Produção de Texto
3º ano EM
Profª Andréa Fávaro Reis Baroni
Tipos de introdução
• A introdução da dissertação traz ao leitor o tema a ser
discutido além de, muitas vezes, trazer sob qual ângulo
a questão será discutida.Desta forma, é ela quem
provoca no leitor o primeiro impacto, é ela a
apresentação de seu texto e, portanto deve ser muito
bem trabalhada, o que não é tão difícil, pois há várias
boas maneiras de se começar uma dissertação. As
formas abaixo são algumas possíveis, mas, certamente,
não são as únicas.
• Vale ainda salientar que a introdução só deve ser feita
após estar concluído o “Projeto de Texto”.

 Nessa introdução, o autor começa com uma frase
inicial bem irônica e ela já contém o tema: o governo
brasileiro quer ensinar aos estrangeiros a como sair de
uma crise econômica. Depois, ele apresenta um
argumento para explicar o que disse anteriormente e
na última frase, ele demonstra que não concorda com a
atitude dos governantes brasileiros e assim já nos
mostra qual é o objetivo do texto.

1. Introdução - Roteiro:
• 1. Roteiro: Como em toda introdução, o tema deve estar
presente. Além disso, neste tipo é apresentado ao leitor o
roteiro de discussão que será seguido durante o
desenvolvimento.
• Uma possível introdução seria:

• Por tratar-se um assunto relativamente recente e complexo, a
Engenharia Genética ainda não foi discutida de forma
abrangente e conclusiva. Para compreendê-la melhor, deve-se,
primeiramente, entender como se dá o processo de evolução da
ciência, à luz de inúmeros exemplos históricos. Depois, é
necessário analisar o que já se sabe sobre essa técnica e, só
então, tecer comentários sobre suas possíveis implicações.
1. Roteiro:
• Pontos positivos:
• A Introdução funciona como um resumo da redação, portanto
facilita o desenvolvimento.
• Após ter sido feito o projeto de texto, essa forma de
Introdução torna-se fácil de fazer.

• Pontos perigosos:
• Esse tipo de introdução pode tirar do leitor a surpresa em
descobrir, durante a leitura do texto, um argumento
inesperado.
• Quando mal feito, pode tornar o texto repetitivo. Por isso é
importante desenvolver os argumentos de maneira criativa.
• Cuidado: O principal defeito em uma redação que utiliza este
tipo de introdução é seguir outro roteiro que não o nela
citado.
•
2. Introdução tipo Tese:
• 2. (Hipo)Tese: Este tipo de introdução traz o ponto de
vista a ser defendido, ou seja, a tese que se pretende
provar durante o desenvolvimento. Na conclusão, a tese
será retomada e não copiada.
• Vejamos um exemplo:

• Classificar a Engenharia Genética como uma técnica benéfica
ou maléfica é de uma ingenuidade pueril. É sempre de grande
superficialidade tratar uma técnica científica como algo bom
ou ruim. Afinal, pode-se dizer que a energia nuclear, a
televisão, os aviões ou serras elétricas são “do bem” ou “do
mal”? Obviamente não. Toda técnica, em princípio é neutra.
O que se deve observar atentamente são os fins para as quais
tais artifícios são utilizados.
2. Introdução tipo Tese:
• Pontos positivos:
• Assim como na Introdução roteiro, após ter sido feito o
projeto de texto, essa forma de Introdução torna-se fácil de
fazer.
• Quando bem feita, produz no leitor uma sensação de surpresa
logo no início. Caberá ao desenvolvimento dar sustentação ao
que foi afirmado na Introdução.

• Pontos perigosos:
• Uma introdução com tese ‘lugar comum’ acaba com qualquer
expectativa do leitor.
• Quando mal feito, pode tornar a Conclusão igual à
Introdução.
• Cuidado: O principal risco desse tipo de introdução é não ser
capaz de realmente comprovar a tese apresentada.
3. Introdução por Perguntas:
• 3. Perguntas: Esta introdução constitui-se de uma série
de perguntas sobre o tema.

