Rodrigo Martins Pimenta
XX JORNADA DOCENTE DO SERVIÇO PHÝSIS DE
HOMEOPATIA DO IMH
Novembro 2009
 “Compreendeu-se, afinal, que a lei da Autopatogenesia é o
excelente método de revelação de virtudes curativas. O
provador, em serviço de Autopatogenesia, disponibiliza seu
particular psiquismo, peculiar modo de sentir e individual
roteiro existencial para o trabalho de revelação da prova
que, desse modo, comporta-se como uma lei.
 Se muitos vícios de pensamento não fossem gradualmente
silenciados, imprudentes expansões teóricas toldariam a
razão do grupo e para ele se perderiam os ensinamentos
admiráveis de Hahnemann.
 Felizmente as experimentações clarearam caminhos
velados, repletos de caprichos e obscuridades individuais.”
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Antônio Carlos G. Cruz
 Experimentação como ativo, contagio por olfação,
do Radonium 30CH, diluição de 1/1021
1º dia.
 5º dia= Muito calor durante o dia, à tarde durante
atendimento em ambulatório fiz uso de um ventilador
para amenizar o calor, e ao final da tarde a garganta
passou a doer para engolir.
 6º dia= Acordo com a sensação de enorme placa de
secreção na garganta, muita dor para engolir, dor
muscular e desanimo físico.
 7º dia= Durante a noite senti queimação (calor) nas pernas,
mas não dei importância, tosse durante o dia já com catarro
amarelado.
 8º dia= O calor das pernas me incomodou a noite toda, noto
inchaço (edema) leve a moderado das pernas com coloração
avermelhada (eritema, pré-tibial) abaixo do joelho ate o
tornozelo de ambas as pernas, passo o dia cansado e
desanimado,tenho sensação de febre mas com as medidas
normais, o edema das pernas aumenta durante o dia, também
o eritema e intenso calor (como fogo) nas pernas. Chego a
fazer um leucograma que estava normal .
 9º dia= Acordo de madrugada com minha esposa verificando
com as mãos a temperatura de minhas pernas, ela está apavorada
com minha saúde e não entende porque resisto em tomar algum
“remédio”. Mesmo orientado por colegas a ficar em casa, vou
trabalhar, apesar do cansaço em que me encontro, do edema e
eritema e intenso calor em ambas as pernas, resisto à idéia de ser
medicado com alopatia e iniciar antibióticos, tive muita dúvida
quanto a estar fazendo a coisa certa. Consigo trabalhar
normalmente (incrível). Hoje é meu aniversario.
 10º dia= Percebo que o quadro estabilizou, sem pioras hoje,
chego a pensar que está algo melhor, mas movido pela dúvida
consigo marcar encontro com Dra Mônica (minha preceptora)
para me orientar, me senti mais tranqüilo após conversarmos.
 11º dia= Tenho diarréia liquida dois ou três episódios de
madrugada, acordo pela manhã com redução importante
do calor , do rubor das pernas e o desanimo é mais leve.
Tenho mais dois ou três episódios de diarréia mais pastosa
durante o dia.
 12º dia= Melhora significativa do quadro, dormi bem a
noite, boa redução tanto do edema quanto do calor e
eritema das pernas.
 13º dia= Praticamente não resta mais nada do quadro,
acordo muito bem
O PROVADOR
 História natural do provador
-Já tive há alguns anos atrás, lesões tipo úlceras de perna
em ambos membros inferiores, varias lesões pequenas,
pré-tibiais , rasas, extremamente dolorosas, às vezes
com eritema e calor, e de difícil tratamento, aliás
intratáveis, pois não houve medicação na época que
melhorasse meu sofrimento. A remissão foi
espontânea após varias semanas...
-Observei que este processo, despertado pela
autopatogenesia , favoreceu a superficialização do
crônico de forma mais branda e curta, como um
exercício de re-vitalização da saúde.
A AUTO EXPERIMENTAÇÃO
Organon
§141
 “Porém, os melhores experimentos dos efeitos puros dos
medicamentos simples, na alteração do estado de saúde
humana e dos estados mórbidos e sintomas artificiais
que eles podem produzir no indivíduo sadio, são aqueles
que o próprio médico sadio, sem preconceitos, criterioso
e sensível, realizar em si mesmo, com toda a prudência e
cuidados que lhe foram aqui ensinados. Ele sabe, com
toda a certeza, o que ele percebeu em si mesmo* ...”
“...Essas auto-experimentações feitas pelo médico...
tornam-se para ele um fato indiscutível ... o efeito
medicamentoso de todos os medicamentos do
qual depende seu poder curativo reside nas
alterações de saúde que sofreu em virtude dos
medicamentos experimentados e pelo próprio
estado mórbido causado pelos mesmos
medicamentos...”

“...Através dessas observações... em si mesmo,
ele se torna apto a:
- Compreender suas próprias sensações... seu tipo
de psiquismo (o fundamento de toda verdadeira
sabedoria)...
- Aprende a ser um observador... Aquele que
observa os outros ... Sempre fica a dúvida se não
foi enganado... Esse obstáculo... desaparece por
completo nas auto-experimentações. Aquele que
as realiza... sabe com certeza o que sentiu...
torna-se cada vez mais hábil na arte de
observar... a si mesmo, em quem pode confiar e
que nunca o enganará...”
