Agência Nacional de Energia Elétrica Custo de Capital Regulatório Thiago Costa Monteiro Caldeira 19/11/2009 Brasília - DF SRE Remuneração do Capital Como é calculada? Aplica-se a taxa de remuneração regulatória sobre a base de remuneração depreciada. É equivalente a remunerar a parcela do capital ainda não amortizado. Aplica-se aos setores com preços/receitas regulados: - Transmissão; - Distribuição; Remuneração = Taxa de Remuneração x Base de Remuneração Depreciada (base líquida) Custo de Capital Conceitos: -É o retorno mínimo exigido pelo acionista -É custo de oportunidade do capital Questão principal: RISCO – Retorno 1. Qual o risco associado ao setor de distribuição e transmissão de energia ? 2. Como calcular de forma mais objetiva possível o retorno exigido para o risco do empreendimento? Custo de Capital Metodologia adotada (p/ D e T): - Custo médio ponderado de capital (WACC) - É o mais utilizado pelo setor financeiro, no meio acadêmico e pelas empresas; -É o mais objetivo (ainda que haja muita subjetividade); -É simples. - CAPM (Capital Asset Pricing Model) WACC rWACC P D rP rD (1 T ) PD PD rwacc: custo médio ponderado de capital rP: custo do capital próprio rD: custo da dívida P: capital próprio D: capital de terceiros ou dívida T: alíquota tributária marginal efetiva CAPM Ri R f i ( RM R f ) Ri : retorno esperado do ativo ou carteira i (ou custo do capital próprio); Rf : retorno do ativo sem risco (ou taxa livre de risco); i : beta do ativo ou carteira i (ou índice do risco sistemático); R M : retorno esperado da carteira de mercado; ( RM R f ): prêmio de risco do mercado acionário. Custo de Capital 2º ciclo de Revisão das Transmissoras de Energia Elétrica - WACC proposto em AP= 7,94% - Audiência Pública nº. 68, de dezembro de 2008; - Revisão das Transmissoras em junho de 2009; - Previsão de encerramento em dezembro de 2009. - Quais os riscos na atividade de transmissão de energia? P D rP rD (1 T ) PD PD Estrutura de Capital; rWACC Custo de Capital Próprio; Custo de Capital de Terceiros; Estrutura Ótima de Capital CONCEITO: É a participação de capital próprio e de terceiros que minimiza o custo de capital (alocação eficiente de capital). TEORIA: - Trade-off : o nível ótimo de endividamento das empresas seria atingido pela combinação de dois fatores que atuam como forças contrárias. Por um lado, teríamos o efeito das economias fiscais, agindo no sentido de incentivar o uso de dívidas e, por outro lado, teríamos o efeito dos custos de falência esperados, que surgem em função da maior propensão de uma empresa se tornar seriamente inadimplente diante de uma situação de alto endividamento. PRÁTICA: - Na ausência de um método teórico de cálculo, adota-se como metodologia a média da estrutura de capital de empresas comparáveis às reguladas, e que não tenham “problemas” quanto ao financiamento de recursos. Estrutura Ótima de Capital Metodologia para o 2º ciclo das Transmissoras: Média da participação do capital de terceiros (Passivo Exigível/Passivo Total) do 3º ano de operação das empresas de transmissão licitadas. 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% ST E ST N TS N M ÉD IA PT E EA TE EC TE EN TE ER TE ET A U ET EO ET EP EX ET PA I M NS N O VA IO TR N AN S SC PP EN TE ER G IA C A TE 0% Média = 63,55% 1) 2) 3) Por que não adotar a estrutura de capital das empresas para as quais a revisão será aplicada? Empresas não são totalmente desverticalizadas, ou passaram recentemente por um processo de desverticalização; Empresas estatais possuem Balanços influenciados por características específicas, como planos de governo e políticas de dividendos. Excessiva variação entre empresas / Ativos antigos, já amortizados. Custo de Capital Próprio CAPM GLOBAL: rCAPM rf rm rf rB Por que não calcular o CAPM para o mercado brasileiro? 1) Apenas duas empresas de transmissão “puras” têm ações listadas na Bovespa. 