IBUPROFENO VS
INDOMETACINA NO
FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS NO RN PRÉTERMO
Viviana Sampietro Serafim
Paulo R. Margotto
UTI Neonatal do Hospital Anchieta, UTI
Neonatal do Hospital Regional da Asa Sul
(SES/DF),Brasília, DF
www.paulomargotto.com.br
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Ibuprofeno é efetivo no fechamento do canal arterial
Coceani F et al (Age-dependent changes in the
response of the lamb ductus arteriosus to oxygen
and ibuprofen) Can J Physiol Pharmacol
1979;57:825-31),em estudo experimental,
demonstraram que o ibuprofeno produziu contração
dose-dependente do ductus arteriosus em todas as
idades
Varvarigou A et al (Early ibuprofen administration to
prevent patent ductus arteriosus in premature
newborn infants. JAMA 1996;275:539-44) relataram
que o ibuprofeno endovenoso (3 doses) fecha o
canal arterial em comparação ao placebo e encurtou
a internação.
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Ibuprofeno é efetivo no fechamento do ductus arteriosus patente
Der Carolis MP, Romagnoli C et al (Prophylactic ibuprofen therapy of patent
ductus arteriosus in preterm infants. Eur J Pediatr 2000; 159: 364-8)
Avaliaram a eficácia do ibuprofeno na profilaxia do Ductus Arteriosus
Patente (DAP) nos RN pré-termos, assim como seus efeitos colaterais. Um
total de 46 RN pré-termos com idade gestacional abaixo de 31 semanas
foram randomizados com 2 horas de vida: 23 no grupo da profilaxia e 23 no
grupo controle. O grupo da profilaxia recebeu ibuprofeno endovenoso
(10mg/Kg) seguido de 5mg/Kg após 24 horas e 48 horas. O grupo controle
não recebeu placebo. Não foi detectado DAP com 72 horas de vida em 20
de 23 RN no grupo do ibuprofeno (87%) e nem em 7 de 23 RN controles
(30,4%). Todos os RN com DAP receberam tratamento com indometacina.
Um RN do grupo da profilaxia recebeu tratamento cirúrgico versus 3 do
grupo controle. Não foram relatados efeitos colaterais nos RN do grupo
ibuprofeno. Os autores assim concluem que o uso profilático do
ibuprofeno parece ser eficiente no fechamento do DAP e na redução do
tratamento com indometacina, além de seguro (não foram relatados efeitos
colaterais).
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS
PATENTE
Ibuprofeno é tão efetivo quanto Indometacina no fechamento do
canal arterial
-Van Overmeire B, Smets K et al (A comparison of ibuprofen and
indomethacin for closure of patent ductus arteriosus. N England J
Med 2000; 343: 674-81)
Foram estudados 148 RN de idade gestacional entre 24 e 32 semanas
que tiveram doença da membrana hialina e ductus arteriosus patente
(DAP) hemodinamicamente importante confirmado pela ecocardiografia.
