Relatório Mensal
Março de 2012
O mês de março de 2012 foi marcado pela ligeira deterioração da percepção de risco na zona do euro,
principalmente, devido a Portugal e Espanha e também da indicação de dados moderados da atividade econômica global,
especificamente uma incerteza quanto ao soft landing da atividade chinesa. Somados a menor expectativa de injeções de
liquidez por parte dos bancos centrais do G-4, os ativos de risco apresentaram um desempenho negativo no mês,
principalmente os ativos ligados aos mercados emergentes (Ibovespa -1,98%, Shangai Composite -6,80% e Cobre -1,40%).
Passada a euforia com a segunda tranche do LTRO (Long Term Refinancing Operation), voltaram à tona os
questionamento e tensões em relação aos fundamentos econômicos da União Européia. A Espanha divulgou para 8,5% o
seu déficit publico de 2011 (superior a previsão de 6%) e anunciou que não conseguirá atingir sua meta de 4,4% para
2012; comprometeu-se em atingir a nova meta de 5,3% estipulada pelo Eurogrupo (comissão de ministros de finanças
europeus). Com isso, acentuaram-se as criticas de risco moral dos lideres europeus em relação ao relaxamento dos
ajustes fiscais mesmo após intervenção mais incisiva do ECB (principal receio da Alemanha em relação às ações do Banco
Central Europeu). Esses fatores voltaram a gerar pressões nas taxas de juros de títulos soberanos europeus ao longo do
mês. Além disso, ficam cada vez mais evidentes as diferentes realidades entre o centro (Alemanha, França, Holanda) e
periferia (Espanha, Itália, Portugal) da união monetária. Os dados de crescimento continuam apontando para uma
profunda recessão (devido aos ajustes fiscais e baixa competitividade) na periferia, enquanto o centro, na melhor das
hipóteses, permanecerá estagnado.
Nos EUA os dados econômicos continuaram surpreendendo positivamente o mercado, dentre eles a geração de
empregos, encomenda de bens duráveis e produção industrial (ISM), porém já se nota alguma desaceleração em alguns
indicadores, visualizado na manufatura regional e nos dados de exportações. A ata do FOMC decepcionou as expectativas
do mercado em relação a novas rodadas de QE (quantitative easing) no curto prazo. O FED sinalizou que só haverá mais
afrouxamento monetário caso a atividade volte a desacelerar de maneira significativa (os analistas esperavam que o FED
indicasse o anuncio de mais QE na reunião de abril ou junho) e ainda ressaltou que há riscos para a concretização do
cenário de juros inalterados até 2014 caso a atividade se mantenha robusta e os índices de preços acima da meta de
2%a.a.
O cenário de soft-landing da China voltou a ser questionado devido à divulgação dos dados de produção industrial
(PMI) que 1) indicaram desaceleração em relação ao mês anterior e 2) demonstra tendências conflitantes entre os
institutos que os divulgam: o indicador calculado pelo setor privado registrou produção industrial em contração,
enquanto o indicador do governo chinês indicou expansão. As pressões de custos das empresas chinesas, a moderação do
crescimento do crédito e a relutância do governo chinês em realizar afrouxamento monetário via redução de juros ou
compulsório gerou um cenário de aversão a risco que levou a underperformance de ativos relacionados à China (EM e
commodities). Continuamos com a visão de que as reformas econômicas na China que visam controlar a inflação, reduzir
a dependência em relação ao setor manufatureiro exportador e reorientar a economia para o desenvolvimento do
consumo doméstico levarão a concretização de um cenário de soft-landing.
No Brasil, os indicadores continuam apontando para uma demanda doméstica aquecida, com destaque para a
queda na taxa de desemprego e o crescimento das vendas do varejo e da produção industrial. Ao mesmo tempo, os
índices de preços continuam desacelerando na margem e a inflação acumulada em 12 meses está em 5,85%. Apesar
deste cenário benigno de demanda ainda robusta e queda na inflação corrente, o Banco Central sinalizou na ata do
Copom que a taxa Selic deverá ser reduzida até 9% e permanecer neste patamar, e caso ocorram pressões de preços
futuras, o Copom estará pronto para restringir as condições de crédito através de medidas macro-prudenciais (no cenário
do Banco Central a inflação convergirá para a meta ainda este ano e voltará a acelerar em 2013). Tentando combater a
apreciação do real e seus efeitos sobre a indústria nacional, o governo reeditou medidas de taxação sobre captações
externas (ampliou o prazo de 3 para 5 anos) e continuou intervindo no mercado de cambio via Banco Central, e além
disso, anunciou diversas medidas (extensão do Plano Brasil Maior) para promover a competitividade do setor industrial:
desoneração da folha salarial, expansão da capacidade de crédito do BNDES, prolongamento de isenções de tributos para
produtos da linha branca, aumento dos recursos do Proex, dentre outros.
Continuamos buscando estruturas com boa relação de risco e retorno como forma de proteger nossos portfólios, e
conforme ocorrerem realizações de lucros nos mercados (sem que haja mudanças significativas no cenário macro atual),
poderão surgir boas oportunidades de utilizar nosso caixa nos próximos meses.
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