PROJETO DE ARQUITETURA I PROF.: MÔNICA PERNAMBUCO COSTA TURMA: 6ARQN AS ESPÉCIES VEGETAIS E O PAISAGISMO Dentro do processo de implantação de paisagismo, deve-se considerar que a distribuição dos elementos vegetais, sua composição e seleção de espécies devem ser feitas de maneira integrada à concepção global na criação do projeto, no qual a vegetação exerce papel estruturador fundamental. Porém, o que vemos são as massas vegetais aparecendo no projeto como elementos secundários, jogados em áreas que são as sombras dos locais ocupados pelas atividades, construções, equipamentos e circulações. Esta vegetação só aparecerá de forma expressiva na paisagem quando houver maior respeito e consciência da importância do seu papel na cidade. A condição básica para que a vegetação cumpra seu papel organizador de espaços em qualquer escala é que existam áreas livres adequadas para o seu plantio e desenvolvimento (áreas livres do tecido urbano). Embora a vegetação necessite dos espaços livres para a sua existência, nem todos esses espaços urbanos precisam ser vegetados. A história nos mostra exemplos de áreas livres espetaculares, magnificamente bem resolvidas, que não se utilizam da vegetação para definir seus espaços. Porém, os elementos vegetais numa área densamente ocupada, tem sua importância comprovada amenizando situações extremas, provocadas pelo excesso de áreas construídas desordenadamente, pelo decorrente desconforto térmico, pela impermeabilização do solo e pela grande quantidade de poeira e poluentes no ar. Quando analisamos a vegetação de porte dos maciços vegetais, encontramos três tipos principais de estratos que organizam espaços diferenciados: Estrato Arbóreo: O observador passa por baixo da vegetação Estrato Arbustivo: A vegetação dificulta ou impede a passagem do observador Estrato de Forração: O observador passa sobre a vegetação OS MATERIAIS DO PAISAGISMO Dificilmente a vegetação aparece sozinha nos espaços livres urbanos. Em geral, ela se apresenta em conjunto com outros elementos naturais (solos, rochas, água) e processados (edificações, muros, muretas, pavimentos, referenciais) na organização da paisagem. Para que o resultado seja harmônico, o projeto deve considerar todos os elementos organizadores da paisagem. Ao se especificar a utilização de, por exemplo, um piso, deve-se avaliar: sua durabilidade, resistência às intempéries, condutibilidade térmica, tráfego, deve ser antiderrapante, adaptabilidade de sua cor e textura ao local onde se pretende coloca-lo, etc. Ao escolher um material de acabamento, deve sempre, entre outras questões, questionar: Ele é adequado às condições ambientais do local onde pretende inseri-lo? Qual será sua utilização? Para essa utilização, quais as restrições impostas por sua característica física? Quais as características técnicas básicas de execução? Compõe-se dentro dos resultados estéticos pretendidos? Além do conhecimento biológico da vegetação a ser utilizada, o paisagista deverá ter pleno conhecimento do mobiliário e dos elementos construtivos e materiais de acabamento e de iluminação disponíveis no mercado. A oferta desses elementos é infinita. Cada um desses materiais também possui condições específicas de uso. ALGUNS MATERIAIS Pedras: Podem ser encontradas na forma bruta e trabalhada. Ex:granitos, mármores, arenitos, etc. Esse grupo de materiais pode ser destinado a pisos, escadas, borda de piscinas, muros, bancos, mesas, etc. Cada um dos elementos citados exige um tipo específico de uso; assim, cada tipo de pedra deve ter características compatíveis ao uso proposto. Cerâmicas: Assim como o grupo das pedras, as cerâmicas também possuem diversos tipos de aplicação, inclusive em revestimentos de piscinas, paredes, pisos,... Madeiras: O emprego da madeira também atende a diversos tipos de elementos, como mobiliário, pergolado, cercas, escadas, decks, etc. Também existem critérios para sua utilização, como sua resistência mecânica às intempéries e a ação de microorganismos. Água: São várias as opções de aproveitamento, como cascatas, fontes, espelhos d’água, lagos, entre outras. Deve ser cuidadosamente utilizada, pois pode gerar a proliferação de microorganismos e mau