1 XX CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE DO CIRCULO PSICANALÍTICO DE MINAS GERAIS MAL ESTAR DOCENTE E TRABALHO PSIQUICO Otacílio José Ribeiro Resumo: Este texto apresenta análise de recortes da realidade de uma experiência vivida em uma escola pública, buscando-se consolidar os diversos olhares pedagógicos sobre o trabalho ali desenvolvido. Neste exercício, reconhece-se a singularidade dos sujeitos trabalhadores e suas concepções de educação, buscando-se entender e qualificar o fazer dos docentes, perscrutando as manifestações inconscientes no cotidiano e no movimento desenhado pelo circuito pulsional e social que o grupo de professores traça. Palavras-chave: Trabalho docente – Castração – Trânsito pulsional. Ponto de partida Este texto apresenta análise de recortes de uma experiência vivida em uma escola pública, sem a intenção de se fazer um estudo de caso. No viés de um planejamento estratégico, a experiência constituiu-se, em síntese, de uma intervenção nos processos escolares, buscando-se consolidar os diversos olhares pedagógicos sobre o trabalho desenvolvido na escola confrontando a vivência escolar com o seu Projeto Político e Pedagógico. Trata-se de envidar esforços de intervenção e formação continuada dos professores no sentido de se pensar condições para um trabalho de natureza coletiva e integradora. Neste exercício, reconhece-se ali a singularidade dos sujeitos trabalhadores e suas concepções de educação, cuidando-se para não se desembocar em ações espontaneístas ou mesmo perder a direção e o encaminhamento comum norteado pelos objetivos da escola. O olhar e a escuta para as relações pedagógicas estabelecidas na escola é de cunho psicanalítico freudiano. Trata-se de um exercício de pesquisa de caráter qualitativo, no viés da observação participante. Partindo-se do lugar em que o signatário deste texto ocupa naquela escola – Gestor Educacional, busca-se entender e qualificar o trabalho dos docentes, perscrutando as manifestações inconscientes no cotidiano e no movimento desenhado pelo circuito pulsional e social que o grupo de professores traça. O lugar do gestor, aqui, é o lugar que sustenta este movimento, o qual confere um saber sobre o que 2 os profissionais tem a dizer sobre o seu fazer e o seu padecimento. Este saber pode ser visto como um conhecimento bordejado pela sexualidade, que traz em seu cerne as questões da pulsão, do sujeito e do inconsciente. Evidentemente, a questão da castração está presente no trabalho, já que esta representa a experiência inconsciente da ameaça de perda daquilo que historicamente o professor faz; porém, o discurso socioeducacional enuncia mudança, gerando conflito entre o individual e o coletivo, trazendo desconforto e malestar1. A partir da perspectiva da psicanálise aplicada e implicada com o homem em seus contextos socioculturais, reafirma-se a intenção deste texto, ou seja, a de se fazer um exercício teórico buscando compreender o movimento desenhado pelo circuito pulsional e social que o grupo de professores da referida escola traça. Neste viés, a Psicanálise ultrapassa as fronteiras da clínica e do divã, emprestando sua escuta para examinar a ação do homem na sociedade e no movimento em que se traduzem as formas, modos e processos de trabalho, que constituem elementos da cultura. Toma-se de Freud [1921 (1996:83)], três questões da Psicologia de Grupo que suportam a discussão sobre a dinâmica pulsional em estudo: o que é um grupo, como ele adquire a capacidade de exercer influência tão decisiva sobre a vida mental do indivíduo e qual a natureza da alteração mental que ele força no indivíduo. Procura-se escutar os modos de ser e os modos de fazer, interagindo com a realidade interna e externa do professor, perguntando-se como ele se vê e como ele vê o outro, nas ações de troca, de câmbio. Pensar a si e pensar o outro: no paralelo emerge o sujeito de desejo, o sujeito psicanalítico. Do entendimento deste sujeito, podem-se evidenciar possibilidades que colaborem para a promoção pessoal e coletiva do homem. Trilha teórica