Uma nova era: a era da
alfabetização
1789 – Revolução Francesa e a escola
Republicana: educar o cidadão
Jules Ferry ( 5 de Abril de 1832 — 17 de Março de 1893) foi um
advogado, jornalista e político francês. Um republicano, maçom,
positivista e anticlerical, ele foi o ministro da educação (Ministre de
l'Instruction Publique) que tornou a escola francesa laica (ou seja,
religiosamente neutra) e (politicamente) republicana. Dissolveu os
jesuítas, criou os primeiros liceus e colégios para raparigas. Tornou
o ensino primário gratuito na França (lei de 16 de Junho de 1881) e
obrigatório (lei de 28 de Março de 1882). Ferry foi um adepto das
ideias positivistas de Auguste Comte, que o inspirou nas suas
reformas do sistema educativo francês.
Enquanto isso no Brasil…
1549 a 1759 – Período Jesuíta: 25 residências, 36
missões e 17 colégios e seminários, além de
seminários menores e escolas de primeiras letras
instaladas em todas as cidades onde havia casas
da Companhia de Jesus: uma escola a serviço da
fé.
1760 a 1808 – Perído Pombalino: ergue-se frente as
potências européias: uma escola a serviço do
estado. O caos do sistema educacional.
1808 a 1821: período Joanino – imprensa, e cultura
européia. Pouco investimento educação básica.
1822 a 1888: em 1824 a primeira constituição fala
em ensino primário gratúito para todos os
cidadãos. Método Lancaster. Em 1826 um
Decreto institui quatro graus de instrução:
Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios
e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe
a criação de pedagogias em todas as cidades e
vilas, além de prever o exame na seleção de
professores, para nomeação. Propunha ainda a
abertura de escolas para meninas. 1835, surge a
primeira Escola Normal do país, em Niterói.
A Revolução das Letras…
Com a Revolução Francesa vem o desafio de
encontrar um esquema de trabalho para que 1
mestre ensina-se a muitas crianças de maneira
rápida, eficaz, segura e econômica.
Alemanha: exemplo de abundancia de escolas;
valorização da formação do professor
Holanda: técnicas renovadoras (quadro de giz)
Inglaterra: Método Lancaster(1803)/Bell(1798):
uso de alunos monitores: prática pedagógica
coletiva; ideologia do mérito pessoal;
Mas afinal o que vem primeiro:
a leitura ou a escrita?
• Até o século XVI – ensino da escrita
restrito a quem pudesse pagar um preceptor
• A partir do século XVII – teóricos
inovadores propõe a junção de leitura e
escrita
• Para Dupont: a história da escrita prescede
a da leitura e é “obvio” que quem escreve
lê.
Escrevendo para ler…
• Século XIX – ler e escrever são faces da mesma moeda;
• Questão do ensino da letra manuscrita e de imprensa;
• J.B Graser : um dos primeiros a ensinar primeiro as letras, silábas,
palavras
• Discipulo Scholz: traçar as letras dizendo não seus nomes mas os
sons (fonético)
• M. Schüler: método simultaneo de marcha analítico-sintética
(palavras-chave/desenho: ILHA – I )
• 1815 – França : aliança entre o ensino da leitura e da escrita;
• 1818 – Guia do Ensino Mutual; uso do quadro de giz; cartazes de
letras, sílabas e palavras; mudança no mobiliario;
• 1810 – 1833 – Escolas Normais para formasr professores
alfabetizadores; resistencia dos professores: primeiro a leitura.
Sonho republicano: cidadãos
alfabetizados
- Um novo mundo: industrializado, urbano,
republicano;
- Necessidade de ordem e estabilidade
social;
- Possibilidade de ascenção social;
- Alfabetização: um instrumento eficaz e
seguro.
- Analfabetismo excludente e “vergonhoso”;
A eficácia em questão…
• Porque os métodos tradicionais (analíticos
e sintéticos) foram “bem sucedidos” nos
países desenvolvidos e fracassaram nos
países periféricos?