cheiro. O uso da água deve estar vinculado ao uso de tecnologia adequada de tratamento e conservação. Mobiliário: Este grupo atende a uma gama variada de funções. Nele encontramos mobiliário, brinquedos, esculturas, luminárias, postes de iluminação, postes de sinal ILUMINAÇÃO DE JARDINS MATERIAIS UTILIZADOS PAISAGISMO Estilos de Jardins O Projeto Paisagístico NO ESTILOS DE JARDINS Reconhecer os estilos diferentes é fundamental para evitar que se cometa erros ao implantar o seu jardim. Deve existir sempre se não um estilo rígido, pelo menos a predominância de alguma tendência, seja ela moderna, pós-moderna ou clássica. Um coqueiro, que evoca os trópicos, não tem afinidade com ciprestes e outras coníferas, típicos de regiões temperadas. Daí a importância de se ter alguma noção dos estilos de jardins. Não para limitar a criatividade ou interferir no nosso gosto pessoal. A idéia é evitar que venhamos a cometer erro que, mais tarde, irão – visualmente – nos incomodar. Existem pelo menos 5 estilos básicos de jardins, cada um deles com certas características bem peculiares. Se o terreno for muito grande, nada impede que se adote mais de um estilo em locais diferentes. O JARDIM CLÁSSICO- OU FORMAL É caracterizado sobretudo pelas linhas geométricas e simetria do traçado. Círculos, retângulos, triângulos e semicírculos, combinam-se para compor uma paisagem desenhada com régua e compasso. Neles não podem faltar arbustos baixas e rigorosamente aparadas, que emolduram canteiros onde as flores exercem um papel apenas secundário. Figuras de topiária (esculturas vegetais), estátuas, escadarias e fontes de desenho clássico, fazem o complemento ideal. O JARDIM SECO, DESÉRTICO OU ROCHOSO Tenta reproduzir uma paisagem árida. Alguma coisa como um pequeno oásis ou um pé de serra em região de cerrado. Pedras e areia fazem o pano de fundo para cáctus, agaves, yucas e suculentas. Uma ou outra palmeira de regiões áridas, como a carnaúba e o urucuri, arvoretas de tronco retorcido, arbustos esgalhados, tipo a caliandra, talvez uma ou duas cicas e pronto. (Naturalmente, num jardim assim não faz o menor sentido ter um verdejante gramado) O JARDIM ORIENTAL OU JAPONÊS É cheio de simbolismo, e teve sua origem nos templos xintoístas. Uma das mais populares religiões do Japão, tem como um dos seus principais fundamentos o culto à Natureza. Alguns elementos têm a presença quase obrigatória num jardim japonês. Pedras de rio, a sugerir que a própria natureza as colocou ali, e em número ímpar– os números da felicidade. Água, em riachos, laguinhos ou cascatas, para induzir o homem a enxergar a si mesmo. Lamparinas de pedra, representam o espírito bom e iluminado, que afasta o mal. E umas poucas plantas, mas de grande beleza e ocupando lugar de destaque. Não pode faltar, algum tipo de bambu, servindo como pano de fundo para azaléias, camélias, íris, glicínias, tuias, nandinas e, eventualmente, uma cerejeirado-japão. Esta última, para nos lembrar que muitas das promessas que fazemos a nós mesmos são como essas árvores: belíssimas, mas não dão frutos. No mais, suaves ondulações no terreno e, para integrar o conjunto, gramajaponesa (Zoysia) ou areia bem grossa e branquinha. O JARDIM TROPICAL Tenta recriar um pedacinho de uma paradisíaca ilha tropical, com muito verde e muitas flores. Árvores como o flamboyant e o jasmim-manga, arbustos como o hibisco, a primavera e a gardênia, palmeiras diversas, folhagens tipo filodendros, monsteras e samambaias, bananeiras ornamentais, lírios-do-brejo, biris, bromélias, dracenas..., tudo que evoca a exuberância da flora tropical. Num jardim neste estilo, um gramado é quase essencial, até para promover a integração entre os diversos “verdes”. Uma área sombreada, e talvez uma cascatinha ou um filete d’água, dão o toque final. O JARDIM CONTEMPORÂNEO É o mais usado hoje em dia. É um estilo livre e que tem algumas raízes no chamado jardim inglês. Nele, o que se busca é uma paisagem algo campestre, alegre e florida, e um certa integração entre o jardim e a casa. PROJETOS DE PAISAGISMO O PROJETO DE PAISAGISMO DEVE CONTER: Representação da área edificada (implantação) Representação da vegetação de acordo com a simbologia normalizada