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AGRESSIVIDADE INFANTIL NO ÂMBITO ESCOLAR E SUAS
RELAÇÕES COM AS EXPERIÊNCIAS EM FAMÍLIA
Denise de Paula de Oliveira
Centro Universitário de Itajubá- FEPI/Iniciação Científica (FAPEMIG)
Linha Temática: Trabalho, Saúde e Desenvolvimento.
RESUMO
Através de um estudo bibliográfico a presente pesquisa busca verificar as relações existentes entre experiências de
agressividade no âmbito familiar e manifestações de comportamentos agressivos e violentos de crianças no
ambiente escolar. Como recurso metodológico, o trabalho visa identificar na literatura psicológica e educacional
publicada a partir de 2009 em artigos científicos da Biblioteca latino americana de pesquisas na área de saúde,
disponíveis virtualmente no site: bvs-psi.org.br, estudos que apontem tal relação. O comportamento agressivo por
parte da criança na escola, associado à ausência de habilidades sociais e à deficiência na regulação da emoção
tende a ser uma reprodução do mesmo tipo de interação que a criança tem com os pais, o que normalmente é visto
como um problema adaptativo. Os resultados obtidos corroboram para a confirmação de que há correlação entre
exposição à violência intrafamiliar e práticas agressivas e violentas dos filhos no ambiente escolar. Espera-se, que
reflexões a esse respeito sejam realizadas tanto pelos pais em relação aos modelos transmitidos aos seus filhos,
como pelos professores na busca por um melhor planejamento de como trabalhar as questões interpessoais
positivas em sala de aula, elaborando estratégias que maximizem condutas pró-sociais e minimizem os
comportamentos antissociais, como a agressividade e violência, a fim de evitarem que conflitos desta natureza
causem danos em longo prazo na vida dos envolvidos.
Palavras-chave: Agressividade; Família; Escola.
ABSTRACT
By means of a bibliographical study, this research seeks to verify the existing relations between experiences of
aggressiveness within family environment and manifestations of aggressive and violent behaviors of children at
school. As a methodological resource, this work aims to identify studies that suggest such relationship in
psychological and educational literature published from 2009 in scientific articles of the Latin American Research
Library in the area of health, available online on the site: bvs-psi.org.br. Aggressive behavior of children at school,
associated with the absence of social skills and disabilities in regulating emotion, tends to be a reproduction of the
same type of interaction that children have with their parents, which is typically seen as an adaptation problem.
The results of this research corroborate that there is correlation between exposure to domestic violence and
aggressive and violent practices of children in the school environment. Careful thoughts in this regard must be
carried out both by parents, in relation to the models transmitted to their children, as by teachers in the quest for a
better planning of positive interpersonal relations in the classroom. This way it is possible to develop strategies that
maximize pro-social conduct and minimize antisocial behaviors as aggression and violence, in order to prevent
that such conflicts cause long-term damage in the lives of those involved.
Keywords: Aggression; Family; School.
INTRODUÇÃO
As manifestações da agressividade infantil têm se tornado um assunto de grande
interesse para a Psicologia, conquistando espaço nos estudos científicos em todo o mundo. Este
interesse se dá principalmente diante das emissões de comportamentos agressivos entre alunos
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nas escolas, pois estes têm preocupado cada vez mais a sociedade, justamente, pela amplitude
que tem alcançado (SOUSA, s/d).
Várias são as discussões sobre os motivos que levam as crianças a apresentarem tais
comportamentos. Mesmo que não haja dúvidas de que a agressividade está relacionada a
componentes biológicos, hoje estudos mostram também a influência de variáveis sociais nestes
comportamentos. Os contextos de desenvolvimento, especialmente a família e a escola, são,
atualmente, fundamentais para a compreensão da agressão humana, pois, por um lado,
permitem que se abandone o paradigma ‘instintual’ e que se adotem perspectivas mais sociais
diante do problema (BARBOSA et al 2011).
