Profa. Ms. Eliana Melcher Martins
DIAGNÓSTICO e TRATAMENTO
TRANSTORNOS DE HUMOR
TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS
(Unipolar)
O Principal Sintoma
é a Depressão
TRANSTORNOS
BIPOLARES
Sintomas que alternam
entre depressão
e mania
TRANSTORNO
DISTÍMICO
Uma forma menos
severa do transtorno
depressivo
TRANSTORNO
CICLOTÍMICO
Uma forma menos
severa do transtorno
bipolar
Depressão Maior
Transtorno Depressivo
Maior

Caracteriza-se por um ou mais Episódios
Depressivos Maiores:
 duas semanas de humor deprimido ou
perda de interesse
 acompanhados por pelo menos quatro
sintomas adicionais de depressão
Pode começar em qualquer idade,
situando-se em média em torno de 25
anos.

DEPRESSÃO MAIOR
É responsável por pelo menos 75% das internações
psiquiátricas;
De 15 a 20% dos adultos sofrem níveis significativos de
sintomatologia depressiva;
12% - experimentam a depressão grave;
De 15 a 20% seguem para uma evolução crônica
Depressões Típicas aquelas que se apresentam
através dos Episódios Depressivos
Depressões Atípicas  aquelas que se manifestam
predominantemente através de sintomas ansiosos
(Pânico, Fobia ...) e somáticos.
Podem ser: Leve, Moderada ou Grave
Dependerá da intensidade com a qual se apresentam
os Episódios Depressivos.
Causas
Multifatoriais  origem em fatores endógenos
(neurobiológicos, genéticos) e fatores exógenos
(psicossociais) e que apresentam uma forte relação
de interdependência

Genética
A pessoa já nasce com pré-disposição a
desenvolver a depressão

Situacionais
Dificuldades na vida incluindo problemas
financeiros, divórcios, morte e perdas de
pessoas amadas

Neurobiológicos
Ocorre uma alteração bioquímica no cérebro,
causada por um déficit no metabolismo da
serotonina que é o principal neurotransmissor
responsável pelo equilíbrio do humor e
da sensação de bem-estar no indivíduo.
Em situação normal, sem Depressão, o número de
neuroreceptores no neurônio 2 (pós-sináptico) é
normal.
Na Depressão, à medida em que escasseiam os
neurotransmissores, aumentam os neuroreceptores.
SINTOMAS (pelo menos 4)
Freqüente propensão ao choro, irritabilidade,

ruminação obsessiva, ansiedade, fobias, preocupação
com a saúde física e queixas de dores;

Tristeza profunda (tristeza, desesperança);
Vontade de morrer ou ideações suicidas, tentativa

ou o suicídio completado;
Anedonia (falta de capacidade de sentir prazer);


Diminuição da energia, levando-o a uma Importante
falta de ânimo que interfere na vida no indivíduo;

Sentimento de inutilidade ou culpa



Alterações:
No apetite e no peso (aumento ou diminuição);
Na regulação circadiana da temperatura corporal
e da secreção de cortisol,

No ciclo sono-vigília (insônia ou hipersonia).




Dificuldade nos relacionamentos íntimos,
Diminuição das interações sociais satisfatórias,
dificuldades no funcionamento sexual ou diminuição na libido.
(anorgasmia nas mulheres ou disfunção erétil nos homens)
Funções cognitivas:

O processo cognitivo torna-se mais automático;


Diminuição da atenção e memória;
Dificuldades de concentração e na tomada de decisões
Evocação de informações de cunho negativo 

A tríade cognitiva

Tendência a se ver como inadequado, incapaz e
fracassado, e atribuir às experiências desagradáveis
responsabilidades pessoais

O segundo componente consiste na tendência da pessoa
depressiva em interpretar as experiências de uma forma
negativa.

O terceiro componente da tríade consiste em uma visão
negativa do futuro.

