Teorias gerais da administração Aula 05 : Teoria das relações humanas Prof. Diovani Milhorim Teorica humanística Teorica clássica • Trata a organização como máquina. • Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. • Inspirada em sistemas de engenharia. • Autoridade centralizada. • Linhas claras de autoridade. • Especialização e competência técnica. • Acentuada divisão do trabalho. • Confiança nas regras e regulamentos. • • Trata a organização como grupos humanos. • Enfatiza as pessoas e grupos sociais. • Inspirada em sistemas de psicologia. • Delegação de autoridade. • Autonomia dos empregados. • Confiança e abertura. • Ênfase nas relações entre pessoas. • Confiança nas pessoas. • Dinâmica grupal e interpessoal. Abordagem Humanística • A Abordagem Humanística foi um movimento de reação aos princípios da Abordagem Clássica da Administração. • Traz um novo conceito às Teorias da Administração: – transfere a ênfase nas tarefas e na estrutura, da Abordagem Clássica, para a prioridade com as pessoas e os grupos sociais. Abordagem Humanística • Surge com o desenvolvimento das ciências sociais da Psicologia, com aplicação nas Organizações (Psicologia do Trabalho). – Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho: • seleção de pessoal, treinamento, orientação. – Adaptação do trabalho ao trabalhador: • motivação, liderança, relações interpessoais. Teoria das Relações Humanas • Também denominada de Escola Humanística. • Desenvolvida por Elton Mayo, a partir de sua experiência em Hawthorne. • Originou-se: – da necessidade de humanizar a Administração, – do desenvolvimento das ciências humanas, – das conclusões da experiência em Hawthorne. A Experiência em Hawthorne • Fábrica da empresa americana de equipamentos e componentes telefônicos, Western Eletric Company. • Objetivo: verificar se as condições físicas do trabalho têm influência sobre a eficiência dos operários. • Foi realizada em quatro fases. • Escolhidos dois grupos de trabalho: – Grupo de observação • Grupo experimental, aplicava-se condições diferenciadas para estudo – Grupo de controle • Sempre submetido às condições usuais de trabalho. Experiência em Hawthorne Primeira Fase • Objetivo: conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. – Grupo de controle: submetido à uma intensidade constante de iluminação. – Grupo experimental: submetido à uma intensidade variável de iluminação. • Resultados: – Não havia relação entre o grau de iluminosidade e o rendimento dos operários – Identificou-se que a eficiência dos operários é afetada por fatores psicológicos • Inicialmente visto como um fator negativo à eficiência, tentou-se isolar o efeito psicológico da experiência. Experiência em Hawthorne Segunda Fase • Objetivo: determinar o efeito de mudanças nas condições de trabalho na eficiência produtiva. • Foi dividido em 12 etapas. Em cada uma, o grupo de observação era submetido à diferentes condições de trabalho. Experiência em Hawthorne Segunda Fase • Etapas da experiência 1. Estabelecer a capacidade de produção em condições normais = 2.400 unid. 2. Isolamento do grupo experimental na sala de provas. 3. Separação do pagamento por tarefas do grupo experimental. Aumento 4. Intervalos de 5 minutos na manhã e na tarde. Aumento 5. Aumento dos intervalos de descanso para 10 minutos. Aumento 6. Três intervalos de 5 minutos pela manhã e o mesmo pela tarde. Manteve-se 7. Retorno a dois intervalos de 10 minutos (manhã + tarde). Aumento 8. Saída do trabalho às 16:30 hs. e não mais às 17:00 hs. Aumento 9. Saída do trabalho às 16:00 horas. Manteve-se 10. Retorno à saída às 17:00 horas. Aumento 11. Semana de 5 dias com sábado livre. Aumento 12. Retorno às condições do 