Representação de equipamentos e acessos específicos e com detalhamento Tabela com a relação de vegetação especificada (nome popular e nome científico), associada a um número de identificação e a quantificação Identificação de escala Cotas Tabela de plantio / Memorial REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Adota-se como simbologia para cada vegetação uma representação que possa conter os elementos gráficos – cotas e outros – necessários ao entendimento técnico do projeto, que também demonstre com clareza a escala de cada vegetação e a sua relação com o lote, os espaços externos e as edificações. De modo que mesmo para um leigo, o projeto seja de fácil entendimento. Para plantio isolado de árvores ou arbustos deve ser indicado através da simbologia em escala, a copa com diâmetro da planta no seu pleno desenvolvimento. A locação da vegetação, em planta, deve estar amarrada com cotas por um eixo cartesiano. O ZONEAMENTO O zoneamento é a fase onde se experimentam as diversas possibilidades de locação dos elementos do programa (inclusive a vegetação) sobre o plano do terreno existente. Essa localização considerará todos os elementos analisados e diagnosticados na fase anterior, incluindo as relações de acessibilidade, harmonia e funcionalidade entre os espaços propostos, o usuário (observador) e a paisagem circundante. O zoneamento, às vezes é confundido com as distribuições das funções no terreno. Sem dúvida, as funções existem e precisam ser especificadas, porém é necessário que o zoneamento já considere o caráter desses espaços. Não se refere apenas àquela compatibilidade espacial necessária para o pleno desenvolvimento das funções: a piscina estar em local ensolarado, locais de sombras nas áreas de estar, locais relativamente amplos para a prática de jogos, etc. Mas deve-se enfatizar que entre o local da atividade e o usuário deve existir uma relação de escala que proporcione bem estar e sugira a sensação adequada para seu uso específico: aconchego na área da piscina, intimidade na área de estar, proteção nas áreas de recreação infantil, etc. Além do zoneamento de funções, devemos nos preocupar com o zoneamento dos espaços. Assim o dimensionamento das áreas zoneadas deve prever as extensões necessárias para a locação dos volumes vegetais que delimitarão o espaço pretendido. O zoneamento dos espaços não deve se prender ao zoneamento das funções, mesmo porque nem toda a superfície do terreno precisa ser fisicamente utilizada. Algumas áreas poderão servir como elemento de referência visual e paisagística. Outras podem ser reservadas como elemento de transição entre espaços utilitários. Serão espaços de acessos, fechados ou abertos, que podem enfatizar a sensação obtida na seqüência do deslocamento do transeunte de um lugar para outro, criando surpresas e aumentando a dramaticidade e a intensidade da percepção da paisagem. Existem ainda aquelas áreas que poderão se prestar para receber a vegetação destinada a organizar o cenário do observador que estiver à distância. PASSOS P/ ELABORAÇÃO DO PROJETO LEVANTAMENTOS DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO Levantamento Plani-altimétrico As necessidades e os desejos A solução dos problemas: 1. que materiais usar, que formato e arranjos é preciso dar a eles; 2. que áreas devem ser cercadas; 3. qual o tipo de teto; 4. como embelezar o jardim – com plantas coloridas, 5. texturadas e com belos formatos; 6. como fazer o trabalho de drenagem e irrigação; a pavimentação; o teto; a iluminação; etc. ANTEPROJETO Com os dados anteriores, é possível elaborar um anteprojeto. O anteprojeto consiste na apresentação conceitual e física do problema, com a definição e distribuição das funções e das áreas de intervenção com seus elementos principais, naturais, edificados em escala adequada, na forma de desenhos em planta, cortes esquemáticos e perspectivas. O anteprojeto vai definir a distribuição espacial e os diversos tipos de lazer: contemplativo, recreativo, esportivo, cultural e aquisitivo, preocupando-se com os elementos naturais, construções, materiais de execução, hidráulica (irrigação, fontes,..) e elétrica ( iluminação, tomadas, interruptores,..).