DITADURA
MILITAR
(1964 – 1985)
ou 1988...
ou 1989...
Instabilidade política durante o governo de João Goulart;
 Ocorrências de greves e manifestações políticas e sociais;
 Alto custo de vida enfrentado pela população;
 Promessa de João Goulart em fazer a Reforma de Base
(mudanças radicais na agricultura, economia e educação);
 Medo da classe média de que o socialismo fosse implantado
no Brasil;
 apoio da Igreja Católica, setores conservadores, classe média
e até dos Estados Unidos aos militares brasileiros;

Governo Militar (1964-1985)


O
plano
político
é
marcado
pelo
autoritarismo,
supressão
dos
direitos
constitucionais, perseguição política, prisão e
tortura dos opositores, e pela imposição da
censura prévia aos meios de comunicação;
Na economia há uma rápida diversificação e
modernização da indústria e serviços,
sustentada por mecanismos de concentração
de renda, endividamento externo e abertura
ao capital estrangeiro.
Principais características do regime militar no Brasil
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Cassação de direitos políticos de opositores;
Repressão aos movimentos sociais e manifestações de
oposição;
Censura aos meios de comunicação;- Censura aos artistas
(músicos, atores, artistas plásticos);
Aproximação dos Estados Unidos;- Controle dos sindicatos;
Implantação do bipartidarismo: ARENA (governo) e MDB
(oposição controlada);
Enfrentamento militar dos movimentos de guerrilha contrários
ao regime militar;
Uso de métodos violentos, inclusive tortura, contra os
opositores ao regime;
“Milagre econômico”: forte crescimento da economia (entre
1969 a 1973) com altos investimentos em infraestrutura.
Aumento da dívida externa.
Abertura Política e transição para a democracia
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Teve início no governo Ernesto Geisel e continuou no
de Figueiredo;
Abertura lenda, gradual e segura, conforme prometido
por Geisel;
Significativa
vitória
do
MDB
nas
eleições
parlamentares de 1974;
Fim do AI-5 e restauração do habeas-corpus em 1978;
Em 1979 volta o sistema pluripartidário; é criada a Lei
de Anistia.
Em 1984 ocorreu o Movimento das “Diretas Já”.
Porém, a eleição ocorre de forma indireta com a
eleição de Tancredo Neves.
 Usar a arte como instrumento de agitação política é
um caminho natural contra a repressão.
 Os festivais de música do final da década de 1960
revelam compositores e intérpretes das chamadas
canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico
Buarque de Holanda e Elis Regina.
 Com o AI-5, as manifestações artísticas são
reprimidas e seus protagonistas, na grande maioria,
empurrados para o exílio.
 Na primeira metade dos anos 70 são poucas as
manifestações culturais expressivas, inclusive na
imprensa, submetida à censura prévia.
Imprensa alternativa




Durante a ditadura aparecem no Brasil cerca de 150
periódicos regionais e nacionais de oposição ao Regime
Militar.
Denunciam a tortura, as violações dos direitos humanos, a
falta de liberdade, o arrocho salarial e a degradação das
condições de vida dos trabalhadores.
O marco inicial da imprensa alternativa ocorre em 1969, com
O Pasquim. Depois aparecem o Bondinho (1970), Polítika
(1971), Opinião (1972), o Ex (1973), entre outros.
A partir de 1974, a imprensa alternativa adquire o caráter de
porta-voz de movimentos ou grupos da esquerda. Destacamse os jornais Movimento (1974), Versus (1975), Brasil Mulher
(1975), Em Tempo (1977), e Resistência (1978).
• “Poesia Marginal revela-se como processo criador
duplamente revolucionário na linguagem, posto que
poético e político em seu nascedouro, trazendo como
arma o resgate da oralidade perdida com o surgimento
da escrita, agravada pela impressão. Dupla face, com
tradição vanguardista.
• O poeta é um ser em relação com a palavra, com a fala.
Tem todas as fomes do pão da palavra, e tem “essa
fome” do “sonho faminto subnutrido de liberdade,
engolindo o gosto da própria fome”, como já disse um
desses marginais da poesia. Revela-se a outras fomes,
de proteínas, de mulher e de justiça.”
A libertação promovida pela estética
marginal descreve uma trajetória que vai do
mais engajado texto a uma maior
experimentação performática, na pura
busca do fazer inerente à contracultura,
presente nas comunidades alternativas,
onde se curtia o exoterismo e a poesia,
como parte de um barato total, também
como forma de protesto. “Maysa Miranda”
Influenciada
pela
primeira
fase
do
Modernismo
brasileiro,
pelo Tropicalismo e por movimentos
de contracultura, tais como o rock, o
movimento
hippie,
histórias
em quadrinhos e o cinema, a poesia
marginal é tendente à coloquialidade, à
espontaneidade, à experimentação rítmica
e musical, ao humor, à paródia e à
representação do cotidiano urbano
Poesia Marginal é uma antologia poética que reuni 5
poetas da década de 70, mas que continuam presentes nos
dias de hoje. Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chacal (Ricardo
Carvalho Duarte), Francisco Alvim e Paulo Leminski
,formavam o grupo.
Do grupo reunido nesta antologia, apenas Francisco
Alvim e Chacal estão vivos e em atividade. Os outros
companheiros de geração foram ficando, infelizmente, pelo
caminho.
O primeiro foi Ana Cristina, que cometeu a indelicadeza
de se matar, aos 31 anos, em 1983; depois, Cacaso, que em
l987, aos 43 anos, teve uma parada cardíaca e se foi; por
último em 1989, partiu Paulo Leminski, o genial "cachorro
louco", que tinha vindo para bagunçar o coreto bem
comportado da poesia.
(adaptado do livro Poesia marginal/editora ática)
 Metáforas: consiste em retirar uma palavra de seu
contexto convencional (denotativo) e transportá-la
para um novo campo de significação (conotativa), por
meio de uma comparação implícita, de uma
similaridade existente entre as duas.
“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada
mais”(Carlos Drummond de Andrade)
“O samba é o pai do prazer
O samba é filho da dor”.
(Caetano Veloso)
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o
incontível
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o
inatingível
Por isso, não se meta a exigir do
poeta
Que determine o conteúdo em sua
lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Metáfora – Gilberto Gil