3o. período. Aumento Experiência em Hawthorne Segunda Fase • Resultados / Conclusões: – Os operários do grupo de observação gostavam de trabalhar na sala de provas, pois não tinha a pressão da supervisão. Trabalhava-se com liberdade. – Não havia medo de punição. – Houve um desenvolvimento social entre os indivíduos, formando uma equipe. – Houve o desenvolvimento de objetivos comuns. Experiência em Hawthorne Terceira Fase • A partir da diferença de produtividade, do grupo de controle e do grupo de observação, na segunda fase da experiência, e com base nos resultados encontrados, os pesquisadores resolveram alterar o foco das condições físicas do trabalho para enfatizar as relações humanas no trabalho. • Deu-se início à terceira fase da experiência, com o Programa de Entrevistas com os funcionários. • Objetivo: conhecer as atitudes e sentimentos dos funcionários, ouvir suas sugestões. • Resultado: identificou-se a organização informal, onde os operários se unem, havendo uma lealdade entre si. Experiência em Hawthorne Quarta Fase • Teve como finalidade estudar a ‘organização informal’ dos operários. • Colocou-se o grupo experimental trabalhando em uma sala isolada, mas com as mesmas condições de trabalho do grupo de controle. • Foi colocado um observador (e não supervisor) dentro da sala e um entrevistador fora da sala que entrevistava o grupo experimental. • Verificou-se que os operários apresentavam uma uniformidade de sentimentos e solidariedade entre si. Experiência em Hawthorne Conclusões • As conclusões obtidas por Mayo na experiência em Hawthorne delineou os princípios básicos da Escola das Relações Humanas. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. O nível de produção é resultado da integração social Comportamento social dos operários Recompensas e sanções sociais Grupos informais Relações humanas Importância do conteúdo do cargo Ênfase nos aspectos emocionais Experiência em Hawthorne Conclusões 1.O nível de produção é resultado da integração social, • e não somente pela capacidade física do empregado, ou de sua capacidade em realizar movimentos eficientes em tempos prédeterminados. 2.Comportamento social dos operários os operários não agem como indivíduos, mas como membros de grupos. 3.Recompensas e sanções sociais Operários que tinham baixo índice de produtividade perderam o respeito dos colegas. A Teoria das Relações Humanas, não considerava o princípio de homo economicus. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento do grupo. Experiência em Hawthorne Conclusões 4. Grupos informais Nova visão da empresa como uma organização social informal, contrário à visão formal da abordagem clássica. 5. Relações humanas 6. As relações humanas são desenvolvidas com base no contato entre as pessoas. Os indivíduos querem ajustar-se às demais pessoas do grupo. Importância do conteúdo do cargo Mayo reparou em seus estudos que a divisão do trabalho e sua especialização não eram seguidos por todos os operários. Alguns trocavam de função entre si para evitar a monotonia do trabalho. 7. Ênfase nos aspectos emocionais A Teoria das Relações Humanas estudou também os comportamentos ‘irracionais’ e não planejados dos indivíduos. Civilização Industrializada • Com base em sua experiências em Hawthorne e, a partir de suas conclusões, Mayo e a Teoria das Relações Humanas contribuíram para a Administração nos tópicos: – A eficiência humana é resultado de sua interação social e não dos métodos de trabalho impostos. – A cooperação humana é resultado da moral do indivíduo. – Os métodos de trabalho impostos enfatizam a eficiência da produção e não a cooperação humana. Assim, há um conflito social na civilização industrializada: incompatibilidade entre os objetivos da empresa e os individuais. – A solução é uma administração humanizada, com chefes democráticos e simpáticos com todos os operários. 