QUALIDADE no ENSINO
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Colaboração:
www.iqe.org.br
Jogos nas aulas de Matemática: isso não é brincadeira
Cristina Luiza Garbuio
é Supervisora Pedagógica de Matemática do IQE –
Instituto Qualidade no Ensino
Na busca de procedimentos didáticos que favoreçam a
aprendizagem da Matemática, professores procuram criar um
ambiente que desperte, nos estudantes, interesse pela área,
introduzindo recursos variados ao trabalho em sala de aula,
entre eles o uso de jogos e de materiais concretos, aliados
tanto para o desenvolvimento de capacidades
cognitivas como de interação social.
É possível recorrer aos jogos como facilitadores da
aprendizagem em todos os níveis de ensino, entretanto é
fundamental que o educador esteja preparado para identificar
aspectos tanto de caráter pedagógico quanto de logística a
serem considerados no seu uso.
Nesse sentido, é importante ter clareza dos objetivos do jogo,
relacionando-o com o projeto político-pedagógico da escola e
com o plano de ensino elaborado para a turma em
determinado período letivo.
Um jogo desvinculado das expectativas de aprendizagem
será apenas uma distração, uma tentativa de alavancar a
popularidade da aula de Matemática, enfim, em
termos pedagógicos, um desperdício de tempo. Além disso,
o professor deve avaliar se o jogo que pretende apresentar é
adequado ao grupo, tanto em termos de faixa etária quanto de
número de participantes e de contexto escolar. É preciso
observar, também, se o material necessário é acessível, se há
possibilidade de substituição por outro similar, fazendo as
devidas adequações sem perda das características do jogo. As
regras devem ser claras e podem ser discutidas e analisadas
por todos e até modificadas, ampliadas por sugestões dos
próprios alunos.
O professor precisa compreender quais intervenções devem
ser feitas durante e após o período do jogo, de forma a
contribuir para o estabelecimento de relações entre as
regras, o resultado final e os conteúdos matemáticos
envolvidos. Do ponto de vista da aprendizagem matemática,
esse papel do professor deve facilitar reflexões de diversas
ordens: como obter mais ou menos pontos, como fazer
previsões em relação às próximas jogadas dos demais
participantes, quais estratégias são vencedoras, quais eventos
podem ser considerados previsíveis e quais ocorrem por sorte
(ou azar), entre outras.
Quando se opta por uma situação didática que envolve um
jogo, é necessário considerar, também, que a análise a
posteriori, feita pelos alunos, favorece a compreensão
de regularidades, observadas com mais detalhes a cada
partida que se joga. Quanto mais os participantes jogam, mais
reconhecem as estratégias vitoriosas. Não é possível desenvolver
habilidades relacionadas a um jogo se o trabalho for executado às
pressas ou de maneira improvisada.
Após o período do jogo e de sua análise, a proposta de situaçõesproblema, nas quais estratégias utilizadas anteriormente são
aplicadas em outros contextos, contribui para
o desenvolvimento das habilidades e compreensão dos conteúdos
matemáticos envolvidos.
Como qualquer outra atividade de ordem pedagógica, os jogos
exigem preparação, pesquisa, adequações a cada grupo em que
serão desenvolvidos e não devem ser utilizados
apenas com o argumento de que, com eles, as aulas de
Matemática “ficam mais divertidas”.
Afinal, nesse contexto, jogo não é brincadeira.
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