Jornal Valor --- Página 1 da edição "19/12/2013 2a CAD A" ---- Impressa por ivsilva às 18/12/2013@22:32:26 Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 19/12/2013 (22:32) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto www.valor.com.br Quinta-feira, 19 de dezembro de 2013 | Ano 14 | Número 3409 | R$ 5,00 American Airlines paga US$ 135 milhões por atentados de 11/9 B5 A mineira Nanum Nanotecnologia cria nova tinta magnética para impressões de segurança B6 Depois do Paraguai, BrasilAgro mira terras na Colômbia, diz Elsztain B12 Destaques Fed começa a cortar estímulos Vale quer sócio em fertilizantes A Vale discute a entrada de um parceiro na área de fertilizantes. A sociedade poderá ser na holding que controla o negócio ou em projetos específicos, como Carnalita (SE) ou Kronau, no Canadá. B3 Luiza fica com lojas da Via Varejo O Magazine Luiza assumiu 15 pontos comerciais da Via Varejo, do Grupo Pão de Açúcar — 13 em São Paulo e dois em Minas —, por R$ 10,98 milhões. A alienação era uma exigência do Cade. B4 Telefónica vai à Justiça por Vivo e TIM A Telefónica informou o Cade que vai à Justiça contra decisão que a obriga a vender 50% da Vivo ou sua participação na Telecom Italia. A empresa também vai contestar a multa de R$ 15 milhões aplicada pelo órgão. B7 ram acalmar os investidores quanto ao ritmo das mudanças. O plano é diminuir o afrouxamento monetário lentamente e de forma condicionada à melhora dos indicadores econômicos dos EUA. Bernanke deu a entender que o Fed, em cada uma das oito reuniões que realizará em 2014, reduzirá em US$ 10 bilhões o montante de títulos adquiridos no mercado, zerando esse mecanismo de estímulo até o fim do próximo ano. Ele deixou claro, entretanto, que se a inflação não subir — de 1,1% para 2% — e a taxa de desemprego não cair — de 7% para 6,5% —, a instituição poderá diminuir o ritmo de corte ou até mesmo aumentar as compras mensais de ativos. “O processo de recuperação [da eco- Roberta Costa e Aline Oyamada De São Paulo O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, anunciou ontem que começará a desmontar gradualmente, a partir de janeiro, as medidas de estímulo monetário adotadas em 2008, no auge da crise mundial. O Fed reduzirá de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões a injeção mensal de recursos que vem fazendo na economia americana por meio da compra de títulos públicos e privados. A decisão de iniciar os cortes já em janeiro surpreendeu os mercados, mas tanto o comunicado da deliberação quanto as declarações de ontem do presidente do Fed, Ben Bernanke, procura- nomia] está longe de ser concluído”, disse Bernanke. “Nossa perspectiva é que a inflação volte a 2%, mas levamos isso muito a sério e tomaremos as ações apropriadas se não houver sinais de que não voltará a esse patamar”, afirmou, acrescentando que “é preciso, obviamente, um pouco de sorte e uma boa política”. O Fed prevê crescimento do PIB dos EUA entre 2,2% e 3,2% no ano que vem e entre 3,0% e 3,4% em 2015. A expectativa é que, em 2016, a maior economia do planeta avance entre 2,5% e 3,2%. Já a inflação, mostram as projeções, só deve chegar ao parâmetro de 2% em 2015. Isso significa que a taxa de juros, hoje fixada entre zero e 0,25% ao ano, deverá ser mantida nos níveis atuais pelo menos até o fim de 2015. “A política [monetária] acomodatícia ainda é forte e continuará até atingirmos metas de emprego e inflação”, informou o presidente do Fed, que deixará o cargo em fevereiro, quando será substituído por Janet Yellen. Os mercados reagiram positivamente ao anúncio do Fed, indicando a possibilidade de uma transição suave na política monetária americana. As bolsas dos EUA passaram a operar em alta após a reunião da instituição. No Brasil, o Banco Central anunciou a extensão, até 30 de junho, do programa de oferta de proteção cambial que acabaria no fim do ano. Os recursos oferecidos por meio de leilões serão reduzidos de forma significativa. Páginas C1, C2 e C3 Exportação de carne para os EUA Japoneses elevam produção no Brasil Tradings japonesas ampliam investimentos na produção de alimentos em outros países. No Brasil, grandes empresas do segmento sediadas no país asiático já têm participação direta