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13 mar 2015 O Globo ELIANE OLIVEIRA elianeo@ bsb.oglobo.com. br
BC vê inflação persistente e projeta
para este ano reajuste de 38,3% na
conta de luz
Ata do Copom cita avanços insuficientes no
controle dos preços e indica nova alta de juros
­BRASÍLIA­ Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, o
Banco Central previu um cenário sombrio para a economia este ano, indicando que os juros vão continuar
a subir para conter a inflação persistente. Mesmo após ter elevado a taxa básica de juros para seu maior
nível dos últimos quatro anos — 12,75% ao ano — o colegiado considerou que os avanços no combate à
inflação “não se mostram suficientes". E indicou os fatores que pressionam a inflação, como a previsão de
reajuste das tarifas públicas para 2015, que subiu de 9,3% para 10,7%, com destaque para energia, cuja
previsão de alta subiu de 27,6% para 38,3%.
O BC retirou do texto um trecho publicado na ata de janeiro com avaliação de que os preços entrariam
em “longo período de declínio" ainda este ano, mostrando que já não crê em uma queda mais rápida da
inflação. Em outra alteração, o BC destaca que as decisões do comitê serão tomadas visando a
convergência da inflação para o centro da meta (4,5%) sem a expressão “no próximo ano", como era
anteriormente.
Ainda assim, para alguns analistas, a ata está desatualizada, porque não levou em conta alguns
fatores, como o câmbio, que superou R$ 3,10, enquanto o cenário de referência usado pelo BC foi o dólar
a R$ 2,85.
— Ao ler a ata, peguei­me perguntando, nesta manhã, se o BC, por erro ou dolo, não tinha
simplesmente republicado a ata de janeiro — disse o economista Alexandre Schwartsman.
Fábio Silveira, da GO Associados, também citou o câmbio, além dos reajustes de tarifas, como razões
para a alta dos juros. Ele destacou que a desvalorização do real encarece diversos produtos e, com inflação
alta, economia fraca e juros elevados, corre­se risco de uma recessão.
— Corremos o risco de mergulhar em uma profunda recessão, por causa da alta dos juros, que vem
ocorrendo desde o ano passado.
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