Apresentam-se aqui alguns conceitos que cerceiam a discussão acerca do psicodinamismo que rege as relações na escola mencionada no escopo deste trabalho, vistos a partir das questões apresentadas no tópico anterior, respeitando-se suas estruturas. O que é grupo? Pode-se entender por grupo a junção de indivíduos organizados numa ocasião determinada e com um intuito definido. Freud [1921 (1996:84)] diz que “se os indivíduos do grupo se combinam numa unidade, deve haver certamente algo para uni-los, e esse elo poderia ser precisamente a coisa que é característica de um grupo”. Os indivíduos devem ter algo em comum uns com os outros, interesse comum num objeto, uma inclinação 1 Anunciar ou enunciar? A opção pelo termo “enunciar” carrega em si as três categorias da enunciação: a pessoa, o tempo e o espaço, de acordo com a teoria lingüística do francês Émile Benveniste. A junção destas categorias está na base da subjetividade do sujeito. 3 emocional semelhante numa situação ou noutra, com certo grau de influência recíproca, de interação. Ainda em Freud [1921 (1996:81, 83)], tem-se que “apenas raramente e sob certas condições excepcionais, a psicologia individual se acha em posição de desprezar as relações desse indivíduo com os outros”. Esta citação nos associa à questão: como o grupo adquire a capacidade de exercer influência tão decisiva sobre a vida mental do indivíduo? Estamos diante do mecanismo da identificação e do conceito de castração. No mesmo texto da Psicologia de Grupo, Freud [1921 (1996:89, 90)] fala da “sugestionabilidade”. O indivíduo sozinho é mantido sob coerção, na operação do recalque. No grupo, ele apresenta um sentimento de poder, rendendo-se às manifestações inconscientes, à pulsão. No contato com seus pares o indivíduo sacrifica seu interesse pessoal ao interesse coletivo: as “inibições individuais caem”, porém, a busca pela “gratificação livre” ganha espaço. O indivíduo se identifica no outro diante de sua incompletude, de sua falta. Assim, quando se pergunta “qual a natureza da alteração mental que ele (o grupo) força no indivíduo”, etimologicamente, reportamo-nos à qualidade essencial, à disposição inata que rege a vida humana, o curso das coisas e o próprio universo: a falta. Em síntese, diante das polaridades entre individual e coletivo, da identificação e da castração, reafirma-se a palavra falta que traz em sua raiz o surgir, o gerar. Falta é a força que gera, que inaugura o novo, que instaura o inédito. Discutindo o percurso O mundo atual está cada vez mais interligado, interconectado. O saber deixa de ser linear e ganha configuração de rede. Isto traz um impacto nas relações escolares, propondo uma nova relação com o conhecimento. De saberes estanques e encaixotados, exige-se, hoje, uma constante interação entre os conceitos, que aglutinam o conhecimento oriundo da experiência (ou dos saberes gerados nas atividades) àqueles ligados às exigências éticas e epistemológicas. Esta realidade complexa traz um impacto nas relações docentes, uma vez que a formação inicial dos professores é fragmentada e a tendência é reproduzi-la no exercício profissional. Há uma resistência às novas situações escolares, com presença de diferentes concepções de educação, tanto no campo docente, quanto dos discentes e seus familiares. A realidade interfere na política, que, por sua vez, utiliza de mecanismos que regulam o campo educacional. Nesta perspectiva, muitos educadores expõem seus traumas, sem saber o que fazer, instalando-se em um mal estar. O trabalho deixa de ser individual e passa a ser cooperativo. 