Ao fazer projeções, dificuldades são antecipadas e o
sofrimento parece que permanecerá definitivamente.
Funções vegetativas:

Lentificação dos processos mentais;


Retardo ou agitação psicomotora
Rebaixamento de 5HT (serotonina)


Elevação NA (Noradrenalina)
Estreitamento do campo vivencial;
DEPRESSÃO X TRISTEZA
Depressão:
É mais grave e pode causar danos enormes:
As relações interpessoais ficam muito comprometidas
e podem levar a separações conjugais;
• Perdas de relacionamentos com pessoas significativas
em ligações de amizade ou profissionais;
• Afeta muito a capacidade de produzir ;
• Pode comprometer a saúde e a vida da pessoa, etc...
Transtorno Distímico
Caracteriza-se por um humor cronicamente triste ou deprimido na
maior parte dos dias, na maioria dos dias, por no mínimo dois
anos.
Os distímicos descrevem seu humor como triste ou "na fossa", o
que muitas vezes é confundido com características de
personalidade.
O paciente se reconhece como tendo sido sempre "mal
humorado" e irritado.
A sintomatologia é em geral semelhante a da Depressão Maior,
de forma menos intensa, excluindo-se a ideação suicida.
A Distimia tem início insidioso, ou seja, instala-se lentamente ao
longo do tempo.
TRATAMENTOS


Farmacoterapia
Terapia Cognitivo-Comportamental
FARMACOTERAPIA
ISRS (Inibidores seletivos da
recaptação de serotonina) -->
Promove o alívio dos sintomas e o
aumento de motivação,
concentração e energia.
TEMPO DE
AÇÃO/MELHORA
15 a 20 dias - quando
o excesso de
receptores são
reabsorvido pelo
organismo.
ISRS e ISRNA - Os DUAIS são mais
modernos – inibem recaptação da
serotonina e da Noradrenalina e
não dão efeitos colaterais.
15 a 20 dias - quando
o excesso de
receptores são
reabsorvido pelo
organismo.
Tricíclicos – inibem a recaptação da
serotonina e da Noradrenalina,
mas têm muitos efeitos colaterais
(boca seca, obstipação intestinal,
retenção urinária, visão borrada,
alterações cognitivas, hipotensão,
taquicardia, sedação
15 a 20 dias - quando
o excesso de
receptores são
reabsorvido pelo
organismo.
MEDICAMENTOS MAIS
USADOS
Fluoxetina – Prozac
Sertralina – Zooloft
Paroxetina - Aropax
Citalopran - Cipranil
Escitalopran - Lexapró
Venlafaxina - Efexor
Duloxetina - Cymbalta
Reboxina – Prolift
Imipramina – Tofranil
Clorimipramina –
Anafranil
Amitriptilina – Triptanol
Nortriptilina - Pamelor
Tratamento com TCC:
Objetivos principais:
1) Aumento do reforço positivo ao paciente;
2) Fixação de objetivos atingíveis a fim de
assegurar experiência satisfatória;
3) Conceder a si mesmo recompensas para
atingir seus objetivos.
Alvos em potencial para a TCC da
Depressão Resistente








Desesperança
Anedonia
Pouca Energia
Ansiedade
Pensamentos Automáticos Negativos
Crenças desadaptativas
Problemas interpessoais
Não–adesão à farmacoterapia
Plano Geral de Tratamento:

Levantamento de problemas atuais e sintomas;

Levantamento de co-morbidades;

Avaliação do risco de suicídio (Teste de
Desesperança);

Avaliação dos aspectos cognitivos,
comportamentais e interpessoais;

Avaliação do abuso/dependência de substâncias
psicoativas e uso de medicações;

Avaliação da introdução/modificação de
medicação;

Testes e outras avaliações/questionários
(BDI, BAI, BHS);

Avaliação do comprometimento do paciente com
o tratamento e estabelecimento de um contrato
explícito de não-suicídio.
BDI
Inventário de Depressão de Beck



