Profa. Ms. Eliana Melcher Martins DIAGNÓSTICO e TRATAMENTO TRANSTORNOS DE HUMOR TRANSTORNOS DEPRESSIVOS (Unipolar) O Principal Sintoma é a Depressão TRANSTORNOS BIPOLARES Sintomas que alternam entre depressão e mania TRANSTORNO DISTÍMICO Uma forma menos severa do transtorno depressivo TRANSTORNO CICLOTÍMICO Uma forma menos severa do transtorno bipolar Depressão Maior Transtorno Depressivo Maior Caracteriza-se por um ou mais Episódios Depressivos Maiores: duas semanas de humor deprimido ou perda de interesse acompanhados por pelo menos quatro sintomas adicionais de depressão Pode começar em qualquer idade, situando-se em média em torno de 25 anos. DEPRESSÃO MAIOR É responsável por pelo menos 75% das internações psiquiátricas; De 15 a 20% dos adultos sofrem níveis significativos de sintomatologia depressiva; 12% - experimentam a depressão grave; De 15 a 20% seguem para uma evolução crônica Depressões Típicas aquelas que se apresentam através dos Episódios Depressivos Depressões Atípicas aquelas que se manifestam predominantemente através de sintomas ansiosos (Pânico, Fobia ...) e somáticos. Podem ser: Leve, Moderada ou Grave Dependerá da intensidade com a qual se apresentam os Episódios Depressivos. Causas Multifatoriais origem em fatores endógenos (neurobiológicos, genéticos) e fatores exógenos (psicossociais) e que apresentam uma forte relação de interdependência Genética A pessoa já nasce com pré-disposição a desenvolver a depressão Situacionais Dificuldades na vida incluindo problemas financeiros, divórcios, morte e perdas de pessoas amadas Neurobiológicos Ocorre uma alteração bioquímica no cérebro, causada por um déficit no metabolismo da serotonina que é o principal neurotransmissor responsável pelo equilíbrio do humor e da sensação de bem-estar no indivíduo. Em situação normal, sem Depressão, o número de neuroreceptores no neurônio 2 (pós-sináptico) é normal. Na Depressão, à medida em que escasseiam os neurotransmissores, aumentam os neuroreceptores. SINTOMAS (pelo menos 4) Freqüente propensão ao choro, irritabilidade, ruminação obsessiva, ansiedade, fobias, preocupação com a saúde física e queixas de dores; Tristeza profunda (tristeza, desesperança); Vontade de morrer ou ideações suicidas, tentativa ou o suicídio completado; Anedonia (falta de capacidade de sentir prazer); Diminuição da energia, levando-o a uma Importante falta de ânimo que interfere na vida no indivíduo; Sentimento de inutilidade ou culpa Alterações: No apetite e no peso (aumento ou diminuição); Na regulação circadiana da temperatura corporal e da secreção de cortisol, No ciclo sono-vigília (insônia ou hipersonia). Dificuldade nos relacionamentos íntimos, Diminuição das interações sociais satisfatórias, dificuldades no funcionamento sexual ou diminuição na libido. (anorgasmia nas mulheres ou disfunção erétil nos homens) Funções cognitivas: O processo cognitivo torna-se mais automático; Diminuição da atenção e memória; Dificuldades de concentração e na tomada de decisões Evocação de informações de cunho negativo A tríade cognitiva Tendência a se ver como inadequado, incapaz e fracassado, e atribuir às experiências desagradáveis responsabilidades pessoais O segundo componente consiste na tendência da pessoa depressiva em interpretar as experiências de uma forma negativa. O terceiro componente da tríade consiste em uma visão negativa do futuro. Ao fazer projeções, dificuldades são antecipadas e o sofrimento parece que permanecerá definitivamente. Funções vegetativas: Lentificação dos processos mentais; Retardo ou agitação psicomotora Rebaixamento de 5HT (serotonina) Elevação NA (Noradrenalina) Estreitamento