Gestão de Suprimentos Fevereiro/2011 Aula 1 Nesses 60 anos decorridos desde a segunda guerra mundial, a logística apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas. No início era confundida com o transporte e a armazenagem de produtos; hoje é o ponto nevrálgico da cadeia produtiva integrada, procurando atuar de acordo com o moderno conceito de Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos). Na sua origem, o conceito de logística estava essencialmente ligado às operações militares. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha; Por ser tratar de um serviço de apoio, sem o glamour da estratégia bélica e sem o prestígio das batalhas ganhas, os grupos logísticos militares trabalhavam em silêncio, na retaguarda. Foi o que também ocorreu nas empresas durante um bom período de tempo. Uma indústria precisa transportar seus produtos da fábrica para os depósitos ou para as lojas de seus clientes; precisa também providenciar e armazenar matéria-prima em quantidade suficiente para garantir os níveis de fabricação planejados. Por outro lado, em razão das descontinuidades entre o ritmo de produção e de demanda, precisa manter produtos acabados em estoque. Essas operações eram antigamente consideradas atividades de apoio, inevitáveis. Os executivos entendiam então que, no fundo, tais operações não agregavam nenhum valor ao produto. Dentro da organização empresarial, esse setor era encarado com um mero centro de custo, sem maiores implicações estratégicas e de geração de negócios. Em linguagem de hoje, diríamos que esse setor da empresa atuava de forma reativa e não proativa. A maioria das indústrias, por outro lado, surgiu no chão da fábrica, girando em torno do processo de fabricação de uns poucos produtos, com o restante da organização gravitando em torno da manufatura. Ainda hoje, no Brasil e mesmo no exterior, se observa o poder que o setor da manufatura desfruta em muitas indústrias. LUGAR INFORMAÇÃO TEMPO QUALIDADE “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”. (Council of Supply Chain Management Professionals norte-americano) Fonte: Novaes (2007) Fonte: Novaes (2007) Os fluxos associados à logística, envolvendo também a armazenagem de matéria-prima, dos materiais em processamento e dos produtos acabados, percorrem todo o processo, indo desde os fornecedores, passando pela fabricação, seguindo desta ao varejista, para atingir finalmente o consumidor final, o alvo principal de toda a cadeia de suprimento. Além do fluxo de materiais (insumos e produtos), há também o fluxo de dinheiro, no sentido oposto àquele. Há, ainda, fluxo de informações em todo o processo. Esse fluxo ocorre nos dois sentidos, trazendo informações paralelamente à evolução do fluxo de materiais, mas conduzindo também informação no sentido inverso, começando com o consumidor final do produto (demanda, preferências, mudanças de hábitos e de compras, mudança no perfil socioeconômico) e indo até os fornecedores de componentes e de matéria-prima. Todos esses elementos do processo logístico devem ser enfocados com um objetivo fundamental: satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores finais. No entanto, cada elemento da cadeia logística é também cliente de seus fornecedores. Assim, é preciso conhecer as necessidades de cada um dos componentes do processo, buscando sua satisfação plena. Finalmente, operando num mercado eminentemente competitivo, não basta adotar soluções tecnicamente corretas. É necessário buscar soluções eficientes, otimizadas em termo de custo, e que sejam eficazes em relação aos objetivos pretendidos. Prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de toda a cadeia de suprimento; Integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa; Integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes; Busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos processos e a redução de custos em toda a cadeia de suprimento; Satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido e adequado. Fonte: Novaes (2007) O longo caminho que se estende desde as fontes de matéria-prima, passando pelas fábricas dos componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores e chegando finalmente ao consumidor através do varejista constitui a cadeia de suprimentos. Core Competence Fornecedor Fornecedor