Cadeia de valor e a logística Componentes: Lorrainy Almeida, Sávio Giuriato, Lucas Novaes Professor: Luiz Henrique A cadeia de valor e a logística As vantagens competitivas vêm sendo agregadas ao longo de toda a cadeia de suprimentos. A maneira correta de atuar de forma competitiva é buscar melhorias continuas junto aos demais elementos da cadeia, de forma a reduzir custos, melhorar a qualidade dos produtos e o nível de serviço para os clientes finais, os consumidores. Os elementos da cadeia de suprimento A cadeia de suprimento se estende desde o fornecedor da matéria-prima destinada á fabricação de um determinado produto até o consumidor final, passando pela manufatura, centros de distribuição atacadistas (quando há) e varejistas. Elementos da cadeia de suprimento Matériaprima Componentes pré-montados Transporte Manufatura Componentes soltos Suprimentos da Manufatura Manufatura Transporte Centro de Distribuição do varejista Distribuição Física Loja n Loja 3 Consumidor Final Loja 2 Loja 1 A sequência mostrada na figura é composta por: - Suprimento da manufatura: para a fabricação de um determinado produto são necessários alguns tipos de matériaprima. Alguns tipos de indústria utilizam componentes prémoldados, que são produzidos por outras indústrias. - Manufatura: é o processo de fabricação propriamente dito, normalmente envolvendo várias etapas e podendo ser mais ou menos complexo, conforme o tipo de produto a ser industrializado. Ligados á manufatura, Quando pronto, e enquanto aguarda distribuição, o produto acabado permanece estocado no armazém ou depósito da fábrica. - Distribuição física: uma vez pronto, o produto é despachado para depósitos ou centros de distribuição, para posterior envio ás lojas de varejo. Geralmente, o próprio varejista opera seu(s) depósito(s). Há casos em que a distribuição é feita a partir de um atacadista ou distribuidor. - Varejo: as lojas de varejo,podem pertencer a firmas diversas ou, no caso de cadeias varejistas, a uma única empresa. Conforme visto anteriormente, no caso de franquias há uma situação mista, em que as lojas matem uma imagem estética e comercial unificada, embora operadas por pessoas jurídicas diversas. - Consumo: é a fase final da cadeia de suprimento, foco central de todos os seus participantes. - Transporte: aparece em várias etapas da cadeia de suprimento, deslocando matérias-primas e componentes para a manufatura, levando produtos acabados para os centros de distribuição e destes para as lojas e, em muitos casos, entregando mercadorias diversas nos domicílios dos consumidores. A importância da gestão de custos Nas fases anteriores da Logística, antes do Supply Chain Management (SCM), se dava muita ênfase á garantia da qualidade, não só do produto, como também dos serviços associados. Paralelamente, e como decorrência da forte competição entre as empresas, passou-se a buscar a redução de custos em todos os níveis e de forma sistemática. Na moderna concepção do SCM, a satisfação desses dois objetivos é considerada um fato consumado, ou seja, admite-se que essa condição já foi plenamente atingida dentro da empresa. Isso porque tal padrão é o mínimo que se considera adequado para atuar competitivamente no mercado globalizado. Tradicionalmente, as empresas tendem a focalizar seus custos dentro do domínio estrito de suas atividades. A contabilidade gerencial considera todos os custos e ativos internos á firma. Despesas que ocorrem externamente á firma não são normalmente consideradas, primeiro porque são de difícil quantificações, segundo, porque cada empresa busca as vantagens imediatas para si mesma. Na análise de custo utiliza-se o conceito de valor agregado. A Cadeia de valor O conceito desenvolvido por Michael Porter, professor de Harvard Business School,diz que quando um consumidor compra um determinado produto numa loja, a um determinado preço, o pagamento que faz cobre uma série de elementos de natureza diversa, que participam do processo de fabricação, do transporte da mercadoria e dos serviços complementares. De um lado, se somarmos as despesas elementares correspondentes a todos esses fatores, chegaremos a uma determinada importância X, que representa o custo final do produto em questão. Num ambiente competitivo, valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar por aquilo que uma empresa, ou indivíduo, lhe fornece. O valor não é medido pelo custo final, mas sim pela receita total, resultante do preço que a empresa estabelece para o produto, em função do mercado e do número de unidades que ela pode vender. A empresa será rentável quando a soma dos custos envolvidos na geração do produto for menor do que o valor que ela consegue estabelecer para ele. O valor de um determinado produto é composto pela margem e pelas atividades de valor. As atividades de valor são formadas pelos processos físico-operacionais tecnologicamente