Interpretação Consecutiva Princípio básicos 1. Para expressar as ideias clara e efectivamente, o intérprete deve tê-las claras na sua cabeça. 2. Se desejar expressar de forma diferente as ideias de alguém, sem ter a possibilidade de repetir palavra por palavra, então deve fazer uma análise estruturada e clara destas. Compreensão a compreensão não é de palavras mas de ideias, porque são as ideias que devem ser interpretadas. o intérprete não pode compreender as ideias se não conhecer as palavras que o orador usa para as expressar. o intérprete não estiver suficientemente familiarizado com a gramática e a sintaxe da língua do orador para seguir as ideias. O intérprete não pode prestar atenção a cada palavra individualmente em detalhe, deve antes prestar atenção ao sentido do discurso, identificando as ideias que são expressas através das palavras A essência da mensagem é o mais importante na interpretação consecutiva Problemas Deduzir pelo contexto: ter um conhecimento profundo das suas línguas passivas. o intérprete deve aceitar que não compreende o significado de uma palavra ou expressão.: “quando tem um contacto directo com os oradores, deve admitir a sua ignorância, e, se necessário, esclarecer a questão com os oradores” 1) Não é uma enciclopédia ambulante 2) Não pode trair os oradores ao perder informação ou adivinhar significados de forma a esconder a sua ignorância. Análise Prós e contras, quando num discurso se pesam os prós e contras, o intérprete deve saber quais são os prós e quais são os contras, e detectar os pontos de viragem entre eles, por exemplo: “mas”, “contudo”, “por outro lado”, etc., e que servem de avisos para o intérprete. Lógico, faz-se uso do argumento, apresentando silogismos e deduções para provar um ponto de vista. Para fazer justiça ao orador o intérprete deve prestar atenção às ligações lógicas do discurso, ex.: “como”, “consequentemente”, “porque”, “portanto”, etc., que podem ser todas palavras-chave. Por ser um discurso tão lógico, se o intérprete faz um erro, ou falha uma parte do raciocínio, toda a construção cai por terra, e o público, mesmo sem perceber uma única palavra do original, irá perceber que há algum problema com a interpretação. Narrativo, adopta uma sequência cronológica, que pode ser a história de um país ou de uma organização internacional nos últimos 50 anos, mas também ser o resumo da última reunião e o que foi feito desde então. Neste tipo de discurso o intérprete deve prestar atenção especial às datas e aos tempos dos verbos. Análise Polémico, o que não significa que seja ilógico, desonesto ou indelicado, mas pode envolver qualquer uma destas três coisas, ou a combinação delas. Ao lidar com tal discurso, o intérprete deve ser sensível e flexível enquanto se mantém fiel ao orador. Não esquecer que o intérprete “é” de certa forma o orador. O intérprete deve ter uma flexibilidade intelectual para reproduzir algo que considere altamente questionável, e deve fazê-lo da melhor forma, e o mais convincente possível. Retórico, é o único discurso em que a forma é mais importante que o conteúdo. As ocasiões mais típicas são durante um jantar de discurso e jantares de despedida de diplomatas. Nestes casos é mais importante captar o espírito do que o detalhe preciso do conteúdo. Identificação das ideias principais o intérprete deve: saber o que é importante nos seus comentários e o que é secundário; o que é essencial e o que é acessório; Ao analisar um discurso, deve identificar as ideias principais e saber que essas são, de facto, as ideias principais. O papel do intérprete é reflectir o conteúdo, o espírito, o significado do discurso, bem como o sentido literal Por norma, os participantes precisam de respostas a três questões básicas: Quem? Onde? Quando? Ou mais especificamente: “quem faz o quê, e quando, e quem diz ou pensa o quê”. Análise das ligações Para compreender o discurso temos de: a identificação das ideias principais; a análise das ligações entre essas ideias. “Um discurso não é só uma sequência de frases justapostas” “As sequências estão relacionadas entre si de uma forma particular, e é esta relação que determina o significado total do discurso (macroestrutura)”. Análise das ligações 1) sequência lógica (ex.: “consequentemente”, “como resultado de”) Perceber a gramática e sintaxe do orador; 2) pode ser uma causa lógica (ex.: “como”, “desde”, “devido a”); 3) as ideias podem ser sequenciais (ex.: “e”), seguindo de uma para a outra, mas sem causa lógica ou consequência; 4) ligações opõem duas ideias. Memória Um intérprete consecutivo ouve um discurso e depois vai reproduzi-lo numa língua diferente. (relembrar ideias / memória). “memória a curto prazo” Uma das técnicas que o intérprete utiliza para ordenar e armazenar ideias na sua mente de forma a facilitar a memorização o máximo possível, são as técnicas mnemónicas. Através delas o intérprete liga noções ou “rótulos” às ideias que deseja relembrar. Re-expressão Após compreender e analisar, o intérprete consecutivo deve seguir para a “re-expressão” do discurso que acabou de ouvir. “Transposição das ideias para a língua de chegada” Exercício Texto para análise das ideias principais; Capacidade de memória.