• Será que algum dia o homem poderá dominar o fogo de Zeus?
A Engenharia Genética virá a ser utilizada como uma técnica
a serviço da humanidade, ou como um paliativo para nossos
mais mundanos desejos? Conseguirão os homens modificar as
paisagens do grande quebra-cabeças natural, sem lhes destruir
peça alguma?
3. Introdução por Perguntas:
• Pontos positivos:
• Bastante simples de ser feita.
• Como se trata de perguntas, a princípio não produz nem
adesão nem negação.

• Pontos perigosos:
• Por ser uma forma bastante simples de se começar um
texto, normalmente não consegue atrair suficientemente
a atenção do leitor. Para evitar esse problema, as
perguntas devem ser realmente ‘novas’.
• Cuidado: O principal problema neste tipo de introdução
é não responder, ou responder de forma ineficaz, às
perguntas feitas.
4. Introdução Histórica:
• 4. Histórica: Esta introdução traça um rápido panorama
histórico da questão, servindo muitas vezes de
contraponto ao presente.

• Na primeira metade do século XX, o líder da China comunista,
Mao Tse-Tung, foi questionado sobre as implicações da
revolução Francesa, ocorrida no século XVIII, no panorama
político e social mundial. Mao, sabiamente, respondeu que
ainda era cedo demais para concluir algo sobre esse fato
histórico.
4. Introdução Histórica:
• Pontos positivos:
• Demonstra capacidade de relacionar fatos históricos ao
presente.
• Demonstra cultura geral.
• Pontos perigosos:
• Não basta citar fatos históricos, é necessário relacionálos com os atuais. Lembre-se de que em uma Dissertação
você deve analisar os fatos e não apenas citá-los!
• Cuidado: Procure escolher fatos históricos conhecidos e
significativos para o desenvolvimento que se pretende
dar ao texto.

5. Introdução por Definição:
 5. Definição: Parte da definição do significado do tema,
ou de uma parte dele.

 Engenharia Genética é o conjunto das técnicas através das
quais é possível alterar a carga genética de um ser vivo,
atribuindo-lhe novas características. Estas podem variar da
maior resistência de vegetais ao ataque de predadores, até a
possibilidade de tornar real o sonho nazista da eugenia.

5. Introdução por Definição:
• Pontos positivos:
• Uma definição pouco comum pode surpreender o leitor,
positivamente.

• Pontos perigosos:
• A definição na maioria das vezes revela uma tese.
Assim, pode ser necessário durante o desenvolvimento
justificar a definição usada.
• Cuidado: Vale perceber que há, muitas vezes, mais de
uma maneira de se definir algo e, portanto, a escolha da
definição mais adequada dependerá do ponto de vista a
ser defendido.
6. Introdução por Comparação

• 1. Comparação - por semelhança ou oposição: Procurase neste tipo de introdução mostrar como o tema, ou
aspectos dele, se assemelham - ou se opõem - a outros.
• A Sísifo coube a penosa missão de levar uma grande pedra até
o distante topo de uma montanha. Passava o dia todo
executando essa árdua tarefa que, quando vinha a noite, era
inutilizada pois a pedra caía e seus esforços tornavam-se em
vão. A angústia e a desesperança passaram, então, a governar
o pobre mortal.Igualmente ao castigado Sísifo, o cidadão
brasileiro sofre ao se deparar com o cenário social do país.
Com o lema capitalista “trabalhar é preciso, viver bem não é
preciso” imbuído nas entranhas de sua essência, transmite
um legado de ignorância e infelicidade às futuras gerações.
Estas são violentadas psicológica e fisicamente ao terem sua
infância arrancada e substituída por um instrumento de
trabalho.
6. Introdução por
Comparação
•

Pontos positivos: Quando bem feita, quebra o
senso comum. Demonstra capacidade de
estabelecer relações.
• Pontos perigosos: A comparação deve servir a um
propósito claro, normalmente evidenciar um
aspecto do tema (ou encobrir outros).
• Cuidado: Fuja de comparações óbvias, como ‘Os
jovens são o futuro do país’.
7. Introdução por ressalva
• 2. Ressalva: Contesta uma ideia ou uma citação
conhecida.