do campo vivencial; DEPRESSÃO X TRISTEZA Depressão: É mais grave e pode causar danos enormes: As relações interpessoais ficam muito comprometidas e podem levar a separações conjugais; • Perdas de relacionamentos com pessoas significativas em ligações de amizade ou profissionais; • Afeta muito a capacidade de produzir ; • Pode comprometer a saúde e a vida da pessoa, etc... Transtorno Distímico Caracteriza-se por um humor cronicamente triste ou deprimido na maior parte dos dias, na maioria dos dias, por no mínimo dois anos. Os distímicos descrevem seu humor como triste ou "na fossa", o que muitas vezes é confundido com características de personalidade. O paciente se reconhece como tendo sido sempre "mal humorado" e irritado. A sintomatologia é em geral semelhante a da Depressão Maior, de forma menos intensa, excluindo-se a ideação suicida. A Distimia tem início insidioso, ou seja, instala-se lentamente ao longo do tempo. TRATAMENTOS Farmacoterapia Terapia Cognitivo-Comportamental FARMACOTERAPIA ISRS (Inibidores seletivos da recaptação de serotonina) --> Promove o alívio dos sintomas e o aumento de motivação, concentração e energia. TEMPO DE AÇÃO/MELHORA 15 a 20 dias - quando o excesso de receptores são reabsorvido pelo organismo. ISRS e ISRNA - Os DUAIS são mais modernos – inibem recaptação da serotonina e da Noradrenalina e não dão efeitos colaterais. 15 a 20 dias - quando o excesso de receptores são reabsorvido pelo organismo. Tricíclicos – inibem a recaptação da serotonina e da Noradrenalina, mas têm muitos efeitos colaterais (boca seca, obstipação intestinal, retenção urinária, visão borrada, alterações cognitivas, hipotensão, taquicardia, sedação 15 a 20 dias - quando o excesso de receptores são reabsorvido pelo organismo. MEDICAMENTOS MAIS USADOS Fluoxetina – Prozac Sertralina – Zooloft Paroxetina - Aropax Citalopran - Cipranil Escitalopran - Lexapró Venlafaxina - Efexor Duloxetina - Cymbalta Reboxina – Prolift Imipramina – Tofranil Clorimipramina – Anafranil Amitriptilina – Triptanol Nortriptilina - Pamelor Tratamento com TCC: Objetivos principais: 1) Aumento do reforço positivo ao paciente; 2) Fixação de objetivos atingíveis a fim de assegurar experiência satisfatória; 3) Conceder a si mesmo recompensas para atingir seus objetivos. Alvos em potencial para a TCC da Depressão Resistente Desesperança Anedonia Pouca Energia Ansiedade Pensamentos Automáticos Negativos Crenças desadaptativas Problemas interpessoais Não–adesão à farmacoterapia Plano Geral de Tratamento: Levantamento de problemas atuais e sintomas; Levantamento de co-morbidades; Avaliação do risco de suicídio (Teste de Desesperança); Avaliação dos aspectos cognitivos, comportamentais e interpessoais; Avaliação do abuso/dependência de substâncias psicoativas e uso de medicações; Avaliação da introdução/modificação de medicação; Testes e outras avaliações/questionários (BDI, BAI, BHS); Avaliação do comprometimento do paciente com o tratamento e estabelecimento de um contrato explícito de não-suicídio. BDI Inventário de Depressão de Beck 1) (0) (1) (2) (3) Não me sinto triste. Eu me sinto triste. Estou sempre triste e não consigo sair disto. Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar. 2) (0) Não estou especialmente desanimado quanto ao futuro. (1) Eu me sinto desanimado quanto ao futuro. (2) Acho que nada tenho a esperar. (3) Acho o futuro sem esperança e tenho a impressão de que as coisas não podem melhorar. 