo de algum alimento medicinal que adiciona para o indivíduo diversos aminoácidos referentes às proteínas que estão em falta, vitaminas e outros elementos que contém energia, ou seja, os alimentos medicinais substituem as necessidades protéicas do paciente com fenilcetonúria. Devido às modificações no desenvolvimento comunicativo e cognitivo, um fonoaudiólogo pode intervir e propor atividades para prevenir, capacitar e restaurar alguns distúrbios lingüísticos, melhorando o modo de vida dos indivíduos com fenilcetonúria. Contudo, mesmo a doença sendo identificada na primeira semana de existência do indivíduo e com o devido tratamento sendo praticado desde o início do diagnóstico, ainda é possível que a pessoa apresente variações em suas funções intelectuais e linguísticas, motora e comportamental. O tratamento percorrerá por toda a vida do paciente e, caso haja a interrupção deste, pode causar uma deterioração cognitiva e comportamental, sendo assim, é necessário que exista uma preocupação especial com a dieta da pessoa que possui fenilcetonúria, evitando ingerir alimentos que contenham a fenilalanina. A dieta deve ser acompanhada por, pelo menos, um pediatra e um nutricionista. Deve ser realizado mensalmente um acompanhamento clínico no primeiro ano de vida para atualizar e explicar para a mãe do indivíduo sobre a doença em questão, informá-la sobre os riscos, o tratamento (a dieta) e, por fim, o desenvolvimento de seu filho em geral. Após o primeiro ano de vida, o acompanhamento clínico pode ser realizado, dependendo do desenvolvimento e da dificuldade da família, bimestral ou trimestralmente. Porém, em alguns casos, pode ser necessária uma maior freqüência no acompanhamento. ANEXOS Fenilalanina Tirosina CONCLUSÃO Concluímos ao realizar este trabalho que o apoio familiar é muito importante em todos os aspectos: na dieta (no tratamento), na educação, também e, principalmente, no desenvolvimento do indivíduo. A pessoa que possui a fenilcetonúria encontrará grandes obstáculos durante a sua vida como a dificuldade de interagir com outras pessoas, ou seja, as pressões sociais em geral. Outro fator que atinge a maior parte das pessoas são os problemas financeiros, mas para um indivíduo com fenilcetonúria a dificuldade se intensifica pois os alimentos medicinais são de elevado custo. Nem todos os familiares estão preparados psicologicamente para seguir com a vida ao lado de uma pessoa que possua a doença, entretanto, essas pessoas debilitadas necessitam da companhia e, principalmente, da compreensão de sua família. Conseqüentemente, é necessário que haja, também, um acompanhamento psicológico para todos, inclusive para o paciente. O trabalho possui conteúdo relevante para todos, pois na trajetória de nossos estudos, agora, poderemos identificar com maior facilidade a fenilcetonúria e entender o como uma pessoa com esta doença vive, promovendo um melhor tratamento psicológico para os envolvidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SITES: • http://pt.wikipedia.org/wiki/Fenilceton%C3%BAria • http://www.medicina.ufmg.br/nupad/triagem/triagem_neonatal_fenilceton uria_tratamento.html • http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141552732006000300009 • http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBcQFjAA &url=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Frsp%2Fv38n2%2F1979 2.pdf&ei=PA2nTeWzGKWx0QHh_LD5CA&usg=AFQjCNFWKuAGT3nPL RvtqvGGIOEbqeKclw&sig2=7Z711f-pocJ0kVbDFrnnEg • http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151618462010000200020 • http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102000000100016 • http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141552732009000300012