1)
(0)
(1)
(2)
(3)
Não me sinto triste.
Eu me sinto triste.
Estou sempre triste e não consigo sair disto.
Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar.
2)
(0) Não estou especialmente desanimado quanto ao futuro.
(1) Eu me sinto desanimado quanto ao futuro.
(2) Acho que nada tenho a esperar.
(3) Acho o futuro sem esperança e tenho a impressão de que as coisas
não podem melhorar.
3)
(0) Não me sinto um fracasso.
(1) Acho que fracassei mais do que uma pessoa comum.
(2) Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um
monte de fracassos.
(3) Acho que, como pessoa, sou um completo fracasso.
BAI
Inventário de Ansiedade de Beck
1. Dormência ou formigamento
_Não_
_Levem/___
_Moderadam/
_Gravem/_
2. Sensação de calor
________
___________
_________ _________
3. Tremores nas pernas
________
___________
_________ _________
4. Incapaz de relaxar
________
___________
_________ _________
5. Medo que aconteça o pior.
________
___________
_________ _________
6. Atordoado ou tonto.
________
___________
_________ _________
7. Palpitação ou aceleração do coração ___
___________
_________ _________
8. Sem equilíbrio.
9. Aterrorizado.
________
________
___________
___________
_________ _________
_________ _________
10. Nervoso.
11. Sensação de sufocamento.
________ ___________
________ ___________
_________ _________
_________ _________
12. Tremores nas mãos.
________
___________
_________ _________
13. Trêmulo.
14. Medo de perder o controle.
________
________
___________
___________
_________ _________
_________ _________
Escores BDI e BAI
Inventário de Depressão de Beck
O inventário de Depressão de Beck consta de 21 afirmativas com escores que
variam de 0 a 3 sendo à soma das respostas atribuídos os níveis:
mínimo
leve
moderado
grave
(0-11)
(12-19)
(20-35)
(36- 63)
Inventário de Ansiedade de Beck
O inventário de Ansiedade de Beck consta de 21 sintomas de ansiedade que variam
de 0 a 3 sendo à soma das respostas atribuídos os níveis:
mínimo
leve
moderado
grave
(0 -10)
(11-19)
(20- 30)
(31-63)
Escala de Ideação Suicida
I.Características de Atitude em Relação a Viver/Morrer
1. Desejo de Viver
0.Moderado a Forte
1.Fraco
2.Nenhum
II.Características de Ideação/Desejo Suicida
6. Duração de tempo
0.Períodos breves
1.Períodos mais longos
2.Contínuo (crônico) ou quase contínuo
III.Características de Tentativa Ponderada
12. Método: Especificidade/Planejamento
0.Não considerado
1.Considerado, mas detalhes não trabalhados
2.Detalhes trabalhados/bem formulados
IV. Atualização da Tentativa Ponderada
18. Preparo Real
0.Nenhum
1.Parcial (por exemplo, juntar comprimidos)
2.Completo(por xemplo:tinha pílulas, lâminas de barbear, revólver carregado)
V. Fatores Históricos
22. Técnicas de Suicídio Anteriores
0.Nenhuma
1.Uma
2.Mais de uma
BHS
1) Contém 20 afirmações V/F que permitem avaliar a extensão das
expectativas negativas do paciente sobre seu futuro imediato e a
longo prazo.
2) Cada afirmação é pontuada com 0 ou 1.
Das 20 afirmações: 9 são otimistas e 11 pessimistas.
3)
Resultado:
0-3= Assintomático
4-8= Médio
9-14= Desesperança moderada
14-20= Desesperança severa
Depressão grave
Desenvolvimento de uma lista de razões para viver
Cartão de Enfrentamento
Minhas razões para viver:

Meus filhos me amam e ficariam abalados com minha morte.

Outros (pais e amigos) também me amam.



Quando não estou deprimido(a), há coisas na vida das quais eu
gosto.
Quando consigo trabalhar com minha capacidade “normal”, sou
um(a) funcionário(a) valorizado(a).
Meu médico diz que vou responder ao tratamento e posso estar
melhor dentro de algumas semanas.
MODELO - CONTRATO TERAPÊUTICO - ANTI-SUICÍDIO
Concordo que, apesar de estar em dor emocional, é importante não desistir da esperança e,
em vez disso, continuar a buscar maneiras de melhorar minha vida.

Entendo que a terapia às vezes é difícil, mas colaborarei com meu terapeuta para encontrar
maneiras de lidar com meus sintomas e meus problemas da vida.

Declaro que vale a pena preservar minha vida e não farei nada que a coloque em risco.

Percebo que posso ficar tentando me ferir em determinados momentos, mas me refrearei
em agir dessa forma.

Em momentos de crise emocional, em vez de me isolar, tentarei entrar em contato com o(a)
psiquiatra .........., Psicólogo(a) ............. algum parente ou amigo do local......... onde moro.