3) (0) Não me sinto um fracasso. (1) Acho que fracassei mais do que uma pessoa comum. (2) Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um monte de fracassos. (3) Acho que, como pessoa, sou um completo fracasso. BAI Inventário de Ansiedade de Beck 1. Dormência ou formigamento _Não_ _Levem/___ _Moderadam/ _Gravem/_ 2. Sensação de calor ________ ___________ _________ _________ 3. Tremores nas pernas ________ ___________ _________ _________ 4. Incapaz de relaxar ________ ___________ _________ _________ 5. Medo que aconteça o pior. ________ ___________ _________ _________ 6. Atordoado ou tonto. ________ ___________ _________ _________ 7. Palpitação ou aceleração do coração ___ ___________ _________ _________ 8. Sem equilíbrio. 9. Aterrorizado. ________ ________ ___________ ___________ _________ _________ _________ _________ 10. Nervoso. 11. Sensação de sufocamento. ________ ___________ ________ ___________ _________ _________ _________ _________ 12. Tremores nas mãos. ________ ___________ _________ _________ 13. Trêmulo. 14. Medo de perder o controle. ________ ________ ___________ ___________ _________ _________ _________ _________ Escores BDI e BAI Inventário de Depressão de Beck O inventário de Depressão de Beck consta de 21 afirmativas com escores que variam de 0 a 3 sendo à soma das respostas atribuídos os níveis: mínimo leve moderado grave (0-11) (12-19) (20-35) (36- 63) Inventário de Ansiedade de Beck O inventário de Ansiedade de Beck consta de 21 sintomas de ansiedade que variam de 0 a 3 sendo à soma das respostas atribuídos os níveis: mínimo leve moderado grave (0 -10) (11-19) (20- 30) (31-63) Escala de Ideação Suicida I.Características de Atitude em Relação a Viver/Morrer 1. Desejo de Viver 0.Moderado a Forte 1.Fraco 2.Nenhum II.Características de Ideação/Desejo Suicida 6. Duração de tempo 0.Períodos breves 1.Períodos mais longos 2.Contínuo (crônico) ou quase contínuo III.Características de Tentativa Ponderada 12. Método: Especificidade/Planejamento 0.Não considerado 1.Considerado, mas detalhes não trabalhados 2.Detalhes trabalhados/bem formulados IV. Atualização da Tentativa Ponderada 18. Preparo Real 0.Nenhum 1.Parcial (por exemplo, juntar comprimidos) 2.Completo(por xemplo:tinha pílulas, lâminas de barbear, revólver carregado) V. Fatores Históricos 22. Técnicas de Suicídio Anteriores 0.Nenhuma 1.Uma 2.Mais de uma BHS 1) Contém 20 afirmações V/F que permitem avaliar a extensão das expectativas negativas do paciente sobre seu futuro imediato e a longo prazo. 2) Cada afirmação é pontuada com 0 ou 1. Das 20 afirmações: 9 são otimistas e 11 pessimistas. 3) Resultado: 0-3= Assintomático 4-8= Médio 9-14= Desesperança moderada 14-20= Desesperança severa Depressão grave Desenvolvimento de uma lista de razões para viver Cartão de Enfrentamento Minhas razões para viver: Meus filhos me amam e ficariam abalados com minha morte. Outros (pais e amigos) também me amam. Quando não estou deprimido(a), há coisas na vida das quais eu gosto. Quando consigo trabalhar com minha capacidade “normal”, sou um(a) funcionário(a) valorizado(a). Meu médico diz que vou responder ao tratamento e posso estar melhor dentro de algumas semanas. MODELO - CONTRATO TERAPÊUTICO - ANTI-SUICÍDIO Concordo que, apesar de estar em dor emocional, é importante não desistir da esperança e, em vez disso, continuar a buscar maneiras de melhorar minha vida. Entendo que a terapia às vezes é difícil, mas colaborarei com meu terapeuta para encontrar maneiras de lidar com meus sintomas e meus problemas da vida. Declaro que vale a pena preservar minha vida e não farei nada que a coloque em risco. Percebo que posso ficar tentando me ferir em determinados momentos, mas me refrearei em agir dessa forma. Em momentos de crise emocional, em vez de me isolar, tentarei entrar em contato com o(a) psiquiatra .........., Psicólogo(a) ............. algum parente ou amigo do local......... onde moro. Se não conseguir entrar em contato com as pessoas acima, sei que posso ir ao pronto socorro mais próximo de minha residência. Antes de supor que estou desamparado(a) e derrotado(a), tentarei muita das habilidades da terapia cognitiva que aprendi no trabalho com o(a) Psicólogo(a) ..., como relaxar, me acalmar, me envolver em atividades produtivas e prazerosas, fazer anotações no Registro Diário de Pensamentos, escrever em meu próprio diário ou me envolver em distrações agradáveis, como assistir filmes ou ler um bom livro. Se nada disso funcionar, sei que ainda posso contar com minha equipe de apoio. Sei que meu terapeuta está do meu lado, e continuarei a trabalhar sempre com ele(a). Também entendo que ele(a) está tentando me ensinar habilidades e estratégias para ajudar a melhorar minha vida. Usarei essas técnicas, em vez de tentar me ferir. Fui informado(a) de que o(a) meu Psicólogo(a) tentará estar disponível para sessões improvisadas de terapia e entrarei em contato com ele(a) se sentir necessidade. Sou realista o suficiente para saber que todo contato tem furos imprevisíveis, mas eu e meu terapeuta não nos aproveitaremos de tais furos. Em prol de meu bem estar a curto e longo prazo, nós dois prometemos seguir o espírito de compromisso com a vida deste contrato. ____________________________________________________________________ Assinatura da Paciente: Assinatura da Terapeuta Intervenções e Técnicas: Técnicas Comportamentais Mudança Cognitiva através de mudança Comportamental Início – objetivo: restaurar o funcionamento do paciente ao período anterior à depressão severa. Engajar atenção e interesse, induzindo-o a neutralizar seu isolamento, envolvendo-se em atividades mais construtivas. Acreditam e ele próprio crê não ser mais capaz de realizar atividades antes feitas sem problemas, achando que não voltará a ter mais prazer. Preso em um círculo vicioso = Ineficaz = Desencorajamento = Imobilidade = baixa autoestima Para o terapeuta - tarefa difícil convencê-lo – (não)fraco, inepto ou vazio Mudança Cognitiva através de mudança Comportamental Demonstrar ao paciente que suas conclusões negativas hipergeneralizadas estavam incorretas. Após mudança de comportamento mostrar que não perdeu suas habilidades de funcionar, mas que seu desencorajamento e pessimismo dificultam mobilizar seus recursos para fazer o esforço necessário. Fonte do problema: Erro Cognitivo: “ser inepto, fraco e desamparado” Importante salientar que as técnicas comportamentais não deixam de trabalhar a cognição do paciente. São pequenos experimentos que farão com que o paciente obtenha maior segurança em voltar a fazer aquilo que sempre fez. Mudança Cognitiva através de mudança Comportamental Observa-se que mudanças comportamentais não operam mudanças cognitivas hipervalentes ao mesmo tempo. Ex. uma pessoa que se esforça ao realizar uma atividade pode parecer superar a depressão. Mas poderá manter a crença de incapacidade e concluir que seu desempenho não poderia ser pior. As cognições tendenciosas não são necessariamente alteradas simplesmente com uma mudança de comportamento. A mudança de comportamento é importante para o paciente avaliar empiricamente suas idéias de inadequação e incompetência. Estratégias comportamentais: Monitoração de Atividades Domínio e Prazer Programação de Atividades Tarefas de Casa Gradativas Ensaio Cognitivo Treino de Assertividade e Dramatização A. Monitoração de Atividades e Domínio de Prazer: Pede-se aos pacientes que registrem o que fazem, de hora em hora, e que avaliem cada atividade numa escala que