Antítese: é a figura de linguagem que
consiste em construir um sentido através
do confronto de ideias opostas.
“Onde queres prazer sou o que dói (...) E onde
queres tortura, mansidão (...) E onde queres
bandido sou herói.” Caetano Veloso
"Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é
quente e estou sentindo frio.“ Renato Russo

Aliteração: é a figura de linguagem que
consiste na repetição
de determinados elementos fônicos, ou seja,
sons consonantais idênticos ou
semelhantes.
“Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas, brandas
Brincam nos tempos das Berlindas
As vindas vendo das varandas.”
Fernando Pessoa

Metalinguagem:
é
a
linguagem que serve para
descrever ou falar sobre
outra linguagem ou sobre
a própria linguagem.
“este livro é casto, ao menos na
intenção;
na
intenção
é
castíssimo.”
Memórias póstumas de Brás
Cubas
paulo leminski
cacaso
Ana Cristina Cesar
francisco alvim
chacal
Os olhos da ingrata que nunca nos beija, a luz
de um corpo que apaga os caminhos, os seios
submersos da sereia. Todas as velocidades e
vacilos do coração que, de tão lento, quase
para; ou solta faísca e incendeia o horizonte. De
quantas maneiras se diz o desejo?
Fogo-Fátuo
Ela é uma mina versátil
o seu mal é ser muito volúvel
apesar do seu jeito volátil
nosso caso anda meio insolúvel
se ela veste seu manto diáfano
sai de noite e só volta de dia
eu escuto os cantores de ébano
e espero ela chegar da orgia
ela pensa que eu sou fogo-fátuo
que me esquenta em banho-maria
se estouro sou pior que o átomo
ainda afogo essa nega na pia.
(Chacal)
Os olhinhos do poeta
Nada mais esquisito do que o trabalho do escritor, pelo que
implica de violência e delicadeza. Delicadeza de quem,
como criança, empina palavras no céu do papel, e violência
dos que convertem o verso em “tiro no que encarquilha a
linguagem”. Os poemas desta seção falam das
ambiguidades e impasses diante da folha em branco.
Convite para uma luta que pode deixar “um filete de
sangue nas gengivas” ou acaba no zero a zero.
Tenho uma folha branca
e limpa à minha espera:
mudo convite
tenho uma cama branca
e lima à minha espera:
mudo convite
tenho uma vida branca
e limpa à minha espera:
(Ana Cristina Cesar)
O bicho alfabeto
tem vinte e três patas
ou quase
por onde ele passa
nascem palavras
e frases
com frases
se fazem asas
palavras
o vento leve
o bicho alfabeto
passa
fica o que não se escreve
(Paulo Leminski)
Se o mundo não vai
Faz tempo que os escritores abandonaram
suas torres de marfim e desceram até a rua.
A opressão política, o medo, a desigualdade
social, a solidão, a vontade de cair fora,
tudo isso aparece nos versos a seguir, pela
visão crítica e irônica desses poetas.
Discordância
Dizem que quem cala consente
eu por mim
quando calo dissinto
quando falo
minto
(Francisco Alvim)
Ele
Inteligente ?
Não sei. Depende
do ponto de vista.
Há, como se sabe,
três tipos de inteligência:
a humana, a animal e a militar
(nessa ordem).
A dele é do último tipo.
Quando rubrica um papel põe dia e hora e os papéis
caminham em ordem unida.
(Francisco Alvim)
AS APARÊNCIAS REVELAM
Afirma uma Firma que o Brasil
confirma: “Vamos substituir o
Café pelo Aço”.
Vai ser duríssimo descondicionar
o paladar.
Não há na violência
que a linguagem imita
algo da violência
propriamente dita?
(Cacaso)
Reclame
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
...ou transforme o mundo
ótica olho vivo
agradece a preferência
(Chacal)
A vida que para
Muitas vezes a poesia nasce do espanto, de
uma espécie de interrupção no curso natural
das coisas, e se constitui como uma forma
de conhecimento. Basta um pequeno desvio
na direção do olhar para que o mundo se
apresente sob nova luz.
Ulisses
O búzio junto ao ouvido
ouço o mar
O mar: apenas
quarteirão e meio de onde moro
Prefiro ouvi-lo no búzio
(calmo,calmo)
No quarto
(a vida que pára)
ouço o mar.
(Francisco Alvim)
COMPLEMENTO - ATUALIDADE
Abaixo, as principais atribuições do órgão.
Esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos
de graves violações dos direitos humanos
ocorridos entre 1946 e 1988; - promover o
esclarecimento dos casos de torturas, mortes,
desaparecimentos forçados, ocultação de
cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no
exterior;
 Identificar e tornar públicos as estruturas, os
locais, as instituições e as circunstâncias
relacionadas à prática de violações dos direitos
humanos;

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