Os RN foram randomizados em 5 Unidades Neonatais de Terapia
Intensiva para receber 3 doses de indometacina (0,2 mg/Kg com 12
horas de intervalo) ou ibuprofeno (primeira dose de 10mg/Kg, seguido de
duas doses de 5mg/Kg com intervalo de 24 horas entre as doses),
começando no terceiro dia de vida. A taxa de fechamento do DAP foi
semelhante em ambos os grupos (66% versus 70%), assim como o
número de RN que necessitaram um segundo ciclo de tratamento e o
número de RN que necessitaram de ligação cirúrgica. A oligúria ocorreu
em 5 RN tratados com ibuprofeno versus 14 RN tratados com
indometacina (p=0,03). Não houve diferenças significativas em relação a
outros efeitos colaterais ou complicações entre os dois grupos. Assim, os
autores concluem que o uso do ibuprofeno no terceiro dia de vida é tão
eficaz quanto a indometacina para o tratamento do DAP
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Estudos que comparam Indometacina e Ibuprofeno e seus efeitos
na hemodinâmica Renal e Mesentérica
Segundo Lago et al (Safety and efficacy of ibuprofen versus
indomethacin in preterm infants treated for patent ductus
arteriosus: a randomised controlled trial. Eur J Pediatr. 2002;
161:202-7), a eficácia do tratamento farmacológico foi semelhante
entre os dois grupos (69% versus 73%). No entanto, no grupo da
indometacina houve significante aumento da creatinina e uma
tendência para menor excreção de sódio fracional, além de
diferença significativa entre os grupos quanto a oligúria: 15% dos
RN com indometacina tornaram-se oligúricos (<1ml/Kg/hora) versus
1% dos RN no grupo do ibuprofeno (p= 0,0017)
Mo estudo de Pezzati et al (Effects of indomethacin and ibuprofen
on mesenteric and renal blood flow in preterm infants treated with
patent ductus arteriosus. Pediatrics 1999; 135:733-8) , a
indometacina causou significante redução na velocidade do fluxo
sanguíneo mesentérico e renal e não retornou aos valores prétratamento por 120 minutos. O ibuprofeno não alterou a velocidade
do fluxo sanguíneo 30 minutos após o tratamento e o fluxo
sanguíneo aumentou 120 minutos após o tratamento
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Estudos que comparam Indometacina e Ibuprofeno e seus efeitos
na hemodinâmica Renal e Mesentérica
Thomas et al (A meta-analysis of ibuprofen versus indomethacin for
closure of patent ductus arteriosus. Eur J Pediatr 2005;164:135-140)
realizaram metanálise para comparar eficácia e efeitos adversos para
determinar se há vantagem terapêutica do ibuprofeno comparado ao uso
da indometacina no recém-nascido pré-termo. Os dados para a
presente metanálise foram retirados de 9 ensaios relevantes (=566), das
quais somente 5 foram duplos cegos.Não houve diferença significativa
entre ibuprofeno e indometacina no que se refere a eficácia no
tratamento,e nos efeitos colaterais :Enterocolite necrosante Ligação
cirúrgica, Sepses, Retinopatia da prematuridade,Leucomalácia
periventricular ,Sangue oculto nas fezes, sangramento gástrico ou
perfuração intestinal localizada Terapia com surfactante pulmonar
Reabertura do DAP,Mortalidade .Porém cinco estudos (n=443)
evidenciavam menor aumento da creatinina com o ibuprofeno (p<0,001)
e menor diminuição do débito urinário com o ibuprofeno (p<0,001).
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Indometacina e Enterocolite Necrosante (ECN) em prematuros
Neonatal necrotizing enterocolitis with intestinal perforation in extremely premature infants
receiving early indomethacin treatment for patent ductus arteriosus
Fujii AM, Brown E, Mirochnick M, O’Brien S, Kaufman G
( Boston University School of Medicine)
J Perinatal 2002; 22: 535-540
A ECN com perfuração intestinal ocorreu em 20% dos RN prematuros extremos (< 27 semanas
ou < 800g ao nascer) tratados com INDO nas primeiras 48hs de vida, e em nenhum RN que
recebeu INDO após 48hs de vida como tratamento sintomático do DAP. No entanto a
incidência de ECN foi semelhante nos 2 grupos (33% x 28%, respectivamente). Assim , 60%
dos RN no grupo com INDO precoce que desenvolveram ECN, desenvolveram perfuração
intestinal. Estes RN receberam INDO para profilaxia da hemorragia peri/intraventricular e a
dose de INDO foi aumentada quando o ecocardiograma evidenciou DAP significante no 2º dia
de vida. Não se observaram diferenças quanto a outras morbidades entre os 2 grupos,
como: retinopatia da prematuridade, hemorragia peri/intraventricular, leucomalácia
periventricular, displasia broncopulmonar. Sem diferenças quanto à hospitalização, à
mortalidade (33% no grupo A versus 19% no grupo B – p  0,191); a mortalidade total foi de
28%.
O uso de esteróides pré-natal tem sido considerado como redutor da incidência de ENC
(Vasan e Gotoff. Clin Perinatol 1994; 21:425-35), mas estudo recente sugere aumento da
incidência (Lawrence e cl. Pediatr Res 2001; 49 (Abstract 1798).
Assim, os presentes autores sugerem que a combinação de esteróides pré-natal
com o uso precoce de INDO pode ter predisposto a estes RN a apresentarem ECN com
perfuração intestinal em uma taxa muito maior relatada na literatura (efeitos combinados da
INDO e esteróides na inibição da síntese de prosloglandina).