em negócios que envolvem pelo menos 650 mil hectares. B12 BC vê freio na escalada do déficit O Banco Central estima que o déficit em conta corrente do país fique em US$ 78 bilhões em 2014, equivalentes a 3,53% do Produto Interno Bruto (PIB), praticamente estável em relação aos US$ 79 bilhões esperados para este ano. C13 Gestores voltam às bolsas europeias Gestores globais de recursos voltaram a comprar ações de empresas na Europa, principalmente de países periféricos, como Espanha e Grécia, que estiveram no epicentro da crise das dívidas soberanas. C14 O novo mapa da economia global As escolas de negócios precisam olhar mais para o mundo e ir até onde os novos movimentos econômicos estão. “Queremos aumentar nossa presença no Brasil, como fizemos na Índia, China, Oriente Médio, Rússia e Europa Oriental”, diz William Boulding, da Universidade Duke. D3 Insônia assombra executivos Pesquisa com 20 mil executivos de 95 países mostra que os brasileiros, com 44%, estão entre os que mais sofrem com insônia e doenças relacionadas ao estresse devido a preocupações no trabalho. Os mais afetados são os sul-coreanos (55%). D3 Coca terá de indenizar a CBF O Superior Tribunal de Justiça confirmou decisão de 2 a instância que condenou a Coca-Cola a indenizar a Confederação Brasileira de Futebol por uso indevido de imagem em campanha publicitária de 2009, durante as eliminatórias para a Copa da África. E1 Ideias Ribamar Oliveira Cenário para o comportamento da receita tributária federal em 2014 é bem melhor que o deste ano. A2 Maria Clara R. M. do Prado Em 2014, governo terá de ser eficiente naquilo em que é mais vulnerável: se antecipar aos fatos de forma coerente. A13 Indicadores Bovespa (18/12/13) Dólar comercial 0,94 % Mercado R$ 16,5 bi 2,3410/2,3430 (18/12/13) Dólar turismo BC São Paulo 2,3268/2,3274 2,2600/2,4700 (18/12/13) Euro Rio Reais/Euro (BC) 2,3200/2,4600 3,2031/3,2041 (18/12/13) US$/Euro (BC) 1,3766/1,3767 . Inflação baixa preocupa BCs de países ricos Sudeep Reddy, Jason Douglas e Brian Blackstone The Wall Street Journal, de Londres Washington e Frankfurt A inflação cai em todo o mundo desenvolvido, apesar dos juros ultrabaixos e das campanhas sem precedentes de impressão de dinheiro. O cenário representa um dilema para o Fed e outros reguladores que definem a política monetária dos países ricos. Os preços ao consumidor nos EUA subiram só 1,2% em novembro em relação ao mesmo mês de 2012. A inflação anual na zona do euro foi de 0,9% no mês passado. Para os formuladores de políticas de economias avançadas, a baixa inflação traz um dilema de difícil solução: responder com uma política de relaxamento monetário ainda maior ou tratar a inflação como um fator temporário? Os bancos centrais se preocupam quando a inflação é muito baixa porque isso aumenta o risco de deflação, fenômeno difícil de combater por meio da política monetária. Preços em queda levam consumidores a adiar compras e desaquecem a economia. Página B9 Novo aeroporto será totalmente privado em SP ESPECIAL CENÁRIOS 2014 Mais dúvidas do que consensos na economia Claudia Safatle De Brasília Os prognósticos para 2014 indicam inflação em queda modesta, crescimento igual ou menor que o deste ano e política fiscal ainda sem meta definida. O Valor escolheu quatro temas básicos — inflação e câmbio, crescimento, contas externas e situação fiscal — e colheu previsões para o próximo ano nos setores produtivo, financeiro e também no governo. O caderno Cenários 2014 mostra, portanto, as diferenças de avaliação desses três grupos. Em geral, há mais dúvidas do que consensos, seja pelas dificuldades em vislumbrar os rumos da crise global e dos efeitos da redução dos estímulos monetários pelo Fe- deral Reserve (Fed), seja pelas incertezas internas decorrentes da próxima eleição presidencial. As fonte do governo, como se poderia esperar, são as mais otimistas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que “estamos no limiar de um novo ciclo econômico”, com retomada da atividade doméstica e a normalização dos fluxos de receitas tributárias. Os empresários ficam no meio termo. Lembram que 2014 pode ser o ano da retomada da economia americana e, com eleições e Copa do Mundo, há chances de ser