Os autores Patias, Siqueira e Dias (2012), relatam que a base necessária para a
socialização de uma criança é de responsabilidade dos pais, pois estes devem proporcionar aos
filhos um ambiente incentivador e seguro no qual possam se desenvolver. Os autores afirmam
ainda, que a família possui a função de ser fonte de segurança, afeto, proteção e bem-estar, mas
isso nem sempre ocorre.
Este estudo tem por interesse buscar um olhar mais profundo sobre os repertórios
comportamentais, em especial, aos relacionados à manifestação de comportamentos agressivos
de crianças, com o intuito de verificar se comportamentos agressivos na relação intrafamiliar
interferem diretamente na postura do aluno em relação aos seus colegas, professores e
principalmente em seu modo de lidar com suas frustrações fazendo-o com que apresente
comportamentos agressivos tais quais vivencia no meio familiar.
1. COMPORTAMENTO E INTERAÇÃO SOCIAL
Skinner (1998) afirma que o comportamento é uma característica primordial dos seres
vivos, sendo praticamente identificado como a própria vida, já que qualquer coisa que se mova
é tida como viva, principalmente quando esse movimento altera o ambiente.
O comportamento é entendido como todo movimento produzido a partir da interação
entre o indivíduo e o ambiente, em que o agente externo é chamado de estímulo e o
comportamento controlado por tal estímulo é denominado resposta, sendo que a interação entre
estímulo e resposta é compreendida como um reflexo (comportamento respondente) ou como
um condicionamento social (comportamento operante) (SKINNER, 1998).
Os comportamentos operantes são aprendidos e modificam o ambiente e tais
modificações causam alterações nas ações subsequentes. São operantes porque são resultados
da interação do sujeito com a realidade que o circunda e são mantidos e costumeiramente
repetidos por promoverem adaptação dos sujeitos ao meio e por estarem associados a
consequências positivas.
Diferentes sistemas de interação entre o organismo e o ambiente dão origem ao processo
de socialização. As interações sociais influenciam diretamente nas características de cada
indivíduo bem como em seus comportamentos, de maneira que as famílias, a escola, bem como
os amigos mais próximos, representam os contextos básicos da interação organismo-ambiente
que são caracterizados por relações interpessoais estáveis e significativas (DEL PRETTE e
DEL PRETTE, 2011).
O desenvolvimento do repertório comportamental permite a inserção do indivíduo em
um grupo e atuar neste como construtor de uma cultura. Skinner, apud Massimi (2006), afirma
que a cultura é formada por variáveis que são dispostas por outras pessoas e que afetam o
indivíduo. Diz ainda que a cultura envolve os procedimentos do grupo que geram o
comportamento ético e a extensão de tais procedimentos aos seus usos e costumes.
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1.1. Habilidades sociais e competência social
Habilidades sociais e competência social são conceitos de extrema importância para
compreensão de estudos sobre comportamento humano, principalmente os que envolvem o
processo de socialização. O conceito de habilidades sociais pode ser definido como o conjunto
de desempenhos, isto é, habilidades comportamentais, apresentadas pelo indivíduo diante de
situações interpessoais. Tais habilidades são aprendidas, sendo que no processo de sua
aprendizagem, variáveis culturais são consideradas (DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2011).
Já o conceito de competência social se refere ao desempenho do indivíduo na emissão
de determinado comportamento. É definido como a capacidade do indivíduo, que pode ser auto
avaliada ou não, de apresentar um desempenho que atinja os objetivos de uma situação
interpessoal. Tal avaliação busca identificar se o comportamento emitido apresenta um bom
desempenho ou se há déficits comportamentais, que abrangem tanto a ausência de um
comportamento específico no repertório comportamental do indivíduo, quanto os
comportamentos que são emitidos, mas não atingem o objetivo esperado, isto é, não atinge
certos índices de competência (DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2011).