distintos de que uma empresa lança mão para criar um produto com um determinado valor de mercado. Se subtrairmos do valor do produto a soma dos custos referentes ás atividades de valor, teremos a margem. A margem é normalmente dividida (não necessariamente em partes iguais) entre varejista, fabricante, fornecedores, transportadoras, intermediários e todos mais que participam da cadeia de suprimento. Cada atividade de valor utiliza insumos diversos, tais como recursos humanos (mão-de-obra e gerência), materiais, tecnologia e informação, podendo gerar ativos financeiros, como estoques e contas a receber, e passivos, como contas a pagar. Porter classifica as atividades de valor em duas categorias: atividades primárias (logística de suprimento ou inbound operações, logística de distribuição ou outbound, marketing e vendas, assistência técnica). Atividades de apoio (infra -estrutura da empresa, gerenciamento de recursos humanos, desenvolvimento de tecnologia, aquisição de insumos e serviços). A infra-estrutura da empresa compreende as atividades de administração, como gerência geral, planejamento, finanças, contabilidade, assistência jurídica e gerência de qualidade. A cadeia de suprimento é formada por uma sequencia de cadeia de valor, cada uma correspondendo a uma das empresas que formam o sistema. Embora as atividades de valor sejam os elementos – chave da vantagem competitiva, a cadeia de valor não é um conjunto de atividades independentes, e sim um sistema de atividades interdependentes. As interligações entre as atividades de valor são formadas por elos, que refletem as relações dentro da empresa ou fora dela. Um exemplo é a situação da montadora americana, relatada anteriormente. O JIT implementado pela montadora tem efeito sobre o desempenho e os custos de algumas das atividades de valor dos fornecedores. A cadeia de valor completa é muito extensa, pois, envolve a manufatura, seus fornecedores, outros fornecedores nos segmentos anteriores do processo, varejistas, bem como outros agentes eventuais (atacadistas, representantes, distribuidores). Por essa razão, vamos considerar, no exemplo que se segue, apenas uma parte da cadeia de valor, mas por si só bastante significativa, permitindo a discussão de uma série de problemas importantes. Estruturas de custo 1. Nível do fabricante: Custo de materiais (adquirido de fornecedores); Custo de mão de obra direta; Custos indiretos; Custo de estoque do produto acabado; Custo de armazenagem do produto acabado. 2. Nível do varejista: Custo de aquisição do produto; Custo de transporte (frete); Custo de estoque em trânsito; Custo de estoque do produto no depósito do varejista; Custo de armazenagem do produto; Custo de entrega às lojas e aos clientes finais. Desses itens de custo, são considerados constantes na análise os seguintes: mão de obra direta e custo de entrega. São considerados variáveis os seguintes itens: materiais, custos indiretos, custo de estoque do produto acabado na fábrica, custo de armazenagem, custo de aquisição do produto pelo varejista, custo do transporte, custo de estoque em trânsito e custo de estoque no depósito do varejista. A parceria de valor As economias de custo, observadas nos elos da cadeia de suprimentos entre dois ou mais participantes, são potencialmente elevadas, justificando uma atuação conjunta com o objetivo de aumentar a competitividade global do sistema. Por outro lado, as empresas, tanto industriais como varejistas, já vem reduzindo drasticamente os custos de suas próprias atividades. Em terceiro lugar, com o foco na satisfação plena do consumidor, que é o objetivo final de toda a cadeia de suprimento, os participantes da cadeia estão sendo forçados a abandonar suas atitudes individualistas e adotar posições colaborativas, formando parcerias. Numa situação focalizada no consumidor, o objetivo não é mais maximizar a margem de um ou mais participantes da cadeia de suprimento. O objetivo agora é reduzir o preço final para o consumidor, visando ter um maior volume de vendas e aumentar a participação no mercado (market share), conseguindo maior giro e, consequentemente, maiores lucros. É claro que somente a redução no preço ao consumidor final não basta. Em termos logísticos, ainda há muitos fatores a considerar. Mas, nesta análise, estamos destacando a questão da cadeia de valor, com destaque para os custos. Participação da logística na cadeia de valor É importante observar que grande parte das medidas possíveis para melhorar a cadeia de valor depende de um bom equacionamento das atividades logísticas. Mais do que isso, a logística de hoje, dentro dos conceitos de gerenciamento da cadeia de suprimento, não trata tãosomente das operações logísticas clássicas, mas é eminentemente estratégica, ou seja, atua fortemente na concepção, planejamento, implantação e execução dos projetos estratégicos das empresas.