PAISAGISMO
*As Espécies Vegetais e o
Paisagismo
*Os materiais e o Paisagismo
*Estilos de Jardins
*Projeto Paisagístico
As Espécies Vegetais e o
Paisagismo
Dentro do processo de implantação
de paisagismo, deve-se considerar
que a distribuição dos elementos
vegetais, sua composição e seleção
de espécies devem ser feitas de
maneira integrada à concepção
global na criação do projeto, no qual
a vegetação exerce papel
estruturador fundamental.
Porém, o que vemos são as massas
vegetais aparecendo no projeto como
elementos secundários, jogados em
áreas que são as sombras dos locais
ocupados pelas atividades,
construções, equipamentos e
circulações.
Esta vegetação só aparecerá de
forma expressiva na paisagem
quando houver maior respeito e
consciência da importância do seu
papel na cidade.
A condição básica para que a
vegetação cumpra seu papel
organizador de espaços em qualquer
escala é que existam áreas livres
adequadas para o seu plantio e
desenvolvimento (áreas livres do
tecido urbano).
Embora a vegetação necessite dos
espaços livres para a sua existência,
nem todos esses espaços urbanos
precisam ser vegetados.
A história nos mostra exemplos de
áreas livres espetaculares,
magnificamente bem resolvidas, que
não se utilizam da vegetação para
definir seus espaços.
Porém, os elementos vegetais numa
área densamente ocupada, tem sua
importância comprovada amenizando
situações extremas, provocadas pelo
excesso de áreas construídas
desordenadamente, pelo decorrente
desconforto térmico, pela
impermeabilização do solo e pela
grande quantidade de poeira e
poluentes no ar.
Quando analisamos a vegetação de
porte dos maciços vegetais,
encontramos três tipos principais de
estratos que organizam espaços
diferenciados:
Estrato Arbóreo: O observador
passa por baixo da vegetação
Estrato Arbustivo: A vegetação
dificulta ou impede a passagem do
observador
Estrato de Forração: O observador
passa sobre a vegetação
Os Materiais do Paisagismo
Dificilmente a vegetação aparece
sozinha nos espaços livres urbanos.
Em geral, ela se apresenta em
conjunto com outros elementos
naturais (solos, rochas, água) e
processados (edificações, muros,
muretas, pavimentos, referenciais) na
organização da paisagem. Para que o
resultado seja harmônico, o projeto
deve considerar todos os elementos
organizadores da paisagem.
Ao se especificar a utilização de, por
exemplo, um piso, deve-se avaliar:
sua durabilidade,
resistência às intempéries,
condutibilidade térmica,
tráfego, deve ser antiderrapante,
adaptabilidade de sua cor e textura
ao local onde se pretende coloca-lo,
etc.
Ao escolher um material de
acabamento, deve sempre, entre
outras questões, questionar:
Ele é adequado às condições
ambientais do local onde pretende
inseri-lo? Qual será sua utilização?
Para essa utilização, quais as
restrições impostas por sua
característica física? Quais as
características técnicas básicas de
execução? Compõe-se dentro dos
resultados estéticos pretendidos?
Além do conhecimento biológico da
vegetação a ser utilizada, o
paisagista deverá ter pleno
conhecimento do mobiliário e dos
elementos construtivos e materiais
de acabamento e de iluminação
disponíveis no mercado. A oferta
desses elementos é infinita. Cada um
desses materiais também possui
condições específicas de uso.
Alguns Materiais
Pedras: Podem ser encontradas na forma
bruta e trabalhada. Ex:granitos, mármores,
arenitos, etc.
Esse grupo de materiais pode ser
destinado a pisos, escadas, borda de
piscinas, muros, bancos, mesas, etc.
Cada um dos elementos citados exige um
tipo específico de uso; assim, cada tipo de
pedra deve ter características compatíveis
ao uso proposto.
Cerâmicas: Assim como o grupo das
pedras, as cerâmicas também
possuem diversos tipos de aplicação,
inclusive em revestimentos de
piscinas, paredes, pisos,...
Madeiras: O emprego da madeira
também atende a diversos tipos de
elementos, como mobiliário,
pergolado, cercas, escadas, decks,
etc. Também existem critérios para
sua utilização, como sua resistência
mecânica às intempéries e a ação de
microorganismos.
Água: São várias as
opções de aproveitamento,
como cascatas, fontes,
espelhos d’água, lagos,
entre outras. Deve ser
cuidadosamente utilizada,
pois pode gerar a
proliferação de
microorganismos e mau
cheiro. O uso da água
deve estar vinculado ao
uso de tecnologia
adequada de tratamento e
conservação.
