DISTÚRBIOS
HEMODINÂMICOS
MILÉCYO DE LIMA SILVA
DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS

Distúrbios que acometem a irrigação sanguínea e o
equilíbrio hídrico
Alterações hídricas intersticiais:
- Edema
 Alterações no volume sanguíneo:
- Hiperemia, hemorragia e choque
 Alterações por obstrução intravascular:
- Embolia, trombose, isquemia e infarto

EDEMA
EDEMA/CONCEITO



É o aumento da quantidade de líquido no meio
extracelular, sendo externo ao meio intravascular.
O desequilíbrio entre os fatores hidrodinâmicos entre
interstício e o meio intravascular é que origina o edema.
Esses fatores compreendem a pressão hidrostática sanguínea e
intersticial, a pressão oncótica vascular e intersticial e os vasos
linfáticos
EDEMA/FATORES
o
Pressão hidrostática sanguínea: quando essa
pressão aumenta, ocorre saída excessiva de líquido
do vaso, situação comum em estados de
hipertensão e drenagem venosa defeituosa (por
exemplo, em casos de varizes, insuficiência cardíaca
etc).
EDEMA/FATORES
o
o
Pressão hidrostática intersticial: se diminuída essa
força, o líquido não retorna para o meio
intravascular, acumulando-se intersticialmente.
Pressão oncótica sanguínea: a redução da pressão
oncótica provoca o não deslocamento do líquido do
meio intersticial para o interior do vaso. Essa
variação da pressão oncótica é determinada pela
diminuição da quantidade de protéinas plasmáticas
presentes no sangue.
EDEMA/FATORES
o
Pressão oncótica intersticial: um aumento da
quantidade de proteínas no interstício provoca o
aumento de sua pressão oncótica, o que favorece a
retenção de líquido nesse local. Além disso, o
aumento dessa força contribui para a dificuldade
de drenagem linfática na região.
EDEMA/FATORES
o
o
Vasos linfáticos: se a função destes de drenagem
dos líquidos estiver comprometida, pode surgir o
edema. Esse quadro é observado, por exemplo, em
casos de obstrução das vias linfáticas
(ex.elefantíase).
Acúmulo de sódio no interstício: ocorre quando há
ingestão de sódio maior do que sua excreção pelo
rim; o sódio em altas concentrações aumenta a
pressão osmótica do interstício, provocando maior
saída de água do vaso.
EDEMA



Os edemas podem aparecer sob duas formas:
localizado e sistêmico
O exemplo clássico de edema localizado é o edema inflamatório, cuja
constituição é rica em proteínas. Daí o líquido desse tipo de edema ser
denominado de "exsudato".
O edema sistêmico é formado por líquido com constituição pobre em
proteínas. Esse líquido é denominado de "transudato", estando presente,
por exemplo, no edema pulmonar. O significado clínico dos edemas
sistêmicos reside no fato de que a presença desses líquidos pode originar
infecções, trazendo complicações maiores para o local afetado. Assim, os
edemas pulmonares podem originar pneumonias e insuficiência
respiratória; o edema cerebral, por sua vez, pode ser mortal.
PRINCIPAIS CAUSAS DE EDEMA



Edema inflamatório
Inicialmente ocorrem eventos a nível vascular, com dilatação,
aumento de permeabilidade vascular (histamina, serotonina e
bradicinina), reforçado pela liberação de substâncias geradas pela
ativação da resposta inflamatória celular, como produtos do
metabolismo do ácido aracdônico – prostaglandinas
O aumento da permeabilidade vascular e a vasodilatação geram
um influxo de volume para o espaço intersticial gerando o edema.
EDEMA
EDEMA
EDEMA
EDEMA/ELEFANTÍASE
EDEMA
HIPEREMIA
HIPEREMIA/CONCEITO



Aumento do volume sangüíneo localizado em um
órgão ou parte dele por intensificação do aporte
sanguíneo ou diminuição do escoamento venoso,
com conseqüente dilatação vascular.
Ocorre por alteração no sistema:
Pressão arterial X Resistência Pré e Pós capilar
CLASSIFICAÇÃO DA HIPEREMIA