6Novos estudos na Administração • Os estudos da Teoria das Relações Humanas trouxe novos ítens ao estudo da Administração: – Motivação – Liderança – Comunicação – Organização informal – Dinâmica de grupo 6.2 Motivação • Busca explicar o comportamento das pessoas. • Teoria de Campo de (Kurt) Lewin – C = f (P,M) • C = Comportamento • P = Pessoa • M = Meio-ambiente • O estudo da Motivação exige o conhecimento das necessidades humanas: – Fisiológicas: relacionadas à sobrevivência do indivíduo. Comer, beber, dormir, sexo, segurança. – Psicológicas: adquiridas ao longo da vida: participação e aceitação na sociedade. – De auto-realização: exige um contínuo desenvolvimento humano. Motivação • Toda necessidade cria um estado de tensão e uma predisposição à ação. • A motivação leva o indivíduo ao comportamento visando satisfazer suas necessidades. • Cria-se o ciclo motivacional. • Havendo a satisfação da necessidade, o indivíduo chega ao seu equilíbrio (temporário). • Caso um comportamento ou ação não leve à satisfação da necessidade (barreira), há a frustração. – Agressividade, reações emocionais, alienação. Motivação Equilíbrio Estímulo ou incentivo Satisfação Necessidade Tensão Barreira Comportamento ou ação liderança • A experiência de Hawthorne identificou a existência de líderes informais que mantinham o controle do grupo, ajudando a manter os indivíduos como um grupo coeso. • Para os humanistas a liderança é: – Um fenômeno de influência interpessoal, – Um processo de redução de incerteza do grupo, – Uma relação funcional entre líder e subordinados. Liderança Estilos de Liderança A u tt o c rr á tt ic a A u o c á ic a D e m o c rr á tt ic a D e m o c á ic a L ib e rr a ll( la is s e z -z ir e ) L ib e a ( la is s e - fa fa ir e ) O líld e rrfifx a a s d ir e tr iz e s ,, O íd e ix a a s d ir e tr iz e s semqualq uer semqualq uer participaçãodogrupo participaçãodogrupo A s d ir e tr iz e s s ã o d e b a ti a s A s d ir e tr iz e s s ã o d e b a td id a s decididaspelogrupo, decididaspelogrupo, estim uladoeassistido estim uladoeassistido pelolíder. pelolíder. H áliberdadetotal paraas H áliberdadetotal paraas d e cc is õ e s g ru p a is o u in d iv id u a is ,, d e is õ e s g ru p a is o u in d iv id u a is e m í n i m a p a r t i c i p a ç ã o d o l í d e r . em ínim aparticipaçãodolíder. Ogrupoesboçaas Ogrupoesboçaas p rr o v id ê n cc ia s p a rr a a ti g ir p o v id ê n ia s p a a a tn in g iro o alvoepedecon selhosao alvoepedecon selhosao líld e rr ,,q u e s u g e rr e íd e q u e s u g e e a l t e r n a t i v a s p a r a o alternativaspara o g r u p o e s c o l h e r . grupoescolher. Aparticipaçãodolíderé Aparticipaçãodolíderé lilm it d a a p rr e s e n ta n d o a p e n a s im ia ta d a a p e s e n ta n d o a p e n a s s u g e s tõ e s q u a n d o s o lilc it d o a s u g e s tõ e s q u a n d o s o ic ia ta d o a fazê-las. fazê-las. O líld e rr d e te rr m in a a s O íd e d e te m in a a s providênciaparaexecução providênciaparaexecução dastarefas, nam edidaem dastarefas, nam edidaem quesetornamnecessárias quesetornamnecessárias edem odoim previsível edem odoim previsível p a rr a o g ru p o p a a o g ru p o O líld e rrd e te rr m in a a ta rr e fa O íd e d e te m in a a ta e fa q u e cc a d a u m d e v e e x e cc u ta rr q u e a d a u m d e v e e x e u ta e o s c o l e g a s d e t r a b a l h o eoscolegasdetrabalho A d iv is ã o d o tr a b a lh o fifc a a A d iv is ã o d o tr a b a lh o ic a a critériodogru poecada critériodogru poecada m e m b rr o te m lilb e rr