vai até 1O, com relação ao Prazer (P) e ao Domínio (D). * As avaliações “p'', mostram o quanto a pessoa encontrou prazer na atividade. * As avaliações “d ", mostram, a partir de como a pessoa se sentiu no momento, o quanto a atividade representou em termos de conquista. *A automonitoração também demonstra a relação entre humor e atividade. Monitoramento de Atividades Planejamento Semanal de Atividades Escreva em cada espaço: 1- Atividade 2- Avaliação do Humor (0-100%) Hora 06-07 07-08 08-09 09-10 2ª.feira 3ª.feira 4ª.feira 5ª.feira 6ª.feira sábado domingo Monitoramento de Atividades Planejamento Semanal de Atividades Escreva em cada espaço: 1- Atividade 2- Avaliação do Humor (0-100%) 2ª.feira 3ª.feira 4ª.feira 5ª.feira 6ª.feira sábado domingo 06-07 Acordei Acordei Acordei Acordei Acordei Acordei 60 70 30 60 40 50 Acordei 60 07-08 Banho 40 Vestir 30 Banho 50 Vestir 60 Deitado 80 Vestir 70 Vestir 60 Camin, Café 70 Café 50 Café 40 Camin, Café 80 Camin, Café 70 Café 60 Café 80 Nadar 40 TV 50 Parque 70 Amigo 70 TV 80 Camin 80 Loja 90 Hora 08-09 09-10 Domínio e Prazer Hora 2ª.feira 3ª.feira 4ª.feira 5ª.feira 6ª.feira sábado domingo Acordei Acordei 40 50 D D 06-07 Acordei 60 D Acordei 70 P Acordei 30 D Acordei 60 P 07-08 Banho 40 D Vestir 30 D Banho 50 D Vestir 60 D Deitado 80 P Vestir 70 D Vestir 60 D Camin, Café 70 P Café 50 D Café 40 D Camin, Café 80 P Camin, Café 70 P Café 60 D Café 80 D Nadar 40 P TV 50 P Parque 70 P Amigo 70 P TV 80 P Camin 80 P Loja 90 P 08-09 09-10 Acordei 60 P B. Programação de atividades: Agenda de atividades Planejamento de ações O objetivo é aumentar os níveis de atividades e maximizar o Domínio e Prazer. Vantagens: Reduz um aglomerado de tarefas a uma lista exeqüível Remove a necessidade de tomar decisões repetidas Aumenta a probabilidade de que as atividades sejam realizadas Incentiva um aumento de proporção de atividades satisfatórias Aumenta o senso de controle dos pacientes sobre suas vidas As informações obtidas através desse cronograma podem ser usadas para confrontar pensamentos automáticos negativos. C. Tarefas de Casa Gradativa Reflete a prática de aumentar a possibilidade de êxito ao se desmembrar as tarefas em passos pequenos e exequíveis, cada um dos quais sendo reforçado em razão do seu próprio mérito. Pode ser usada para ajudar os pacientes a lidar com a inércia e enfrentar situações de ansiedade. Paciente e terapeuta planejam as tarefas com o objetivo de tentar iniciá-las e não a obrigatoriedade de cumprir toda a agenda programada. Ex. leitura de um texto (passo a passo: palavra, frase, parágrafo, página, etc.) D. Ensaio Cognitivo Imaginar o procedimento de uma tarefa a ser realizada na imaginação. Prestando atenção aos detalhes de tal execução, neutraliza a tendência de a mente vaguear. Sistema pré-programado para executar a tarefa. Identificar obstáculos potenciais (cognitivos, comportamentais ou ambientais) que impeçam a realização da tarefa. Ex.: uma paciente com dificuldade de ir à academia de ginástica. Fazer todo o processo na imaginação E. Treino Assertivo e Dramatização Técnicas de Modelagem Treinamento e ensaio Comportamental Dramatização: papéis representados por paciente e terapeuta com o objetivo de melhorar e entender melhor as relações sociais. Assim procura-se esclarecer cognições autoderrotistas ou interferentes. Ex.: Não ser assertivo para não criar problemas. (discutir em sessão). Técnicas Cognitivas 1. 2. 3. 4. 