Se não conseguir entrar em contato com as pessoas acima, sei que posso ir ao pronto
socorro mais próximo de minha residência.

Antes de supor que estou desamparado(a) e derrotado(a), tentarei muita das habilidades
da terapia cognitiva que aprendi no trabalho com o(a) Psicólogo(a) ..., como relaxar, me
acalmar, me envolver em atividades produtivas e prazerosas, fazer anotações no Registro
Diário de Pensamentos, escrever em meu próprio diário ou me envolver em distrações
agradáveis, como assistir filmes ou ler um bom livro. Se nada disso funcionar, sei que ainda
posso contar com minha equipe de apoio.

Sei que meu terapeuta está do meu lado, e continuarei a trabalhar sempre com ele(a).
Também entendo que ele(a) está tentando me ensinar habilidades e estratégias para
ajudar a melhorar minha vida. Usarei essas técnicas, em vez de tentar me ferir.

Fui informado(a) de que o(a) meu Psicólogo(a) tentará estar disponível para sessões
improvisadas de terapia e entrarei em contato com ele(a) se sentir necessidade.

Sou realista o suficiente para saber que todo contato tem furos imprevisíveis, mas eu e meu
terapeuta não nos aproveitaremos de tais furos. Em prol de meu bem estar a curto e longo
prazo, nós dois prometemos seguir o espírito de compromisso com a vida deste contrato.
____________________________________________________________________
Assinatura da Paciente:
Assinatura da Terapeuta

Intervenções e Técnicas:
Técnicas Comportamentais
Mudança Cognitiva através de mudança Comportamental

Início – objetivo: restaurar o funcionamento do paciente ao período
anterior à depressão severa.

Engajar atenção e interesse, induzindo-o a neutralizar seu isolamento,
envolvendo-se em atividades mais construtivas.

Acreditam e ele próprio crê não ser mais capaz de realizar atividades
antes feitas sem problemas, achando que não voltará a ter mais prazer.

Preso em um círculo vicioso = Ineficaz = Desencorajamento =
Imobilidade = baixa autoestima

Para o terapeuta - tarefa difícil convencê-lo – (não)fraco, inepto ou vazio
Mudança Cognitiva através de mudança
Comportamental





Demonstrar ao paciente que suas conclusões negativas
hipergeneralizadas estavam incorretas.
Após mudança de comportamento mostrar que não perdeu suas
habilidades de funcionar, mas que seu desencorajamento e
pessimismo dificultam mobilizar seus recursos para fazer o esforço
necessário.
Fonte do problema: Erro Cognitivo: “ser inepto, fraco e desamparado”
Importante salientar que as técnicas comportamentais não deixam de
trabalhar a cognição do paciente.
São pequenos experimentos que farão com que o paciente obtenha
maior segurança em voltar a fazer aquilo que sempre fez.
Mudança Cognitiva através de mudança
Comportamental
Observa-se que mudanças comportamentais não operam
mudanças cognitivas hipervalentes ao mesmo tempo.
Ex. uma pessoa que se esforça ao realizar uma atividade pode
parecer superar a depressão. Mas poderá manter a crença de
incapacidade e concluir que seu desempenho não poderia ser pior.



As cognições tendenciosas não são necessariamente alteradas
simplesmente com uma mudança de comportamento.
A mudança de comportamento é importante para o paciente
avaliar empiricamente suas idéias de inadequação e
incompetência.
Estratégias comportamentais:
Monitoração de Atividades

Domínio e Prazer

Programação de Atividades

Tarefas de Casa Gradativas

Ensaio Cognitivo

Treino de Assertividade e Dramatização
A. Monitoração de Atividades e
Domínio de Prazer:




Pede-se aos pacientes que registrem o que fazem,
de hora em hora, e que avaliem cada atividade
numa escala que vai até 1O, com relação ao
Prazer (P) e ao Domínio (D).
* As avaliações “p'', mostram o quanto a pessoa
encontrou prazer na atividade.
* As avaliações “d ", mostram, a partir de como a
pessoa se sentiu no momento, o quanto a
atividade representou em termos de conquista.
*A automonitoração também demonstra a relação
entre humor e atividade.
Monitoramento de Atividades
Planejamento Semanal de Atividades
Escreva em cada espaço:
1- Atividade
2- Avaliação do Humor (0-100%)
Hora
06-07
07-08
08-09
09-10
2ª.feira 3ª.feira 4ª.feira 5ª.feira 6ª.feira sábado
domingo
Monitoramento de Atividades
Planejamento Semanal de Atividades
Escreva em cada espaço:
1- Atividade
2- Avaliação do Humor (0-100%)
2ª.feira 3ª.feira 4ª.feira 5ª.feira 6ª.feira sábado
domingo
06-07
Acordei Acordei Acordei Acordei Acordei Acordei
60
70
30
60
40
50
Acordei
60
07-08
Banho
40
Vestir
30
Banho
50
Vestir
60
Deitado
80
Vestir
70
Vestir
60
Camin,
Café
70
Café
50
Café
40
Camin,
Café
80
Camin,
Café
70
Café
60
Café
80
Nadar
40
TV
50
Parque
70
Amigo
70
TV
80
Camin
80
Loja
90
Hora
08-09
09-10
Domínio e Prazer
Hora
2ª.feira
3ª.feira
4ª.feira
5ª.feira
6ª.feira
sábado domingo
Acordei Acordei
40
50
D
D
06-07
Acordei
60
D
Acordei
70
P
Acordei
30
D
Acordei
60
P
07-08
Banho
40
D
Vestir
30
D
Banho
50
D
Vestir
60
D
Deitado
80
P
Vestir
70
D
Vestir
60
D
Camin,
Café
70
P
Café
50
D
Café
40
D
Camin,
Café
80
P
Camin,
Café
70
P
Café
60
D
Café
80
D
Nadar
40
P
TV
50
P
Parque
70
P
Amigo
70
P
TV
80
P
Camin
80
P
Loja
90
P
08-09
09-10
Acordei
60
P
B. Programação de atividades:
Agenda de atividades
Planejamento de ações








O objetivo é aumentar os níveis de atividades e maximizar o
Domínio e Prazer.
Vantagens:
Reduz um aglomerado de tarefas a uma lista exeqüível
Remove a necessidade de tomar decisões repetidas
Aumenta a probabilidade de que as atividades sejam
realizadas
Incentiva um aumento de proporção de atividades
satisfatórias
Aumenta o senso de controle dos pacientes sobre suas vidas
As informações obtidas através desse cronograma podem ser
usadas para confrontar pensamentos automáticos negativos.
C. Tarefas de Casa Gradativa

Reflete a prática de aumentar a possibilidade de êxito ao se
desmembrar as tarefas em passos pequenos e exequíveis,
cada um dos quais sendo reforçado em razão do seu próprio
mérito.

Pode ser usada para ajudar os pacientes a lidar com a inércia e
enfrentar situações de ansiedade.

Paciente e terapeuta planejam as tarefas com o objetivo de
tentar iniciá-las e não a obrigatoriedade de cumprir toda a
agenda programada.

Ex. leitura de um texto (passo a passo: palavra, frase,
parágrafo, página, etc.)
D. Ensaio Cognitivo





Imaginar o procedimento de uma tarefa a ser realizada na
imaginação.
Prestando atenção aos detalhes de tal execução, neutraliza a
tendência de a mente vaguear.
Sistema pré-programado para executar a tarefa.
Identificar obstáculos potenciais (cognitivos, comportamentais
ou ambientais) que impeçam a realização da tarefa.
Ex.: uma paciente com dificuldade de ir à academia de
ginástica. Fazer todo o processo na imaginação
E. Treino Assertivo e
Dramatização

Técnicas de Modelagem

Treinamento e ensaio Comportamental

Dramatização: papéis representados por paciente e terapeuta
com o objetivo de melhorar e entender melhor as relações
sociais.

