CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE LINGUAGEN E TECNOLOGIA MESTRADO DE ESTUDOS DE LINGUAGENS Aprendizagem colaborativa on-line Júnia de Carvalho Fidelis Braga Disciplina: Ambientes Sociotécnicos para Ensino/Aprendizagem de Línguas Profa.: Maria Raquel Bambirra Aluna: Geralda A. do Carmo Schyra SOBRE A AUTORA Possui graduação em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1985), mestrado em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004) e doutorado em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007), Pós doutorado em Estudos Linguísticos (UFMG/ 2008). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: ambiente digital, complexidade, colaboração, autonomia e estratégias de aprendizagem, colaboração e comunidade de aprendizagem on-line. (Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes) Disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id =C995255 DEFINIÇÃO Segundo Braga, o termo aprendizagem colaborativa tem sido utilizado para se referir a um tipo de proposta pedagógica de trabalho em conjunto cujo propósito é construir conhecimento por meio de troca de experiência. A aprendizagem colaborativa é um recurso na área de educação que consiste em estabelecer um procedimento onde o aluno, ou usuário, em conjunto com o professor, estabeleçam buscas, compreensão e interpretação da informação de assuntos determinados. CARACTERÍSTICAS O compartilhamento do significado que a atividade tem para todos; estabelecimento consensual sobre as formas de trabalho; acordos sobre a responsabilidade, a disponibilidade, os compromissos grupais e individuais; e um processo permanente de negociação dos significados da prática educativa. CARACTERÍSTICAS ON-LINE • A aprendizagem colaborativa no ambiente virtual coloca o aluno como centro do processo de ensino-aprendizagem. • Na educação a distância, através do ambiente virtual de aprendizagem, esse processo de construção do conhecimento é claramente percebido na medida em que os alunos, mediados pelo professor, elaboram reflexões críticas, divergem opiniões, levam suas experiências pessoais para construção da aprendizagem, interagindo com novas culturas e grupos sociais. C A R A C T E R Í S T I C A S COMUNICAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADORES • As novas ferramentas tecnológicas, especialmente, as que estão voltadas à comunicação mediada por computador propiciam práticas colaborativas em ambientes digitais • o uso da tecnologia deixa de ser um sistema de transmissão cognitivo e se torna um meio de suporte às trocas colaborativas e construção do entendimento AS TEORIAS PEDAGÓGICAS Construtivista Métodos- Por meio de experiências, pesquisas e métodos de solução de problemas Aprendizagem -Ocorre por meio de um processo ativo e reflexivo, que, requer a compreensão do todo e das partes e, estas, por sua vez, deverão ser entendidas no contexto do todo. Dessa maneira, a aprendizagem deve centrar-se em contextos, não em fatos isolados. T E O R I A S • Papel do professor- O professor passa a ser o mediador, deixa de ser aquele que detém os conhecimentos . A função do professor deve ser a de criar situações favorecedoras de aprendizagem • Papel do aluno- ativo • Contribuições para cursos virtuais- Permite o desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem auto instrucionais, com a utilização de materiais e atividades bem definidas. T E O R I A S SÓCIO-CULTURALVYGOTSKY • Método- Por meio da interação social do indivíduo e seu desenvolvimento cognitivo. • Aprendizagem - Dá-se nas interações dos sujeitos com os meios e com os indivíduos, por meio da interação social e intercâmbio de significado dentro da zona desenvolvimento proximal (ZDP) • Papel do Professor – Mediador \Parceiro • Papel do aluno - ativo • Contribuições para cursos virtual- Em cursos virtuais permite o desenvolvimento de processos de ensinoaprendizagem com a utilização de diversas ferramentas de interação e de atividades que possibilitem a construção do conhecimento