5. Treinar o paciente a observar e registrar suas cognições: Definir Pensamento Automático. Demonstrar a relação entre pensamento, afeto e comportamento, usando exemplos específicos. Demonstrar a presença de cognições da experiência recente do paciente. Designar experimentos para o paciente a fim de coletar cognições. Revisar os registros do paciente e fornecer retorno Estratégias Cognitivas Técnica de Distração Contagem de Pensamento Estas técnicas são apresentadas ao paciente como uma maneira de reduzir o tempo despendido com ruminações, que levam a um aumento da perturbação. São úteis no início do tratamento. Não produzem uma mudança cognitiva fundamental, mas ao reduzirem a freqüência dos pensamentos depressivos, levam à melhora do humor. A. Técnicas de Distração: * Enfoque no Objeto: os pacientes são instruídos a concentrar a atenção em um objeto, descrevendo-o para si mesmos com o máximo de detalhes possíveis. * Percepção Sensorial: pacientes instruídos a se concentrarem no ambiente ao seu redor de forma global, utilizando a visão, a audição, o paladar, o tato e o olfato. * Exercícios Mentais: pacientes são instruídos a contagem regressiva a partir de 1000 em sete segundos, ou pensando em animais começando com cada letra do alfabeto. Qualquer atividade mental que ocupe a atenção. * Lembranças e fantasias agradáveis: lembranças nítidas de prazeres passados (por ex.: Férias divertidas), fantasias (por ex.: o que fariam se ganhassem na loteria). * Atividades que ocupam a atenção: selecionar atividades que ocupem a mente, como por exemplo, quebra-cabeças, palavras cruzadas, etc. B. Contagem de Pensamentos: Destina-se a promover o distanciamento dos pensamentos negativos. O paciente aprende a registrar a ocorrência dos pensamentos automáticos negativos, e a deixá-Ios de lado em vez de permitir que eles determinem seu humor. Transtorno BIPOLAR I Transtorno BIPOLAR II Transtorno CICLOTÍMICO A Bipolaridade compreende uma mescla de transtornos afetivos, possivelmente relacionados com depressão unipolar, mas envolvendo graus variados de agitação, euforia, impulsividade, irritabilidade e ideação psicótica. É uma doença mental grave, crônica, recorrente e incapacitante; Envolve graus variados de agitação, euforia, impulsividade, irritabilidade e ideação psicótica (mania/hipomania) e também episódios de humor muito baixo e desespero (depressão); A maioria dos pacientes com TAB inicia a doença com um episódio depressivo; Os avanços dos sintomas podem ser precipitados pelo ambiente, por fatores orgânicos, idiopáticos (do próprio transtorno) e por estressores psicossociais; Acomete 1,6% da população hoje em dia. Aproximadamente 25% das pessoas com TAB I (Weissman et al., 1988) e até 60% dos que têm TAB II tentam suicídio durante a evolução da doença (Jurema et al., 2000) Hipóteses sobre causas Fatores hereditários; Nível crítico de estresse cotidiano (incluindo discórdia familiar); Estilos cognitivos TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I: Um episódio maníaco pleno ou misto tem de ter ocorrido em algum momento na história do paciente. (Quadros de mania + Depressão) TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Pelo menos um episódio hipomaníaco com pelo menos um episódio depressivo maior (sem uma história de mania). (Quadros de hipomania + Depressão) 2 semanas 2 anos Depressão Distimia 4 dias Hipomania 1 3 semana semanas Mania Bipolaridade Cicladores rápidos 4 dias de hipomania ou mania e duas semanas de depressão Episódio Depressivo Maior no Transtorno Bipolar Características necessárias: Humor deprimido na maior parte do dia, pelo menos 2 semanas ou Perda de interesse ou prazer (anedonia) na maior parte do dia, todos os dias, por pelo menos 2 semanas. Se os sintomas forem graves o suficiente para provocar angústia subjetiva significativa ou afetar aspectos importantes