Assim procura-se esclarecer cognições autoderrotistas ou
interferentes.
Ex.: Não ser assertivo para não criar problemas. (discutir em
sessão).
Técnicas Cognitivas

1.
2.
3.
4.
5.
Treinar o paciente a observar e
registrar suas cognições:
Definir Pensamento Automático.
Demonstrar a relação entre pensamento, afeto e
comportamento, usando exemplos específicos.
Demonstrar a presença de cognições da experiência
recente do paciente.
Designar experimentos para o paciente a fim de
coletar cognições.
Revisar os registros do paciente e fornecer retorno
Estratégias Cognitivas


Técnica de Distração
Contagem de Pensamento

Estas técnicas são apresentadas ao paciente como
uma maneira de reduzir o tempo despendido com
ruminações, que levam a um aumento da
perturbação.

São úteis no início do tratamento.

Não produzem uma mudança cognitiva
fundamental, mas ao reduzirem a freqüência dos
pensamentos depressivos, levam à melhora do
humor.
A. Técnicas de Distração:

* Enfoque no Objeto: os pacientes são instruídos a concentrar a
atenção em um objeto, descrevendo-o para si mesmos com o máximo
de detalhes possíveis.

* Percepção Sensorial: pacientes instruídos a se concentrarem no
ambiente ao seu redor de forma global, utilizando a visão, a audição, o
paladar, o tato e o olfato.

* Exercícios Mentais: pacientes são instruídos a contagem regressiva
a partir de 1000 em sete segundos, ou pensando em animais
começando com cada letra do alfabeto. Qualquer atividade mental que
ocupe a atenção.

* Lembranças e fantasias agradáveis: lembranças nítidas de
prazeres passados (por ex.: Férias divertidas), fantasias (por ex.: o que
fariam se ganhassem na loteria).

* Atividades que ocupam a atenção: selecionar atividades que
ocupem a mente, como por exemplo, quebra-cabeças, palavras
cruzadas, etc.
B. Contagem de Pensamentos:

Destina-se a promover o distanciamento dos
pensamentos negativos.

O paciente aprende a registrar a ocorrência
dos pensamentos automáticos negativos, e a
deixá-Ios de lado em vez de permitir que eles
determinem seu humor.
Transtorno BIPOLAR I
Transtorno BIPOLAR II
Transtorno CICLOTÍMICO
A Bipolaridade compreende uma mescla
de transtornos afetivos, possivelmente
relacionados com depressão unipolar,
mas envolvendo graus variados de agitação, euforia,
impulsividade, irritabilidade
e ideação psicótica.

É uma doença mental grave, crônica, recorrente e
incapacitante;

Envolve graus variados de agitação, euforia,
impulsividade, irritabilidade e ideação psicótica
(mania/hipomania) e também episódios de humor
muito baixo e desespero (depressão);

A maioria dos pacientes com TAB inicia a doença com
um episódio depressivo;
Os avanços dos sintomas podem ser precipitados
pelo ambiente,
por fatores orgânicos, idiopáticos
(do próprio transtorno)
e por estressores psicossociais;
Acomete 1,6% da população hoje em dia.
Aproximadamente 25% das pessoas
com TAB I (Weissman et al., 1988)
e até 60% dos que têm TAB II
tentam suicídio durante a
evolução da doença (Jurema et al., 2000)
Hipóteses sobre causas


Fatores hereditários;
Nível crítico de estresse cotidiano (incluindo discórdia
familiar);

Estilos cognitivos
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I:
Um episódio maníaco pleno ou misto tem de ter
ocorrido em algum momento na história do
paciente.
(Quadros de mania + Depressão)
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II
Pelo menos um episódio hipomaníaco com pelo
menos um episódio depressivo maior
(sem uma história de mania).
(Quadros de hipomania + Depressão)
2 semanas
2 anos
Depressão
Distimia
4 dias
Hipomania
1
3 semana
semanas
Mania
Bipolaridade
Cicladores rápidos
4 dias de hipomania ou mania e duas semanas de depressão
Episódio Depressivo Maior no Transtorno Bipolar
Características necessárias:

Humor deprimido na maior parte do dia, pelo
menos 2 semanas
ou

Perda de interesse ou prazer (anedonia) na
maior parte do dia, todos os dias, por pelo
menos 2 semanas.
Se os sintomas forem graves o suficiente para
provocar angústia subjetiva significativa
ou afetar aspectos importantes no
funcionamento da vida da pessoa.
Avaliar pelo menos 5 sintomas dos problemas:


Diminuição da energia;
Sentimento de desvalia, culpa e auto-recriminação;