colaborativo T E O R I A S TEORIA DA ATIVIDADELEONTIEV • Teoria ligada a concepção sociointeracionista • Método -Na teoria da atividade a ação está condicionada ao modo como uma atividade é realizada e como ela se desenvolve e evolui, de maneira permanente. • Aprendizagem -A teoria da atividade tem suas implicações no modelo de educação para o trabalho, na medida em que as escolas formam seus técnicos em suas habilitações específicas e coloca-os à disposição do mercado de trabalho. • É no trabalho que ela se manifesta. Na atividade profissional. No motivo, voltado para o resultado. Cabe a cada qual, buscar seu diferencial competitivo e abocanhar as oportunidades oferecidas, ciente de que necessita estar sempre atualizado. T E O R I A S APRENDIZAGEM COOPERATIVA APRENDIZAGEM COLABORATIVA Aprendizagem cooperativa Segundo Dillenbourg e Schneider na aprendizagem cooperativa as tarefas são divididas em sub-tarefas, desempenhadas individualmente e depois reunidas em produto final (p.71) Aprendizagem colaborativa As tarefas são desempenhadas por meio de interação e os parceiros constroem uma solução comum para a tarefa (p.71) APRENDIZAGEM TRANSFORMADORA Os participantes visam buscar novas perspectivas, desafiar as visões existentes, provocar questionamentos, assumir a responsabilidade pela própria aprendizagem. Os aprendizes identificam problemas e limitações comuns, definem objetivos coletivos e discutem possíveis ações para solução dos problemas. DIVERSIDADE E REDUNDÂNCIA NAS PRÁTICAS COLABORATIVAS ON-LINE • Diversidade segundo; Holland(1997);Davis e Sumara(2006) ;Wenger(1998) define o contorno e o alcance de suas possíveis respostas, existindo importantes e variadas diversidades em grupos sociais e que a diversidade interna dinamiza o sistema e dinamiza • A redundância é vital para um sistema social por possibilitar a interação entre os agentes de um sistema e possibilitar que uns agentes compensem os outros • Para Paiva (inédito) o processo de aquisição de línguas é complexo, dinâmico e não linear e apresenta características diversificadas e redundantes como um sistema complexo adaptativo. OS ARTEFATOS CULTURAIS E AS TROCAS COLABORATIVAS EM AMBIENTES VIRTUAIS • A mediação não precisa necessariamente ser feita por um professor presente. Esse mediador pode ser um objeto como um livro didático, materiais audiovisuais, por objetos do ambiente . • Para Pallof e Pratt(1999) no ambiente virtual existem varias formas de colaboração; a coloboração de inter-grupo, a escrita colaborativa, etc.. • Harasim (2002) acredita que as práticas colaborativas no ambiente virtual tem papel importante no desenvolvimento intelectual e social do aluno com estágios de aprendizagem e trabalho de conhecimento colaborativo. ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM E TRABALHO DE CONHECIMENTO COLABORATIVO • Geração de ideias : inclui o pensamento divergente, brainstorning, verbalização, compartilhamento de ideias e posicionamento • Conexão de ideias : demonstra evidencia de mudança conceitual, progresso intelectual e o início de convergência com ideias novas e diferentes passam a ser clarificadas e identificadas em diferentes posicionamentos tais como concordar, discordar, questionar e elaborar. • Convergência intelectual: a estruturação da ideia, por meio da convergência gradativa, atinge níveis de síntese intelectual, entendimento, consenso, e co-produção; COMUNIDADE DE BUSCA DO CONHECIMENTO • Segundo a autora conforme contribuições de Garrison, Anderson e Archer (2000) para que uma experiência educacional seja bem sucedida ela deve contar com as presenças: Cognitiva Social Instrucional capacidade de se construir significado por meio de comunicação sustentada. respostas efetivas- expressões pessoais de emoção, crenças e valores respostas interativas - comportamento comunicativos-perguntas, uso de mecanismos de réplica de software respostas coesivas- - comportamento comunicativos- cumprimentos grupais – ex. cumprimentos e saudações Os alunos e professores