LIMITE DE UMA FUNÇÃO Nice Maria Americano costa Pinto UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 1 INTRODUÇÃO Um pouco de história Cálculo Diferencial e Integral; séculos XVI e XVII, Newton e Leibniz. interesses de cálculos (diferenciação integração) O Cálculo Diferencial Grécia Antiga: tangentes a curvas, reta e curvas; sua intersecção Século XVII, as órbitas dos planetas. Newton: calcular as órbitas de planetas, considerar a corda de um arco, Curva da trajetória: limite de pequenas cordas encadeadas umas às outras. O Cálculo Integral área subtendida por curva limite de uma soma áreas de retângulos inseridos sob a curva. Limite de uma função Século XIX; Bolzano (1817), técnica do “epsilon” ,“” e “delta”, “”; Cauchy (1821),a essência da idéia; Weierstrass (1850 e 1860), a noção de forma rigorosa. 2 Vizinhança de um ponto Para um valor arbitrariamente pequeno >0, a vizinhança de a é o conjunto dos x compreendido pelo intervalo a x a 0 a a- x a+ x a xa 3 Limite de uma variável Se x-a< valer para todo >0, arbitrariamente pequeno, dizemos que a variável x tem um limite e tal limite vale a. Simbolicamente, x a, lim x a x1 a- x2 x3 a a+ x Os valores x1, x2 e x3 da variável x, estão na vizinha de x=a. Isto é, os valores xi estão no intervalo a- < xi <a+ (i=1,2,3) 4 Exemplos 1. x é a variável de valores 1 1 1 x1 1, x2 1 , x3 1 , ..... xn 1 2 3 n Essa variável tem um limite que é 1. uma vizinhança de centro em 1, com raio ; devemos calcular , para provar que a inequação |x-1 < . O ponto de partida será portanto a expressão x1, i.e. calcular quanto ela vale; 1 1 xn 1 1 1 n n para 1 n ou n 1 x 1 5 (n=2) x é o conjunto dos termos: x1=1, x2=1,5, e>1/2=0,5. e=0,51 satisfaz a condição e todos os valores da variável x ficam na vizinhança |x-1|<0,51 0,5 1 1,5 1o.term o 1,5 2o.term o 1o.termo 2o.termo 1,5 3o.termo 4o.termo 1o.termo 2 1,5 2o.termo 5o.termo n xn 1 1 1o.termo 2 1,5 2o.termo 3 1,333333 3o.termo termos 3o.term o na vizinhança |x-1|<0,51 1 1 2 (n=6) x é o conjunto dos 6 termos: x1=1, x2=1,5, x3=1,33, x4=1,25, x5=1,2, x6=1,16 >1/6=0,166667. =0,51 satisfaz a condição e todos os valores da variável x ficam 0,5 1 termos 2o.term o 1 1o.term o xn 2 (n=3) x é o conjunto dos 3 termos: x1=1, x2=1,5, x3=1,33, ε>1/3=0,33333. ε=0,51 satisfaz a condição e todos os valores da variável x ficam na vizinhança |x-1|<0,51 0,5 n 2 6o.termo n xn 1 1 1o.termo 2 1,5 2o.termo 3 1,333333 3o.termo 4 1,25 4o.termo 5 1,2 5o.termo 6 1,166667 termos 6o.termo 6 2. x é a variável de valores 1 1 x1 1 , x2 1 2 , 2 2 1 n 1 x3 1 3 , ..... xn 1 (1) n 2 2 Essa variável tem um limite que é 1. uma vizinhança de centro em 1, com raio ; devemos calcular . 