QUALIDADE no ENSINO
Colaboração:
Maria Helena Braga / [email protected]
Maria Sidalina Gouveia / [email protected]
Cristina Luiza Garbuio / [email protected]
José Gayoso / [email protected]
James Zomighani / [email protected]
Horácio Almendra
[email protected] .
www.iqe.org.br
Seu filho tem 800 horas de aula por ano?
Cristina Luiza Garbuio
Supervisora Pedagógica de
Matemática do IQE – Instituto
Qualidade no Ensino
Atingir bons índices de
aprendizagem, meta de
todos os municípios brasileiros, exige investimentos
tanto de ordem pedagógica - como a formação
continuada dos docentes e
gestores e apoio à aprendizagem dos alunos -,
quanto de ordem material
- como a melhoria das condições gerais dos prédios
escolares.
Há, no entanto, diversos
outros aspectos que não
envolvem recursos financeiros e que podem ser
agentes transformadores
da realidade de uma escola.
Para que essas mudanças
ocorram, é necessário que
as famílias participem,
apoiem e acompanhem a
implementação
de
medidas
básicas
que
poderão influir na construção de uma escola de
excelência.
Toda escola, pública ou
particular, deve fornecer
aos responsáveis pelos
alunos que ali estudam
informações relacionadas
ao projeto pedagógico e à
organização do cotidiano
da unidade escolar.
É
necessário,
por
exemplo, exigir o cumprimento do Artigo 24 da Lei
de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), que estabelece um período de atividades letivas na educação
básica de, no mínimo, 200
dias, correspondendo a
800 horas anuais de trabalho escolar.
Importante
destacar
que o artigo não se refere
à hora-aula, mas à hora
como unidade de medida
de tempo, isto é, equivalente a 60 minutos.
Seja qual for a escola de
seu filho, esses números
devem ser alcançados ou
ultrapassados: a escola
não pode oferecer menos
de 800 horas ou 200 dias
letivos se considerarmos
um período de quatro
horas diárias, em média,
de
atividades
escolares.
Recreio, intervalos e atividades exclusivas dos professores, sem a presença
dos alunos, não podem
ser considerados horas
letivas.
O tempo pedagógico,
correspondente ao período
em que os alunos estão em
um ambiente de aprendizagem, pode ser cumprido
na própria sala de aula,
em um laboratório, pátio,
biblioteca ou outro local
fora da escola, desde que
efetivamente os escolares
estejam envolvidos em
atividades significativas
de aprendizagem. Nesse
ambiente, bem gerido,
dois
minutos é o tempo
máximo necessário para
se aferir a presença
dos alunos, a conhecida
“chamada”; se levar dez
minutos, é desperdício,
resultando em perda de
quarenta minutos por
semana; mais de duas
horas, em um mês; mais
de vinte horas, em um ano
letivo.
Nas semanas reservadas
a avaliações, o tempo
pedagógico também pode
sofrer diminuições com
dispensa de alunos antes
do horário regular. Prática não rara em escolas
da educação básica, os
alunos são avaliados por
meio de instrumentos
que, geralmente, exigem
em torno de uma hora de
seu tempo. Liberados no
restante do período, sob o
argumento de que deverão
aproveitar o dia em casa,
para estudos relativos
às provas subsequentes,
deveriam ter esses estudos
orientados por seus professores, dentro da unidade
escolar.
A expectativa das famílias é de que seus filhos
estejam na escola, sob
proteção do Estado, no
período em que estão
matriculados;
dispensá-los antes do término
do horário é uma decisão
que não oferece benefícios
a nenhuma das partes.
Esta prática ocasiona, por
dia, uma perda de 75% do
tempo estabelecido por lei,
em escolas com jornada de
4 horas.
São 3 horas diárias a
menos; em uma semana
de avaliações, 15 horas.
Em quatro bimestres, 60
horas não serão utilizadas
e inúmeras situações de
aprendizagem deixarão de
acontecer.
Acrescentem-se, ainda,
minutos perdidos diariamente com atrasos, saídas
antecipadas e outras tantas
razões que levam embora
mais um pouco do direito
de aprender do estudante.
São frequentes os relatos
de aulas suspensas por
falta de água ou de energia,
vazamento de esgotos,
infiltrações nas salas de
aula, além de ausências
e atrasos causados pelo
transporte escolar inadequado para atender aos
alunos de determinadas
regiões.
Fica, então, a pergunta:
Seu filho tem 800 horas de
aula por ano?
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