A indometacina tem um efeito vasoconstritor seletivo na vasculatura mesentérica,
diferente do ibuprofeno, que é outro inalador não seletivo da ciclooxigenase.
Parece prudente evitar o uso de doses terapêuticas de INDO a esta população de
RN com DAP nas primeiras 48hs de vida e estar atento à interação entre indometacina e
esteróides na vasculatura mesentérica (Stark e cl. N Eng J Med 2001; 344:95-101 )
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Estudos que comparam Indometacina e Ibuprofeno e seus efeitos no Fluxo
Sanguíneo Cerebral
Mosca et al (Comparative evaluation of the effects of indomethacin and
ibuprofen on cerebral perfusion and oxygenation in preterm infants with patent
ductus. J Pediatr 1997; 131: 549-54) relataram que a indometacina causou
significante redução do fluxo sanguíneo cerebral, assim como a velocidade do
fluxo sanguíneo cerebral. O ibuprofeno não causou significante redução do
volume sanguíneo cerebral e nem na velocidade do fluxo sanguíneo cerebral.
Um aumento significante do volume do fluxo sanguíneo cerebral ocorreu com o
ibuprofeno, 60 minutos após. A eficácia do fechamento do DAP foi semelhante
entre os dois grupos.
No estudo de Patel et al (Randomized double-blind controlled trial comparing
the effects of ibuprofen with indomethacin on cerebral hemodynamics in
preterm with patent ductus arteriosus. Pediatr Res 2000;47:36-42 ), a
indometacina promoveu significante redução do fluxo sanguíneo cerebral, do
volume de sangue cerebral e da entrega de O2 ao cérebro, após 24 horas da
dose, o que não ocorreu com o ibuprofeno. A eficácia do fechamento do canal
arterial não foi deferente entre as duas drogas
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS
PATENTE
•
EFEITOS DA INDOMETACINA NO FLUXO SANGUINEO CEREBRAL
VAN BEL F, VAN ZWETEN et al (Contribuition of color Doppler flow imaging to the
evaluation of the effect of indomethacin on neonatal cerebral hemodynamics.
J. Ultrasound 9:107, 1990)
Os autores insonaram a artéria cerebral anterior antes, no segundo e
décimo minutos e duas e doze horas após a administração da
indometacina (0,1mg/kg/EV por 10 a 20 segundos) para o fechamento
do ductus arteriosus patente.
No décimo minuto após a
indometacina, os autores observaram dramática queda na velocidade
máxima sistólica e o desaparecimento da velocidade final da diástole;
12 horas após a indometacina, não havia diferença na velocidade do
fluxo sanguíneo cerebral em relação ao registrado na pré-infusão da
droga
É importante assinalar que estas mudanças no fluxo sanguíneo cerebral
com a injeção rápida da indometacina pode aumentar a probabilidade
de infarto isquêmico no RN pré-termo com a já prejudicada perfusão
.
cerebral
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
•
EFEITOS DA INDOMETACINA NO
FLUXO SANGUINEO CEREBRAL
(VAN BEL F, VAN ZWETEN, et al.
Contribuition of color Doppler flow
imaging to the evaluation of the
effect of indomethacin on neonatal
cerebral
hemodynamics.
J.
Ultrasound 9:107, 1990)
Observem a seqüência em (A):
antes da indometacina (B) com 10 minutos
© com 2 horas e (D) com 12 horas, e
vejam a diminuição da velocidade do
fluxo sistólico final com um mínimo de
fluxo reverso em (C ) e o retorno ao
normal com 12 horas em (D).
A ultra-sonografia Doppler foi realizada
na artéria pericalosa.
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Efeitos do Ibuprofeno no Fluxo sanguíneos cerebral
De Paulo Roberto Margotto
imagens obtidas no HRAS
Brasília DF
No exemplo a seguir (fig. A) RN de
LCS –registro: 02/09/1977-2 (1º
gem) idade gestacional de 29
semanas com 975g,
apresentou fluxo diastólico
reverso na ultra-sonografia
Doppler na artéria pericalosa e
o ecocardiograma confirmou a
presença de canal arterial
pérvio.
