Monte Córdova – Castro Padrão Santo Tirso EB 2/3 Nicolau Nasoni Porto 7ºAno e 11ºAno – 24 alunos Susana Aires e Marina Oliveira – Ciências Naturais / Nelson Oliveira (Educação Visual e Área de Projecto)/Célia Rodrigues ( História) / Raul Alves e Fernando Mota (Educação Física) Antes da Saída De Campo: •Dificuldade em encontrar um bosque de Quercus devido à forte abundância de eucaliptos e pinheiros, à existência de construções de casas e estradas e locais de extracção mineira (pedreiras) •Na pesquisa na internet de informações sobre o local escolhido, a descoberta de um local cheio de múltiplos interesses sob o ponto de vista histórico, (idade do bronze, do ferro, romanos, medieval), literário (Bruxas de Monte CordovaCamilo Castelo Branco), etnográfico (Lendas ligadas à construção da capela S.Lourenço e ao Santo Padroeiro da zona-S.Rosendo), industrial (Serração hidraúlica alimentada pelas àguas do Rio Leça), turístico (Quedas de Fervenza no Rio Leça, Parque da Nossa Senhora dos Valinhas), religioso (Capela de S.Lourenço, Capela Nossa Senhora dos Valinhos e Santuário de Nossa Senhora da Assunção) •Reconhecimento do local com a agradável surpresa de encontrar aspectos e características de montanha num local tão próximo do litoral. •Descoberta de um rio com águas límpidas e despoluídas, rico em vida animal e vegetal numa zona próxima da nascente em contraste com a zona urbana perto do Porto,onde o rio manifesta a intervenção negativa do Homem (poluído, sujo, escuro, mal cheiroso, onde os seres vivos dificilmente conseguem sobreviver) •Preparação do material para a visita (adaptação da ficha do aluno) Durante a Saída De Campo: •Registos escritos e fotográficos das espécies de fauna e flora existentes no local •Recolha de amostras (rochas, solo, musgos, líquenes, folhas,…) •À medida que fomos descendo do cume até ao sopé constatamos uma alteração da paisagem: no cume um predominio de azinheiras e vegetação herbácea, na encosta já há mais variedade de vegetação arbustiva (fetos, tojo) e arbórea (eucaliptos, pinheiros) e no sopé o domínio é dos carvalhos e da vegetação herbácea. A escassez de vegetação no cume e no sopé deve-se claramente à intervenção do Homem que adapta essas zonas à utilização da população que visita a zona do castro no Monte Padrão e que utiliza a zona dos Valinhos para o lazer (piqueniques, festas, romarias) •A escuta da água acompanha o avanço nos trilhos traduzindo a presença de inúmeros cursos de água que cruzam a zona e que o Homem aproveitou ao longo da História com a construção de múltiplos moínhos cujos vestígios ainda hoje se distinguem na paisagem. •Pudemos apanhar o bosque com diferentes aspectos: vimos neve com as azinheiras com folha, enquanto os carvalhos mantinham ainda a bonita folha caduca; vimos os carvalhos sem folha e escassez de vegetação herbácea; presenciamos o brotar das folhas dos carvalho e depois a exuberância da sua folhagem num espaço de 3 dias; vimos os cursos de água cheios, por vezes, inundando terrenos circundantes e saltando com violência nas suas quedas e, por outro, reduzido a metade o seu caudal, escutamos as águas cruzando ou descendo as zonas do nosso bosque passando por baixo de moínhos em ruínas; apercebemo-nos que o monte não é igual em vegetação, sendo que a vertente norte que acompanha uma velha calçada romana é muito mais rica, talvez por estar menos alterada pelo Homem. •Sentimos o impacto do trânsito intenso de camiões que percorrem a estrada marginal à zona de carvalho mas também as potencialidades de lazer que o carvalhal oferece para descanso e convívio. •Descobrimos o germinação das bolotas. •Limpar também é preservar. Depois Saída De Campo: A dificuldade da identificação das espécies da flora e da fauna recolhidas por registo fotográfico e outros. O estudo das características do solo e das rochas. A detecção das diferenças de cobertura vegetal: do monte (azinheiras em solos mais áridos e pouco desenvolvidos) para as encostas( presença de espécies arbóreas não autóctenes- pinheiro e eucalipto), das diferentes vertentes ( a norte mais frondosa por ter mais água), o sopé com solo mais espesso (predomínio de carvalho roble sobre a azinheira), a proximidade da água (surgem espécies aquáticas de água doce), a interferência do homem ( a selecção feita na zona do castro em relação às azinheiras em detrimento de outras árvores invasoras; a exploração feita para circulação automóvel e mercadorias, lazer, conservação de património,utilização e transformação de recursos,...) Reconhecer que o disfrutar da natureza ainda entusiasma miúdos e graúdos hoje em dia tão pouco dados a actividades de ar livre e a caminhadas.Ficamos todos prontos para outras iniciativas deste género. •Para divulgação estamos realizando um PPT mais extenso que englobe toda a informação conseguida para apresentar na escola durante a semana cultural, a elaborar um artigo para o jornal da escola e era nossa intenção enviar para a Câmara de Santo Tirso/ Junta de Freguesia de Monte Córdova uma informação do que fizemos e do produto final conseguido. FLORA DOMINANTE CUME:Quercus rotundifolia;Parmotrema chinense;Homalothericum sericeum Sedum album;Umbilicus rupestris ENCOSTA:Pteridium aquilinum;Ulex europaeus;Cytisus scopariu; Eucalyptus; Pinus pinaster SOPÉ:Quercus robur;Fumaria officinalis;Plantago lanceolata;Taraxacum officinale Trifolium hybridum;Anthriscus sylvestris FAUNA OBSERVADA licranço - Anguis fragilis; lesma preta - Geomalacus maculosus; sardões - Lacerta lepida ;lagartixa - Psammodromus algirus; formiga - Aphenogaster iberica; escaravelho - Cicindela campestris e um “piolho de cobra”- Diplópode PROBLEMAS DETECTADOS Bosque localizado numa zona que tem vindo a receber sucessivas populações humanas desde a Idade do Bronze.A zona é cortada por estradas que servem a circulação de camiões de mercadorias em direcção a cidades industrializadas como Santo Tirso (Têxteis) e Paços de Ferreira (Móveis) e ainda de exploração mineira em pedreiras a céu aberto; foram observados vestígios de fogos que podem estar relacionados com a exploração de madeira.Os alunos detectaram algum lixo apesar da zona ter sido sujeita ao “ Limpar Portugal” e as Juntas de freguesia estarem atentas até mesmo pela zona ter recebido “Provas de veículos motorizados”.