Para entender as
linguagens documentárias:
conhecimento, informação e linguagem
CINTRA, A. M. M.; TÁLAMO, M. de F. G. M.; LARA, M. L.
G. de; KOBASHI, N. Y.
Tópicos
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Apresentação
Introdução
Conhecimento, informação e linguagem
Linguagens Documentárias
Sistema Nocional
Relações Linguísticas e Documentação
Apresentação
O Homem vive entre campos semiológicos.
Os
campos
semiológicos
são
manifestações
manifestações
sócioculturais
de
uma
dada
sociedade
LINGUAGEM
(códigos).
A cultura é transmitida predominantemente
através da palavra que possui a
característica de interpenetrar todos
esses campos semiológicos, sejam eles
verbais ou não verbais.
* Semiologia: Ciência geral dos signos.
Palavra – suporte do conhecimento
Informação, ligada ao conhecimento, ao
desenvolvimento dos domínios do saber
Compartilhamento  registro em suporte,
materialidade
* Semiologia: Ciência geral dos signos.
A informação é construída entre o enunciador
e o enunciatário. Posições de quem fala e
quem ouve são intercambiadas. Circula entre
“mundos” diversos e “linguagens” diversas.
Função da LD: tratrar para transmitir a
informação registrada; filtrar; divulgar;
transformar uma lgg polissêmica em outra,
mais controlada
Traduzir um texto científico em linguagem
documentária é (grosso modo) substituir
palavras da linguagem natural (utilizadas no
texto) em termos preferidos, ou seja, em
descritores de um sistema de indexação.
A
palavra carrega a prática social da
sociedade, enfeixa os valores de um
determinado momento histórico. A linguagem
documentária também, à medida que é fruto
de escolhas, de hipóteses de organização. Os
valores dos sujeitos são diferentes, razão
pela qual é preciso decidir sobre a tradução
que as linguagens documentárias operam.
LN (sistema virtual de relações, mecanismos
de articulação)
 LD (sistema construído de relações; regras
explícitas)
Introdução
Nomeação da realidade = fato cultural
Diferentes formas de nomeá-la
“Estou com dor de cabeça”
“Jái mal à la tête”
“Mi duole il capo”
 experiências
diferentes
culturais
diferentes

signos
Algumas definições

Língua: é um instrumento de comunicação
segundo o qual, de modo variado de comunidade
em comunidade, se analisa a experiência humana
em unidades providas de conteúdo semântico e
de expressão fônica e em unidades sucessivas
(Martinet).

Linguagem natural: é o modo pelo qual nos
expressamos a experiência segundo padrões da
cultura da qual participamos.

Linguagem documentária: é uma linguagem
construída, onde as unidades se organizam em
relações de dependência.

A posição relativa do signo explicita a noção de
valor.
◦ Pãozinho francês – R$1,50
◦ Pode ser trocado por um outro objeto diferente (dinheiro,
outro produto)
◦ Poder de troca depende de relações fixadas entre ele e os
objetos da mesma natureza.
◦ Na LN – valor de troca é o signo linguístico (associação de
um sgte, ou imagem acústica, a um sgdo, um conceito)
◦ Poder de troca: serve para desingar uma realidade
linguística (que não é o significado)  conidcionado pelas
relações que unem esse signo a outros na língua.
Linguagem documentária:
Analogia com a LN: velm-se de quase todos os conceitos
apresentados em LN e constituem sistemas de significação
cujas unidades se definem por relações de dependência
Não são signos:
- sgte/sgdo não tem articulação segundo padrões sócioculturais
- não tem significação virtual
- não dependem de tradição cultural, mas de convenções
definidas para o conjunto do próprio sistema
- é estática e homogênea, embora contaminada pela
mobilidade da LN
- não há comunicação no sentido estrito, mas decodificação
-têm interferências culturais  solicitam atualização
permanente.
Linguagem documentária:
-
Tem caráter sistêmico: unidades significam
relativamente às outras
São econômicas: racionalização de escolhas
procedimentos para utilização eficaz do sistema
Relações paradigmáticas e sintagmátics restritas
umas
e
de
-
Poder de troca, semelhante à LN: Cada unidade designa
uma realidade dentro do sistema construido. Noção de valor
e possibilidade de troca; representação
-
 LDs tributárias da LN, construídas por analogia a ela
Função da Linguagem Documentária
A função da Linguagem Documentária
(LD) é tratar o conhecimento dispondoo como informação. Em outras palavras,
compete às LDs transformar estoques
de conhecimentos em informações
adequadas aos diferentes segmentos
Diferentes linguagens
sociais
Diferentes segmentos sociais
Estoque de
conhecimentos
LD
Informações
Função da Linguagem Documentária
Adequação aos sistemas sociais  caráter
público
da
informação;
socialização
Diferentes linguagens
Diferentes segmentos sociais
Estoque de
conhecimentos
LD
Informações
Linguagem:
demarcação,
significação,
comunicação  linguagens, práticas humanas
(Kristeva)
LD
=
sistemas
e
práticas
sociais
Não é universal, mas reflete práticas sociais
distintas relacionadas a diferentes necessidades
específicas de informação e a vários consensos
Conhecimento, informação e linguagem
Conhecimento
Estruturado
 Coerente
 Universal
 Duração significativa
 Estoque