O RN foi tratado com
ibuprofeno na dose de
10mg/kg e 5mg/kg com 24h e
48h via oral e observem o
retorno da velocidade do fluxo
diastólico final 72h após o uso
do ibuprofeno (fig.B);
contrário ao que ocorre com a
indometacina o ibuprofeno
não tem efeito adverso na
hemodinâmica cerebral
Figura A
Figura B
Margotto PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2ª Edição, Brasília, 2006
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS
PATENTE
Estudos que analisam uso de Ibuprofeno Profilático e prevenção de
Hemorragia lntracraniana
Overmeire et al (Prophylactic ibuprofen in premature infants: a multicentre,
randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Lancet 2004; 364:19451949), avaliaram o papel do ibuprofeno profilático na redução da hemorragia
intraventricular e do ductus arteriosus patente (DAP). O estudo foi
multicêntrico, randomizado e duplo cego com grupo placebo. Dentro de 6
horas de nascimento, 415 RN de muito baixo peso, com idade gestacional
menor que 31 semanas foram randomizados para receber ibuprofeno (dose
inicial de 10mg/Kg, seguido de duas doses de 5mg/Kg com intervalo de 24
horas) ou placebo. Não houve diferença significativa quanto a ocorrência de
severa hemorragia intraventricular entre os dois grupos (RR de 0,97; IC a 95%:
0,51-1,82). Houve diferença significativa quanto ao fechamento do DAP entre
os dois grupos (RR= 1,4; IC a 95%: 1,23-1,59). Não foram observadas
diferenças significativas em outros achados clínicos e efeitos colaterais,
exceto uma significante, porém transitória, diminuição na produção de urina
no primeiro dia de vida. Não houve diferenças significativas quanto ao número
de RN que necessitaram de tratamento cirúrgico. Assim, o ibuprofeno
profilático não diminuiu a severa hemorragia intraventricular, porém diminuiu
a incidência de ductus arteriosus patente e subseqüente necessidade de
terapia de resgate e foi uma droga segura.
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSO
PATENTE
Estudos que analisam uso de Ibuprofeno Profilático e prevenção de
Hemorragia lntracraniana
Dani et al (Prophylactic ibuprofen for the prevention of intraventricular
hemorrhage among preterm infants: a multicenter, randomized study.
Pediatrics 2005;115:1529-1535) avaliaram redução da hemorragia
intraventricular com o uso do ibuprofeno profilático para os RN <28
semanas de gestação. O estudo foi controlado, randomizado e duplo
cego. Foram estudados 155 RN (77 RN receberam ibuprofeno e 78
receberam placebo). As doses usadas de ibuprofeno foram as mesmas
dos estudos anteriores. A hemorragia intraventricular grau II a IV
ocorreram em 16% no grupo tratado com ibuprofeno e 13% no grupo
placebo (p>0,05). Assim, o ibuprofeno profilático não está
recomendado para a prevenção da hemorragia intraventricular grau II
a IV. O ductus arteriosus patente nos primeiros 3 dias ocorreu em 9%
no grupo com ibuprofeno vs 29% no grupo placebo, confirmando a
redução do ductus arteriosus patente
.
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS
PATENTE
Estudos que analisam uso de Ibuprofeno Profilático e prevenção de Hemorragia
lntracraniana
Os achados do estudo de Gournay et al (Prophylactic ibuprofen versus placebo
in very premature infants: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.
Lancet 2004; 364:1939-1944) pararam prematuramente após o envolvimento de
135 RN devido a 3 casos de severa hipertensão pulmonar no grupo profilático. A
hipoxemia resolveu rapidamente com o uso do óxido nítrico inalado. O grupo
que recebeu o ibuprofeno profilático teve redução da necessidade de ligação
cirúrgica do ductus arteriosus patente (DAP) (reduziu de 9% para 0%-p=0,03) e
houve diminuição da taxa de severa hemorragia intraventricular de 23% para 11%
(p=0,10-não significativo). No entanto, a sobrevivência não melhorou, devido à
alta freqüência de eventos adversos respiratórios, renais e digestivos. Assim os
autores concluíram que o ibuprofeno profilático reduz a necessidade de ligação
cirúrgica do DAP, mas não reduz a morbimortalidade.