Na infância, entende-se que grande parte da aprendizagem de comportamentos sociais
acontece de maneira vicária, isto é, os filhos observam os comportamentos sociais emitidos
pelos pais e passam a imitá-los. Os pais também modelam os comportamentos de seus filhos na
medida em que reagem de forma diferenciada diante de cada manifestação de habilidades
apresentadas por eles, além de lhes fornecerem instruções específicas para determinados
comportamentos. É importante enfatizar que os pais se organizam como um sistema de regras,
punindo ou recompensando o desvio ou a adequação de seus filhos aos seus padrões (DEL
PRETTE e DEL PRETTE, 2011).
1.2. Agressividade: definições e conceitos explicativos
A agressividade e suas manifestações, sejam estas de forma individual ou coletiva por
crianças ou por adultos nas escolas ou em qualquer outro meio de convívio, sempre estiveram
presentes na vida das pessoas. No entanto, cada época e cultura possuem formas mais
específicas de evidenciar tais atitudes agressivas e violentas, com maiores ou menores
consequências dependendo das causas e motivos que as desencadeiam.
Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999), afirmam que os instintos agressivos existem e
são saudáveis à vida, isto é, ao desenvolvimento do ser humano, pois é através da agressividade,
que o indivíduo consegue se adaptar ao meio em que vive, equilibrando seu estado psíquico
diante das frustrações da vida. Porém, existem duas formas de comportamento agressivo, sendo
a benigna aquela que garante a sobrevivência da espécie e a maligna a que consiste na tortura e
na violência inútil. O indivíduo só deve recorrer à agressão, quando não houver outros meios de
satisfazer suas necessidades, ou quando os ganhos forem consideráveis.
Segundo a Psicologia Social, a agressividade é entendida como qualquer
comportamento de um indivíduo que tenha a intenção de causar algum dano em outro
organismo ou objeto, seja esse dano, físico ou psicológico. É importante enfatizar que em tais
definições, há intencionalidade da ação por parte do agressor, isto é, é caracterizado como
agressivo o ato que se propõe a infligir um dano a alguém (RODRIGUES, ASSMAR e
JABLONSKI, 1999).
Para os psicólogos sociais, a agressão é identificada de diferentes maneiras, sendo elas,
hostis, instrumentais, simbólicas e sancionadas. A hostil deriva de estados emocionais fortes
que tem por objetivo básico causar danos a uma pessoa ou objeto para satisfazer impulsos
hostis. A agressão instrumental é o comportamento que tem por objetivo prejudicar, ferir ou
magoar alguém, mas é praticada como instrumento para atingir outro objetivo. Já a simbólica é
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definida pelos autores Faleiros e Faleiros (2008), como o exercício de propagar uma
superioridade fundada em mitos, imagens, mídia e construções sociais que discriminam,
humilham e excluem. Por fim, a agressão sancionada é vista pela sociedade como aceitável ou
mesmo imperiosa, são atos agressivos que são vistos como altruísticos (RODRIGUES,
ASSMAR e JABLONSKI, 1999).
No entanto, não é correto afirmar que a agressividade é algo prejudicial ao homem. O
que se nota, porém, é que em uma época em que a humanidade já é capaz de considerar-se
imune ou protegida de muitas das ameaças que traziam insegurança aos seus ancestrais, o uso
da violência traz de volta certa barbárie, que demonstra não só uma carência de respeito à ética,
mas também um déficit no desenvolvimento de empatia, componente básico das habilidades
sociais humanas.
1.3. Agressividade sob a ótica da teoria social cognitiva
Com base na Teoria Social Cognitiva, uma área dos estudos da Psicologia, que visa
compreender o comportamento, criado pelo psicólogo Albert Bandura, pode-se melhor
compreender os processos de aprendizagem de novos comportamentos dentro de uma
perspectiva social.
Defende-se, a partir deste olhar, que as pessoas, em suas transações com o ambiente,
não reagem simplesmente aos estímulos externos, mas a maioria das influências externas,
também, afeta o comportamento por meio de processos cognitivos. Acredita-se que os fatores
cognitivos determinam, parcialmente, quais eventos serão observados, como serão percebidos,
se terão um efeito duradouro, qual a sua valência e eficácia e como as informações recebidas
serão organizadas para o uso futuro (AZZI, BANDURA e POLYDORO, 2008).
