PANCREATITE AGUDA Prof. Fernando Ramos Gonçalves - Msc CONCEITO PANCREATITE AGUDA é uma doença decorrente da inflamação aguda do pâncreas, podendo envolver tecidos peripancreáticos e órgãos à distância. CLASSIFICAÇÃO Histopatológico – Edematosa – necrotizante Gravidade (ATLANTA 1992) – Leve – Grave (+ de 3 critérios de Ranson ou + de 8 de APACHE II) FISIOPATOLOGIA CASCATA Ativação do tripsinogênio Tripsina Lesão acinar Liberação de mediadores químicos Migração células Inflamação local inflamatórias Edema Extravasamento Hemorragia necrose Resposta inflamatória sistêmica Falência de múltiplos órgãos Translocção bacteriana infecção ETIOLOGIA Litíase biliar e alcoolismo 65% a 90% – Alcoólica: geralmente agudização da PC ETIOLOGIA Litíase biliar e alcoolismo 65% a 90% Pós-operatória Vírus (cachumba, coxsackie B, Herpes, hepatite B, citomegalovírus e outros) Medicamentos (estrógenos, furosemida, tetraciclinas e tiazídicos e outros) Hiperlipidemias ETIOLOGIA CPER Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada 1 a 10% das colangiografias 50% aumento da amilasemia ETIOLOGIA Tumores de pâncreas ou papila Fibrose cística do pâncreas Hipercalcemia (tu de paratireóide e mieloma múltiplo) Gravidez Outras e idiopáticas QUADRO CLÍNICO anamnese DOR – é o sintoma cardinal, raramente ausente. – apresentação polimórfica: – intensa, continua, súbita. – Referida no epigástrio, irradiação para hipocôndrio esquerdo e ou ombro. – assume a posição de prece maometana NÁUSEAS e VÔMITOS - freqüentes parada de eliminação de gases e fezes: 60% dispnéia EXAME FÍSICO abdome Palpação: – geralmente flácido, sem defesa, muitas vezes não existindo correlação com o estado geral grave. – pode ocorrer defesa e rigidez da parede – freqüentemente existe massa dolorosa, imprecisa no epigástrio Inspeção: – distensão abdominal Ausculta: – ruídos intestinais - diminuídos ou ausentes EXAME FÍSICO fácies de sofrimento, sudorético ictérico cianótico FORMAS GRAVES sinais de choque: – taquicardia, pulso fino, hipotensão ou choque sinais tardios: – manchas esverdeadas ou púrpuras na: Região lombar (Sinal de Grey-Turner) Periumbelical (Sinal de Cullen). COMPLICAÇÕES abdominais coleções líquidas peripancreáticas pseudo-cistos COMPLICAÇÕES abdominais coleções líquidas peripancreáticas pseudo-cistos necrose infectada - septicemia abscesso pancreático abscesso de pseudo cisto ascite pancreática sangramentos/perfurações COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS (RANSON 69%) – HIPOXEMIA 20% ventilação assistida – Derrames pleurais, atelectasias laminares – redução da complacência,aumento da resistência pulmonar. Diminuição da capacidade de difusão pulmonar. CIRCULATÓRIAS – Choque RENAIS (40% das PAN) – alterações importantes HEPÁTICAS – Hiperbilirrubinemia necrose hepática CIVD INSUFICIÊNCIA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS EXAMES: diagnóstico lipase sérica: – mantém-se elevada por mais tempo – mais específica – não existem isolipases – menos sensível – também está elevada câncer do pâncreas, obstrução intestinal perfuração intestinal, uso de opiáceos, após CPER amilase e lipase urinárias diminuição do cálcio sérico hiperglicemia bilirrubinas – levemente aumentadas em 50% – aumentos importantes: coledocolitíase EXAMES gerais ECG – alterações isquêmicas: inversäo da onda infradesnivelamento de st (fugazes) t e Creatinina, Na, K e Mg Exames necessários para estabelecer critérios de Ranson e APACHE II – Hemograma – Glicemia – LDH, AST (TGO) – Uréia – Gasometria arterial EXAMES: imagem RX de tórax: – derrames pleurais (+ a esq.) – atelectasias laminares – imobilização e elevação da cúpula diafragmática esq. RX simples de abdome alça sentinela – dilataçäo do cólon transverso – concreçöes radiopacas no territorio da vesicula biliar – Calcificações na projeção do pâncreas ULTRASSONOGRAFIA e TOMOGRAFIA Tomografia abdominal “A tomografia computadorizada com injeção de contraste em bolus (CT-dinâmico) tem se mostrado o melhor exame na avaliação da severidade da pancreatite aguda” A tomografia deve ser solicitada: – Na dúvida do diagnóstico – Na ausência de melhora clínica TC dinâmico - anatomia TC dinâmico PA focal na cabeça Pancreatite aguda PA com coleção PROGNÓSTICO Marcadores individuais: – Cálcio sérico < 7 gravidade – Proteina c reativa: valores acima de 100mg/litro podem indicar pa necrotizante.(acima de 210mg% gravidade) Sistemas de escores (marcadores múltiplos) – Ranson (74) – Ranson Modificado (82) – Imrie (78) – Osborne (81) – Blamey (84) – Apache II (85) Escore de Ranson Modificado(1982). NA ADMISSÄO: – idade (anos) > 70 – leucócitos/ml > 18.000 – Glicemia > 220 – LDH (ui/l) > 400 – AST (TGO) > 250 DURANTE AS 1ª 48 HS: – aumento da uréia > 4 – cálcio sérico < 8 – déficit de base > 5 – seqüestro de fluidos (l) > 4 RELAÇÃO DOS ESCORE DE RANSON COM A MORTALIDADE 100% MORTALIDADE Leve/Grave 40% 4% 1% 0 2 3 4 6 8 Nº de RANSON casos leves recuperação em 5 a 7 dias. taxa de mortalidade de 5% a 50%, Dani & Nogueira = 12%. PANCREATITE AGUDA O TRATAMENTO DA PA EM PRICÍPIOS É CONSERVADOR PANCREATITE AGUDA TRATAMENTO: CLÍNICO (CONSERVADOR) CIRÚRGICO ENDOSCÓPICO PANCREATITE AGUDA TRATAMENTO CLÍNICO TRATAMENTO CLÍNICO LEVE – DOR: analgésicos narcóticos (meperidina) evitar morfina secreção pancreática espasmo do esfíncter de Oddi GRAVE TRATAMENTO CLÍNICO GRAVE – – – – – – – CTI Dor Choque Prevenir hemorragia digestiva Jejum/sonda nasogástrica Correção dos distúrbios metabólicos Antibioticoterapia PANCREATITE AGUDA TRATAMENTO: CIRÚRGICO e ENDOSCÓPICO TRATAMENTO CIRÚRGICO ABORDAGEM DA CAUSA MICROCOLELITÍASE COLEDOCOLITÍASE ABORDAGEM DOS EFEITOS COLEDOCOLITÍASE TEM INDICAÇÃO CIRÚRGICA “DEVE SER PRECOCE” 1ª ESCOLHA VIA ENDOSCÓPICA 2ª ESCOLHA VIA ABDOMINAL COLEDOCOLITÍASE Via abdominal (laparoscópica ou aberta) COLECISTECTOMIA COLANGIOGRAFIA RETIRADA DOS CÁLCULOS DRENO DE KER ABORDAGEM DOS EFEITOS O TRATAMENTO CIRÚRGICO É CONDUTA DE EXCESSÃO INDICAÇÕES CIRÚRGICAS NECROSE INFECTADA ABSCESSO PANCREÁTICO PSEUDOCISTO INFECTADO HEMORRAGIAS PERITONITE INDICAÇÕES CIRÚRGICAS RELATIVAS NECROSE NÃO INFECTADA PSEUDOCISTO DE PÂNCREAS ASCITE PANCREÁTICA DIAGNÓSTICO DAS INDICAÇÕES CIRÚRGICAS? NECROSE, ABSCESSO, PSEUDOCISTO – TOMOGRAFIA INFECÇÃO – PUNÇÃO ASPIRATIVA (GRAM) – ESTADO TOXÊMICO GRAVE DIAGNÓSTICO DAS INDICAÇÕES CIRÚRGICAS? HEMORRAGIAS CHOQUE, QUEDA DO HEMATÓCRITO, PUNÇÃO ABDOMINAL, HEMATÊMESE, MELENA, ENTERORRAGIA PERITONITE EXAME ABDOMINAL, PUNÇÃO, RAIO X QUAL O MELHOR MOMENTO? MAIS TARDIO MAIOR A EFETIVIDADE DA CIRURGIA E MENOR RISCO NECROSE, PSEUDO CISTO, NECROSE INFECTADAS, ABSCESSOS. MAIS PRECOCE MENOR A EFETIVIDADE, MAIOR A DISSEMINAÇÃO TOXEMIA PROGRESSIVA, HEMORRAGIA PERITONITES POR PERFURAÇÃO DE VÍSCERAS CIRURGIA PRECOCE ? NECROSE NÃO DEFINIDA DRENAGEM AMPLAS LAPAROSTOMIAS LAPAROTOMIAS PROGRAMADAS CIRURGIA TARDIA NECROSE DEFINIDA NECROSECTOMIAS PANCREATECTOMIAS DRENAGENS AMPLAS Considerações da Enfermagem 1.Característica do paciente: Dor Abdominal; Vômitos; Alterações de Sinais Vitais; Alterações Metabólicas. 2. Tratamento. SNG; SVD ( Débito urinário); NPT; Considerar Síndrome da Abstinência Alcoólica; Hidratação; Balanço Hídrico rigoroso; Prevenção de Infecção; Baixa auto-estima. Humanizar.