Dificuldade de concentração ou tomada de
decisões;

Alterações no apetite;

Perturbação do sono (adormecer/acordar,
despertar durante a noite/muito cedo com
dificuldade de voltar a dormir);

Extremos na atividade psicomotora
(retardo ou agitação);

Redução marcante da libido;

Ideação suicida, planos ou
tentativas de suicídio
Episódio Maníaco
Características:
Exibir humor eufórico ou irritável anormal por pelo
menos 1 semana com os seguintes problemas:
- Grandiosidade;

Relatos subjetivos de necessidade de muito
pouco sono durante dias;

Pressão por falar;

Fuga de idéias e pensamentos que voam;


Grande desorganização e distratibilidade;
Envolvimento excessivo em atividades dirigidas a
objetivos;

Busca por grande estimulação, comportamento hedonista
(prazer como único objetivo) e viciosos.
Outros sintomas:


Resiste em tomar medicamentos;
Hiperatividade, impulsividade e comportamento
promíscuo;

Fala excessiva (logorréia) e muitas idéias ao mesmo
tempo

Acredita ser capaz de realizar atos
inimagináveis;


Relata ter várias habilidades;
Gasta seu dinheiro em excesso e de forma
descontrolada;


Abusa de drogas e álcool;
Isolamento da família e amigos;
Episódio misto
É um estado maníaco grave que envolve
uma mistura de características depressivas
excessivas (Dunner, 1999) durando pelo
menos 1 semana e provocando uma
interrupção significativa no funcionamento
acadêmico-profissional e interpessoal-social.
Sintomas comuns:



Insônia
Agitação;
Pensamento psicótico;

Tendência suicida
Episódio Hipomaníaco
Semelhante à síndrome maníaca plena, mas com
duração menor  pelo menos 4 dias de
intensidade dos sintomas e interrupção das
atividades cotidianas.
Sem a presença de sintomas psicóticos, e estados
de humor não extremos ou bizarros, podem não
causar comprometimento funcional óbvio.
Episódio Hipomaníaco
Sintomas comuns:

Humor extraordinariamente expansivo;

Menos necessidade de sono;


Distratibilidade;
Envolvimento excessivo em atividades dirigidas a
objetivos;

Impulsividade com relação a comportamentos
hedonistas
Ocorrendo 1 desses episódios junto com o
depressivo maior  Tipo II
Transtorno Bipolar com Ciclagem Rápida
Bipolares do Tipo I ou II exibem 4 ou mais ciclos
dentro de um ano ( 4 dias de hipomania ou
mania e 2 semanas de depressão).
É mais comum em mulheres, talvez indicando os
processos reprodutivos e hormonais, relevantes
ao sexo na estabilidade do humor.
Está relacionada com um maior risco de suicídio
(Fawcett et al., 1987)
Ciclotimia
Ciclotimia
É uma categoria diagnóstica que parece
representar um cruzamento entre uma forma
subsindrômica de transtorno bipolar com ciclagem
rápida e a distimia por pelo menos 2 anos sem
intervalos livres de sintomas.
(Crônico)
Transtorno Bipolar “Atípico”
“Sem outra especificação”
Os pacientes podem demonstrar sintomas
maníacos sem a duração necessária ou exibir
períodos de hipomania sem uma história de
episódio depressivo maior.
AJUSTAMENTO COM HUMOR DEPRESSIVO
(Depressão Reativa)

Luto patológico
(a pessoa não mexe em nada, como se o outro
fosse voltar)


Perdas
Incidentes da vida
TRANSTORNO DE HUMOR ORGÂNICO


Qualquer lesão cerebral;
Qualquer doença de humor: demências, epilepsia,
lesão dos gânglios da base, lesão por AVC, ...
Pode dar tanto euforia quanto sintomas depressivo.
Co-morbidades:



Abuso de substancias;
Transtornos de Ansiedade;
Transtornos de Personalidade;
TRANSTORNO AFETIVO
BIPOLAR
TRATAMENTOS:


Farmacoterapia
Terapia Cognitivo-Comportamental
Farmacoterapia
Não elimina completamente recorrências de mania
ou depressão, mas pode diminuir a freqüência, a
duração e a gravidade dos episódios maníacos e
depressivos , reduzindo o sofrimento do paciente, a
hospitalização e o custo melhorando seu
funcionamento psicossocial,
(Baastrup e Schou, 1967)
1- LÍTIO
Poderoso protetor contra a ameaça de suicídio

(Isometsã, 1993);

Agente de 1ª linha no tratamento da mania,
tanto nos episódios agudos como para prevenir
futuras ocorrências (Bauer et al., 1999).

