Jornal O Dia (Teresina) – 07/09/2011 José Gayoso IQE – Instituto Qualidade no Ensino [email protected] O ciclo pernicioso da desinformação Dentre os temas abordados nesta coluna ao longo dos últimos meses, a ênfase na qualidade do processo de ensino e aprendizagem nos primeiros anos do ensino fundamental tem se constituído em objeto de frequentes abordagens. Pesquisas nos mais variados países (corroboradas por diferentes correntes educacionais) evidenciam que o desempenho escolar nas várias etapas estudantis (desde a pré-escola pré ao ensino superior) sofre grande rande influência da faixa etária de ingresso dos discentes nas escolas. Aliado a este fato, o domínio dos conteúdos (conhecimentos) básicos referentes aos primeiros anos do ensino fundamental (entenda-se (entenda se plena alfabetização e proficiência nas operações matemáticas), temáticas), proporcionará ao estudante não só a capacidade de ler, interpretar, compreender e produzir um texto, como também possuir as ferramentas necessárias ao prosseguimento dos estudos na área de ciências exatas. Se o aluno dessa etapa educacional for for “sacrificado” pelo oferecimento de um ensino de má qualidade, sua vida enquanto estudante estará seriamente ameaçada. Perderá a oportunidade de exercer sua cidadania – como reivindicará direitos regimentados no Código de Defesa do Consumidor (CDC)? Como compreenderá os termos de um contrato? Como desenvolverá sua capacidade de leitura no mundo da informação? Como compreenderá o cálculo dos juros embutidos numa prestação de financiamento? As perguntas acima, dentre muitas outras, permeiam nossas atividades atividade cotidianas enquanto cidadãos, definindo sobremaneira a forma como nos inserimos na sociedade. Afinal, a essência de um regime democrático reside na igualdade de oportunidades para todos, conforme preconiza o artigo 3º da nossa Constituição Federal. O fato to é que a sociedade brasileira possui aproximadamente 30 milhões de analfabetos funcionais, ou seja, cidadãos que não sabem compreender, interpretar e produzir um texto. Para essas pessoas, a cidadania não existe e não pode ser exercida. Enquanto continuarem arem a emergir analfabetos funcionais (na sua grande maioria cursando os primeiros anos do ensino fundamental) das escolas deste país, conviveremos com o ciclo pernicioso da desinformação em nossa sociedade. O Ministério da Educação (MEC), alinhado com as esferas administrativas estaduais e municipais, pode e deve formular políticas educacionais que revertam este quadro. Uma sociedade mais educada (refiro-me (refiro me ao sentido literal da palavra) proporciona aos seus indivíduos maiores possibilidades de se tornarem tornarem inovadores e produtores de conhecimento, alimentando um processo contínuo de geração de riqueza e qualidade de vida. Lutemos por isso.