A hipertensão pulmonar não tem sido relatada com o ibuprofeno lisina e sim com o ibuprofeno
tamponado com THAM – trishydroxy aminomethane
(Aranda J. Uso do ibuprofeno no fechamento do canal arterial em recém-nascido pré-termo.
XVIII Congresso de Perinatologia, São Paulo, 13-16/11/2004
(disponível no site www.paulomargotto.com.br em Farmacologia Neonatal )
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSUS PATENTE
Os estudos apresentados sugerem evidências de
que que o Ibuprofeno
é efetivo no fechamento do canal arterial sem
reduzir o fluxo sanguíneo cerebral e sem afetar a
vaso-reatividade cerebral ao CO2 ou a
hemodinâmica intestinal e renal. Além de
aumentar a auto-regulação do fluxo sanguíneo
cerebral e de proteger as funções neurológicas do
estresse oxidativo em modelos animais, o
ibuprofeno profilático não diminuiu a severa
hemorragia intraventricular, porém diminuiu a
incidência de ductus arteriosus patente e
subseqüente necessidade de terapia de resgate e
foi uma droga segura
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS
ARTERIOSO
PREOCUPAÇÕES ATUAIS COM USO DE IBUPROFENO
Hipertensão pulmonar persistente do RN: . a
ocorrência de hipertensão pulmonar persistente
HPP do RN foi relatado após a administração de
ibuprofeno tamponado com THAM (trishydroxy
aminomethane), levando ao término precoce do
ensaio. Tal fato não foi observado com o
ibuprofeno lysine. Parece haver uma diferença
entre estas duas drogas.O risco de hipertensão
pulmonar persistente do RN com o ibuprofeno
pode ocorrer com a preparação ibuprofeno-trishidroxiamino-metane e não com ibuprofeno-lisina.
Aranda J. Uso do ibuprofeno no fechamento do
canal arterial em recém-nascido pré-termo.
XVIII Congresso de Perinatologia, São Paulo, 1316/11/2004
(disponível no site www.paulomargotto.com.br em
Farmacologia Neonatal
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS
PATENTE
PREOCUPAÇÕES ATUAIS COM USO DE IBUPROFENO
Níveis livres de bilirrubina:
Desde que a droga é dada nos primeiros dias de vida e compete com a
bilirrubina pelos sítios de ligação com a albumina, o risco do kernicterus
induzido pela droga depende das concentrações plasmáticas da droga e da
albumina, da habilidade intrínseca da albumina se ligar à droga e a bilirrubina,
assim como o nível de bilirrubina do RN quando a droga é administrada A
variação individual na farmacocinética do ibuprofeno nestes RN é considerável.
A albumina pode ligar até 8 moléculas de ibuprofeno e a ligação parece ser
bastante variável entre os bebês. Se o ibuprofeno for é usado em RN, seria
prudente estar seguro do nível de bilirrubina (este nível deveria ser o mais baixo
possível durante o uso do ibuprofeno)
No estudo de Overmeire et al(Pediatr Res 55, 474 A, 2004), na dose terapêutica
de ibuprofeno lisina não evidenciou aumento dos níveis livres de. bilirrubina.
Este relato reforça a falta de toxicidade nos ensaios clínicos das metanálises.