4 Nos grupos, verifica-se uma exaltação ou intensificação de emoção, uma entrega às paixões: quanto maior o número de pessoas, maior a compulsão automática em negar ou afirmar a realidade. Verifica-se um mecanismo de intensificação das emoções e o indivíduo perde seu poder de crítica e desliza para a mesma emoção grupal. As relações entre os profissionais ficam contaminadas, cada qual, sozinho ou em pequenos grupos escorados em um muro de lamentações. Há uma grande demanda de acolhimento, de ser ouvido, de ser acolhido. Na fragilidade dos mecanismos simbólicos, fica uma demanda de amor. Na observação participante do coletivo escolar, pode-se verificar opiniões diferentes e emoções que perpassam o grupo. Nas falas e apresentações cabem contradições. Aliás, o grupo contém em si contradições, que pode favorecer a discussão, alavancando seus componentes, ao contrário da coesão que emperra e amarra tudo. “Sou formado em... mas...”, diz uma professora. Esta adversativa reticente “mas” pode traduzir a solicitação social de novas atitudes do professor, às vezes perdidos em seu saudosismo2. No grupo, tampona-se a falta que está sendo negada. Ali, como na existência, vive-se a pergunta neurótica: o que quer de mim? Muitas vezes, o sujeito dividido acredita em qualquer coisa e, de tanto ter que cumprir os meios, perde-se na finalidade e no sentido de seu fazer. Para a educação em geral, em particular, para o trabalhador na educação, o conhecimento tem uma significação fálica, que conduz sua vida pulsional. “Eu é que sei o que devo fazer, sou formado há x anos”, um professor apresenta o seu troféu. Mas, nos novos tempos o lugar privilegiado é o do não saber. Exigem-se respostas que não estão na ordem do saber escolar tradicional: não estão prontas: deverão ser construídas. Subjetivamente, isso implica em um outro posicionamento. Destituído do saber fálico, o professor tem de se haver com uma nova economia psíquica, na função do não saber, no lugar do não saber. Do sujeito é requerido fazer da vivência uma experiência 3 que seja capaz de lidar com o caráter coletivo, trans-individual, havendo-se com novas e velhas formações do inconsciente. Voltando para o objeto de estudo, percebe-se nos agrupamentos e nos coletivos, muita repetição, muita lamúria. Seria o retorno do recalcado? Aqui a falha da defesa abre campo para a repetição. Atingido o princípio do prazer, o sujeito passa para a atuação, dinamizando o circuito pulsional. O Eu como representação do sujeito aparece nos atos, na repetição e no sintoma. No silenciamento, posição assumida por um pequeno grupo do coletivo, pode-se perceber uma blindagem, um benefício secundário: o sujeito não demonstra desejo de romper com a própria situação. Supostamente, fica entorpecido, no lugar de não desejante, autorizando a desapropriação de seu ser e do seu fazer; 2 É importante lembrar que o grupo observado apresenta uma grande maioria de pessoa que deverão se aposentar nos próximos cinco anos. 3 KEHL, Maria Rita. O que a psicanálise pode aprender com Walter Benjamim. CPMG: Aula inaugural, 02.03.12. 5 desacreditando na sua incompletude, não se implica com sua falta. A certeza é dele. Estrela solitária (como às vezes um colega apresenta o outro!) investindo a libido em seu próprio corpo. Na atuação narcísica, está a revelação de um baixo limiar de frustração. Os dados brutos colhidos apresentam também sentimentos ambivalentes: ora euforia, ora apatia; amor e ódio. Entre tapas e beijos, rejeitam ações de relevância; querem passar despercebido. O objeto que satisfaz é o mesmo que frustra, ensina Freud (1905) nos Três Ensaios. Sentimentos contraditórios, inversão do afeto, sujeito pulsional sempre insatisfeito, às vezes melancólico: morte e vida se alternam num contínuo mal estar. Perde-se a possibilidade de transmitir experiência, a possibilidade de se continuar. Esquece-se que aquilo que se cria pode ser transformado em experiência e conhecimento. Mas é da própria formação do grupo, da sua constituição e da natureza do fazer que brotam forças propulsoras harmônicas e confortáveis, capazes de acolher muitas vezes trabalhadores panicados e supitantes, num “porto seguro” da “ilha da fantasia” 4; administrase a angústia. Essas forças atuam no ego com plasticidade suficiente para criar possibilidades que suportem os conflitos, criando soluções que diminuem as somatisações. A angústia dá direção para o trabalho que se torna frutuoso, mediando as exigências internas e externas que cerceiam os indivíduos, permitindo-lhes elaborar a castração simbólica, reconhecendo-se