A aprendizagem de comportamentos agressivos pode ocorrer por meio do reforço
recebido pelo sujeito ao emitir tais comportamentos. Esta forma de aprendizagem ocorre, por
exemplo, quando uma criança entra em uma loja e faz birra para ganhar um brinquedo e a mãe
atende o desejo do filho, reforçando-o positivamente, o que indica que provavelmente esta
criança assim se comportará toda vez que vivenciar uma situação parecida, pois esta certamente
percebeu que toda vez que emitir tal comportamento (birra) será atendida.
Também pode ocorrer a aprendizagem diante da observação de comportamentos
agressivos emitidos por modelos. O observador é capaz de perceber os reforços recebidos pelo
emissor do comportamento agressivo na situação observada e a eficiência em conseguir
respostas desejáveis. Este outro modo de aprendizagem ocorre, por exemplo, quando a criança,
ao observar sua mãe agredindo o irmão ao solicitar que este a obedeça e o mesmo diante da
situação assim o faz, logo percebe que o desejo da mãe foi atendido quando esta usou de
violência para conseguir o que queria e tendo em vista que o comportamento da mãe foi
reforçado positivamente, isto é, conseguiu o desejado por meio da violência, provavelmente
este filho também agirá de modo violento com o intuito de conseguir o que deseja.
Contudo, através da reprodução de comportamentos agressivos, pode-se identificar o
exercício de pensamento antecipatório, quando o sujeito, ao vivenciar determinada situação ou
ao desejar algo, prevê (relacionando o que se deseja com as atitudes de modelos anteriormente
observados, ou com os próprios comportamentos anteriormente emitidos que trouxeram
respostas desejadas) quais comportamentos devem ser emitidos. Deste modo é possível
perceber que o comportamento agressivo é emitido, na maioria das vezes, quando o repertório
de convívio do indivíduo também é agressivo.
A modelação é outro conceito muito conhecido, já citado anteriormente, e indispensável
para a compreensão do presente estudo. Azzi, Bandura e Polydoro (2008) chamaram de
modelação, o processo de aquisição de novos comportamentos a partir de modelos, em que as
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pessoas imitam comportamentos ou atitudes similares aos exibidos por modelos reais, isto é,
vivos, ou simbólicos que podem ser modelos apresentados oralmente, por escrito, ou por outras
vias audiovisuais.
A teoria social cognitiva afirma que as principais fontes de estilos de comportamento
agressivo na sociedade moderna são a agressão modelada e reforçada pela família, pela
subcultura na qual vive o sujeito e os modelos simbólicos abundantes fornecidos pelos meios de
comunicação (AZZI, BANDURA e POLYDORO, 2008).
1.4. Agressividade na família e nas relações interpessoais
Joly, Dias e Marini (2009) afirmam que os comportamentos dos pais agem como
modelos de influência no desenvolvimento de habilidades sociais dos filhos. Neste caso, se a
agressividade for recorrente entre estes ou com a própria criança, o uso de recursos verbais ou
físicos violentos, bem como a rejeição, a negligência, a disciplina muito rígida e a crueldade,
podem ser compreendidos como recursos apropriados e poderosos a serem utilizados no
repertório comportamental do indivíduo, principalmente na escola.
Coll, Marchese, Palacios e colaboradores (2004) afirmam, a partir do trabalho de
Peterson, DeBarushe e Ramsey de 1989, que nos lares de crianças agressivas é muito comum a
visualização de ciclos coercitivos em que os pais tentam controlar as condutas incômodas dos
filhos usando métodos que acabam aumentando a agressividade destes e dos próprios pais, os
levando a castigarem seus filhos fisicamente. Afirmam ainda que os filhos podem aprender que
a conduta agressiva ou incômoda é a única maneira de conseguir a atenção dos mais velhos.