Hiperemia Ativa ou Arterial
Aumento do afluxo sangüíneo arterial por aumento da Pressão
Arterial e/ou diminuição da Resistência Pré capilar
Hiperemia Ativa Fisiológica
Hiperemia Ativa Patológica
HIPEREMIA ATIVA FISIOLÓGICA


Aumento do suprimento de O2 e nutrientes,
paralelamente há demanda de maior trabalho.
Ocorre expansão do leito vascular, com os vasos de
reserva se tornando funcionais.
Exemplos:

Tubo gastrointestinal durante a digestão

Musculatura esquelética durante exercícios físicos

Cérebro durante estudo

Glândula mamária durante lactação

Rubor facial após hiperestimulação psíquica
HIPEREMIA ATIVA PATOLÓGICA

Aumento do fluxo sangüíneo devido à liberação local de
mediadores inflamatórios (devido a agressão ao tecido), com
relaxamento de esfíncteres pré-capilares e diminuição da
Resistência pré-capilar.
Do mesmo modo que na hiperemia fisiológica, ocorre
expansão do leito vascular, com os vasos de reserva se
tornando funcionais.
Exemplos:

Injúria térmica (queimaduras ou congelamento)/Irradiações intensas/Traumatismos

Infecções/Inflamação aguda
CLASSIFICAÇÃO DA HIPEREMIA
o
Hiperemia Passiva(ou venosa: ou estase ou ainda
congestão)
Diminuição da drenagem venosa por aumento da
Resistência Pós Capilar.
Hiperemia Passiva local
•
Obstrução ou compressão vascular
•
Torção de vísceras (H. Passiva aguda)
•
Trombos venosos
•
Compressão vascular por neoplasias, abscessos


CLASSIFICAÇÃO DA HIPEREMIA
o
•
•
•
Hiperemia Passiva sistêmica
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Trombose e embolia pulmonar
Lesões pulmonares extensas
CONSEQÜÊNCIAS DA HIPEREMIA




Edema - O aumento da Pressão Hidrostática eleva
a filtração e reduz a reabsorção capilar.
Hemorragias -Por diapedese ou por ruptura de
capilares e pequenas vênulas.
Degenerações, Necrose e Fibrose ("Induração de
estase") -Por redução do fluxo de O2 e nutrientes.
Trombose -Por diminuição da velocidade do fluxo.
HIPEREMIA
HIPEREMIA
HIPEREMIA
HEMORRAGIA
HEMORRAGIA/CONCEITO



A hemorragia é definida como uma perda aguda
de sangue circulante.
Perda de sangue por rompimento de um vaso sangüíneo,alterando o fluxo
normal da circulação. Se não controlada pode ocasionar estado de choque
ou levar a morte em poucos minutos. Quando ocorre hemorragia, o corpo
não só perde as células do sangue e os elementos de coagulação, como
também perde plasma e o volume
de sangue
total.
Normalmente o volume de sangue corresponde a 7% do peso corporal no
adulto. Por exemplo, um homem de 70 Kg tem aproximadamente 5 litros
de sangue. Na criança o volume é 8 a 9% do peso corporal.
HEMORRAGIA


O grande risco de uma hemorragia, é a
possibilidade da ocorrência de um choque. O risco
seguinte, é a possibilidade de uma infecção.
Portanto, a primeira prioridade será a prevenção
da ocorrência de um choque, e em segundo lugar
prevenir e combater uma possível infecção.
A maior parte dos casos de hemorragias, resultam
de uma combinação de estragos arteriais, venosos
e capilares. A quantidade de sangue depende da
extensão e localização do ferimento.
HEMORRAGIA/CLASSIFICAÇÃO


Quanto ao local
. Hemorragia interna
. Hemorragia externa
Quanto ao meio
. Hemorragia arterial
. Hemorragia venosa
HEMORRAGIA INTERNA
o

Na hemorragia interna o sangue perdido não é
visível e pode ser devido a lesões traumáticas de
vísceras internas ou grandes vasos.
São mais difíceis de reconhecer porque o sangue se
acumula nas cavidades do corpo, tais como:
cavidades craniana, torácica, abdominal e etc.
HEMORRAGIA INTERNA