no funcionamento da vida da pessoa. Avaliar pelo menos 5 sintomas dos problemas: Diminuição da energia; Sentimento de desvalia, culpa e auto-recriminação; Dificuldade de concentração ou tomada de decisões; Alterações no apetite; Perturbação do sono (adormecer/acordar, despertar durante a noite/muito cedo com dificuldade de voltar a dormir); Extremos na atividade psicomotora (retardo ou agitação); Redução marcante da libido; Ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio Episódio Maníaco Características: Exibir humor eufórico ou irritável anormal por pelo menos 1 semana com os seguintes problemas: - Grandiosidade; Relatos subjetivos de necessidade de muito pouco sono durante dias; Pressão por falar; Fuga de idéias e pensamentos que voam; Grande desorganização e distratibilidade; Envolvimento excessivo em atividades dirigidas a objetivos; Busca por grande estimulação, comportamento hedonista (prazer como único objetivo) e viciosos. Outros sintomas: Resiste em tomar medicamentos; Hiperatividade, impulsividade e comportamento promíscuo; Fala excessiva (logorréia) e muitas idéias ao mesmo tempo Acredita ser capaz de realizar atos inimagináveis; Relata ter várias habilidades; Gasta seu dinheiro em excesso e de forma descontrolada; Abusa de drogas e álcool; Isolamento da família e amigos; Episódio misto É um estado maníaco grave que envolve uma mistura de características depressivas excessivas (Dunner, 1999) durando pelo menos 1 semana e provocando uma interrupção significativa no funcionamento acadêmico-profissional e interpessoal-social. Sintomas comuns: Insônia Agitação; Pensamento psicótico; Tendência suicida Episódio Hipomaníaco Semelhante à síndrome maníaca plena, mas com duração menor pelo menos 4 dias de intensidade dos sintomas e interrupção das atividades cotidianas. Sem a presença de sintomas psicóticos, e estados de humor não extremos ou bizarros, podem não causar comprometimento funcional óbvio. Episódio Hipomaníaco Sintomas comuns: Humor extraordinariamente expansivo; Menos necessidade de sono; Distratibilidade; Envolvimento excessivo em atividades dirigidas a objetivos; Impulsividade com relação a comportamentos hedonistas Ocorrendo 1 desses episódios junto com o depressivo maior Tipo II Transtorno Bipolar com Ciclagem Rápida Bipolares do Tipo I ou II exibem 4 ou mais ciclos dentro de um ano ( 4 dias de hipomania ou mania e 2 semanas de depressão). É mais comum em mulheres, talvez indicando os processos reprodutivos e hormonais, relevantes ao sexo na estabilidade do humor. Está relacionada com um maior risco de suicídio (Fawcett et al., 1987) Ciclotimia Ciclotimia É uma categoria diagnóstica que parece representar um cruzamento entre uma forma subsindrômica de transtorno bipolar com ciclagem rápida e a distimia por pelo menos 2 anos sem intervalos livres de sintomas. (Crônico) Transtorno Bipolar “Atípico” “Sem outra especificação” Os pacientes podem demonstrar sintomas maníacos sem a duração necessária ou exibir períodos de hipomania sem uma história de episódio depressivo maior. AJUSTAMENTO COM HUMOR DEPRESSIVO (Depressão Reativa) Luto patológico (a pessoa não mexe em nada, como se o outro fosse voltar) Perdas Incidentes da vida TRANSTORNO DE HUMOR ORGÂNICO Qualquer lesão cerebral; Qualquer doença de humor: demências, epilepsia, lesão dos gânglios da base, lesão por AVC, ... Pode dar tanto euforia quanto sintomas depressivo. Co-morbidades: Abuso de substancias; Transtornos de Ansiedade; Transtornos de Personalidade; TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR TRATAMENTOS: Farmacoterapia Terapia Cognitivo-Comportamental Farmacoterapia Não elimina