• Ao contrário do que muitos afirmam, o vestibular não é
o melhor método de seleção de estudantes para o ensino
superior. E, muito menos, é o mais justo. Esse
posicionamento é próprio daqueles que se contentam
com o acúmulo de conhecimento e disseminam o ranço
positivista nos círculos acadêmicos. Aqueles que não
ouviram as sábias palavras do educador Paulo Freire,
que defendia a educação como “exercício de liberdade e
processo de libertação dos oprimidos”
7. Introdução por ressalva
• Pontos positivos: Quebra o senso comum;
demonstra capacidade de questionamento;
desfazer clichês atrai mais a atenção do que usálos.

• Pontos perigosos: Nem sempre conseguimos
contestar o já estabelecido.
• Cuidado: Não basta apenas questionar o senso
comum. Durante o desenvolvimento será
necessário de fato mostrar por que ele está
‘errado’.
8. Introdução por narração

• 3. Narração: Trata-se de contar um pequeno fato de
relevância como ponto de partida para a análise do
tema.
• Ex. 1 - Sentar numa frigideira com óleo quente foi o castigo
imposto ao pequeno D., de um ano e meio, pelo pai,
alcoólatra. Temendo ser preso, ele levou a criança a um
hospital uma semana depois. A mulher, também vítima de
espancamentos, o denunciou à polícia. O agressor fugiu.
• Ex. 2 - Um jovem menino quebra pedra. Trabalha, e teima, e
lima, e sua. O que gostaria de ser quando crescer? Criança,
seria a resposta. Provavelmente, essa seria a resposta de todas
as crianças que se vêem obrigadas ao trabalho e muitas vezes
à prostituição. Infelizmente, parece que a lei que assegura os
direito dos pequeninos e dos adolescentes não condiz com a
realidade na prática.
•
3. Introdução por narração
• Ex. 3 - “A existência precede a essência”. E quando o homem
se dá conta de sua subjetividade, percebe-se limitado diante
do mundo, assusta-se. J.M., indiano, pai de dois filhos, sendo
um deles doente em estado terminal, vítima de um câncer
encefálico. Rumores. Ergue-se sobre a Índia um semi-deus,
capaz de curar qualquer doença. Notícias de que inúmeros
ficaram curados de todas os males sejam eles físicos,
espirituais ou do amor. Preço. Pedras preciosas, dinheiro,
muito dinheiro. O que é dinheiro em troca de talismãs de cura
de um filho doente? Penhoraram casa e terras. Ritual,
fumaça, incenso e rezas. E talismã. O menino melhorou. O
pai negou-se a exames posteriores, afinal, o menino estava
curado. Coroado de rosas em seu funeral. O semi-deus,
milionário, declarava que em breve compraria um canal de
televisão e mais aviões, jatos, colecionava.

3. Introdução por narração

 Pontos positivos: Histórias bem contadas atraem a
atenção dos leitores; uma boa história produz
adesão.
 Pontos perigosos: A história deve ser concisa,
jornalística; evite ‘enrolações’.
 Cuidado: Evite transformar toda sua dissertação
em uma narrativa.
4. Introdução por
contextualização

• 4. Contextualização: consiste em criar um quadro
descritivo do tema abordado.
• Todos os anos ele é alvo da atenção de milhares de jovens e
adultos por todo o país. Causa medo, angústia, incertezas.
Movimenta um setor econômico milionário e representa,
para muitos, um muro proibitivo para continuação de seus
estudos. Esse é o vestibular, método de seleção utilizado pela
grande maioria das instituições de ensino superior
brasileiras.
8. Introdução por contextualização
• Pontos positivos: Descrições bem feitas atraem a
atenção dos leitores; uma boa descrição produz
adesão.

• Pontos perigosos: Esse é um dos tipos mais
comuns, portanto a descrição só vale a pena se
feita de maneira criativa; fuja do clichê ‘Hoje em
dia, no Brasil...’
• Cuidado: evite descrições muito simplistas que
pouco acrescentam à redação.
9. Introdução estatística
5. Estatística: Consiste em se apresentar dados
estatísticos relativos à questão a ser tratada.
•

Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo,
vítimas de doenças comuns combinadas com a
desnutrição. Para cada criança que morreu hoje, muitas
outras vivem com a saúde debilitada. Entre os
sobreviventes, metade nunca colocará os pés em uma
sala de aula. Isso não é uma catástrofe futura. Isso
aconteceu ontem, está acontecendo hoje. E irá acontecer
amanhã, exceto se o mundo decidir proteger suas
crianças.
9. Introdução Estatística
• Pontos positivos: Demonstra conhecimento de
números relevantes para a análise do tema; dados
consistentes produzem adesão.

