Infecção fúngica sistêmica está associada como desenvolvimento de retinopatia do prematuro em recém nascidos de muito baixo peso: uma metanálise Ivan Araújo Motta Natália Bastos Coordenação: Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde/ESCS/SES/HRAS/DF www.paulomargotto.com.br Unidade de Neonatologia do HRAS Systemic fungal infection is associated with the development of retinopathy of prematurity in very low birth weight infants: a meta-review S K Bharwani and R Dhanireddy 1Department of Pediatrics, Division of Neonatology, University of Tennessee Health Science Center, Memphis, TN, USA Journal of Perinatology (2008) 28, 61–66 OBJETIVOS • Por meio de um estudo sistêmico e de uma meta análise, deseja se investigar a associação entre infecção fúngica sistêmica( IFS) e o desenvolvimento de todos os graus de retinopatia do prematuro(ROP) em recém nascido de muito baixo peso(RNMBP). Introdução • As morbidades entre os RNMBP(<1500g) estão aumentando devido a maior taxa de sobrevivência dos recem nascidos prematuros. • As infecções são as principais morbidades, com aumento significativo da IFS. • Cândida neonatal ocorre em 1.6 a 9% dos RNMBP e 4 a 15% dos RNMMBP. INTRODUÇÃO • O desenvolvimento de ROP esta sendo reportado com um fator de risco independente para o desenvolvimento de ROP; • ROP requer o uso de cirurgia a laser para correção. MÉTODOS-PROCURA LITERÁRIA • Incluiu pesquisa em “databases” como MEDLINE,EMBASE e Scopus; • Foram usadas palavras chaves, como: sepse fúngica e candidemia; • Foi feito contato com os autores de vários artigos; • Apenas artigos em inglês foi encontrado.Não foi feito procura manual; • A revisão sistemática é no formato da Meta análise of Observational Studies in Epidemiology. MÉTODOS-SELEÇÃO DE ESTUDO • Todos estudos são estudos de coorte retrospectivos; • Estudo sem grupo controle não foram selecionados,como: relato de caso; • Foram considerados todos pacientes com ou sem ROP, com ou sem IFS; • ROP>3 foi considerada ROP severa. MÉTODOS-EXTRAÇÃO DE DADOS • Foram cruzados dados em tabelas 2 x 2 ; • Os revisores fizeram resumos independentes dos resultados; • Quando houve diferenças, os revisores discutiram e entraram num acordo; • Juntados todos pacientes com e sem IFS e relacionado com ROP severa e “todos os graus” ROP. MÉTODOS-TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE • Analisados em REVIEW MANAGER 4.2 SOFTWARE; • Expressado em risco relativo, Odds Ratio (OR), diferença de risco e NNH (número necessário para tratamento); • Intervalo de confiança de 95%; • I2 and X2-tests ( I2=[(Q–d.f.)/Q] 100%, onde Q é o X2-statistic e d.f. é seus graus de liberdade. Isto descreve a percentagem da variabilidade na estimativa do efeito que é devido a heterogeneidade mais do que um erro de amostra (chance). Um valor >50% pode ser considerado ter ocorrido substancial heterogeneidade. Sumário dos Estudos Incluídos RESULTADOS • Foram encontrados 27 estudos. Depois de analisados critérios de inclusão e exclusão foram selecionados sete trabalhos; • Há semelhanças e diferenças entre os estudos; • Todos usaram a mesma escala para ROP e são coorte retrospectivos; • Alguns estudos só tinham RNMMBP e outros tinha RNMBP e RNMMBP. RESULTADOS • Houve diferença quanto a definição de sepse fúngica e sepse por cândida; • Apenas um estudo incluía so criança com ROP severa; Metagráfico de Odds Ratio (OR) de todas ROP in IFS versus não IFS em RNMMBP (n:todos os pacientes com qualquer ROP;N: total de pacientes elegíveis no estudo) • 261 de 303 bebes com IFS tiveram ROP comparado com 1081 de 1648 que não tinha IFS; • Assim o risco de ter ROP foi maior em RN com IFS: (OR: 3,40;IC de 2,34-4,95;NNT: 5,56 Metagráfico de Odds Ratio (OR) de severa ROP in IFS versus não IFS em RNMMBP (n:todos os pacientes com severa ROP;N: total de pacientes elegíveis no estudo) • • De 330 bebes com IFS, 118 tiveram ROP severa comparado com 235 de 1951 sem IFS; O risco de desenvolver ROP severa foi significativamente maior no grupo com IFS: (OR : 4,06; IC de 3,05-5,42;NNT:4,54) DISCUSSÃO • Este é o primeiro estudo associando ROP e IFS em RNMBP; • Mostra que há correlação positiva entre os fatos analisados, tanto nos estudos isolados quanto nas metanálises; • O peso do trabalho está no grande numero de estudos, grande número de crianças analisadas, no rigor metodológico e no relato apropriado da revisão. Discussão • A revisão esta expressando o resultado em risco ou benefícios prováveis que cada criança pode esta sujeita; • Tentou se minimizar o viés de informação contactando três autores; • A revisão pode ser incompleta devido ao viés de linguagem. DISCUSSÃO • Há algumas falhas no estudo; • Todos estudos foram retrospectivos e observacionais,o que leva a erros de aferição; • Prevenir IFS diminui o risco de ROP e ROP severa em RNMBP; • Devido a forte associação deve se ter cuidado com IFS e tratar agressivamente. DISCUSSÃO • Não se sabe ainda com a IFS leva a ROP • A Candida albicans interage com células endoteliais vasculares de várias formas, segundo Higgins JPT et al, 2003;Filler SG et al, 1996;Stone J et al, 1996;Pierre EA et al, 1995 -pode lesar vasos sanguíneos em desenvolvimento na retina que estimula citocinas próinflmatórias, tornando-os mais vulneráveis para o desenvolvimento de ROP severa (esta lesão ocorre a nível celular, o que explica a ausência de endoftalmite ao exame oftalmológico nestas crianças -induz neovascularização nos rins e cérebro (em ratos) • O exato mecanismo da indução da angiogênese pela C. albicans é desconhecido: -é possível que seja produzido alguma substância que seja responsável pela severidade da ROP -se desconhece se a candidemia modula a expressão de fatores conhecidos angiogênicos, como o fator de crescimento endotelial vascular (este tem sido implicado na patogênese da ROP). 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Lessa Obrigado! Dda Natália, Dr. Paulo R. Margotto, Ddo Ivan Motta