Interpretação de
Conferências ou
Simultânea
A interpretação como
profissão
 O trabalho de intérprete de conferências é muito interessante. Dá
a possibilidade de poder conhecer pessoalmente as
personalidades mais marcantes do mundo nos variados domínios,
viajar para as regiões mais variadas, visitar espaços que
normalmente não estão abertos ao público.
 O cansaço e a tensão que a interpretação provoca, faz com que o
número de horas de trabalho, seja menos elevado que a maior
parte das outras profissões.
 Estudos apontam que a duração ideal de execução desta
actividade deve ser de seis horas, deverá ter dois intérpretes que
se revezem a cada vinte ou trinta minutos.
 Os intérpretes estão sujeitos a uma intensa sobrecarga quer da
audição, quer das cordas vocais, seus instrumentos de trabalho
que devem ser preservados. Estes horários podem ser acrescidos
de mais duas horas extra, para eventos acima de oito horas mas
que requerem a contratação de três intérpretes.
As Condições de Trabalho
 Na interpretação simultânea trabalha-se em cabinas
que podem ser fixas ou móveis para as quais existem
Normas Portuguesas e ISSO (ISSO /NP 4043 para
cabinas móveis e ISSO /NP 2603 para cabinas fixas).
 Os delegados ouvem a interpretação por intermédio de
auscultadores sem fios.
 Os intérpretes trabalham aos pares, para que cada um
trabalhe durante vinte minutos enquanto o outro toma
nota, trocando em seguida de lugar e indo alternando.
 Para obter melhores resultados o intérprete deverá ter
um bom ângulo de visão, sobretudo sobre os oradores
principais, uma boa acústica no salão de conferências.
Técnicas de transposição na
interpretação simultânea
 Estar sempre à mesma distância do microfone
para não haver variações no som;
 É preferível falar baixo, perto do microfone, do
que alto, longe do microfone;
 Não variar o timbre de voz, o que não quer
dizer tornar o discurso monótono;
 Não deixar o orador avançar muito, o ideal é
meia frase, para um bom intérprete uma frase
inteira;
Técnicas de transposição na
interpretação simultânea
 Quando o orador cita muitos números, o ideal é anotar
numa folha de papel;
 Não se atrasar por causa duma frase não
compreendida, mais vale saltar para não perder as
outras e mais à frente se tiver oportunidade voltar a
inseri-la no discurso;
 Como normalmente trabalham dois intérpretes por
cabina, pode-se recorrer ao colega para uma
investigação rápida sem, no entanto, perder o sentido
do vai ser dito a seguir;
 O ideal é que o intérprete seja revezado de trinta em
trinta minutos.
Respiração e voz
 O intérprete deve ter uma voz forte e
harmoniosa.
 A dicção deverá ser perfeita e não deverá
baixar a voz no fim das palavras, nem das
frases.
 Verificar sempre o tempo que está à escuta e o
tempo que fala. Pois neste entretanto, a
audiência estará no mais profundo silêncio e
será necessário evitá-lo por muito tempo.
E se o intérprete comete
um erro?
 Os erros acontecem em qualquer profissão e aos
melhores.
 No caso da interpretação podem acontecer dois casos:
 Ou o intérprete é o primeiro a aperceber-se e rectifica
assim que lhe for possível. Não deve nunca por amorpróprio ou intimidação fazer de conta que não cometeu
um erro;
 Ou um membro da assembleia apercebe-se e corrigeo, seja interrompendo o que está a ser dito, seja no fim
da interpretação. Neste caso, o intérprete deve sempre
aceitar a correcção, desculpar-se e agradecer.
Sigilo profissional
O
intérprete
deve
jurar
segredo
profissional como um médico, ou
advogado.
 As suas funções são frequentemente
confidenciais, já que participam em
reuniões de grupos internacionais. Não só
não deve, intencionalmente, falar daquilo
que ouviu, como não deve, usar o que
aprendeu quando participar em outras
reuniões com o mesmo assunto.
Locação de equipamentos
 A locação dos equipamentos necessários ao
trabalho do intérprete não está incluída nos
seus honorários nem é da responsabilidade
dele.
 É necessário equipamento especializado,
nomeadamente uma cabina insonorizada por
cada língua preparada para sentar dois
intérpretes, receptores sem fios para os
delegados, microfones instalados na mesa
superior, potência e tamanho de altifalantes
adequados ao evento.
Perspectivas de futuro

1.
2.
3.
Actualmente a profissão de intérprete desempenha
um papel importante no funcionamento das
sociedades modernas (estas precisam cada vez
mais de comunicar entre si):
internacionalização da economia;
rapidez da circulação de informação pelo mundo;
crescimento da concertação entre países perante
questões mundiais (como a defesa do ambiente ou o
respeito pelos direitos dos Homens).
Perspectivas de futuro
 Neste contexto o trabalho de intérpretes é bastante
sazonal, consoante a situação económica que as
sociedades atravessam.
 Quem inicia a carreira de intérprete deve contar com
um mercado exigente e cujo acesso não é garantido
pelo mero conhecimento de línguas estrangeiras.
Deverá adquirir, por isso, técnicas especializadas em
interpretação, investimento em conhecimentos
técnicos e gerais, através por exemplo de:
- estágios curriculares ou profissionais no país e no
estrangeiro, fazendo um esforço constante na
investigação e na auto- formação.
As “Golden Rules”

1)
2)
3)
4)
O Intérprete de simultânea deverá:
Ter em conta que está a comunicar;
Tirar o melhor partido do suporte técnico;
Verificar se ouve bem o orador e a si próprio;
Nunca tentar interpretar algo que não ouviram ou que
perceberam mal;
5)
Concentração máxima;
6)
Não se distrair com palavras que apresentem problemas;
7)
Manter a “Split attention” de forma activa e analítica, tanto do
discurso do orador, como do seu próprio discurso.
8)
Utilizar, na medida do possível, frases curtas e simples;
9)
Ser gramatical;
10) Fazer sentido em cada frase;
11) Terminar sempre as suas frases.
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Interpretação Simultânea