Porque são
Porque essa
raça de gente
é inferior ora!
desnutridos
tadinhos!!!
É carência cultural!
Esse povo num tem
arte, música,livros
vai aprender como?
São os
vermes
na
barriga!
UNESCO: escalada mundial
• 1946 – luta contra o analfabetismo em
escalada mundial;
• 1966 – Programa Experimental Mundial de
Alfabetização
• 1966 – 1973 – Implantação do Programa
• 1967 – 1973 – avaliação: abandonar
campanhas em escala mundial = realização
de projetos nacionais e regionais.
Analfabetismo no Brasil…
De acordo dados do IBGE, o Brasil
possui 9,7% (cerca de 18,6
milhões) de analfabetos e 20,3%
(cerca de 38,9 milhões) de
analfabetos funcionais.
• 1947 – Campanha de Educação de Adolescentes
e Adultos (rural)
• 1949 – Missão Rural de Educação de Adultos =
Campanha Nacional de Ed. Rural
• 1958 – critica as campanhas que só ensinavam
assinar o nome; CNEA = Campanha Nacional de
Erradicação do Analfabetismo
• 1960 – Centros Populares de Cultura; Movimento
de Cultura Popular; Movimento de Educação de
Base “de pé no chão também se aprende a ler”
• 1964 – repressão aos movimentos populares
• 1970 – MOBRAL – extinto em 1985 deu origem
a FUNDAÇÃO EDUCAR
O que foi o MOBRAL…
• O Movimento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL) foi um projeto do governo
brasileiro, criado pela Lei n° 5.379, de 15 de
dezembro de 1967, e propunha a alfabetização
funcional de jovens e adultos, visando "conduzir
a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura,
escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua
comunidade, permitindo melhores condições de
vida".
Metodologia Mobral…
A metodologia utilizada pelo Programa de Alfabetização
Funcional baseadava-se em seis objetivos:
1. desenvolver nos alunos as habilidades de leitura, escrita e
contagem
2. desenvolver um vocabulário que permita o
enriquecimento de seus alunos;
3. desenvolver o raciocínio, visando facilitar a resolução de
seus problemas e os de sua comunidade;
4. formar hábitos e atitudes positivas, em relação ao
trabalho;
5. desenvolver a criatividade, a fim de melhorar as
condições de vida, aproveitando os recursos disponívei;
6. levar os alunos:
• a conhecerem seus direitos e deveres e as
melhores formas de participação comunitária;
• a se empenharem na conservação da saúde e
melhoria das condições de higiene pessoal,
familiar e da comunidade;
• a se certificarem da responsabilidade de cada
um, na manutenção e melhoria dos serviços
públicos de sua comunidade e na conservação
dos bens e instituições;
• a participarem do desenvolvimento da
comunidade, tendo em vista o bem-estar das
pessoas.
• Os técnicos do MOBRAL defendiam que o método
utilizado baseava-se no aproveitamento das
experiências significativas dos alunos. Desta forma,
embora divergisse ideologicamente do método de
Paulo Freire utilizava-se, semelhantemente a este, de
palavras geradoras e de uma série de procedimentos
para o processo de alfabetização:
1. apresentação e exploração do cartaz gerador;
2. estudo da palavra geradora, depreendida do cartaz;
3. decomposição silábica da palavra geradora;
4. estudo das famílias silábicas, com base nas palavras
geradoras;
5. formação e estudos de palavras novas;
6. formação e estudos de frases e textos
• A principal e essencial diferença na utilização
destes procedimentos em relação ao “método
Paulo Freire”, era o fato de no Mobral haver uma
uniformização do material utilizado em todo o
território nacional, não traduzindo assim a
linguagem e as necessidades do povo de cada
região, principal característica da metodologia
freiriana.
Download

Uma nova era: a era da alfabetização