“... Ele não deve imaginar que tais ligeiras indisposições...
podem ser de alguma forma prejudiciais a saúde. A
experiência ensina, ao contrário, que o organismo do
experimentador, mediante esses freqüentes ataques à
sua saúde, torna-se ainda mais apto a repelir todas as
influências externas hostis ... e todos os agentes
morbíficos nocivos naturais e artificiais, tornando-se
mais resistente a tudo o que é nocivo ... Sua saúde se
torna mais inalterável, tornando-se mais robusta...”
§119
 “... Se essa é a pura verdade... nenhum médico que não
queira ser olhado como desprovido de razão nem
deseje agir contra a voz de sua consciência, a única
certidão da dignidade humana, não poderá empregar
no tratamento das doenças, absolutamente nenhuma
substância medicamentosa que não conheça exata e
completamente em seu significado verdadeiro...”
“... nenhum médico genuíno poderá abster-se de fazer
tais experimentos, especialmente os realizados em si
mesmo... que é essencial para a arte de curar ...”
O PROVADOR SEGUNDO HAHNEMANN
§126
 “O experimentador escolhido para este fim necessita,
antes de tudo, ser uma pessoa fidedigna e
conscienciosa...terá ,de bom grado, que dirigir uma
atenção cuidadosa sobre si mesmo... portador de um
organismo sadio, dentro de seus padrões, terá que
possuir suficiente entendimento para ser capaz de
expressar e descrever suas sensações em expressões
claras.”
§138
 “Todos os distúrbios... no estado de saúde dos
experimentadores durante o período de ação de um
medicamento ...derivam-se unicamente deste
medicamento e devem ser considerados e registrados
como pertencentes especialmente a ele... mesmo que o
experimentador houvesse observado em si próprio,
muito tempo antes, a aparição espontânea de
fenômenos semelhantes. A reaparição dos mesmos ...
somente demonstra que tal indivíduo, ... apresenta
uma predisposição especial para ter os sintomas nele
despertados. ... isto ocorre devido ao medicamento...”
§116
 “Alguns sintomas são produzidos pelos medicamentos
com maior freqüência, isto é, em muitos organismos;
alguns mais raramente ou em poucas pessoas e outros
somente em pouquíssimos organismos sadios.”
§117
 “Fazem parte destes últimos, as chamadas
idiossincrasias, que são entendidas como
constituições físicas particulares, as quais , embora
sejam sadias sob outros aspectos, possuem uma
tendência a desenvolver um estado mais ou menos
mórbido mediante certas coisas que, em muitas outras
pessoas não parecem produzir a mínima impressão ou
mudança* ...” (MEU CASO)
§117
“...Contudo, tal ausência de impressão em algumas
pessoas é apenas aparente.... para produzir essas
alterações...mórbidas são necessárias tanto a força
inerente à substância agente quanto a disposição da
"Dynamis" (princípio vital) em se deixar afetar, ....,
embora somente um pequeno número de constituições
sadias tenda a se deixar levar por elas a um estado
mórbido tão evidente...”
-TODOS OS PROVADORES DESPERTAM SINTOMAS E
PODEM CONHECER AS VIRTUDES CURATIVAS DAS
SUBSTÂNCIAS SIMPLES.
Este paciente é um amigo da família.
 H.F., 85 anos, cardiopata, hipertenso, apresentou edema
súbito do membro inferior direito, aumento da
temperatura local, hiperemia brilhante, quadro associado a
dor de moderada a leve, sem limitação para caminhar. Ao
exame apresentava-se sem empastamento de panturrilha,
com todos os sinais acima. Foi prescrito Radonium 30 CH
em dose única. Não prescrevi antibiótico que seria minha
rotina. O paciente apresentou dor durante dois dias
apresentando em seguida remissão do quadro.
Paciente atendida em ambulatório do Município de Raposos.
 M.E.S. 72, anos, cardiopata, hipertensa, diabética,
portadora de insuficiência venosa crônica com úlcera
varicosa, evoluiu, com edema súbito, hiperemia bilhante,
membro quente com dor forte e certa limitação para andar.
Dascartei trombose venosa profunda. Iria tratar como
erisipela com antibióticos e antiinflamtórios, porém
lembrei do Radonium. Prescrevi então 30 CH em dose
única. A paciente apresentou grande melhora após alguns
dias. No retorno pediu mais remédio considerando o
mesmo muito bom. Encontrava-se mais animada e feliz
pelos resultados. O tratamento das úlceras foi feito com
Bota de Unna com bons resultados.
 Bibliografia:
 1- Autopatogenesia de Radonium.
 2- CRUZ, A.C.G. A Lei da Auto-patogenesia.
Dissertação apresentada pelo Coordenador do
Grupo Paracelsus de Estudos Homeopáticos. Belo
Horizonte, 1999.
 3- Hahnemann, S. Organon da Arte de Curar. 6ª ed.
São Paulo. Robe editorial, 1996.
 4- Casos clinicos: Dr Jeferson Kleber Forti – Cir.
Cardiovascular.
"Você não pode provar uma definição. O que
você pode fazer, é mostrar que ela faz sentido"
Albert Eistein
OBRIGADO!
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5º dia - Serviço Phýsis de Homeopatia