d a d e d e m e m b o te m ib e d a d e d e e s cc o lh e rr s e u s cc o le g a s d e e s o lh e s e u s o le g a s d e tr a b a lh o .. tr a b a lh o Olíderédom inadoreé Olíderédom inadoreé ““ p e s s o a l” n o s e lo g io s e p e s s o a l” n o s e lo g io s e cc rr ít i c a s a o t r a b a l h o íticasaotrabalho decadam em bro. decadam em bro. O líld e rrp rr o cc u rr a s e rr u m m e m b rr o O íd e p o u a s e u m m e m b o norm al dogru po, emespírito. norm al dogru po, emespírito. Olíderéobjetivoelim ita-se Olíderéobjetivoelim ita-se aosfatosnascríticase aosfatosnascríticase elogios. elogios. A d iv is ã o d o tr a b a lh o e e s cc o lh a A d iv is ã o d o tr a b a lh o e e s o lh a d o s c o l e g a s f i c a t o t a l m e n t e a doscolegasficatotalm entea cc a rr g o d o g rr u p o ..A b s o lu ta fa lt a g o d o g u p o A b s o lu ta fa la ta departicipaçãodolíder. departicipaçãodolíder. O líld e rr n ã o a v a lila o g rr u p o n e m O íd e n ã o a v a ia o g u p o n e m controlaosacontecim entos. controlaosacontecim entos. A penascom entaasatividades A penascom entaasatividades q uan dopergu ntado. q uan dopergu ntado. Liderança Líder Subordinados Ênfasenolíder Líder Subordinados Ênfasenolíder enossubordinados Líder Subordinados Ênfasenossubordinados Comunicação • A Teoria das Relações Humanas identificou que o processo de comunicação entre as empresas era falho. • A troca contínua de informações entre os operários, e entre esses e os supervisores, a respeito das questões organizacionais, promoviam um ambiente de maior cooperação dos operários, havendo um melhor desempenho das atividades. Comunicação Diferentes padrões de comunicação Redesde Comunicação Características: Roda Cadeia Círculo Rapidezdeinfluenciação Rápida Rápida Lenta Boa Boa Pobre Ênfasenolíder Pronunciada Marcante Nenhuma Moral Muitopobre Pobre Muitoboa Lenta Lenta Muitorápida Acuracidade Flexibilidadepara mudançanocargo Organização informal • Os humanistas, através da experiência em Hawthorne verificaram que o comportamento dos operários não poderia ser estudado sem ser levado em conta a organização informal. • O comportamento dos grupos está condicionado à: – Organização formal • Regida pelas práticas da empresa. Tem caráter lógico. – Organização informal • Regida pelos usos e costumes dos indivíduos. Se traduz por meio das atitudes. Organização informal • Origens: – Interesses comuns entre os indivíduos de um grupo – Interação entre indivíduos de grupos diferentes – Períodos de lazer – Vida social, fora da empresa. Dinâmica de Grupo • Para os humanistas o grupo não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim um conjunto de pessoas que interagem entre si. • A Teoria das Relações Humanas estabelece que as atitudes dos indivíduos baseiam-se nos grupos aos quais pertence. • O indivíduo encontrando o seu grupo, e sendo aceito por este, produz mais. • Por isso, o conhecimento da dinâmica grupal dentro da organização, ajuda o administrador. Críticas à Teoria das Relações Humanas • Oposição cerrada à Teoria Clássica • Inadequada interpretação dos problemas das relações – Experiência de Hawthorne: novas buscas, novos caminhos • Concepção ingênua do operário – Trabalhador feliz X trabalhador insatisfeito • Limitação do campo experimental – Fábrica • Parcialidade das conclusões – Restrição à Organização Informal Conclusão • A escola das Relações Humanas trouxe duas orientações à Teoria Administrativa: – Equação humana • Sucesso das organizações depende diretamente das pessoas – Novo papel do administrador • Saber comunicar, liderar, motivar. • Estas orientações são vistas como importantes nas empresas de hoje e são implementadas por estas.