Mobiliário: Este grupo atende a uma
gama variada de funções. Nele
encontramos mobiliário, brinquedos,
esculturas, luminárias, postes
de iluminação, postes de sinal
Iluminação de
jardins
Materiais utilizados no
Paisagismo
Estilos de Jardins
O Projeto
Paisagístico
Estilos de jardins
Reconhecer os estilos diferentes é
fundamental para evitar que se
cometa erros ao implantar o seu
jardim. Deve existir sempre se não
um estilo rígido, pelo menos a
predominância de alguma tendência,
seja ela moderna, pós-moderna ou
clássica.
Um coqueiro, que evoca os trópicos,
não tem afinidade com ciprestes e
outras coníferas, típicos de regiões
temperadas.
Daí a importância de se ter alguma
noção dos estilos de jardins. Não
para limitar a criatividade ou interferir
no nosso gosto pessoal. A idéia é
evitar que venhamos a cometer erro
que, mais tarde, irão – visualmente –
nos incomodar.
Existem pelo menos 5 estilos básicos
de jardins, cada um deles com certas
características bem peculiares. Se o
terreno for muito grande, nada
impede que se adote mais de um
estilo em locais diferentes.
O jardim clássico- ou formal
É caracterizado sobretudo pelas linhas
geométricas e simetria do traçado. Círculos,
retângulos, triângulos e semicírculos,
combinam-se para compor uma paisagem
desenhada com régua e compasso.
Neles não podem faltar sebes baixas e
rigorosamente aparadas, que emolduram
canteiros onde as flores exercem um papel
apenas secundário. Figuras de topiária
(esculturas vegetais), estátuas, escadarias e
fontes de desenho clássico, fazem o
complemento ideal.
O jardim seco, desértico ou
rochoso
Tenta reproduzir uma paisagem árida.
Alguma coisa como um pequeno oásis ou
um pé de serra em região de cerrado.
Pedras e areia fazem o pano de fundo
para cáctus, agaves, yucas e suculentas.
Uma ou outra palmeira de regiões áridas,
como a carnaúba e o urucuri, arvoretas de
tronco retorcido, arbustos esgalhados, tipo
a caliandra, talvez uma ou duas cicas e
pronto. (Naturalmente, num jardim assim
não faz o menor sentido ter um verdejante
gramado)
O jardim oriental ou japonês
É cheio de simbolismo, e teve sua origem
nos templos xintoístas. Uma das mais
populares religiões do Japão, tem como
um dos seus principais fundamentos o
culto à Natureza.
Alguns elementos têm a presença quase
obrigatória num jardim japonês. Pedras de
rio, a sugerir que a própria natureza as
colocou ali, e em número ímpar– os
números da felicidade. Água, em riachos,
laguinhos ou cascatas, para induzir o
homem a enxergar a si mesmo.
Lamparinas de pedra, representam o
espírito bom e iluminado, que afasta o mal.
E umas poucas plantas, mas de grande
beleza e ocupando lugar de destaque.
Não pode faltar, algum tipo de
bambu, servindo como pano de
fundo para azaléias, camélias,
íris, glicínias, tuias, nandinas e,
eventualmente, uma cerejeirado-japão. Esta última, para nos
lembrar que muitas das
promessas que fazemos a nós
mesmos são como essas
árvores: belíssimas, mas não
dão frutos. No mais, suaves
ondulações no terreno e, para
integrar o conjunto, gramajaponesa (Zoysia) ou areia bem
grossa e branquinha.
O jardim tropical
Tenta recriar um pedacinho de uma
paradisíaca ilha tropical, com muito verde
e muitas flores. Árvores como o flamboyant
e o jasmim-manga, arbustos como o
hibisco, a primavera e a gardênia,
palmeiras diversas, folhagens tipo
filodendros, monsteras e samambaias,
bananeiras ornamentais, lírios-do-brejo,
biris, bromélias, dracenas..., tudo que
evoca a exuberância da flora tropical. Num
jardim neste estilo, um gramado é quase
essencial, até para promover a integração
entre os diversos “verdes”. Uma área
sombreada, e talvez uma cascatinha ou
um filete d’água, dão o toque final.
O jardim contemporâneo
É o mais usado hoje em dia. É um
estilo livre e que tem algumas raízes
no chamado jardim inglês.