2) Mercado de ações imaturo/concentrado. livre de risco= média da taxa dos títulos do tesouro dos EUA rf Ativo de prazo de 10 anos, no período de 1995-2008 rm rf rB Prêmio de Risco (EUA) = Retorno S&P500 (6,01%) – Ativo Livre R. Risco país = EMBI + Brasil – mediana 2000/2008 Custo de Capital Próprio Risco País: Risco país = EMBI + Brasil – mediana 2000/2008 = 5,23% 25% Spread sobre US Bond 23% 20% 18% 15% 13% 10% 8% 5% 3% 0% 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 -9 -9 -9 -9 -9 -9 -0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 r r r r r r r r r r r r r r r r ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab ab EMBI + Brasil Custo de Capital Próprio Risco País: Risco país = EMBI + Brasil – mediana 2000/2008 = 5,23% 25% Spread sobre US Bond 23% 20% 18% 15% 13% 10% 8% 5% 3% 0% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 -0 - 0 n-0 - 0 n-0 - 0 n-0 - 0 n-0 - 0 n-0 - 0 n-0 - 0 n-0 - 0 n-0 -0 l l l l l l l l l n ju ju ju ju ju ju ju ju ja ju ja ja ja ja ja ja ja ja EMBI + Brasil Média = 6,07% Mediana = 5,23% Custo de Capital Terceiros CAPM da Dívida: rd rf rC rB Método Alternativo: Benchmarking financeiro: levantar o custo atual de financiamento das empresas do setor. rC Risco de Crédito = Média do custo do financiamento (spread) de empresas dos EUA com classificação (rating) semelhante à das empresas de transmissão brasileiras. O melhor rating das brasileiras é o Baa3 (investment grade). 9,00 8,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 ja n/ 95 ja n/ 96 ja n/ 97 ja n/ 98 ja n/ 99 ja n/ 00 ja n/ 01 ja n/ 02 ja n/ 03 ja n/ 04 ja n/ 05 ja n/ 06 ja n/ 07 ja n/ 08 (% a.a.) 7,00 Spread Média Problemas a) Período das Séries (Estabilidade versus Atualidade); b) Média (aritmética, geométrica), Mediana; c) Utilizar dados históricos ou projetar uma série (queremos o WACC que aconteceu ou o que se espera?); d) Ativo livre de risco (títulos de prazo de 5, 10 ou 30 anos); e) Beta: amostra de empresas; período da correlação (1/3/5 anos); f) Risco país: “outlies”??; g) Empresas falam em Risco Cambial, Risco Regulatório, Risco.... Resultados AP 68/2008 Componente Estrutura Ótima de Capital Capital Próprio = Capital de Terceiros = Custo de Capital Próprio Taxa livre de risco = Prêmio de risco de Mercado = Beta médio desalavancado = Beta médio alavancado = Risco do negócio = Prêmio de risco país = Custo de capital próprio nominal = Custo de Capital de Terceiros Risco de Crédito= Custo de dívida nominal = Custo Médio Ponderado WACC nominal depois de impostos = WACC real antes de impostos = WACC real depois de impostos = Fórmula Valor (P/V) (D/V) 35% 65% rf r m - rf βRRDesalav βRRAlav β.( rm - rf) rB 5,15% 6,01% 0,266 0,5929 3,56% 6,22% rP 14,93% Rc rD 1,70% 13,07% rWACC rWACC rWACC 10,83% 12,03% 7,94% Bu lg ár ia -D Co (2 lô m 00 bi 8a Br - D 12) as (2 il 00 -1 8) º Po ci c Fi lô lo l ip ni T ain a D eT s-D (2 00 6) Ur Pe * ug ru ua Ch -D iile -D D( 20 ( 08 Br 20 0 ) 8 a -2 Hu sil 0 ng 1 -2 Re ria º c 2) p. Tc ic -D lo he ( T Áf 20 ca 05 Re Irla n (Ga rica p. s do -0 8) da D Tc Su ist he d o . lN ) ca -2 or (G te 00 D as -D 509 Tr Au ( 2 * an 00 st s. rá 6 -1 )l ia - Q 2 00 0) Au ue e 5-0 9* UK ns st r l ál -O an ia Áf d f g ric D em T ra a n d D sc UK o Su (2 00 o l-O 5Tr 1 fg a ns 0 ) em .O UK Es - T leo (2 pa -O 0 nh 07 fw a at - T -12) (S Po (2 00 an rtu 7) ea ga m len Itá D to (2 lia ) - T 009 ra Ho ns 11) la p nd a - . Ga s T (2 00 7) Custo de Capital Comparação Internacional (WACC Real pós impostos) 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% * WACC nominal Obs.: Taxa de Remuneração = WACC real pós impostos / (1-34%) abr /02 ago /02 dez /0 2 abr /03 ago /03 dez /0 3 abr /04 ago /04 dez /0 4 abr /05 ago /05 dez /0 5 abr /06 ago /06 dez /0 6 abr /07 ago /07 dez /0 7 abr /08 ago /08 dez /0 8 abr /09 ago /09 dez /0 1 Custo de Capital Economia Brasileira 2 5% CDI (em termos reais) 20% 15% 10 % 5% 0% CDI (real) Média 2002-2005 Média 2005-2009 Risco País