Azzi, Bandura, Polydoro (2008) e Azevedo (1997), ao relacionar a teoria social
cognitiva aos modelos familiares por sua vez postulam que a exposição do sujeito a um modelo
pode causar três diferentes efeitos, sendo eles: aprendizagem observacional, onde o observador
demonstra um novo comportamento, que antes, mesmo quando motivado, tinha zero de
probabilidade de ocorrência; inibição ou desinibição de um comportamento anteriormente
aprendido, onde a observação de um modelo fortalece ou enfraquece inibições que impendiam
o desempenho do comportamento anteriormente aprendido; e desempenho de respostas
similares às respostas do modelo, neste caso o modelo funciona como pistas para desempenho
de novos comportamentos.
Afirmam, também, a existência de quatro subprocessos inter-relacionados no processo
de aprendizagem por imitação de modelos sendo eles: atenção, retenção ou lembrança do
comportamento, reprodução motora, e por último, reforço e motivação. Uma pessoa não
consegue aprender muito pela observação se ela não está atenta ou não identifica as
características do modelo, o que reforça a importância da atenção no processo de
aprendizagem. Se a pessoa não se recorda do comportamento apresentado pelo modelo, ela será
muito pouco influenciada por ele, o que torna necessário a lembrança do comportamento.
Também, se o indivíduo não possui ou não desenvolveu ainda habilidades de controle motor,
não lhe será possível reproduzir determinados comportamentos que exijam certas habilidades
motoras.
1.5. Escola: lócus da violência?
No ambiente escolar, diariamente, ocorrem várias manifestações agressivas entre
crianças e adolescentes. Emissões de comportamentos desajustados como agressões verbais e
físicas de toda ordem são expressas pelos alunos. Tal agressividade gera indisciplina e
principalmente prejuízos no processo de aprendizagem e o professor por mais que tente ser um
facilitador para que os alunos deixem de praticar tais atitudes, na maioria das vezes se sente
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despreparado frente determinadas situações, principalmente em estabelecer limites, por não
saber quando deve intervir (GAGLIOTTO, BERTÉ e VALE, 2012).
No que diz respeito à tipologia da violência, dentre as diversas classificações
conceituais existentes na literatura, cabe aqui, usar três níveis de classificação que também são
praticadas no âmbito escolar, sendo a primeira, violência propriamente dita, que são os atos
como golpes, ferimentos, violência sexual, roubo, vandalismo, ou seja, os modos mais comuns
de serem reconhecidos. A segunda, denominada incivilidades, é caracterizada pelas
humilhações e desrespeito, e por último, a violência simbólica, que são aquelas que nem sempre
são reconhecidas pelos os que a praticam como manifestação de violência, podendo ser
exemplificada pelo abuso de poder, onde o professor em meio a tanto estresse, muitas vezes
desrespeita e agride o aluno ou alunos mais populares e fortes, impondo seus desejos obrigando
estes a obedecê-lo (SILVA e RISTUM, 2010).
Segundo as autoras Dahlberg e Krug (2006), a violência foi divida, pela Organização
Mundial da Saúde, em três amplas categorias sendo elas autodirigida, interpessoal e violência
coletiva. Cabe aqui clarificar as duas primeiras, pelo fato destas também estarem presentes no
meio escolar.
A violência nomeada autodirigida, é aquela que o indivíduo pratica contra si mesmo,
sendo esta subdividida em comportamento suicida e auto infligida, pode ser exemplificada por
comportamentos de automutilação e ocorrências de suicídio, provocados por alunos vítimas de
bullying. Já a violência interpessoal é a agressão praticada por outro indivíduo ou por um
pequeno grupo de indivíduos. Subdivide-se em violência de família e parceiro íntimo, e
violência na comunidade (DAHLBERG e KRUG, 2006).