• Pontos perigosos: não ‘invente’ números. Os
leitores normalmente têm como checar a sua
informação; o dado estatístico não diz nada por si
só. É necessário que ele apareça acompanhado de
uma análise criteriosa.
• Cuidado: procure sempre mencionar a fonte, caso
contrário a credibilidade dos dados pode ficar
comprometida.
10. Introdução Mista
• 6. Mista: Procura fundir várias formas de introdução
em uma só.
•

Qual é o melhor método de seleção de candidatos para o
ingresso no ensino superior? O vestibular, apesar das críticas
constantes dos estudantes e especialistas, ainda é o método
mais utilizado pelas universidades brasileiras. Assim,
perpetua-se, de uma forma maquiada, o uso da sabatinas que
horrorizavam alunos no início do século passado.
• O autor do exemplo anterior fundiu pergunta,
descrição, histórica e tese.
• Importante: Com esse tipo de Introdução é possível
‘somar’ os pontos positivos dos vários tipos.
Modelo de Introdução

 Parece que agora o governo brasileiro quer ensinar
aos governantes estrangeiros como sair da penúria.
Do jeito que falam, dão a entender que o Brasil é um
exemplo de administração pública e prosperidade,
ao contrário dos outros países. Mas basta viajar para
a Europa, por exemplo, para se ter uma opinião bem
diferente da dos nossos dirigentes.
Análise da Introdução

 Nessa introdução, o autor começa com uma frase
inicial bem irônica e ela já contém o tema: o governo
brasileiro quer ensinar aos estrangeiros a como sair
de uma crise econômica. Depois, ele apresenta um
argumento para explicar o que disse anteriormente e
na última frase, ele demonstra que não concorda com
a atitude dos governantes brasileiros e assim já nos
mostra qual é o objetivo do texto.
Análise da Introdução

 Tema: o governo brasileiro.
 Delimitação do tema (tópico frasal): o governo
brasileiro quer ensinar aos estrangeiros a como sair
de uma crise.
 Objetivo: mostrar que a realidade não é outra.
Frases para Introdução

 Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a
introdução. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usálas, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use
sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua
dissertação. Só depois disso, use estas frases:
 É de conhecimento geral que ...
 Todos sabem que, no Brasil, há tempos, observa-se ...
 Nesse caso, utilizei circunstância de lugar (em nosso país) e de tempo (há
tempos). Isso é só para mostrar que é possível acrescentar circunstância
diversas na introdução, não necessariamente estas que aqui estão. Outro
elemento com o qual se deve tomar muito cuidado é o pronome se. Nesse
caso, ele é partícula apassivadora, portanto o verbo deverá concordar com
o elemento que vier à frente (sing. ou pl.)
Frases para Introdução

 Cogita-se, com muita frequência, de ...
 O mesmo raciocínio da anterior, agora com a circunstância de
modo (com muita frequência).
 Muito se tem discutido, recentemente, acerca de ...
 Muito se debate, hoje em dia, ...
 Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a concordância.
Frases para Introdução

 Muito se debate, hoje em dia, ...
 Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a concordância.
 É de fundamental importância o (a) ....
 É indiscutível que ... / É inegável que ... Cogita-se, com muita frequência, de ...
 O mesmo raciocínio da anterior, agora com a circunstância de modo (com muita
frequência).
 Muito se tem discutido, recentemente, acerca de ...
Frases para Introdução

 Muito se discute a importância de ...
 Comenta-se, com frequência, a respeito de ...
 Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., de
 Apesar de muitos acreditarem que .... (refutação)
 Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação)
 Pode-se afirmar que, em razão de ...( devido a, pelo ) ...
 Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de ....
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TIPOS DE INTRODUÇÃO I