completamente recorrências de mania ou depressão, mas pode diminuir a freqüência, a duração e a gravidade dos episódios maníacos e depressivos , reduzindo o sofrimento do paciente, a hospitalização e o custo melhorando seu funcionamento psicossocial, (Baastrup e Schou, 1967) 1- LÍTIO Poderoso protetor contra a ameaça de suicídio (Isometsã, 1993); Agente de 1ª linha no tratamento da mania, tanto nos episódios agudos como para prevenir futuras ocorrências (Bauer et al., 1999). Aumento do lítio provoca insuficiência renal, tireóide e cardíaca Fazer controle com exame de função renal (uréia, creatinina, t3, t4, TSH) semanal, quinzenal, mensal e trimestral – 0,8 a 1,2 eg/l (normal) 2 – Ácido valpróico (Depakote) (estabilizador de humor) Pode ser muito útil no tratamento de mania mista e de ciclagem rápida (Walden, Normann, 1998). Muitas vezes são usados em combinação com o lítio (Solomon et al., 1998) 3 - Anticonvulsivantes: Carbamazepina (Tegretol) Lamotrigina (Lamictal) Topiramato (Topamax) 6 – Medicações antidepressivas; 7 – Medicações antipsicóticas Tratamento com TCC Enfatiza identificar precocemente episódios hipomaníacos e depressivos, Estratégias para lidar com esses episódios; Regularizar sono, alimentação e níveis de atividade do paciente, Reduzir a vulnerabilidade do paciente, a exposição a situações disparadoras (Palmer, Williams & Adams, 1994) Objetivos: Capacitar com habilidades para modular suas reações subjetivas ao estresse (Beck et al., 1979); Fortalecer auto estima e diminuir a oscilação do afeto em relação aos eventos da vida (Jacobs, 1982); Aumento da aderência à psicofarmacoterapia; Estratégias cognitivo-comportamentais para modificar atitudes negativas com relação a tomar as medicações: 1) Registros diários de pensamentos; 2) Análise das vantagens e desvantagens de tomar a medicação; 3) Métodos de controle de estímulos para lembrar da medicação (desenvolver planos, lembretes e estratégias) Técnicas: 1) Psicoeducação: transtorno, TCC e medicações: 2) Avaliação e modificação de interpretações subjetiva da tríade cognitiva para obter eficácia em lidar com sua doença. 3) Diários – (registrar a ocorrência, a gravidade e o curso dos sintomas maníacos e depressivos que permitam uma intervenção precoce se os sintomas se agravarem); 4) Educá-lo quanto a comunicação interpessoal de modo que possa enviar mensagens aos outros de maneira mais eficaz e recebê-las sem interpretá-las mal. 5) Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD) 6) Automonitoração e escalas de humor 7) Resolução de Problemas (Planejamento, prevenção e resolução de problemas). 8) Planejamento semanal 9) Manejo dos sintomas agudos (vantagens e desvantagens de se apegar a uma crença extremamente positiva) 10) Elaboração conjunta, com paciente e família de estratégias terapêuticas. BIBLIOGRAFIAS Aaron T. Beck, A.John Rush, Brian F.Shaw, Gary Emery – Terapia da Depressão – Artmed Cory F.Newman, Robert L.Leahy, Aaron T. Back – Transtorno Bipolar-Tratamento pelo Terapia Cognitiva - Roca Daniel J. Carlat – Entrevista Psiquiátrica – Artmed David H. Barlow – Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos - Artmed Dorothy Stubbe – Psiquiatria da Infância e Adolescência – BIBLIOGRAFIAS K. Hawton, P.M. Salkovskis, J.Kirk e D.M. Clark – Terapia Cognitivo-Comportamental para Problemas Psiquiátricos – Um Guia Prático – Martins Fontes Paulo Knapp & Colaboradores – Terapia CognitivoComportamental na Prática Psiquiátrica - Artmed; Robert D. Friedberg, Jéssica M. McClure - A Prática Clínica de Terapia Cognitiva com Crianças e Adolescentes –– Artmed; Táki A. Cordás, Ricardo Alberto Moreno – Condutas em