Em relação à violência praticada contra pessoas, as autoras Abramovay e Rua (2003)
afirmam que, na escola, a primeira modalidade de violência consiste em ameaças, que
envolvem promessas explícitas de provocar danos ou de violar a integridade física ou moral e
liberdade do outro. Verifica-se também, situações diversas de brigas, que são bastante
frequentes nas escolas, que implicam em ataques verbais, bate boca, condutas brutais, que são
inicialmente consideradas acontecimentos corriqueiros, mas que podem tomar enorme
proporção. Depois, há ocorrências de violência sexual, que envolvem também o assédio sexual,
incluindo diversas formas de intimidação como olhares, gestos, comentários obscenos, abusos
como propostas, insinuações e contatos físicos. Por último, relata-se o uso de armas utilizadas
com fins de ameaça ou de dano físico.
Contudo, o crescimento das condutas violentas no ambiente escolar, dentre elas, as
ameaças a professores e alunos, ocupação do espaço pelo crime organizado, lutas entre grupos
rivais de jovens, depredação, desrespeito à autoridade de gestores e docentes, sugere-se o
questionamento a respeito da escola, se esta ainda está assumindo o seu papel e principalmente
se a sociedade, incluindo os alunos, ainda consegue enxergar, de forma clara, qual é o objetivo
do ensino, isto é, o papel da escola e sua importância na vida de todo cidadão. Percebe-se,
portanto, a importância da prevenção de condutas violentas no meio escolar, para que a escola
possa atingir seu objetivo, contribuindo na construção de uma sociedade mais digna, com
integrantes capazes de exercer a cidadania, além de ser um ambiente seguro para aqueles que já
sofrem com as ameaças da violência no ambiente em que vivem.
2. METODOLOGIA
A presente pesquisa se trata de um estudo bibliográfico realizado no período de Maio de
2013 à Abril de 2014, financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG). Foi realizada, por meio de uma busca eletrônica, a seleção de artigos
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indexados na base de dados BVS-Psi (BVS Psicologia ULAPSI Brasil), publicados a partir do
ano de 2009 onde foram utilizados os seguintes descritores: Habilidades sociais e crianças,
violência na escola e agressividade na família, violência escolar e família, violência e
agressividade na família, violência e agressividade familiar, violência e agressividade infantil e
por fim, violência escolar. Tal busca foi realizada com o intuito de selecionar estudos que
apontassem a correlação existente entre agressividade no âmbito familiar e comportamentos
agressivos e violentos emitidos pelos filhos no ambiente escolar, bem como, estudos que
indicassem a influência das práticas educativas parentais nos comportamentos emitidos pelos
filhos na escola. Vale ressaltar que a violência na família, aqui referida, implica não somente às
práticas educativas punitivas e coercitivas como também a exposição à violência praticada
entre parceiros íntimos (pais) e violência doméstica, seja ela de forma direta ou indireta.
3. RESULTADOS
Foram selecionados diante das buscas realizadas 19 artigos, sendo que 12 apontam a
correlação existente entre agressividade e violência no âmbito familiar e atitudes agressivas e
violentas emitidas pelos filhos no ambiente escolar, 2 apontam a exposição dos filhos a
conflitos conjugais e relacionamentos insatisfatórios entre os pais como facilitadores para
problemas comportamentais, incluindo a agressividade, em pré-escolares, 2 apontam a
correlação existente entre maior envolvimento dos pais na vida e atividades dos filhos e
comportamentos socialmente habilidosos, 1 aponta a interferência dos comportamentos dos
pais nas habilidades sociais dos filhos e por fim, 2 apresentam caráter preventivo.
AUTORES
NOME DO ARTIGO
Tortorelli, Mariana Fernandes
Prado; Carreiro, Luiz Renato
Rodrigues;
Araújo,
Marcos
Vinícius de.
Patias, Naiana Dapieve; Siqueira,
Aline Cardosoe
Dias, Ana
Cristina Garcia.
Durand, Julia Garcia; Schraiber,
Lilia Blima; França-Junior, Ivan;
Barros, Claudia.
Pesce, Renata.
Correlações entre a percepção da violência familiar e o
relato de violência na escola entre alunos da cidade de
São Paulo
Joly, Maria Cristina Rodrigues
Azevedo; Dias, Anelise da Silva;
Marini, Janete Aparecida da Silva.
