Capítulo 10 A Governança nas Empresas (Gestão do Poder no Grupo) Michael A. Hitt R. Duane Ireland Robert E. Hoskisson ©2003 Southwestern Publishing Company 1 Strategic Inputs O processo de Gestão Estratégica Chapter 2 The External Environment Strategic Intent Strategic Mission Chapter 3 The Internal Environment Implementação da Estratégia Strategic Outcomes Strategic Actions Strategy Formulation Chapter 4 Business-Level Strategy Chapter 5 Competitive Rivalry and Competitive Dynamics Chapter 6 CorporateLevel Strategy Chapter 7 Acquisition and Restructuring Strategies Chapter 8 International Strategy Chapter 9 Cooperative Strategy Capitulo 10 A Governança nas Empresas (Gestão do Poder No Grupo) Strategic Competitiveness Above-Average Returns Feedback 2 A Governança - Gestão do Poder no Grupo (CG) A Gestão do Poder no Grupo baseia-se: – No relacionamento que se estabelece entre os interessados duma organização para determinar e controlar a direcção estratégica e o seu desempenho. – Na preocupação em identificar as formas que garantam a efectiva implementação das decisões estratégicas. – Na implementação dum relacionamento ordeiro entre os proprietários das empresas (grupo) e os seus gestores de topo. 3 Mecanismos de Governança (Gestão do Poder no Grupo) Mecanismos Internos Concentração da Propriedade – Quantidade relativa de acções detidas por accionistas individuais e por investidores institucionais Conselho de Administração – Indivíduos que em representação dos accionistas são os responsáveis pelo controlo das decisões estratégicas da gestão de topo 4 Mecanismos de Governança (Gestão do Poder no Grupo ) Mecanismos Internos Reconhecimento remunerativo aos executivos – utilização de salários, prémios e incentivos de longo prazo pelo alinhar dos interesses da gestão com o dos accionistas Incentivos para o correcto alinhamento dos Gestores de Topo: – podem vir a ocupar um lugar no Conselho de Administração. – podem participar na eleição dos membros do Conselho de Administração. 5 Mecanismos de Governança (Gestão do Poder no Grupo) Mecanismo Externos (Quando falham os internos) O Mercado como Mecanismo de Controlo do Grupo – A compra da empresa que está com uma performance inferior à média da indústria com o objectivo de melhorar a sua competitividade estratégica (forma de retirar poder à Administração adquirida) 6 Separação entre Propriedade e Controlo de Gestão Bases da empresa moderna (sociedades anónimas): – accionistas adquirem mais acções, porporcionando-lhes retornos residuais. – accionistas reduzem o risco através da manutenção de uma carteira diversificada. – gestores profissionais são contratados para tomar decisões. As sociedades anónimas modernas apontam para uma eficiente especialização das tarefas: – Os accionistas suportam o risco – Os gestores tomam decisões, implementam e desenvolvem a estratégia. 7 Relação de Agência: Proprietários e Gestores Accionistas (Principais) • Proprietários da Empresa 8 Relação de Agência: Proprietários e Gestores Accionistas (Principais) • Proprietários da Empresa • Decisores Gestores (Agentes) 9 Relação de Agência: Proprietários e Gestores Accionistas (Principais) • Proprietários da Empresa • Decisores Gestores (Agentes) • Especialista na assunção de riscos (accionistas - principais) remunera o… • Especialista em tomadas de decisão de gestão (agente) Relação de Agência 10 Teoria de Agência: Problemática O problema da Teoria de Agência ocorre quando: – os desejos ou objectivos do accionista (principal) e do agente colidem sendo difícil ou dispendioso para o primeiro verificar se o agente tem agido de forma apropriada A solução: – os accionistas (principais) empenham-se no estabelecimento de incentivos para os agentes com base em contratos de gestão por objectivos. – são utilizados mecanismos de controlo como é o caso dos Conselhos de Administração. – são utilizados mecanismos de reforço do controlo como o mercado de trabalho (dos gestores) para mitigar11 o problema da Teoria de Agência. Risco O Risco do Gestor e do Accionista em função da Diversificação S Accionista (negócio) Perfil de risco Gestores Executivos (emprego) Perfil de risco A M B Negócio Relacionada Relacionada Negócios Não Dominante (fileira do negócio)(mesmo âmbito) Relacionados Diversificação 12 Lacunas relativas à Teoria de Agência Os accionistas principais podem empenhar-se no controlo dos comportamentos dos gestores para avaliar as actividades e decisões da gestão. Todavia, a dispersão dos accionistas pode tornar difícil e ineficiente o controlo do comportamento da gestão. O Conselho de Administração tem um dever fiduciário para com os accionistas de controlar a gestão. Todavia, os Conselhos de Administração são muitas vezes acusados de serem pouco exigentes no desempenho daquela função. 13 Mecanismos de Governança Concentração de Propriedade • Accionistas que detenham uma larga parcela das acções da empresa têm um forte incentivo para controlar a gestão com maior proximidade. • Devido aos elevados interesses envolvidos torna-se vantajoso para os accionistas largamente maioritários o dispêndio de tempo, esforço e investimento visando um controlo mais próximo. • Podem também obter lugares nos Conselhos de Administração, acentuando a sua capacidade para um controlo efectivo. (Com a excepção das instituições financeiras). 