melhor do que 2013. O grupo mais pessimista é o do setor financeiro, que entre outras críticas considera que dificilmente o governo fará um ajuste fiscal mais forte em plena campanha presidencial. Especial “Cenários 2014” Dúvidas sobre a bolsa Justiça aceita credor ‘amigo’ em planos de recuperação Daniel Rittner e Fábio Pupo De Brasília e São Paulo O governo vai autorizar a construção de um aeroporto privado para atender o crescimento da aviação comercial. Será em Caieiras, na Grande São Paulo, um projeto de R$ 5 bilhões das construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, com duas pistas e capacidade para até 48 milhões de passageiros — o equivalente à movimentação conjunta de Guarulhos e Congonhas em 2012. É uma mudança importante na política para a exploração do setor. Hoje, os grandes terminais são administrados pela Infraero ou por empresas privadas vencedoras de leilões de concessão. Há um ano, a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto que permite autorizações para novos aeroportos privados, mas restritos a operações da aviação executiva. Um novo decreto ampliará o regime de autorização para aeroportos com voos comerciais, disse ao Valor o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco. A medida deve sair em 2014. Página B2 Compra de caça sueco põe fim a novela de 13 anos Bárbara Mengardo De São Paulo Daniel Rittner De Brasília A Justiça tem considerado válidos os planos de recuperação judicial que preveem benefícios aos credores que auxiliarem na reabilitação das empresas. As vantagens aos “credores estratégicos” ou “credores parceiros”, como são denominados nos planos, são concedidas nos casos de continuidade no fornecimento de mercadorias ou concessão de crédito à empresa em dificuldade. Apesar de serem comuns nas recuperações, as subdivisões de credores não estão previstas expressamente na lei. A adoção já levou bancos a recorrerem ao Judiciário, alegando que essa divisão fere a isonomia entre os credores. Os processos começaram a chegar recentemente aos Tribunais de Justiça, que em diversos casos reconheceram que os benefícios concedidos aos credores estratégicos auxiliam na preservação da companhia em recuperação. O advogado Joel Luis Thomaz Bastos explica que a instituição de vantagens aos “credores parceiros” é benéfica para as empresas porque muitas vezes, mesmo após a aprovação do plano de recuperação, os fornecedores deixam de vender mercadorias. “Essas divisões resolvem a situação emergencial. As empresas em recuperação precisam, no mínimo, de matéria-prima”. Página E1 Em reviravolta surpreendente, o governo encerrou uma novela que se arrastava desde o início da década passada e anunciou a aquisição de 36 caças Gripen NG (New Generation), da fabricante sueca Saab, para renovar a frota de supersônicos da Força Aérea Brasileira. A negociação do contrato, da ordem de US$ 4,5 bilhões, ocorrerá nos próximos oito a doze meses. O primeiro lote de caças, com 12 aviões, será entregue 48 meses após a assinatura do contrato. As demais unidades deverão ser incorporadas até 2023. Ao anunciar o desfecho da novela, o ministro da Defesa, Celso Amorim, garantiu que não haverá impacto no Orçamento em 2014. O Valor apurou que os suecos ofereceram ao governo brasileiro um pacote arrojado de financiamento, de 15 anos, que banca praticamente toda a compra. Os pagamentos brasileiros só terão início após a entrega do último avião. Assim, o Brasil só deverá quitar a dívida em 2038. Além disso, 40% do desenvolvimento e até 80% da produção de aeroestruturas do caça deverão ser feitos no Brasil. Aeronaves de outros dois fabricantes disputaram o contrato da FAB: o F/A-18, da americana Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault. Página A3 LEO PINHEIRO/VALOR Brasil e EUA chegaram a um entendimento para acelerar a liberação do comércio de carne bovina in natura entre os dois países. A expectativa é que os americanos iniciem em janeiro, por 90 dias, uma consulta pública sobre a abertura de seu mercado. B11 A forte queda do Ibovespa em 2013 pode não ser fundo do poço. Como outros analistas, Carlos Eduardo Rocha, da Brasil Plural, acredita que o cenário de risco ainda é relativamente alto. Páginas D1 e D2