Lourenço, Lélio Moura andSenra,
Luciana Xavier
Avaliação da agressividade na família e escola de
ensino fundamental
Marin, Angela Helena; Piccinini,
Cesar
Augusto;
Gonçalves,
Tonantzin
Ribeiro;
Tudge,
Jonathan R. H..
Leme, Vanessa Barbosa Romera;
Bolsoni-Silva, Alessandra Turini.
BOLSONI-SILVA,
Alessandra
Turinie MARTURANO, Edna
Bater não educa ninguém! práticas educativas
parentais coercitivas e suas repercussões no contexto
escolar
Repercussão da exposição à violência por parceiro
íntimo no comportamento dos filhos
Violência familiar e comportamento agressivo e
transgressor na infância: uma revisão da literatura
A violência familiar como fator de risco para o
bullying escolar: contexto e possibilidades de
intervenção.
Práticas educativas parentais, problemas de
comportamento e competência social de crianças em
idade pré-escolar
Habilidades Sociais Educativas
comportamentos de pré-escolares
Parentais
e
Relacionamento
conjugal,
problemas
de
comportamento e habilidades sociais de pré-escolares.
REVISTA
/
ANO
Psicol.
teor.
prát;
2010
Educ.
Pesqui.
[online]. 2012,
Rev.
saúde
pública
abr.
2011
Ciênc.
saúde coletiva
mar.-abr. 2009.
Psico
USF;14(1):83-9
3, jan.-abr. 2009
Aletheia,
Abr
2012
Estud.
psicol.
(Natal);
Jan.-Apr. 2012
Estud.
psicol.
(Natal);
maio-ago. 2010
Psic.: Teor. e
Pesq.[online]
8
Maria
Stephan, Francesca et al
BOLSONI-SILVA,
Alessandra
Turini;
PAIVA,
Mariana
Marzoque dee
BARBOSA,
Caroline Garpelli.
BOAS, Ana Carolina Villares
Barral Villase BOLSONI-SILVA,
Alessandra Turini.
BOLSONI-SILVA,
Alessandra
Turinie
LOUREIRO, Sonia
Regina.
Bolsoni-Silva, Alessandra Turini;
Borelli, Laura Moreira.
Castro, Marta de Lima, Cunha,
Sergio Souza da and Souza, Delma
P Oliveira de
Verissimo, Manuela; Fernandes,
Carla;
Santos,
Antonio
J;
Peceguina, Inês; Vaughn, Brian E;
Bost, Kelly K.
CIA, Fabianae
BARHAM,
Elizabeth Joan.
Velasquez, Rute; Souza, Sandra
das Dores; Adjuto, Isadora;
Muñoz, Lourdes Maria; Silveira,
José Carlos Cavalheiro.
LUIZZI, Lucianae ROSE, Tânia
Maria Santana de
Bullying
e
aspectos
psicossociais:
estudo
bibliométrico.
Problemas
de
comportamento
de
crianças/adolescentes
e
dificuldades
de
pais/cuidadores: um estudo de caracterização.
Habilidades sociais educativas de mães separadas e
sua relação com o comportamento de pré-escolares.
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O treinamento de pais e cuidadores: ensinando a
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comportamentos agressivos e a formação de
professores.
Temas psicol.
[online]. 2010
Práticas
educativas
parentais
e
repertório
comportamental infantil: comparando crianças
diferenciadas pelo comportamento.
Treinamento de Habilidades Sociais Educativas
Parentais: Comparação de Procedimentos a partir do
Tempo de Intervenção
Comportamento de violência e fatores associados
entre estudantes de Barra do Garças, MT.
Não foram encontrados artigos que negassem a influência das práticas educativas
parentais nos comportamentos emitidos pelos filhos no meio escolar, bem como, a influência
dos comportamentos dos pais na aprendizagem de habilidades sociais dos filhos.
