Premissas A representação da informação estatística necessita de linguagem própria e regras diferentes da representação de informação textual O tratamento dado ao um estoque de conhecimentos também carrega uma marca institucional. Quando uma instituição produz uma informação, ela tem um objetivo e um usuário específico. O trabalho de tratamento deve deixar claro, tanto quanto possível, o ponto de vista institucional sobre a informação, utilizando, para isso, instrumentos documentários específicos. Considerando, porém, que as instituições não objetivam apenas a simples reprodução de suas informações, é necessário que os instrumentos documentários permitam distintos usos e usuários da informação, segundo diferentes condições e objetivos. Devem combinar o modo institucional de conceber a informação, mais as possibilidades de sua reutilização. Representação Documentária de Informação Estatística • representação específica de uma realidade • significado se altera conforme o contexto em que foi construída • Não explicita, por si só, o seu contexto O entendimento de que a informação estatística representa um contexto que pode não estar explícito no dado, é uma característica importante para se identificar as principais diferenças entre a representação documentária de informações estatísticas e a representação de informações textuais. • representação documentária não pode ser generalizante pois seu conteúdo informacional é único. • necessita criação de mecanismos que a contextualize, mostrando o recorte do universo temporal, espacial e visão de mundo/modelo de interpretação social em que foi construído. • o uso da LD deve ser muito mais uma forma de organizar os dados para sua disponibilização do que de sintetizá-los. Especificidades da representação da informação estatística • 1 – O vocabulário utilizado na representação da informação estatística deve conter termos muito específicos – cada termo praticamente corresponde a um dado indexado. • 2 – A linguagem documentária deve ter também a função de organização da informação. • 3 – Os conjuntos de informações estatísticas podem ser organizados em grandes temas, seguindo a organização tradicional desse tipo de informação, mas outras hipóteses de organização devem ser construídas, através das estruturas específicas da linguagem e da representação documentária, de forma a reunir informações que se encontram em temas diferentes, mas que juntas formam outros cenários informativos. • 4 – É imprescindível construir redes de equivalências e de associações entre os termos, com vistas a adequar a linguagem de organização às solicitações dos usuários, bem como a dirimir suas dúvidas. • 5 – É fundamental construir um conjunto de metadados: definições, notas e fontes são indispensáveis, tanto para a contextualização dos dados estatísticos, seja no momento da emissão ou no da recuperação da informação, quanto para assegurar a própria estrutura da organização dos dados. • 6 – É preciso ter claro que, mesmo entre os dados estatísticos, poderemos encontrar especificidades que precisam ser levadas em conta na construção da linguagem e no processo de indexação. Essas variações vão surgir de acordo com a forma com que a informação estatística é disponibilizada: tabulações fixas, variáveis para construção de tabulações personalizadas ou microdados para a livre criação de indicadores.