Nele, o que se busca é uma
paisagem algo campestre, alegre e
florida, e um certa integração entre o
jardim e a casa.
Projetos de Paisagismo
O projeto de paisagismo deve conter:
Representação da área edificada
(implantação)
Representação da vegetação de acordo
com a simbologia normalizada
Representação de equipamentos e
acessos específicos e com detalhamento
Tabela com a relação de vegetação
especificada (nome popular e nome
científico), associada a um número de
identificação e a quantificação
Identificação de escala
Cotas
Tabela de plantio / Memorial
Representação gráfica
Adota-se como simbologia para cada
vegetação uma representação que possa
conter os elementos gráficos – cotas e
outros – necessários ao entendimento
técnico do projeto, que também demonstre
com clareza a escala de cada vegetação e
a sua relação com o lote, os espaços
externos e as edificações.
De modo que mesmo para um leigo, o
projeto seja de fácil entendimento. Para
plantio isolado de árvores ou arbustos
deve ser indicado através da simbologia
em escala, a copa com diâmetro da planta
no seu pleno desenvolvimento.
A locação da vegetação, em planta, deve
estar amarrada com cotas por um eixo
cartesiano.
O ZONEAMENTO
O zoneamento é a fase onde se
experimentam as diversas possibilidades
de locação dos elementos do programa
(inclusive a vegetação) sobre o plano do
terreno existente.
Essa localização considerará todos os
elementos analisados e diagnosticados na
fase anterior, incluindo as relações de
acessibilidade, harmonia e funcionalidade
entre os espaços propostos, o usuário
(observador) e a paisagem circundante.
O zoneamento, às vezes é
confundido com as distribuições das
funções no terreno.
Sem dúvida, as funções existem e
precisam ser especificadas, porém é
necessário que o zoneamento já
considere o caráter desses espaços.
Não se refere apenas àquela
compatibilidade espacial necessária
para o pleno desenvolvimento das
funções: a piscina estar em local
ensolarado, locais de sombras nas
áreas de estar, locais relativamente
amplos para a prática de jogos, etc.
Mas deve-se enfatizar que entre o
local da atividade e o usuário deve
existir uma relação de escala que
proporcione bem estar e sugira a
sensação adequada para seu uso
específico: aconchego na área da
piscina, intimidade na área de estar,
proteção nas áreas de recreação
infantil, etc.
Além do zoneamento de funções, devemos
nos preocupar com o zoneamento dos
espaços. Assim o dimensionamento das
áreas zoneadas deve prever as extensões
necessárias para a locação dos volumes
vegetais que delimitarão o espaço
pretendido.
O zoneamento dos espaços não deve se
prender ao zoneamento das funções,
mesmo porque nem toda a superfície do
terreno precisa ser fisicamente utilizada.
Algumas áreas poderão servir como
elemento de referência visual e
paisagística.
Outras podem ser reservadas como
elemento de transição entre espaços
utilitários. Serão espaços de acessos,
fechados ou abertos, que podem enfatizar
a sensação obtida na seqüência do
deslocamento do transeunte de um lugar
para outro, criando surpresas e
aumentando a dramaticidade e a
intensidade da percepção da paisagem.
Existem ainda aquelas áreas que poderão
se prestar para receber a vegetação
destinada a organizar o cenário do
observador que estiver à distância.
Passos p/ elaboração do projeto
Levantamentos de dados para
elaboração de projeto
Levantamento Plani-altimétrico
As necessidades e os desejos
A solução dos problemas:
que materiais usar, que formato e arranjos é
preciso dar a eles;
que áreas devem ser cercadas; qual o tipo
de teto;
como embelezar o jardim – com plantas
coloridas, texturadas e com belos
formatos;
como fazer o trabalho de drenagem e
irrigação; a pavimentação; o teto; a
iluminação; etc.
Anteprojeto
Com os dados anteriores, é possível
elaborar um anteprojeto.
O anteprojeto consiste na
apresentação conceitual e física do
problema, com a definição e
distribuição das funções e das áreas
de intervenção com seus elementos
principais, naturais, edificados em
escala adequada, na forma de
desenhos em planta, cortes
esquemáticos e perspectivas.
O anteprojeto vai definir a
distribuição espacial e os diversos
tipos de lazer: contemplativo,
recreativo, esportivo, cultural e
aquisitivo, preocupando-se com os
elementos naturais, construções,
materiais de execução, hidráulica
(irrigação, fontes,..) e elétrica (
iluminação, tomadas, interruptores,..).