Aumento do lítio provoca insuficiência renal,
tireóide e cardíaca

Fazer controle com exame de função renal
(uréia, creatinina, t3, t4, TSH) semanal,
quinzenal, mensal e trimestral –
0,8 a 1,2 eg/l  (normal)
2 – Ácido valpróico (Depakote)
(estabilizador de humor)
Pode ser muito útil no tratamento de mania mista
e de ciclagem rápida (Walden, Normann, 1998).
Muitas vezes são usados em combinação com o
lítio (Solomon et al., 1998)
3 - Anticonvulsivantes:
Carbamazepina (Tegretol)
Lamotrigina (Lamictal)
Topiramato (Topamax)
6 – Medicações antidepressivas;
7 – Medicações antipsicóticas
Tratamento com TCC
Enfatiza identificar precocemente episódios hipomaníacos e depressivos,
Estratégias para lidar com esses episódios;
Regularizar sono, alimentação e níveis de atividade do paciente,
Reduzir a vulnerabilidade do paciente, a exposição a situações disparadoras
(Palmer, Williams & Adams, 1994)
Objetivos:
 Capacitar com habilidades para modular suas reações subjetivas
ao estresse (Beck et al., 1979);
 Fortalecer auto estima e diminuir a oscilação do afeto em relação
aos eventos da vida (Jacobs, 1982);
 Aumento da aderência à psicofarmacoterapia;
Estratégias cognitivo-comportamentais para modificar atitudes
negativas com relação a tomar as medicações:
1) Registros diários de pensamentos;
2) Análise das vantagens e desvantagens de tomar a medicação;
3) Métodos de controle de estímulos para lembrar da medicação
(desenvolver planos, lembretes e estratégias)
Técnicas:
1) Psicoeducação: transtorno, TCC e medicações:
2) Avaliação e modificação de interpretações
subjetiva da tríade cognitiva para obter eficácia em lidar
com sua doença.
3) Diários – (registrar a ocorrência, a gravidade e o curso dos sintomas
maníacos e depressivos que permitam uma intervenção precoce se os
sintomas se agravarem);
4) Educá-lo quanto a comunicação interpessoal
de modo que possa enviar mensagens
aos outros de maneira mais eficaz e recebê-las
sem interpretá-las mal.
5) Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD)
6) Automonitoração e escalas de humor
7) Resolução de Problemas
(Planejamento, prevenção e resolução de
problemas).
8) Planejamento semanal
9) Manejo dos sintomas agudos (vantagens e desvantagens de se
apegar a uma crença extremamente positiva)
10) Elaboração conjunta, com paciente e família de estratégias
terapêuticas.
BIBLIOGRAFIAS
Aaron T. Beck, A.John Rush, Brian F.Shaw, Gary Emery –
Terapia da Depressão – Artmed
Cory F.Newman, Robert L.Leahy, Aaron T. Back –
Transtorno Bipolar-Tratamento pelo Terapia Cognitiva - Roca
Daniel J. Carlat – Entrevista Psiquiátrica – Artmed
David H. Barlow – Manual Clínico dos Transtornos
Psicológicos - Artmed
Dorothy Stubbe – Psiquiatria da Infância e Adolescência –
BIBLIOGRAFIAS
K. Hawton, P.M. Salkovskis, J.Kirk e D.M. Clark – Terapia
Cognitivo-Comportamental para Problemas Psiquiátricos –
Um Guia Prático – Martins Fontes
Paulo Knapp & Colaboradores – Terapia
CognitivoComportamental na Prática Psiquiátrica - Artmed;
Robert D. Friedberg, Jéssica M. McClure - A Prática Clínica
de Terapia Cognitiva com Crianças e Adolescentes ––
Artmed;
Táki A. Cordás, Ricardo Alberto Moreno – Condutas em
Download

(D). - CETCC