14 Mecanismos de Governança Concentração Propriedade Insiders Conselho de Administração Related Outsiders • O CEO e outros gestores de topo (no activo). • Indivíduos não envolvidos nas operações do dia a dia, mas que têm uma relação com a empresa (contratual, p. ex.) Outsiders • Indivíduos independentes da empresa quer em termos das operações do dia a dia quer em termos de outras relações (contratuais, P.ex.) 15 Mecanismos de Governança Concentração Propriedade Conselho de Administração Recomendações para uma efectiva governança por parte do Conselho de Administração: • Promover maior diversidade de origem, experiência e competências dos membros do Conselho de Administração. • Fortalecer os sistemas de controlo da contabilidade e da gestão interna. • Estabelecer processos formais para avaliação regular e consistente do desempenho da administração. 16 Mecanismos de Governança Concentração Propriedade Conselho de Administração Remuneração de Executivos • Salários, prémios e sistemas de incentivos de longo prazo (para alinhar os interesses dos accionistas com os dos gestores) • Decisões executivas são complexas e não rotineiras (pelo que a supervisão não é suficiente para avaliar da qualidade das decisões) • Em alternativa à supervisão a avaliação dos gestores pelos resultados financeiros tornase difícil pela influência de vários factores que transcendem aqueles executivos (p.ex. a imprevisibilidade económica ou legal). 17 Mecanismos de Governança Concentração Propriedade Conselho de Administração Remuneração de Executivos • A posse de acções (sistemas de incentivos de longo prazo) por parte dos gestores torna-os mais sensíveis às flutuações (mesmo que parcialmente fora do seu controlo) do mercado de capitais. • Os sistemas de incentivos não garantem que os gestores tomem as decisões correctas, mas fazem aumentar a probabilidade daqueles fazerem “as coisas” pelas quais serão recompensados. 18 Mecanismos de Governança Concentração Propriedade Conselho de Administração Remuneração de Executivos Mercado para Controlo do Grupo • As empresas correm o risco de serem adquiridas quando operam de forma ineficiente. • Com o receio de serem adquiridas muitas empresas começam a operar de forma mais eficiente, embora a actual incidência de takeovers hostis seja relativamente reduzida. • Mudanças na legislação e regulamentação do mercado de capitais têm tornado os takeovers hostis mais difíceis. • O mercado acaba por actuar como um disciplinador importante da incompetência e desperdício da gestão. 19 Perspectiva Internacional da Governança nas Empresas: O caso da Alemanha Proprietários e gestores são muitas vezes os mesmos nas empresas privadas (por quotas). Empresas de capital aberto ao público têm muitas vezes um accionista dominante, frequentemente um banco. Normalmente dá-se uma menor ênfase ao valor do accionista relativamente ao que se passa com as empresas dos EUA, embora esta situação possa vir a mudar. 20 Perspectiva Internacional da Governança nas Empresas: O caso da Alemanha Empresas de média e grande dimensão (acima dos 2.000 trab.) têm uma estrutura dupla de poder relativa à governança: – A Comissão Executiva que monitoriza e controla as decisões da gestão em geral (Vorstand). – O Conselho de Administração que supervisiona e selecciona a Comissão Executiva (Aufsichtsrat). – Empregados, membros sindicais e accionistas designam membros para o Aufsichtsrat 21 Perspectiva Internacional da Governança nas Empresas: O caso do Japão A obrigação (lealdade), a família (o grupo) e o consenso (obter acordo em espírito) são factores importantes. Os bancos (especialmente o banco principal accionista) exercem grande influência sobre os gestores de topo. Keiretsu é um grupo de empresas muito ligadas através de participações accionistas 22 cruzadas (família). Perspectiva Internacional da Governança nas Empresas: O caso do Japão Outras características: – Intervenção forte do governo – Relações próximas entre as empresas privados e os sectores públicos. – Estabilidade accionista com controlo reduzido e passivo. – Virtual ausência do mercado como mecanismo de controlo das empresas. 23 A Ética e a Governança nas Empresas É importante servir os interesses dos múltiplos grupos de investidores e interessados na empresa (Stakeholders)! Mercado de Capitais “Interessados” Mercado de Produtos “Interessados” Organização “Interessados” • Embora sendo uma ideia que esteja ainda em debate, alguns acreditam que as empresas eticamente responsáveis criam e utilizam mecanismos de governança que servem os interesses de todos os investidores e interessados na empresa. • A importância de manter um comportamento ético através dos mecanismos de governança é exemplificado com o caso da Enron Arthur Andersen. 24 A Ética e a Governança nas Empresas É importante servir os interesses dos múltiplos grupos de investidores e interessados na empresa (Stakeholders)! Mercado de Capitais “Interessados” • Nos EUA, os accionistas (que integram o grupo geral dos investidores) são encarados como o grupo de interessados mais importante. • O Conselho de Administração está ao serviço dos accionistas. • Assim, o foco dos mecanismos de governança está no controlo das decisões da gestão por forma a garantir que os interesses 25 dos accionistas são defendidos. A Ética e a Governança nas Empresas É importante servir os interesses dos múltiplos grupos de investidores e interessados na empresa (Stakeholders)! Mercado de Capitais “Interessados” Mercado de Produtos “Interessados” • Os investidores/interessados do mercado de produtos (clientes, fornecedores e comunidades locais) e os investidores/interessados da organização (gestores e outros empregados) são também grupos importantes. 26