RESUMO
Com este estudo pretende-se contribuir para a compreensão do suicídio juvenil (até aos
24 anos), fornecer um contributo para a formação dos profissionais nesta área e para a
prevenção do suicídio nestas idades. Utilizando o quadro teórico das representações
sociais (Moscovici, 1976) procura-se aceder à forma como os Médicos e os Psicólogos
explicam o suicídio e as tentativas de suicídio na infância e na adolescência. Ainda como
questões de investigação pergunta-se quais as formas de intervenção que os
profissionais propõem e quais as dificuldades e necessidades dos mesmos na sua
prática, perante esta problemática. O objectivo desta investigação é, então, aceder às
representações sociais que os profissionais têm do suicídio juvenil, colocando em
evidência três dimensões da problemática - (1) explicativa, (2) intervenção e (3)
dificuldades/ necessidades - e explorar a existência de diferenças entre os três grupos em
análise: Psicólogos, Psiquiatras e outros Médicos. O estudo envolveu 30 participantes, 10
de cada um dos grupos profissionais referidos. Como método de recolha de dados utilizase a Técnica da Associação Livre (TAL), no sentido de obter o discurso espontâneo dos
profissionais, e para tratar e interpretar os resultados recorre-se à Análise Factorial de
Correspondências (AFC). Entre outras conclusões, dos resultados ressalta que a
estrutura das representações sociais dos profissionais acerca do suicídio juvenil remete
para uma diversidade de factores, o que vai de encontro a uma perspectiva teórica de
interpretação integrada, apontando para uma causalidade multifactorial e complexa do
fenómeno. Os resultados das representações da intervenção e das dificuldades e
necessidades abrem pistas de particular relevância para o planeamento de estratégias
formativas. Os resultados relativos à diferença de formação indicam que esta é uma
variável modeladora de diferenças nos conteúdos representacionais.
ABSTRACT
This study intends to contribute to a better understanding of the youth suicide
phenomenon (until the age of 24), to improve the professionals’ knowledge in this area
and help to prevent suicide at this age. By using the social representation theory
(Moscovici, 1976) we intend to determine how Doctors and Psychologists explain suicide
and suicidal attempts in childhood and adolescence. We also try aim at answering
questions such as which forms of intervention do professionals propose and what kind of
difficulties and needs arise during their practice. This study is therefore set on determining
which social representations professionals consider to be related to juvenile suicide, thus
enhancing three different dimensions of the problem - explanation, intervention and
difficulties/needs - and on exploring the differences between three different groups:
Psychologists, Psychiatrists and other Doctors. The study had 30 participants, 10 of each
professional group. The Free Association Technique is the method used for data
collection, in order to gather the spontaneous responses of three professional, and the
Factorial Association Analysis is used to work and interpret the results. Among the various
results, one that stood out relates to the diversity of factors that contribute to the
professional’s social representation structure on juvenile suicide. This conclusion is
consistent with a theoretical perspective based on integrated interpretation, thus indicating
a multifactor and complex causality phenomenon. The results produced by both the
intervention and the difficulty/needs representations provide significant clues for the
planning of training strategies. The results based on different types of training indicate that
this is a modelling variable of differences in representational contents.
RESUME
Le but de cet étude est celui de contribuer pour la compréhension du suicide juvénile
(jusqu’à 24 ans), pour la formation de professionnels en ce domaine, et pour la prévention
du suicide en ces âges-là. En employant le cadre théorique des représentations sociales,
(Moscovici, 1976), on essaie d’accéder à la forme par laquelle les Physiciens et les
Psychologues expliquent le suicide et les tentatives de suicide chez l’enfant et
l’adolescent. Les questions de recherche incluent encore découvrir les formes
d’intervention que les professionnels proposent et leurs difficultés et besoins pratiques
envisageant le problème en question. L’objectif de cette recherche est, alors, celui
d’accéder aux représentations sociales que les professionnels font du suicide juvénile, tout
en mettant en évidence trois dimensions du problème: explicative, d’ intervention et
difficultés/besoins, et aussi vérifier les possibles différences entre Psychologues,
Psychiatres et autres Physiciens. L´étude a 30 participants, 10 de chaque group de
professionnels. Comme méthode de récolte d’analyse, on a utilisé la Technique de
Association Libre (TAL), pour obtenir le discours spontané des professionnels, et pour
traiter
et
interpréter
les
résultats
on
tient
main
de
l’Analyse
Factorielle
de
Correspondances (AFC). Parmi d’autres conclusions, on remarque que la structure des
représentations sociales des professionnels sur le suicide juvénile nous mène vers
plusieurs facteurs, ce qui est en accord avec une perspective d’interprétation intégrée, qui
montre une causalité multifactorielle et complexe du phénomène. Les résultats des
représentations de l’intervention et des difficultés et besoins ouvrent des chemins
particulièrement importants pour la conception de stratégies formatives. Les résultats qui
concernent la différence de formation indiquent que celle-ci est une variable qui modèle
des différences aux contenus de représentation.
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