SINTOMAS:
•
fraqueza
•
sede
•
frio
•
ansiedade ou indiferença
HEMORRAGIA INTERNA

SINAIS:
•
Alteração do nível de consciência ou inconsciência;
•
agressividade ou passividade;
•
tremores e arrepios do corpo;
•
pulso rápido e fraco;
•
respiração rápida e artificial;
•
pele pálida, fria e úmida;
•
sudorese; e
•
pupilas dilatadas.
HEMORRAGIA
INTERNA/IDENTIFICAÇÃO
o
•
•
•
Além dos sinais e sintomas clínicos, suspeita-se que
haja hemorragia interna quando houver:
acidente por desaceleração (acidente automobilístico)
ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete,
principalmente no tórax ou abdome
acidente em que o corpo suportou grande pressão
(soterramento, queda).
HEMORRAGIA
INTERNA/IDENTIFICAÇÃO
•
•
Se houver perda de sangue pela boca, nariz e ouvido, existe
suspeita de uma hemorragia no cérebro
Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos, provavelmente
a hemorragia será no pulmão
•
Se vomitar sangue será no estômago
•
Se evacuar sangue, será nos intestinos
HEMORRAGIA EXTERNA


São aquelas que ocorrem derramamento de sangue para fora
do corpo; é o caso dos cortes ou esmagamentos
As hemorragias externas dividem-se em: arterial, venosa e
capilar.
HEMORRAGIA EXTERNA



Nas hemorragias arteriais, o sangue é vermelho vivo, rico em
oxigênio, e a perda é pulsátil, obedecendo às contrações sistólicas
do coração. Esse tipo de hemorragia é particularmente grave pela
rapidez com que a perda de sangue se processa.
As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho
escuro, pobre em oxigênio, e a perda é de forma contínua e com
pouca pressão. São menos graves que as hemorragias arteriais,
porém, a demora no tratamento pode ocasionar sérias
complicações.
As hemorragias capilares são pequenas perdas de sangue, em
vasos de pequeno calibre que recobrem a superfície do corpo.
MÉTODOS PARA DETENÇÃO DE
HEMORRAGIAS



Elevação da região acidentada: pequenas hemorragias nos
membros e outras partes do corpo podem ser diminuídas, ou mesmo
estancadas, elevando-se a parte atingida e, conseqüentemente,
dificultando a chegada do fluxo sanguíneo.
Tamponamento: pequenas, médias e grandes hemorragias podem
ser detidas pela obstrução do fluxo sanguíneo, com as mãos ou,
preferencialmente, com um pano limpo ou gaze esterilizada,
fazendo um curativo compressivo. É o melhor método de estancar
uma hemorragia.
Compressão arterial: se os métodos anteriores não forem suficientes
para estancar a hemorragia, ou se não for possível comprimir
diretamente o ferimento, deve-se comprimir as grandes artérias
para diminuir o fluxo sanguíneo.
ALGUNS TIPOS ESPECIAIS DE
HEMORRAGIA



Epistaxe: é o sangramento provocado por rompimento de vasos do
nariz.
Hematêmese: é o extravasamento de sangue proveniente do
estômago, utilizando-se o esôfago e em forma de vômitos. Pode vir
acompanhado de alimentos e o sangue apresenta cor escura.
Hemoptise: é a saída de sangue pelas vias respiratórias, o sangue
pode vir em golfadas, apresentando-se em cor vermelho vivo.
HEMORRAGIA
HEMORRAGIA/INTERNA
CHOQUE
CHOQUE/CONCEITO


É um colapso circulatório caracterizado por uma
hipotensão significativa
É uma incapacidade generalizada do sistema
circulatório de perfundir as células e tecidos com
teores adequados de oxigênio e nutrientes
CHOQUE/CAUSAS



Falha no mecanismo que bombeia o sangue
(coração)
Problemas nos vasos sangüíneos (alteração na
resistência da parede vascular)
Baixo nível de fluido no corpo (sangue ou líquidos
corporais)
CHOQUE/CLASSIFICAÇÃO



CHOQUE HIPOVOLÊMICO: perda de sangue, plasma ou
líquidos extracelulares;
CHOQUE CARDIOGÊNICO: insuficiência miocárdica
CHOQUE DISTRIBUTIVO: diminuição do tônus vascular
Dividido em:
– CHOQUE NEUROGÊNICO;
– CHOQUE ANAFILÁTICO;
– CHOQUE SÉPTICO.