como seres de falta. O colega se espelha no colega, corroborando com a obra psicanalítica de que o que faz a mudança psíquica é a sugestão 5. O tema da “sugestão” também apresentado por Freud em 1921 na “Psicologia de grupo e análise do ego” remete o estudo para a questão da identidade e da identificação. Lacanianamente falando, o sujeito se constitui a partir do desejo do Outro e sua história é determinada pelos significantes da demanda do Outro. Esses significantes fazem referência ao lugar que o sujeito ocupa, em sua fantasia, em relação a esse desejo. A escola e seus professores dos quais se está falando, traça um movimento psíquico que repete as identificações por falta de identidade. Carregados catexialmente, os pontos de fixação tendem a ser repetidos. Há de se ter sensibilidade para ouvi-los. Daí a relevância da escuta psicanalítica nas instituições. O fazer coletivo assume as dimensões do divã, ao acolher a fala do outro num movimento de energia chamado trabalho. Energia, pulsão ligada à representação, que pode mudá-la, que pode ser retransmitida. Este é um dos pontos do gestor implicado com a psicanálise: reunir os fragmentos apresentados pelo grupo em um todo organizado; escutar aquilo que se repete e o diferente; construir um trabalho interpretativo, provocando deslocamentos. 4 5 As expressões entre aspas são formas como os professores vêm o espaço escolar em estudo. (FREUD [1893-1895], 1996). Sobre o estudo da histeria. 6 Fazendo o possível: novas linhas Enquanto agente governamental, tenta-se educar; nas entrelinhas, psicanalisar: missão impossível, diz Freud. Fazer desejar complementa a lista das impossibilidades, segundo Lacan6. Mas o trabalho de educação continua e requer ações administrativas e pedagógicas que o tornem acessível a todos. Dentro desta premissa, busca-se integrar os objetivos e ideais escolares às ações e operações ligadas às atividades pedagógicas. Procura-se articular o conhecimento teórico ligado à formação do educador, ao seu projeto de trabalho, quer seja ele da ordem do material ou do ideal. Esta articulação precisa ser traduzida através de ações coletivas e cooperativas. O coletivo é um organismo vivo, com uma estrutura definida e certo grau de continuidade. Uma das formas de investir no grupo é acolher seus sujeitos e suas individualidades, implicando-os na produção grupal. Ao preservar o individual, aposta-se no potencial criador. Mas é preciso investir no coletivo que dá conta da incompletude, que corta os devaneios e conduz as pulsões para o interesse comum. Uma pulsão acéfala invalida o indivíduo; sem a barreira do recalque, o sujeito deixa de ser dividido e se anula. Não havendo sujeito, não se tem controle pulsional. Mas é preciso manter a instituição, o ensino, a aprendizagem e o ideal da escola. Daí o chamamento ao “Pai Simbólico” para domesticar as pulsões e garantir o processo civilizatório. A metáfora paterna entra em cena, ainda que claudicante, não total, pois nenhum homem está à altura do Pai Simbólico. Precisa-se “construir algo novo”, mas “falta equipe”, alude um professor. Não tendo algo que seja seu, aposta-se na construção a partir do outro: é a falta, é o sujeito faltoso. Recorre-se à equipe e ao grupo para a construção da identidade, para se constituir a partir do outro, num processo de identificação. E é em nome do grupo, que se deixa emergir a poesia singular de cada um. Como no mito de Aristófanes, no grupo se nega a castração, pois ali se faz um, inteiro, unidade. Do singular ao plural, repete-se aqui Lacan (1998:127): é preciso acolher o outro, com suas diferenças; acolher a todos que se encontram naquele momento aqui, ali, formando um grupo, movendo a sociedade. E se educar é impossível, propõe-se intervenções pontuais no real da escola, fazendo o possível para se criar novas possibilidades de trabalho, abrindo novos caminhos para que os professores se sintam melhores. Fica o desafio para os grupos e suas lideranças: que todos possam acolher os “evadidos do alhures”, com o dever de “reabrir o caminho de seu sentido, numa fraternidade discreta em relação à qual sempre somos por demais desiguais”. 