A distribuição geográfica dos vegetais no planeta está intimamente relacionada com as características climáticas de cada lugar Há quem afirme que a vegetação é reflexo do clima. Portanto para analisarmos a distribuição das principais formações vegetais é preciso considerar também os domínios climáticos existentes Dora Amarante Romariz - 4 grandes formações vegetais Florestas Complexas Campestres Litorâneas Aziz Ab’ Saber - 6 domínios morfoclimáticos Amazônico Caatinga Cerrado Mares de Morros Araucárias Pradarias Latifoliadas Árvores com folhas largas que se agrupam densamente (dossel contínuo), com grandes alturas abrigando também sob suas copas, árvores menores arbustos e herbáceas. Distribuem-se amplamente pelo território devido ao clima quente e úmido predominante no Brasil Aciculifoliadas Folhas pontiagudas, adaptadas às baixas temperaturas. Ocorrem especialmente nas áreas mais elevadas da bacia do Paraná, devido ao clima subtropical com verões brandos Também conhecida como Floresta Amazônica ou Hiléia Ocupa 40% do território brasileiro, estendendo-se pela quase totalidade da região norte Característica de clima quente e superúmido Extremamente heterogênea e densa Três estratos básicos: Igapó – terras mais baixas (sempre alagado) Várzea – terras de médias altitudes (inundações periódicas) Terra firme terras mais elevadas(sem inundações) Bastante parecida com a floresta equatorial, heterogênea, intrincada e densa Aparece em diferentes pontos do país, onde apresentam-se temperaturas elevadas e alto teor de umidade No litoral recebe o nome de Mata Atlântica Intensamente devastada – expansão canavieira No interior do sudeste também fora chamado de Mata da Bacia do Paraná Intensamente devastada pelo avanço da cafeicultura em São Paulo e Minas Gerais Restam estreitas faixas, principalmente junto as margens dos rios, as chamadas matas galerias ou ciliares. Típica do clima subtropical, menos quente e úmido que o equatorial e o tropical Árvores com folhas finas e alongadas (forma de agulha) Relativamente homogênea, apresenta pouca variedade Predomina-se a Araucária ou pinheiro do paraná Estendia-se do sul de São Paulo ao norte do Rio Grande do Sul Exploração intensa e não racional – também por ser uma formação aberta Formação de transição Cercada por climas opostos A oeste: equatorial superúmido A leste: semi árido Ocorrência do babaçú junto à áreas mais úmidas e da carnaúba próximas ao semi árido Concentra-se no Meio Norte, composta pelos estados do Maranhão e Piauí Ocorrência de estratos arbóreos, arbustivos e herbáceos Compreende aos domínios do cerrado, da caatinga e do pantanal Também denominado savana brasileira É a segunda maior formação do país Típico de áreas com clima tropical com duas estações bem definidas (verão chuvoso e invernos seco) Domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos com casca grossa (cortiça), geralmente caducifólios (queda das folhas) e com raízes profundas Intensa devastação pelo avanço da pecuária e da agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja) Ocorrência em quase todo o Brasil Central com manchas nos estados de Tocantins, Pará, Maranhão, Bahia, Minas Gerais e São Paulo Típica do clima semi árido Plantas xerófilas (Adaptadas ao clima seco – cactáceas folhas em espinho) Principalmente utilizada para a pecuária apresenta baixos rendimentos Ocorrência junto ao sertão nordestino Formação rasteira nas áreas de alagamento e alguns arbustos Em regiões mais altas misturam-se espécies do cerrado Em regiões mais úmidas apresenta espécies arbóreas típicas da floresta tropical Ocorre em uma grande depressão que abrange os estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul Também denominadas campestres Compostas de vegetação rasteira e pequenos arbustos Encontradas em todas as regiões brasileiras, diferenciam-se de acordo com características climáticas e pedológicas Campos meridionais: destacando-se a campanha gaúcha – área de gramínia mais extensa e homogênea – “Campos Limpos” Campos da Hiléia: correspondem as áreas inundáveis da Amazônia – litoral do Amapá, Ilha de Marajó e o golfão Maranhense Campos de altitude: localizados na Serra da Mantiqueira e na região dos serrana dos planaltos residuais Norte-Amazônicos Estendem-se por toda a costa brasileira Caracterizam-se por apresentar constituições diferenciadas, estando condicionadas ao tipo de solo e ao nível de umidade Mangues Plantas adaptadas a alta salinidade e a falta de oxigenação do solo em áreas alagadas periodicamente pelas águas do mar Arbustos misturados a espécies arbóreas, quase sempre de tronco muito fino e raízes aéreas Restingas Misturam-se espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas Favorece a formação de dunas Dunas Vegetação rasteira com raízes profundas e grande extensão horizontal – cordões vegetais Praias Comuns as espécies halófilas, que proliferam em locais ricos em sal Vegetação arbóreo-arbustiva no litoral paulista Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas; com esses aspectos é possível delimitar seis regiões de domínio morfoclimático. É formado por terras baixas: depressões, planícies aluviais e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliada equatorial Amazônica. É banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico. Apresenta grave problema de degradação ambiental,representado pelas queimadas e desmatamentos. O governo brasileiro, por meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, adotará o ecoturismo e a biotecnologia como formas de desenvolver a Amazônia, preservando-a. Corresponde à área do Brasil Central e apresenta extensos chapadões e chapadas, com domínio do clima tropical semi-úmido e vegetação do cerrado. A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas com a utilização do método da calagem, colocando-se calcário no solo, estão sendo aproveitados pelo setor agrícola,transformando-se na nova fronteira da agricultura, representada pela expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos. Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do Paraná,do Paraguai, do Tocantins, do Madeira e outros rios destacáveis. Esse domínio acompanha a faixa litorânea do Brasil desde o Nordeste até o Sul do País. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em "meia-laranja", mamelonares ou mares de morros,formados pela intensa ação erosiva na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço. Apresenta predominantemente clima tropical quente e úmido,caracterizado pela floresta latifoliada tropical, que, na encosta da Serra do Mar, é conhecida como Mata Atlântica. Essa paisagem sofreu grande degradação em conseqüência da forte ocupação humana. Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes e formação de voçorocas. Corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, com clima quente e semi-árido e típica vegetação de caatinga formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores. Destaca-se o extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava. A bacia do São Francisco atravessa o domínio da caatinga e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico e pelos projetos de irrigação no seu vale, onde a produção de frutas (melão, manga,goiaba, uva) tem apresentado expansão. A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, com baixo aproveitamento. No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido. É o domínio que ocupa o planalto da Bacia do Rio Paraná,onde o clima subtropical está associado às médias altitudes, entre800 e 1300 metros. Nesse domínio aparecem áreas com manchas de terra roxa, como no Paraná. A floresta de araucária também é conhecida como Mata dos Pinhais; é homogênea, aciculifoliada e tem grande aproveitamento de madeira e erva-mate. A intensa ocupação agrária (café, soja) desse domínio é a responsável pela devastação dessa floresta. Domínio representado pelo Pampa, ou Campanha Gaúcha,onde o relevo é baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto pela vegetação herbácea das pradarias (campos). A ocupação econômica desse domínio tem-se efetuado pela pecuária extensiva de corte, com gado tipo europeu, obtendo altos rendimentos e pela rizicultura irrigada.