Reunião do livro Cap. 100 Pancreatite aguda Mauricio Silva Pancreatite Aguda Definição “ Processo inflamatório que ocorre em uma glândula morfológica e funcionalmente normal antes do episódio e que pode retornar ao estado normal após a resolução do ataque” Irwin & Rippe Diagnóstico • Tríade (necessário 2/3): – Dor abdominal (porção superior, com início agudo, sem “salvas”) – Aumento de enzimas pancreáticas – Imagem radiológica compatível com Pancreatite aguda (USG, TC ou RM) Descartar outros diagnósticos diferenciais abdominais 2-3 vezes o limite superior Perfuração intestinal Colecistite Oclusão da A. mesentérica Dissecção aórtica aguda Íleo Diagnóstico • A amilase tem meiavida relativamente curta (3-6 dias é normalizada) • Outras afecções podem causar hiperamilasemia • Lipase é mais específica que a amilase, principalmente se considerarmos as pancreatites de etiologia alcoólica Diagnóstico USG – Dificuldade em visualizar o pâncreas quando inflamado (interposição das alças com gases) – Utilizado para avaliação de litíase biliar (etiologia) – Em fases tardias, o USG é utilizado para verificação de lesões peripancráticas (pseudocisto, etc) TC • Bastante utilizada na fase inicial, pela facilidade na visualização sem dificuldade técnica • Avaliação de complicações locais (Áreas de necrose, pseudocistos, etc) • Descartar diagnósticos diferenciais intra-abdominais RM • Utilizado principalmente quando existe dificuldade de diferenciação do conteúdo de coleções liquidas (necrose gordurosa ou líquido) Classificação Classificação Etiologia Dça calculosa biliar Abuso de álcool Fármacos Trauma Pós-operatório (CPRE) Transtornos metabólicos Idiopática Dça calculosa biliar Fisiopatologia (1) “Canal comum” (2) “Refluxo duodenal” em ampola incopetente (3) “Obstrução do ducto pancreático” (estase pancreática + ativação através das hidrolases lisossômicas) Investigação: USG Bioquímica hepática (TGO / TGP / BT) Bioquímica canalicular (FA, GGT) Etiologia Dça calculosa biliar Abuso de álcool Fármacos Trauma Pós-operatório (CPRE) Transtornos metabólicos Idiopática Abuso de álcool Geralmente associado a abusos crônicos de álcool (>10-15a) Fisiopatologia sugerida: “Alteração do suco pancreático” Desequilíbrio das concentrações Enzimas proteolíticas + hidrolases lisossômicas Inibidores das enzimas proteolíticas “Lesão direta do álcool” (?) Etiologia Dça calculosa biliar Abuso de álcool Fármacos Trauma Pós-operatório (CPRE) Transtornos metabólicos Idiopática Fármacos Envolvimento definido Diuréticos tiazídicos Furosemida Azatioprina Ác valpróico Estrogênios Tetraciclina Sulfonamidas Pentamidina Fisiopatologia Fase precoce (1-14d) Mecanismos de defesa diminuídos Ativação das enzimas pancreáticas, intrapancreático Inflamação hepática SIRS Produção aumentada Inflamação local SIRS Fase tardia (>14d) Disfunção orgânica a distância Infecções Necrose infectada, abcessos e sepse Prognóstico Scores • Critérios de Ranson • Critérios de Glasgow • APACHE – II • BISAP Critérios isolados • PCR • Procalcitonina • Queda do hematócrito Valores de gravidade Critérios de Ranson > 3 Critérios de Glasgow > 3 APACHE – II > 8 BISAP > 3 Balthazar > 4 Critérios isolados PCR > 150 Procalcitonina > 0,5 Ht > 44% Prognóstico Prognóstico Prognóstico Tratamento Tratamento Tratamento Reposição volêmica Seguindo as diretrizes do “tratamento guiado por metas” Analgesia Os opióides podem aumentar a contração do esfíncter de Oddi Antibioticoterapia Não existe consenso, existe uma tendência em utilizar em PA severa, após 14 dias Nutrição Reduz mortalidade, tempo de internação, infecções sistemicas e intervenções cirúrgicas Nasogastrica ou nasojejunal Outros (Bloq H2 / PBP / SNG / Probióticos) Obrigado!