1 1 xn 1 1 ( 1) n n 1 n 2 2 1 log 1 n log 2 log n log 2 para 1 2n ou 2n 1 ou ainda x 1 7 (n=2) x é o conjunto dos 2 termos: x1=1, x2=1,25, >1/22=0,25. =0,26 satisfaz a condição e todos os valores da variável x ficam na vizinhança |x-1|<0,26 0,5 0,75 1 1o.termo 1,25 0,75 1 1 1o.termo 2 1,25 2o.termo 2o.termo 1,25 n xn 1 1o.termo 2 1,25 2o.termo 3 0,875 3o.termo 1,5 3o.termo (n=6) x é o conjunto dos 6 termos: x1=1, x2=1,25, x3=0,875, x4=1,0625, x5=96875, x6=1,015625 >1/26=0,015625. =0,26 satisfaz a condição e todos os valores da variável x ficam na vizinhança |x-1|<0,26 0,75 1o.termo 2o.termo 1 3o.termo 1,25 4o.termo termos 1 n 0,5 termos 2o.termo 1 1o.termo xn 1,5 (n=3) x é o conjunto dos 3 termos: x1=1, x2=1,25, x3=0,875, >1/23=0,015625. =0,26 satisfaz a condição e todos os valores da variável x ficam na vizinhança |x-1|<0,26 0,5 n 5o.termo 1,5 6o.termo xn termos 1 1 1o.termo 2 1,25 2o.termo 3 0,875 3o.termo 4 1,0625 4o.termo 5 0,96875 5o.termo 6 1,015625 6o.termo 8 3. X é uma variável de valor constante c Essa variável tem um limite que é c, ainda que pareça estranho. uma vizinhança de centro em c, com raio ; devemos calcular . x c cc 0 para 0 xc 9 Observações 1. Uma variável x não pode ter dois limites diferentes, a e b. se lim x a xa e lim x b e x b ba im possível para 2 a b x (b-a)/2 2. Não se imagine que toda variável tem um limite. 10 VARIÁVEL INFINITAMENTE GRANDE a variável x tende ao infinito, se, p/ cada número positivo M, pode-se Indicar um valor de x, a partir do qual, todos os valores subseqüentes da variável verificam : x M Seja a variável x o { x1, x2, x3, x4, x5....xn}, mostrado na figura abaixo. x3 x1 x4 x2 x5 x6 Xn-1 x A partir de x4, todo valor subseqüente da variável é maior que o antecedente; para M=x4, |xi|>M, p/ i=5,6,7....n 11 Limite de uma função Seja Y=f (x) uma função definida nas vizinhanças do ponto a, ou, em certos pontos desta vizinhança. A função tende a b, quando x tende a a, ou lim f ( x) b x a se, para cada número positivo ε > 0, tão pequeno quanto se queira, pode-se indicar um δ > 0 tal que, para todo x diferente de a, verificando | x -a | < δ , a desigualdade | f(x) - b | < ε, fica satisfeita. Diz-se então que b é o limite de f(x). b a 12 Exemplos lim (4x 2) 14 x 3 lim x2 1 3 x 1 4 2 lim (3x 1) 7 x 2 lim x 2 x3 4 x 0 ? 2 x 4 0 x 5 0 ? lim 2 0 x 5 x 5 x Os “resultados” dos limites das funções 3 e 5 demonstram que o cálculo do limite não se faz por uma simples substituição direta do valor para o qual a variável tende. Veremos que existem resultados para tais limites 13 Cálculo pela definição lim (4 x 2) 14 x 3 Se 14 é o lim f(X), quando x 3, temos que ter: 4 x 2 14 4 x 2 14 4 x 12 x 34 4 x 3 4 x 3 x 3 4 4 14 (3 x 1) 7 lim x2 Se 7 é o lim f(X), quando x 2, temos que ter: 3x 1 7 3 x 6 ( x 2)3 3 x 2 3x2 x2 3 3 15 lim x 2 1 x 1 3 / 2 4 1 3 x 1 4 2 1 3 1 1 1 1 x 1 x ( x 2) x 2 4 2 4 2 4 4 1 x 2 x 2 4 4 4 16 x 4x 2 2 x 4 3 lim x2 x 4x 2 2 x 4 3 x ( x 4) 2 x2 2 x 4 2 x2 17 lim x 5 x 5 1 x 2 5x 5 x5 1 x 2 5x 5 ( x 5) 1 1 1 x ( x 5) 5 x 5 t em o sen t aoque 1 1 x 5 1 1 1 5 x 5 1 1 5 5 x x 1 1 1 5 1 5 5 5 2 5 2 5 x5 1 5 1 5 m as1 5 1 e 1 5 1, p o dem o sescrev er 2 5 x 5 2 5 x - 5 2 5 2 5 18