TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ABRIL /2006 Prof. Mauri C. Soares TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 1 • Abordagem Humanística da Administração A Teoria Administrativa sofre uma Revolução conceitual: • Administração Científica (ênfase na tarefa). • Administração Clássica (ênfase estrutura organizacional). • Administração Humanística (ênfase nas pessoas da organização). TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 2 Características principais: • • Perde prioridade: a máquina, métodos de trabalho das organizações. Ganha prioridade: – a preocupação com o homem e seu grupo social: dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 3 A abordagem Humanística: – Origem: através da Teoria das Relações Humanas (USA 1930). – Colaboração: desenvolvimento das Ciências Sociais (Psicologia do Trabalho). TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 4 • A Psicologia do Trabalho (Psicologia Industrial) tinha a função de: 1. Análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho – – – – – Ênfase: nas características humanas que cada tarefa exigia do seu executante e a seleção científica dos empregados baseada nessas características. Seleção pessoal, a orientação profissional, Os métodos de aprendizagem e de trabalho, A fisiologia do trabalho. O estudo dos acidentes e de fadiga. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 5 2. A adaptação do trabalho ao trabalhador: Ênfase: crescente atenção voltada para os aspectos individuais e sociais do trabalho sobre os aspectos produtivos. • Temas predominantes nesta fase: – – – – – Estudo da personalidade do trabalhador e do chefe, Da motivação e dos incentivos do trabalho, Da liderança, Das comunicações, Das relações interpessoais e sociais dentro da organização. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 6 • Segundo a Psicologia do Trabalho existe dois fatores importantes a serem considerados em qualquer atividade do trabalho: 1. Fator humano: (comportamento humano no trabalho, considerando como inseparáveis e complementares o aspecto produtivo e o aspecto pessoal). 2. Fator material: (matérias-primas, ferramentas, máquinas, processos físicos do trabalho). TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 7 • Taylorismo:Queda • • introdução de normas e métodos científicos geração de recusa na aceitação das normas, pelos operários. fenômeno de resistência à mudanças. Conseqüência: Queda na produção. • • – – Grande depressão econômica (Quebra na Bolsa de NY) Emerge: Escola das Relações Humanas (Caráter democrático) TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 8 • Teoria das Relações Humanas: – Origens: 1. A necessidade de humanizar e democratizar a administração. – Libertar-se dos conceitos rígidos e mecanicistas da T.Clássica. – Procura uma melhor adequação aos padrões de vida americano. 2. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas – Psicologia e Sociologia. – Comprova a inadequação dos princípios da Teoria Clássica. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 9 • Teoria das Relações Humanas: – Origens: 3. Colocação em prática através de Elton Mayo, das idéias filosóficas de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin. 4. As conclusões da Experiência de Hawthorne – Desenvolvida entre 1927 – 1932 (Elton Mayo) onde colocou em xeque os postulados da Teoria Clássica da Administração. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 10 TEORIA CLASSICA TRATA A ORGANIZAÇÃO COMO UMA MÁQUINA ENFATIZA AS TAREFAS OU A TECNOLOGIA INSPIRADA EM SISTEMAS DE ENGENHARIA AUTORIDADE CENTRALIZADA LINHAS CLARAS DE AUTORIDADE ESPECIALIZAÇÃO E COMPETÊNCIA TÉCNICA ACENTUADA DIVISÃO DO TRABALHO CONFIANÇA NAS REGRAS E NOS REGULAMENTOS CLARA SEPARAÇÃO ENTRE LINHA E STAFF TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 11 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS TRATA A ORGANIZAÇÃO COMO GRUPOS DE PESSOAS ENFATIZA AS PESSOAS INSPIRADA EM SISTEMAS DE PSICOLOGIA DELEGAÇÃO PLENA DE AUTORIDADE AUTONOMIA DO EMPREGADO CONFIANÇA E ABERTURA ENFASE NAS RELAÇÕES HUMANAS ENTRE OS EMPREGADOS CONFIANÇA NAS PESSOAS DINÂMICA GRUPAL E INTERPESSOAL TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 12 TEORIA CLASSICA TRATA A ORGANIZAÇÃO COMO UMA MÁQUINA ENFATIZA AS TAREFAS OU A TECNOLOGIA INSPIRADA EM SISTEMAS DE ENGENHARIA AUTORIDADE CENTRALIZADA LINHAS CLARAS DE AUTORIDADE ESPECIALIZAÇÃO E COMPETÊNCIA TÉCNICA ACENTUADA DIVISÃO DO TRABALHO CONFIANÇA NAS REGRAS E NOS REGULAMENTOS CLARA SEPARAÇÃO ENTRE LINHA E STAFF TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS TRATA A ORGANIZAÇÃO COMO GRUPOS DE PESSOAS ENFATIZA AS PESSOAS INSPIRADA EM SISTEMAS DE PSICOLOGIA DELEGAÇÃO PLENA DE AUTORIDADE AUTONOMIA DO EMPREGADO CONFIANÇA E ABERTURA ENFASE NAS RELAÇÕES HUMANAS ENTRE OS EMPREGADOS CONFIANÇA NAS PESSOAS DINÂMICA GRUPAL E INTERPESSOAL TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 13 • • • Elton Mayo 1924 – Academia Nacional de Ciências dos USA. – Indústria Têxtil: – Objetivo: Verificar a correlação entre Produtividade e Iluminação no local de trabalho. 1927 – Conselho Nacional de Pesquisas – Fábrica de Hawthorne da Western Electric Company – (Chicago) - fabricante de equipamentos e Componentes telefônicos. – Objetivo: avaliar a correlação entre iluminação e a eficiência dos operários, medida por meio da produção. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 14 Elton Mayo: • • Desenvolveu pesquisas em uma industria têxtil • Onde era alta rotatividade de M.O (250% / ano) • Tentou alguns incentivos: – Salariais, – Intervalos de descanso, – Delegou aos operários a decisão sobre os horários de produção – Contratação de uma enfermeira Resultados: – Surge o espírito de grupo, aumento de produção, diminui a rotatividade TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 15 • 1927- 1932 – • Avaliações feitas durante o processo: – – – – • Experiência de Hawthorne Fadiga, Acidentes de trabalho, Rotatividade de pessoal (turnover) Condições de trabalho sobre a produtividade. A empresa já desenvolvia na época: – Política de valorização e o bem-estar dos funcionários, com salários e boas condições de trabalho. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 16 1ª Fase – Experiência de Hawthorne • Escolheram dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas. • 1º grupo de observação trabalhava sob intensidade de luz variável • 2º grupo de observação trabalhava sob intensidade de luz constante. • Resultado: – os operários reagiam conforme a intensidade da luz, ou seja, julgavam-se na obrigação de produzir mais quando aumentava a intensidade da luz e comprovou-se que o fator psicológico se sobrepõe sobre o fator fisiológico: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 17 2ª Fase – Experiência de Hawthorne • Foi criado um grupo de observação (experimental): cinco moças que montavam relés, e uma sexta que fornecia as peças para abastecer o trabalho e contava com um supervisor. • A sala de provas era separada do departamento (onde estava o grupo de controle) por uma divisão de madeira e o equipamentos eram idênticos aos utilizados no departamento e contava com um plano inclinado com um contador de peças que marcava a produção em fita perfurada e contava também com um supervisor. • A produção foi o índice de comparação entre o grupo experimental (sujeito a mudanças nas condições de trabalho) e o grupo de controle (trabalho em condições constantes). TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 18 2ª Fase – Experiência de Hawthorne Objetivo principal: Índices de Produção • Observações: – 12 períodos diferentes de avaliação: • Tempos de avaliações diferentes que variavam de minutos a semanas. • Variação de horas de trabalho. • Mudanças de local de trabalho • Modificação de sistema de pagamentos. • Intervalos de descanso no período da manhã/tarde e intercalados. • Serviu-se lanche leve nos períodos de intervalo. • Estabelecimento de semana de cinco dias, com sábado livre TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 19 2ª Fase – Experiência de Hawthorne • Conclusões: 1. As funcionárias gostavam de trabalhar na sal de prova onde a supervisão era mais branda, oposto à supervisão de controle rígido. O ambiente era amistoso e sem pressões, pois a conversa era permitida. Não havia temor ao supervisor, pois este funcionava como orientador. Ocorreu o desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e tornaram-se uma equipe, O grupo desenvolveu objetivos comuns, com o aumento do rítmo de produção, embora fosse solicitado a trabalhar normalmente. 2. 3. 4. 5. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 20 3ª Fase – Experiência de Hawthorne 1928 - Objetivo: estudar as relações humanas do trabalho. Considerações: • As moças consideravam humilhante a supervisão vigilante e constrangedora. • Apesar da política pessoal aberta, a empresa não conhecia com profundidade as relações trabalhistas entre operárias e supervisão. • Implanta-se o Programa de Entrevistas com os empregados para conhecer suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento que recebiam, bem como ouvindo sugestões e treinamento dos supervisores. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 21 3ª Fase – Experiência de Hawthorne Conclusões: O Programa de entrevistas revelou a existência de uma organização informal, que manifesta-se por: 1. 2. 3. 4. Identificar os níveis ideais de produção e não aqueles que são impostos. O próprio grupo exclui aqueles que são sabotadores ou excedem os padrões de produção, A existência de liderança informal de alguns operários que mantém o grupo unido e asseguram o respeito pelas regras de conduta. Contentamento ou descontentamento com relação às atitudes dos superiores a respeito do comportamento dos operários. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 22 4ª Fase – Experiência de Hawthorne Objetivo: analisar a organização informal do grupo Considerações: • • O sistema de pagamento era baseado na produção do grupo, havendo um salário-hora com base em fatores e um salário mínimo horário, para o caso de interrupções na produção. Constatou-se que os operários usavam de artimanhas – logo que os operários montavam o que julgavam ser a produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho, e os operários passaram a apresentar uniformidade de sentimentos e solidariedade. Conclusão: Esta fase permite o estudo das relações informais dos funcionários com as formais da fábrica. TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 23 5ª Fase – Experiência de Hawthorne Proporciona o delineamento dos Princípios Básicos das Escolas de Relações Humanas: 1. Nível de Produção Resultante da Integração Social 2. Comportamento Social dos Empregados 3. Recompensa e Sanções Sociais 4. Grupos informais 5. Relações Humanas 6. Importância do Conteúdo do Cargo 7. Ênfase nos Aspectos Emocionais TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 24 • Bibliografia: – Chiavenato, Idalberto – Teoria Geral da Administração – volume 1 6ª edição – Rio de Janeiro: Campus, 1999 Capítulo 6 – Páginas 214 a 226 TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO 25