Informação
Atomizada
 Fragmentada
 Particular
 Temporária e transitória
 Fluxo de mensagens

Informação pode gerar conhecimento
Para que o conhecimento não se perca ele deve se registrado
Tratamento documental através de LDs proporciona divulgação e criação
de novos conhecimentos
Conhecimento e informação
Informação para a Ciência da Informação
inscrição organizada, fruto de uma
construção institucional e intencional que
tem nos valores simbólicos e funcionais a
condição para a construção do sentido
como para circular socialmente,
desencadeando processos de
conhecimento
Informação para a Ciência da Informação
Preocupação principal na construção da LD
- processos simbólicos envolvidos de
forma a pesquisar soluções que diminuam
a distância entre os estoques e o uso da
informação
- estruturas simbólicas da documentação
- questões lingüísticas de mediação entre
produtores e consumidores da informação
Informação para a Ciência da Informação
LD deve combinar:
- referências da produção informacional
- referências dos objetivos institucionais
- referências dos elementos culturais,
cognitivos e comunicacionais de grupos de
usuários
-
 meio de promover a circulação social
da informação
Informação para a Ciência da Informação
-
Informação é signo: conceito subjetivo,
depende de interpretação (Capurro &
Hjorland)

comunidades discursivas respondem pela
pré-compeensão; balizam a oferta de
sentido (mensagem) e criam referência
para a seleção de sentido (informação)
-
Tratamento da informação
-
Documentos  produtos documentários
-
Coleta (alimentação): localização de
documentos, triagem, seleção, aquisição
 exige conhecimento da produção do
domínio do saber ou da área de atividade
-
Controle e registro: tratamento
intelectual: descrição bibliográfica e de
conteúdo (análise documentária)
-
Tratamento da informação
-
Análise documentária: descrição,
tradução para a LD
-
 operação em linguagem
A LINGUAGEM
-
-
-
Chave de acesso às leis do funcionamento social
Isolamento metodológico: busca compreender a
linguagem  linguística, ciências da linguagem
Aspectos imptes: demarcação, significação,
comunicação
Concepção de linguagem
- Até séc. XVIII – origem, regras universais de sua
lógica (concepção teleológica)
- séc. XIX – linguagem como processo em
evolução (concepção historicista)
- Hoje – linguagem em funcionamento, em uso
-
A prática da linguagem
A prática da linguagem é marcada por uma
tendência natural do homem: compreender,
governar e modificar o mundo. Com efeito, o
homem busca, incansavelmente encontrar uma
ordem para as coisas, já que um mundo caótico
seria incompreensível; por isso ele busca
encontrar, em meio à aparência caótica, uma
uma estrutura capaz de explicar as coisas.
Estrutura da linguagem
Estática e dinâmica
Permite a fixação no esquema geral de referência,
ao mesmo tempo que deixa espaço para sua
reorganização (língua, sistema; língua, fala, uso)
Apreensão/compreensão
1. Fixação = catalogação do mundo
2. Coordenação = hierarquização do mundo
Estrutura da linguagem
As palavras chegam às pessoas por meio dos
sentidos de forma organizada, agrupadas
segundo regras formando frases
Língua – sistema de unidades que se articulam no
plano da expressão e no plano do conteúdo
Esses planos se unificam como único modo de ser
do pensamento, sua realidade e sua realização
Língua – integra o universo mais amplo da
linguagem e atua como elemento fundamental
na comunicação social
Não há sociedade sem linguagem,
sociedade sem comunicação
não
há
Comunicação – o homem emite mensagens e
recebe mensagens, decifrando-as. O falante não
emite mensagem que ele não seja capaz de
decifrar
Isso introduz o falante no domínio do sujeito,
universo da sua relação com o outro e consigo
mesmo
Contrato social garante a comunicação
Língua:
sistema de signos e regras combinatórias
que não se realiza completamente na fala de
nenhum sujeito
A realidade se apresenta ordenada pela realização
da língua; as palavras são apreendidas e
compreendidas como símbolos, apontam para
algo, são ‘procuradoras de algo’
Acordo entre os sujeitos  permite realizar, em
sociedade, o caráter simbólico da língua,
condição do pensamento
As várias línguas categorizam o mundo de modo
diferente. As categorias substantivos, adjetivos,
verbos do pt, por exemplo, não fazem sentido
para muitas outras línguas, ditas aglutinadas e
assilábicas.
Mesmo no pt, essas categorias não são fixas:
Isto é uma caixa grande
Caixa – substantivo; grande – adjetivo
Isto é um caixão
Caixão – substantivo (a qualidade como que vem
engolida pela substância)
Língua, conjunto de símbolos hierarquicamente
diferenciados. O significado de cada símbolo só é
compreensível no conjunto do sistema inteiro
Sistema de estrutura e valores não indiviuais, mais
sociais
Referência
CINTRA, A.M.M.; TÁLAMO, M.F.G.M.; LARA, M.L.G.;
KOBASHI, N.Y. Conhecimento, informação e
linguagem. In: ___ Para entender as linguagens
documentárias. São Paulo:APB/POLIS, 2002.
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