Ensino Superior Cálculo 1 1.6- Aplicabilidade do Limite Amintas Paiva Afonso Cálculo 1 - Limites Funções e Limites Taxas de variação, definição de limite, limites laterais e técnicas para determinação de limites Prof. Amintas Paiva Afonso Velocidade Média Determinando a velocidade média: Uma pedra se desprende do topo de um penhasco. Qual a sua velocidade média durante os primeiros 2s de queda? Solução: Experimentos mostram que, ao entrar em queda livre a partir do repouso, próximo da superfície terrestre, um objeto sólido e denso percorrerá y metros nos primeiros t segundos, onde: y = 4,9 t 2 A velocidade média da pedra em qualquer intervalo de tempo é a distância percorrida y, dividida pelo tempo decorrido t, neste percurso. Para os primeiros 2s temos: t0= 0 e tf = 2, logo y0 = 0 e yf = 4,9(2)2. Daí, y 4,9(2) 2 4,9(0) 2 4 4,9 9,8m / s t 20 2 Velocidade Instantânea Determine a velocidade da pedra no caso anterior, no instante t = 2 s. Fazendo a aproximação: y/ t = [4,9(t +h)2 – 4,9t2]/h, onde h está próximo de zero, podemos construir a seguinte tabela: h (s) y/ t 1,0 24,5 0,1 0,01 0,001 0,0001 20,09 19,649 19,6049 19,60049 Velocidade Instantânea Determinando a velocidade instantânea algebricamente: Neste caso, podemos calcular a velocidade média da pedra ao longo do percurso t = 2s até um tempo imediatamente posterior t = 2 + h, com h > 0 bem “pequeno”, ou seja, algebricamente temos: y 4,9(2 h) 2 4,9(2) 2 4,9(4 4h h 2 ) 19,6 19,6h 4,9h 2 19,6 4,9h t h h h Assim, fazendo h 0 descobrimos a velocidade instantânea em t = 2s, isto é, seu valor limite é 19,6 + 4,9(0) = 19,6 m/s. Taxa instantânea Graficamente, a taxa de variação instantânea pode ser feita pelas aproximações dadas na figura abaixo. Definição de limite: Seja f(x) definida em um intervalo aberto em torno de x0, exceto talvez em x0. Dizemos que f(x) tem limite L quando x tende a x0 e escrevemos lim f ( x) L x x0 Se para cada número > 0 existir um número correspondente > 0 tal que, para todos os valores de x, 0 x x0 f ( x) L Esta definição está ilustrada, graficamente, na figura ao lado. Regras envolvendo limites Exemplos 1 – Funções polinomiais: Os limites podem ser obtidos por substituição, se P(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + a0, então lim P( x) P(c) an c n an 1c n 1 a1c a0 x c 2 – Funções racionais: Os limites de funções racionais podem ser obtidos por substituição, desde que o denominador não se anule, ou seja, se P(x) e Q(x) são polinômios e Q(c) 0, então P( x) P (c ) lim x c Q ( x ) Q (c ) 3 – Eliminando algebricamente o fator nulo no denominador: a) cancelando um fator comum: x2 x 2 ( x 1)(x 2) x 2 1 2 lim lim lim 3. 2 x 1 x 1 x 1 x x x( x 1) x 1 Exemplos 3 – Eliminando algebricamente o fator nulo no denominador: b) Criando e cancelando um fator comum: lim 2h h 2 lim 2h h 2 lim 2h h 2 h 0 h 0 h 0 2h h lim h 0 lim h 0 h lim h 0 2 2h 2h 2h2 lim h 0 h 2h 2 1 2h 2 1 20 2 2 h 2h 2 2 1 2 2 . As vezes, não podemos obter o limite diretamente, mas talvez seja possível obtê-lo indiretamente, quando uma função está limitada por duas funções que tenham o mesmo limite no ponto desejado. Teorema do confronto: Suponha que g(x) f(x) h(x) para qualquer x em um intervalo aberto, contendo c, exceto possivelmente em x = c. Suponha também que lim g ( x ) lim h( x ) L, x c x c então lim f ( x ) L x c Limites Laterais Para ter um limite L quando x se aproxima de a, uma função f deve ser definida em ambos os lados de a e seus valores devem se aproximar de L quando x se aproxima de a de cada lado. Por isso, devemos estudar os limites laterais, para verificar a existência ou não do limite. Relação entre limite e limites laterais Teorema: Uma função f(x) terá limite quando x se aproximar de c, se e somente se, tiver um limite lateral à esquerda e um limite lateral à direita e os dois limites laterais forem iguais, ou seja, lim f ( x) L lim f ( x) L e x c x c lim f ( x) L x c Exemplos: 1 – Mostre que y = sen (1/x) não tem limite quando x tende a 0. Solução: a medida que x se aproxima de 0, pela esquerda, seu inverso (1/x) – . Daí, a função sen (1/x) assume valores que se repetem ciclicamente entre -1 e 1. Da mesma forma, ao se aproximar de zero, à direita, o inverso (1/x) +, o que implica na função sen (1/x) assumir valores que se repetem ciclicamente entre -1 e 1. Assim, a função não tem limite nem à esquerda nem à direita de zero e, portanto, não tem limite quando x tende a zero. Exemplos: 2 – Mostre que f() = (sen)/ tem limite igual 1 quando tende a zero ( em radianos). Demonstração: Se mostrarmos que os limites laterais existem e são iguais a 1, então usando o teorema anterior obteremos o resultado requerido. Começamos com valores positivos para e menores que /2. Observando a figura ao lado, podemos observar que: Área OAP < área do setor OAP < área do OAT Podemos expressar essas áreas em termos de da seguinte maneira: 1 1 1 base altura (1)(sen ) sen 2 2 2 1 1 Áreado setor OAP r 2 (1) 2 2 2 2 1 1 1 Área ΔOAT base altura (1)(tg ) tg 2 2 2 senθ tg sen logo, , agoradividindo tudo por , vem: 2 2 2 2 1 sen 1 1 cos . Portanto, sen cos sen sen sen lim 1 lim lim cos 1 lim 1 lim 1 Área ΔOAP 0 0 0 0 0