Introdução à Microeconomia Pedro Telhado Pereira João Andrade O que o aluno deve conseguir fazer depois de estudar esta aula • Perceber como se comporta o Consumidor • Compreender e utilizar os conceitos de utilidade e utilidade marginal. • Calcular o óptimo do consumidor em exemplos simples – utilização da análise custo benefício. • Analisar a influência de variações dos preços na quantidade procurada de um bem. O Comportamento do Consumidor • O indivíduo consome bens que lhe trazem satisfação. • Este indivíduo é designado de consumidor. • Vamos supor que é possível medir o nível de satisfação do indivíduo. Deste modo • Vamos supor que existe uma unidade de medida da satisfação – o útil. • Seria possível medir a satisfação, sendo esta expressa em útis. • Por exemplo: a sua satisfação hoje seria, por exemplo, 12 útis e ontem 10 útis. Ou seja hoje estava mais satisfeito que ontem. A utilidade • Utilidade é outro modo de dizer satisfação. • Podemos pensar que se pode medir a utilidade – construção científica construída pelos economistas. • A utilidade aumenta quando o consumidor aumenta a quantidade consumida de um bem Utilidade marginal (UM) • Ao aumento de utilidade resultante do consumo de mais uma unidade de um bem chamamos de utilidade marginal (adicional) • Vejamos um exemplo Cálculo da utilidade marginal Quantidade Utilidade 0 1 2 3 4 5 6 7 0 2 4 6 8 10 12 14 Qual a utilidade marginal da primeira unidade consumida do bem? • A utilidade marginal é Utilidade de consumir uma unidade 2 Utilidade de consumir nenhuma unid. 0 Utilidade marginal 2 Qual a utilidade marginal da sexta unidade consumida do bem? • A utilidade marginal é Utilidade de consumir seis unidades 12 Utilidade de consumir cinco unidades 10 Utilidade marginal 2 Neste exemplo • A utilidade marginal de qualquer unidade de bem é sempre 2. • Confirme • Isto significa que independentemente da quantidade já consumida a utilidade adicional de mais uma unidade é constante Mas… • Pensemos no caso de quando tem sede • O primeiro copo de água traz um grande aumento de satisfação • O segundo copo de água traz um aumento menor • … Por isso costumamos admitir • Lei das utilidades marginais decrescentes – à medida que uma pessoa consome mais de um bem, a utilidade marginal ou adicional diminui. • Normalmente a utilidade marginal é positiva só que os seus valores vão sendo cada vez mais pequenos. • Vejamos um exemplo Utilidade marginal decrescente Quantidade Utilidade 0 0 1 2 2 3,5 3 4,5 4 5,3 5 6 6 6,5 7 6,8 Unidade consumida Utilidade Marginal 1 2 2 1,5 3 1 4 0,8 5 0,7 6 0,5 7 0,3 A pessoa consome mais do que um bem • A pessoa consome um cabaz de bens • Um cabaz é por exemplo – 3 laranjas, 2 maçãs, 4 bananas, … • Como é que o consumidor escolhe a quantidade de cada bem? Façamos uma análise custo benefício – ex. mais uma unidade de laranja • Benefício Mais uma unidade de laranja Utilidade Marginal laranja • Custo Para comprar mais uma unidade de laranja despende o preço da laranja. Logo terá que consumir menos de outro bem, por ex. maçãs. Quantidade = Preço da laranja/Preço de maçã Quantidade X Utilidade marginal No equilíbrio • UM laranja = P laranja/ P maçã x UM maçã ou • UM laranja/ P laranja = UM maçã/ P maçã Demonstração Alternativa – gasto de uma unidade monetária em laranjas • Benefício Compra 1/ P laranja • Custo Deixa de comprar 1/ P maçã UM laranja/ P laranja UM maçã/ P maçã No equilíbrio • UM laranja/ P laranja = UM maçã/ P maçã • O consumidor atinge a utilidade máxima ou satisfação máxima quando se verifica a igualdade acima para qualquer conjunto de bens consumidos. • UM bem 1/ P bem 1 = UM bem 2/ P bem 2 = UM bem 3/ P bem 3 = … A pessoa não pode despender mais do que o seu rendimento • A despesa não pode ultrapassar o rendimento • Despesa = P bem1 X Q bem 1 + P bem2 X Q bem 2 + P bem3 X Q bem 3 + … As curvas de procura são decrescentes • Aumentando o preço de um bem o valor UM bem / P bem diminuiria a não ser que o numerador aumentasse o que acontece se a quantidade consumida do bem diminuir. • Logo se o preço aumenta a quantidade consumida diminui Exemplo Quantidade Utilidade laranjas Quantidad e maçãs Utilidade 0 0 0 0 1 10 1 20 2 19 2 30 3 27 3 35 4 34 4 39 5 40 5 42 6 45 6 44 7 49 7 45 Exemplo (cont.) Quantidade Utilidade laranjas Marginal Quantidad e maçãs Utilidade Marginal 1 10 1 20 2 9 2 10 3 8 3 5 4 7 4 4 5 6 5 3 6 5 6 2 7 4 7 1 Exemplo (cont.) • P laranja = 2 • P maçã = 1 • Rendimento = 10 • Qual o óptimo do consumidor? Exemplo (cont.) Quantidade Utilidade laranjas Marginal /P laranja Quantidad e maçãs Utilidade / Maçã 1 5 1 20 2 4,5 2 10 3 4 3 5 4 3,5 4 4 5 3 5 3 6 2,5 6 2 7 2 7 1 O óptimo é 3 de laranja e 4 de maçãs. Justifique Teoria da Utilidade Cardinal • A utilidade que temos referido é ordinal – Jeremy Bentham (1748-1831). • A utilidade pode-se somar. Por exemplo, a utilidade total é a soma da utilidade de consumir as laranjas mais a utilidade de consumir maçãs mais … • A utilidade de duas pessoas é a de uma mais a da outra. Teoria Ordinal da utilidade • A moderna teoria só necessita saber se um cabaz é preferível a outro, ou seja a sua ordenação. • Esta teoria será desenvolvida em Microeconomia I.