6 QUINET, Antônio. A ciência psiquiátrica nos discursos da contemporaneidade. Disponível em lacanian.memory.online.fr/AQuinet_Ciencia.rtf (22.08.13) [Governar, educar e psicanalisar: missão impossível, segundo Freud; fazer desejar, segundo Lacan]. 7 Referências FREUD (1921), Sigmund. Psicologia de grupo e análise do Ego. In: Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: Edição standard brasileira. Vol XVIII. Rio de Janeiro: Imago, 1996. FREUD, S. Estudos sobre a histeria [1893-1895]. In: _____. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: Edição standart brasileira. Rio de Janeiro : Imago, 1996. v. II. LACAN, J. O estádio de espelho como formador da função do eu. In: Escritos. Rio de Janeiro, Janeiro, Jorge Zahar Editor,1998. LACAN, J. A agressividade em psicanálise. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,1998. ______. - A lógica da Castração. In: O Seminário. Livro V: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor, 1999. PASCHOALINO, Jussara. O professor desencantado: matizes do trabalho docente. Armazém de Ideias: Belo Horizonte, 2009. ROUDINESCO, E.; PLON, M.- E. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. SOBRE O AUTOR OTACÍLIO JOSÉ RIBEIRO Psicanalista – Professor/Gestor Educacional – Licenciado em Matemática – Especialização em Educação e Psicopedagogia – Mestre em Engenharia de Produção na área de Mídia e Conhecimento (UFSC). Candidato em formação do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais. Endereço para correspondência: Avenida Brasil, 1701 – sala 203 – Funcionários – 30.240.001 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 3227.83.47 – (31) 9939.92.28 – [email protected] 8 ANEXO 1 Material coletado Quadro 1 – O grupo Referências de análise Problematização Formação, constituição e natureza do fazer. Dados brutos coletados Trabalho – trabalho docente – docente em EJA: especificidade diluída parcerias – expectativa do professor – concepções de educação diferenciadas – não é fácil alfabetizar – voz – gratificante - necessidade de registro – identidade – papel social – gestão de pessoas – falta equipe – estrelas solitárias – colegas gabaritados, excelentes. Problemas de contexto – currículo – atividades pedagógicas – materialidade – material do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Alunos perdidos – alunos com interesse no diploma – alunos gentis – juventude não quer saber de livros. Capacidade de exercer influência sobre a vida psíquica do indivíduo: Interação, identificação e castração. Porto seguro – harmonia – ilha da fantasia – confortável. Insatisfeita – apaixonada – chato – cansaço – desgaste – entusiasmo – desafio – mudanças curriculares tímidas. Necessidade de reflexão – documentar – expor feridas. Natureza da alteração psíquica que ele força no indivíduo: Falta. O corpo fala: percepções do “entrevistador” Amor – subutilizado. Autoridade – autor – respeito. Medo – fracasso – estresse – absenteísmo. Silenciamento – vergonha – decepção – adoecimento. Cobrança – desrespeito – controle – competitividade – pressão. Presença de um grupo que não se manifesta: desapego – indiferença – fleuma. Emoção, euforia – apatia. Muita repetição; muitas lamúrias. Observações: (1) Devido à não objetividade da problematização, a categorização dos dados brutos é subjetiva. Os sentimentos e emoções dos sujeitos observados são literais. (2) Os dados brutos apresentados não apareceram nesta ordem: mostra-se aqui uma primeira tentativa de organização. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Quadro 2: Declarações para se pensar “Sou ex-professor de...” “Sou formada em Línguas, mas...” “Esses alunos de inclusão social. Temo pela nossa integridade”. “Os salários não atraem” “A Prefeitura não nos paga, nem nos protege” “Construir algo novo” – “Falta equipe”. “Professor autor x professor ator” “Um projeto pedagógico em consonância com o trabalho desenvolvido” “Gestão de pessoas” “Eu é que sei o que devo fazer. Sou formado há trinta anos em...”