Terceirização Manufatura •Transporte; •Armazenagem; •Distribuição; •Telemarketing; •Gerenciamento Nível Zero Varejista Um nível Missão Distribuidor Varejista Dois níveis Visão Sentido Montante (upstream), sentido fornecedores Sentido jusante (downstream), sentido cliente MONTANTE Fornecedor JUSANTE Manufatura Nível Zero Varejista Um nível Distribuidor Varejista Dois níveis IMPACTO NOS OBJETIVOS DE DESEMPENHO Qualidade Custo Rapidez Confiabilidade Flexibilidade A atitude clássica das empresas numa fase preliminar da logística, e que infelizmente ainda perdura em muitas organizações nacionais, era tirar a máxima vantagem de cada situação, visando, com isso, ganhar sempre dos concorrentes, numa perspectiva imediatista; Chegou-se à conclusão de que os ganhos que podem ser obtidos através da integração efetiva dos elementos da cadeia, com a otimização global de custos e de desempenho, são mais expressivos do que a soma dos possíveis ganhos individuais de cada participante, quando separadamente. No jargão logístico, a união dos participantes da cadeia de suprimentos, buscando ganhos globais, deve se transformar num processo ganha-ganha, em que todos ganham e não somente uns em detrimento dos demais. “Objetivo é obter competitividade para a rede onde todas as empresas ganhem com a configuração e não somente uma parte da cadeia de suprimentos, traduzindo essa competitividade em ganhos para os clientes finais”. André Anjos (2009) Necessidade de um sistema de informações bem montado e interligando todos os parceiros da cadeia. Também é preciso implantar, nas empresas participantes, sistemas de custos adequados aos objetivos pretendidos, permitindo a transparência de informações entre parceiros da cadeia. Esse tipo de operação logística integrada moderna é denominado Supply Chain Management (SCM), ou, em português Gerenciamento da Cadeia de Suprimento. Esse tipo de operação logística integrada moderna é denominado Supply Chain Management (SCM), ou, em português Gerenciamento da Cadeia de Suprimento. “SCM é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente”. (Fórum de SCM realizado na Ohio State University) É importante notar que o novo conceito de SCM focaliza o consumidor com um destaque excepcional, pois todo o processo deve partir dele, buscando equacionar a cadeia de suprimento de maneira a atendê-lo, na forma por ele desejada. Outro ponto importante a destacar é a integração exigida entre todos os elementos da cadeia de suprimento. Fonte: Novaes (2007) “Operador logístico é o fornecedor de serviços logísticos especializado em gerenciar todas as atividades logísticas ou parte delas nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades consideradas básicas, controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes.” “Associação Brasileira de Movimentação” 3 PL (THIRD-PARTY LOGISTICS); PSL (PRESTADOR DE SERVIÇO LOGÍSTICO); INTEGRATED LOGISTICS PROVIDERS Coordenam cliente logístico; É os vários 3PLs e oferecem ao uma visão completa do fluxo comum que o 4PL seja oriundo de empresas de consultoria em logística, de tecnologia de informação ou de prestadores de serviços logísticos, que já trabalhem com a oferta de serviços de mais alto valor agregado e com componentes informacionais. 1. TNT MERCÚRIO, 2. FEDEX; 3. UPS; 4. RAPIDÃO COMETA; 5. CEVA LOGISTICS. Fonte: Novaes (2007) 1. 2. 3. 4. 5. 6. Melhoria dos indicadores de produtividade; Direcionamento ao core business; Desenvolvimento de parcerias nas cadeias de suprimentos; Crescente complexidade nos canais de distribuição; Globalização; Demanda por TI sofisticada. Ferroviário; Aquaviário; Dutoviário; Rodoviário; Aéreo. Gestão de pessoal; Gestão de orçamentos; Negociação; Soluções de conflitos; Contratação de fretes; Contratação de serviços de terceiros; Armazenagem; Transporte; Distribuição; Separação; Expedição; Carregamento; Gestão de estoques; Compras TMS; ERP; MRP; WMS; DISTRIBUTION PLANNING; DEMANDA PLANNING; INVENTORY MANAGEMENT; PROCUREMENT – COMPRAS; LOGÍSTICA REVERSA, MEIO AMBIENTE E COMPETITIVIDADE, PAULO ROBERTO LEITE, SEGUNDA EDIÇÃO, PEARSON, 2009; ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, NIGEL SLACK (2009), Atlas; LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO – ANTONIO GALVAO NOVAES, EDITORA CAMPUS – 2007 – TERCEIRA EDIÇÃO;