são participantes chave do processo educacional COMUNIDADE DE BUSCA DO CONHECIMENTO “Garrison (2006) argumenta que a essência de uma experiência educacional significativa envolve dois processos integrados: a reflexão e o discurso. Na experiência de aprendizagem on-line a vantagem é dada à reflexão devido ao dinamismo e ao fluxo do ambiente face-a-face. O ambiente presencial requer espontaneidade verbal e segurança para que se possa expressar em um contexto de grupo. Já o ambiente on-line reflete um padrão interacional “centrado no grupo” versus um padrão “centrado na autoridade”, comum em ambientes presenciais, oferecendo oportunidades de se construir comentários a partir das reflexões do outro comparado à troca de turnos de ambiente face-a-face.” (p.78) No entendimento de Garrison, Anderson e Archer (2000, 2001) envolve: FASE DE ACIONAMENTO DO EVENTO Quando há reconhecimento do problema ou um sentimento de perplexidade ou estranhamento DESCRITOR INDICADORES PROCESSOS SÓCIOCOGNITIVO EVOCATIVO Reconhecer o problema Apresentar informações de background que culminam em uma questão Sensação de perplexidade Fazer perguntas Mensagens que levam a discussão a outras direções EXPLORAÇÃO :os aprendizes se movimentam da reflexão privada para a exploração, social por meio de troca de informações Descritor Hesitante Indicadores Processos Sócio cognitivo Divergência – dentro da comunidade online Contradição não substanciada de ideias anteriores Divergência- dentro de uma mesma mensagem Muitas ideias/ temas diferentes apresentados em uma mensagem Intercâmbio de informações Narrativas /descrições/fatos pessoais (não usados como prova para apoiar uma conclusão) Sugestões para consideração Brainstorming Saltos para conclusões Acrescenta aos pontos estabelecidos mas não sistematicamente defende/justifica Oferece opiniões não fundamentadas INTEGRAÇÃO: os aprendizes constroem significados ou soluções a partir de ideias exploradas na fase anterior DESCRITOR INDICADORES PROCESSOS SÓCIOCOGNITIVOS Temporária Convergência – entre membros do grupo Referência a mensagem anterior seguida de concordância substanciada. Ex: “Concordo porque...” Convergência – dentro de uma mesma mensagem Hipóteses justificadas, desenvolvidas, defensáveis, ainda que hesitantes Conectando ideias, síntese Integrando informações de várias fontes – livro texto, artigos, experiência pessoal Criando soluções Caracterização explicita da mensagem como uma solução por participante RESOLUÇÃO: o aprendiz testa suas hipóteses, confirmando dessa forma o entendimento DESCRITOR INDICADORES PROCESSOS SÓCIOCOGNITIVO Comprometido Aplicação vicária do mundo real Testando soluções Defendendo soluções Nenhum codificado FASES DE ENTENDIMENTO DE DEWEY(1933) • Para Dewey , o pensamento reflexivo passa por fases de entendimento não fixas passando de uma experiência para outra mais profunda. Sentimento de perplexidade inicial Reconhecimento do problema Elaboração de hipóteses Testes ou experimentação AVALIAÇÃO DE PRESENÇA SOCIAL Categoria Indicador Definição Exemplo Afetivo Expressões de emoções Expressões convencionais de emoção ou expressões não convencionais “Simplesmente não aguento quando...!!!! Interativo Referir-se explicitamente às mensagens dos outros. Referências diretas aos conteúdos das mensagens postadas dos outros . “Na sua mensagem, você falou sobre a distinção de Moore entre....” Coesivo Dirigir-se ao grupo Dirigir-se ao grupo como nós, gente, nosso grupo, etc. “Nosso livro-texto referese”, “Acho que estamos nos desviando do assunto” CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo Braga, a aprendizagem colaborativa on-line é conduzida por um fluxo interacional constituído de elementos que agem e reagem entre si em diversas situações contextuais, gerando, dessa forma, oportunidades de construção do conhecimento. Referências • BRAGA, J. C. F. Comunidades autônomas de aprendizagem on-line na perspectiva da complexidade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Gerais. 2007.