Violência- do que se trata? São ações realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, que ocasionam danos físicos, emocionais e ou espirituais a si próprios ou a outros, apresentando profundo enraizamento nas estruturas sociais, políticas, bem como nas consciências individuais e coletivas. (Minayo) • A violência é um fenômeno humano, social, acontece nas relações humanas e é histórica. • A violência é a forma de resolver conflitos. • A consciência social da violência aumentou. • O homicídio que é o fenômeno da violência cresceu. Para compreendermos melhor o problema da violência é necessário conhecermos a diferença entre agressividade e violência assim definida pelo terapeuta Jorge Corsi • Agressividade - a potencialidade inerente a todos os seres vivos de caráter e base biológica com o objetivo de garantia de necessidades básicas à sobrevivência dos mesmos. Nos animais isto é instinto e nos seres humanos é uma característica necessária que serve como mola propulsora na superação de obstáculos. • Violência: toda a agressividade utilizada no intuito de dominar ou submeter outro. É todo exercício abusivo de poder onde a intenção é o controle independente da vontade do outro, e só ocorre nos seres humanos. • O exercício abusivo do poder é a condição diferencial para distinguir a violência em relação à agressividade VIOLÊNCIA • Segundo Corsi, “O objetivo de quem exerce violência é anular o conflito e controlar o outro por meio de maus-tratos, devido à técnica de dominação”. DIFERENÇA ENTRE CONFLITO INTERPESSOAL E VIOLÊNCIA • Conflito interpessoal • Agressividade entre as pessoas • Circularidade • Não há submetimento • Papéis móveis • Simetria de poder • Horizontalidade • Situação de violência • Violência feita a alguém • Unidirecionalidade • Submetimento de alguém • Papéis fixos • Assimetria de poder • Verticalidade • Quem exerce: na grande maioria das vezes o homem; • Quem sofre: na grande maioria das vezes as mulheres e crianças; • Quem testemunha: na grande maioria das vezes as crianças e adolescentes. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES A violência contra crianças e adolescentes possui o ambiente doméstico como o palco onde na maioria das vezes se desenrolam situações que envolvem: • Violência física: lesões físicas provocadas por castigos e agressões; • Negligência física e emocional: não-atendimento às necessidades da criança ou reconhecimento de sua vulnerabilidade; • Violência psicológica: através de menosprezo, rechaço e desvalorização; • Exploração sexual: que inclui o abuso por violação, incesto, prostituição infantil e outros de natureza sexual. Fenômeno bullying • Bullying é um fenômeno que representa um conjunto de ações agressivas intencionais, repetitivas, envolvendo desigualdades de poder físico, social ou psicológico entre alunos, gerando situações de conflito e exclusão. As formas de intimidação mais freqüentes são: • físicas (empurrões, chutes, pontapés) • verbais (ofensas, calúnias...), • relacionais (exclusão, perseguição...) A criança e o adolescente prefere sofrer em silêncio a denunciar a agressão para o adulto. A intervenção do professor é fundamental no estabelecimento das relações entre os alunos • O professor representa o papel da autoridade; é quem combina as regras e interfere diretamente no cumprimento ou não delas. • A atitude do professor frente a situações de intimidação e vitimização é decisiva para abordar o problema. MANIFESTAÇÕES DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA • Aumento da evasão, transtornos de aprendizagem, violência escolar. • Possíveis fugas do lar; gestações indesejadas; prostituição; drogas, etc... • Aumento da violência social, condutas anti-sociais. Abordagens que podem ser feitas pela comunidade escolar • • Obter o comprometimento de que a violência não se repetirá. Desnaturalizar e deslegitimar a violência enquanto expressão de idéias e sentimentos. •Interferir no circuito de condutas violentas, definindo fronteiras e limites. • • Promover o reconhecimento da situação de violência em especial, do agressor, levando-o a uma percepção mais crítica acerca de sua conduta. Auxiliar o agressor a responsabilizar-se por seu comportamento violento, afastando a noção de causalidade ou patologia. • Auxiliar no desenvolvimento da capacidade de tolerância e de negociação das diferenças, equilibrando a distribuição de autoridade e poder, facilitando a comunicação e promovendo a construção conjunta de normas de convivência. • Favorecer a aprendizagem de hábitos de respeito, confiança, estima e cuidado. •Trabalhar sentimentos de dor, raiva, culpa e reparação. A comunidade escolar está em uma posição estratégica para detectar precocemente os riscos da violência. Proporcionando visibilidade ao problema e com isto “desconstruindo” o conceito de que a violência é algo que faz parte da natureza. • É indispensável um trabalho conjunto, articulado, em consonância com as Coordenadorias da Infância e da Juventude, Conselhos Tutelares e outros órgãos de proteção para que se possa determinar com maior profundidade, a dinâmica do caso, seu diagnóstico e prognóstico. • Os programas mais eficazes de combate à violência são: • Os continuados e que atuam sobre mais fatores de risco. • Que atuam em rede com equipes multidisciplinares, com registros e análise estratégica de dados. • Que investem em capacitação profissional. • Que investem em monitoramento e avaliação das ações. “Enquanto permanecemos hipnotizados pela miragem do insolúvel,deixamos de resolver aquilo cuja solução depende da nossa vontade e iniciativa” Jurandir Freire Costa