Os resultados analisados apontam as práticas educativas parentais agressivas e violentas
como forte influência na aprendizagem de comportamentos antissociais e agressivos emitidos
pelos filhos no ambiente escolar. Indicam também, as estratégias educativas coercitivas e
punitivas, a exposição à violência praticada entre os parceiros intimos (pais), violência
doméstica, bem como, a disciplina ineficiente, negligência, ausência de atenção e afeto, como
fatores de risco ao desenvolvimento da criança e do adolescente, podendo desencadear
comportamentos agressivos.
Vale ressaltar que em dois estudos selecionados, apesar de também apresentarem
correlação entre a violencia familiar e escolar, enfatisam a existência de múltiplos fatores que
também estão relacionados a aprendizagem de comportamentos agressivos dos filhos dos quais
a família representa, apesar de assumir uma posição de destaque, apenas um deles, sendo que
fatores como características individuais da criança ou adolescente, contingências do ambiente
escolar e os valores sociais, também são influentes para o comportamento agressivo na escola.
Tais estudos apontam que pais habilidosos tem maior probabilidade em ensinar os
filhos, por meio da imitação ou modelação, a serem mais habilidosos socialmente contribuindo
para relações interpessoais mais saudáveis, principalmente na escola.
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CONCLUSÃO
Os resultados obtidos corroboram para a confirmação da hipótese de que há correlação
entre exposição à violência intrafamiliar e práticas agressivas e violentas dos filhos no ambiente
escolar. Tendo em vista as questões levantadas no presente estudo, no que diz respeito aos
danos causados aos alunos pela violência vivenciada na escola, bem como as consequências das
práticas de bullying, tornam-se necessários trabalhos interventivos que contribuam para que
tais comportamentos sejam reduzidos, possibilitando um maior aprendizado por parte dos
alunos dentro das salas de aulas e um ambiente propício para que os professores realizem seu
trabalho de modo mais eficaz. Também, para que o ambiente escolar seja um lugar facilitador
para bons relacionamentos interpessoais, bem como, aprendizagem de comportamentos sociais
mais habilidosos, tendo em vista que na família, de acordo com os dados obtidos por meio desta
pesquisa, tais comportamentos muitas vezes não são ensinados.
Os autores Tortorelli, Carreiro e Araujo (2010), sugerem que a escola tem o principal
papel de desenvolver juntamente com a função pedagógica, o bom desenvolvimento das
relações interpessoais e que tal processo deve priorizar os valores que estimulem os
comportamentos coletivos, o que pode contribuir para a diminuição de práticas violentas.
Apontam também, a importância de investimentos, orientação e apoio aos professores por meio
de aperfeiçoamento e práticas pedagógicas e relacionamento entre professores e alunos, para
que juntos aos familiares busquem prevenir os conflitos e problemas relacionados à violência
escolar.
Já os autores Patias, Siqueira e Dias (2012) apontam a necessidade de conscientizar os
pais acerca dos prejuízos trazidos pelo uso de práticas educativas coercitivas, por meio de
treinamentos, pois ao considerar que as práticas educativas coercitivas estão fortemente
enraizadas na sociedade, torna-se necessário ensiná-los diferentes estratégias educacionais,
indicando-os práticas educativas indutivas a fim de criar e manter repertórios comportamentais
mais adequados contribuindo para comportamentos sociais mais habilidosos.
Contudo conclui-se que diante à problemática apresentada torna-se necessário uma
parceria da escola, da família e do psicólogo escolar para que haja uma nova visão educacional,
implementando nas famílias práticas educativas indutivas a fim de maximizar os
comportamentos socialmente habilidosos e minimizar condutas antissociais possibilitando
métodos educativos mais saudáveis e promovendo uma educação com maior qualidade, tendo
em vista a redução dos problemas de comportamentos dentro das escolas.
REFERÊNCIAS
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Denise de Paula de Oliveira ([email protected])
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Braga Filho, 687 - Bairro Varginha - Itajubá - Minas Gerais - CEP 37.501-002.
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