CHOQUE OBSTRUTIVO: obstrução mecânica do fluxo
sangüíneo.
CHOQUE SÉPTICO
ENDOTOXEMIA


É provocado principalmente por bactérias gramnegativas
produtoras
de
endotoxina
(lipopolissacarídeos), e menos frequente por
bactérias gram-positivas e fungos.
O choque séptico é caracterizado pela Síndrome
da Resposta Inflamatória Sistêmica
CHOQUE SÉPTICO
ENDOTOXEMIA

•
•
•
•
•
•
SINAIS CLÍNICOS
infecção ativa , febre
taquicardia
PA anormal
taquipnéia
vasodilatação cutânea
veias do pescoço normais
CHOQUE ANAFILÁTICO


Resulta de uma reação antígeno-anticorpo mediada por
IgE na superfície dos mastócitos e basófilos resultando da
liberação de aminas vasoativas ( histamina)
É a expressão clínica máxima da anafilaxia, resultante
do colapso vascular causado pela ação de mediadores
liberados durante a reação anafilática e que pode
ocorrer minutos após a exposição a um agente causal.

hipersensibilidade do tipo I
CHOQUE ANAFILÁTICO

•
•
•
Efeitos da histamina:
Vasodilatação arterial: diminuição da resistência
periférica
Vasodilatação venosa: diminuição do retorno
venoso
Aumento da permeabilidade capilar
CHOQUE ANAFILÁTICO/SINAISSINTOMAS




Pele: rubor, urticária e angioedema
Ap. digestivo: náuseas, vômitos em jato, cólicas
abdominais, diarréia, enterorragia
Ap. respiratório: prurido e congestão nasal,
espirros, edema de glote, tosse seca, dispnéia,
sibilância, hipóxia e insuficiência respiratória
Sist. cardio-vascular: taquicardia, hipotensão,
choque, arritmia e insuficiência coronariana
CHOQUE
NEUROGÊNICO/CAUSAS



Perda de controle autonômico
Lesão cerebral comprometendo o tronco cerebral
Anestesia geral ou espinhal
CHOQUE CARDIOGÊNICO

É produzido quando o coração é incapaz de
bombear adequadamente o sangue.
ETIOLOGIA
falência cardíaca

Arritmia
Insuficiência cardíaca
Defeito valvular ou septal
Miocardiopatias , etc
compressão cardíaca
Pneumotórax hipertensivo
Ruptura do diafragma
CHOQUE CARDIOGÊNICO

•
•

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•
•
•
•
FISIOPATOLOGIA :
diminuição do retorno venoso
diminuição do enchimento das câmaras cardíacas
SINAIS CLÍNICOS
cardiopatia
hipotensão / vasoconstrição / oligúria
pressão venosa central elevada
distensão das veias do pescoço
sinal de Kussmaul
CHOQUE HIPOVOLÊMICO


•
•
Resulta da perda brusca de líquidos do organismo
Causas:
perda sangüínea secundária hemorragia
perda de líquidos e eletrólitos
CHOQUE HIPOVOLÊMICO/SINAIS
CLÍNICOS

•
•
•
•
•
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QUEDA DA VOLEMIA DISCRETA (< 20%) :
perfusão diminuída de órgãos que toleram bem isquemia
(pele, ossos , músculos, tecido adiposo
sensação de frio
hipotensão postural
taquicardia postural
palidez
sudorese fria
CHOQUE HIPOVOLÊMICO/SINAIS
CLÍNICOS

•
•
•
•
•
QUEDA DA VOLEMIA MODERADA (20-40%) :
Perfusão diminuída de órgãos que toleram mal isquemia
(pâncreas, rins, baço)
Sensação de sede
Hipotensão
Taquicardia
Oligúria
CHOQUE HIPOVOLÊMICO/SINAIS
CLÍNICOS

•
•
•
•
•
•
QUEDA DA VOLEMIA GRAVE (> 40%) :
Perfusão diminuída do coração e cérebro
Agitação , confusão mental
Hipotensão
Taquicardia (> 120 bpm)
Pulso fino e irregular
Parada cardíaca
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Distúrbios hemodinâmicos