CENÁRIO MACROECONÔMICO
O evento mais importante do mês passado movimentou bastante vários dos mercados que
acompanhamos e temos posições. No dia 18 de setembro, era esperado o início do fim da crise de
2008. Isso porque, desde a crise do subprime, o Federal Reserve (Fed) vem injetando bilhões ao mês
na economia americana, por meio da compra de títulos governamentais e de títulos lastreados em
hipotecas.
Desde maio de 2013, havia a expectativa de que o Fed iniciasse a diminuição dos estímulos em
setembro. Assim, os investidores incluíam no preço dos ativos a redução de algo entre 10 e 15
bilhões de dólares, dos atuais 85 bilhões mensais. Porém, a decisão foi pela manutenção do nível de
compras corrente, pelo fato de a economia norte-americana ainda estar muito fragilizada, apesar de
alguns sinais de melhora. Com isso, a decisão do Fed influenciou as bolsas, os mercados de
commodities, juros e outros ativos pelo mundo afora, inclusive no Brasil. Os juros brasileiros,
principalmente os mais curtos, cederam bastante e contribuíram com a rentabilidade das nossas
posições.
Além desse fator, o impasse em torno do orçamento americano roubou a cena no final do mês,
ajudando a empurrar o dólar mais para baixo. A moeda acumulou perda de 7,09% no mês. O que nos
preocupa é o modo como evoluiu a discussão entre republicanos, democratas e o presidente Barack
Obama, com muito atrito e pouca convergência. Isso chama a atenção, pois em meados de outubro
entra na agenda, novamente, a negociação sobre a elevação do teto da dívida pública americana.
No cenário local, também no final do mês, tivemos a divulgação do RTI, o Relatório Trimestral de
Inflação. A avaliação do Banco Central (BC) sobre a inflação e as posteriores declarações dos
diretores do Banco, mostraram desconforto com o patamar da inflação. Assim, o mercado pondera
que subiu probabilidade de dois aumentos de 0,50%.
No começo de setembro, outro evento nacional que atraiu o foco do mercado foi a divulgação da
ATA do Copom. Cabe destacar as menções do Comitê ao câmbio e à expectativa de que o balanço do
setor público se desloque para a “zona de neutralidade”, passando contribuir com a política
contracionista do BC. Em linhas gerais, nos pareceu que o Banco Central segue atento à pressão do
dólar na inflação e com o ritmo da atividade, que coloca dúvidas sobre a magnitude total do ciclo de
aumento de juros.
No dia 12 houve a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio. O indicador de vendas no varejo,
calculado pelo IBGE, apresentou forte alta em julho (+1,9% ante o mês anterior), vindo bem acima do
consenso de mercado. Com este resultado, alguns analistas acreditam que o pior da desaceleração
econômica já tenha ficado para trás. Porém, acreditamos que a análise necessita de um pouco mais
de cautela, pois alguns itens mostram certa degradação da como, por exemplo, o indicador ampliado.
CARTA DO GESTOR
O mês de setembro foi bem positivo para nossas posições de renda fixa. Tivemos um bom momento
no meio do mês resultante do cenário externo. Exatamente quando o Fed divulgou que continuaria
com seu programa de compra de ativos, o Quantitative Easing 3 (QE3), no mesmo patamar vigente.
Havia uma grande expectativa que ele diminuísse este programa, o que levaria a uma diminuição de
liquidez mundial e por consequência um possível novo stress nas curvas de cambio e juros. Com a
continuidade do QE3 o preço do dólar caiu consideravelmente no mês e, por consequência, a curva
de juros cedeu junto. Porém, no fim do mês, a curva de juros voltou a subir por conta do IGP-M que
apresentou inflação de 1,50%, devolvendo a preocupação para todo o mercado de que o nosso
Banco Central tenha que agir com maior intensidade na Selic.
Com relação às movimentações realizadas no mês, aproveitamos o movimento de queda na curva de
juros e de inflação para reduzir nossa posição de NTN-B de vencimento 2015. Reduzimos
praticamente 90% de nossa exposição nos menores níveis vistos no mês. Outro destaque bem
positivo foi nossa posição ativa em IGP-M. Essa posição vem performando muito bem em nossos
fundos e, provavelmente, com o IGP-M continuando alto, tende a apresentar novamente um bom
retorno.
No book de cambio tivemos algumas alterações de posição, porém nosso cenário continua o mesmo.
Estávamos posicionados com uma estrutura de opções, um call spread de vencimento outubro de
2013. No início do mês vendemos esta estrutura e compramos duas novas opções de vencimento
janeiro de 2014. A ideia dessas operações é proteger os fundos contra eventuais movimentos de
stress nos mercados.
Na Renda Variável, o Ibovespa deu sequencia ao movimento de recuperação iniciado em julho e
marcou o terceiro mês consecutivo de alta. O Ibovespa encerrou o período com valorização de
4,65%, aos 52.338 pontos. No ano, o principal índice da bolsa paulista acumula perdas de 14,13%.
Durante o mês de setembro, mantivemos a exposição ativa em renda variável mais baixa, porém,
reduzimos expressivamente a posição vendida em índice futuro, que em dado momento do período
chegou a ser 100% zerada. Aproveitamos também o nível do mercado para rolar a Put de 46.000 de
outubro para uma do mesmo strike com vencimento em dezembro.
Também foram feitos alguns ajustes na carteira de renda variável, na qual reduzimos algumas
posições que performaram no ano e estavam próximas do nosso target price, com o caso de BRFS3 e
CIEL3. Além disso, zeramos a posição de USIM5. Em contra partida, aumentamos a exposição em
PETR3, CSNA3 e VALE5.
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