Os autores demonstraram em laboratório que o ibuprofeno não desloca a
bilirrubina da albumina em relações molares de 0,5 a 1,5. A conclusão é que o
ibuprofeno não desloca a bilirrubina em RN pré-termos
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS
PATENTE
PREOCUPAÇÕES ATUAIS COM USO DE IBUPROFENO
Níveis livres de bilirrubina:
E. Ahlfors (Effects of ibuprofen on bilirubin-albumina binding
J Pediatr 2004;144:386-80) determinou o efeito dos níveis plasmáticos
relatados do ibuprofeno na concentração de bilirrubina livre, uma
medida da ligação da bilirrubina-albumina nos RN ictéricos. O
ibuprofeno na dose usual corrente pode ter um maior impacto na
ligação da bilirrubina com a albumina do que o sulfisoxazole,
particularmente nos níveis de ibuprofeno relatados por Aranda e cl
(Acta Pediatr 1997;86:289-9). Embora o pool acumulativo de bilirrubina
seria baixo se o ibuprofeno fosse usado no primeiro dia de vida, a
longa vida média da droga pode causar uma maior quantidade de
acúmulo de bilirrubina nos primeiros dias de vida para distribuir nos
espaços extra vasculares, levando um aumento de kernicterus com
baixo nível de bilirrubina. Estes achados no corrente estudo são
preocupantes com o uso de altas doses de ibuprofeno
IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSO
PATENTE
Os trabalhos aqui analisados utilizaram Ibuprofeno
venoso, ficando claro claro que a farmacodinâmica é
variável e os efeitos colaterais diferem nas apresentações
venosas Há dúvidas de que possamos extrapolar estes
resultados para a administração oral da droga. Consultem
nos links a seguir os estudos com ibuprofeno oral.
Consultem os seguintes artigos
sobre Ibuprofeno oral:
Persistência do canal arterial:uso do
ibuprofeno oral
Autor(es): Paulo R. Margotto
Ibuprofeno oral para o fechamento do
canal arterial hemodinamicamente
significativo em neonatos prematuros
Autor(es): Pramila Hariprasad, V.
Sundarrajan, G. Srimathy, B. Suthagar,
Ramadevi and B. Shyla. Realizado por
Marta D.Rocha e Paulo R. Margotto
Uso do ibuprofeno oral para o
fechamento curativo precoce do canal
arterial de recém nascidos muito
prematuros
Autor(es): Cherif, A, Jabnoun S, Khrouf
N. Realizado por Mariana Aires Vieira e
Paulo R. Margotto
Distúrbios cardiológicos
Autor(es): Elysio Moraes Garcia / Viviana
Sampietro
Pergunta feita ao Dr. Edward Bell,
pela Dra Márcia Pimentel (UTI
Neonatal do HRAS)
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Doctor Bell
I'm a doctor and I work at Asa Sul Hospital - Brazil, in an Intensive Neonatal Care Unit, which
is reference in my area.
I've read the article:
Bell EF, Acarregui MJ. Restricted versus liberal water intake for preventing morbidity and
mortality in preterm infants. Cochrane Database Syst Rev 2001 (3): 1–13, CD000503.
and I congratulate you for your important reserach.
I still have some doubts about the subject and I would like to know more about it.
1. High fluid intake (>170 ml kg-1 day-1) in the first days of life is associated with increased
risk of PDA in extremely low birth weight (ELBW) infants. But is low fluid administration
associated with Necrotizing Enterocolitis, when Indomethacin or ibuprofen are used as
farmacologic therapy for PDA? Do these drugs reduce intestinal flow, increasing the risk for
Necrotizing Enterocolitis ?
2. Is low fluid administration associated with increased risk of renal failure, when such drugs
are used for PDA?
I'm looking forward to hearing from you,
Yours faithfully
Castro, Marcia Pimentel MD
Hospital Regional da Asa Sul
Brasília _ DF
Brazil
Resposta do Dr. Edward Bell
(18/2/2008)
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Dr. Castro,
Thank you for your questions.
High-volume fluid administration was associated with increased risk of necrotizing enterocolitis,
as reported in our Cochrane review.
Your other questions, about PDA, indomethacin, and ibuprofen, were not addressed in the
Cochrane review, but here is what we know based on other studies.
A PDA with left-to-right shunting may reduce intestinal blood flow.
Indomethacin and ibuprofen can reduce intestinal blood flow; this is more of a problem
with indomethacin than with ibuprofen.
These drugs seem to increase the risk of isolated gastrointestinal perforation, especially
indomethacin, and especially when used in conjunction with corticosteroids.
It is not clear whether PDA or indomethacin or both increase the risk of necrotizing
enterocolitis. It seems possible in theory, as both PDA and indomethacin have the potential to
reduce intestinal blood flow, but the association of these factors with NEC has not been
documented in ELBW infants as far as I know.
Restricted fluid intake is commonly used in patients with PDA and does not seem to
increase the risk of renal failure, even in the presence of indomethacin or ibuprofen. Of course,
excessive fluid restriction can cause dehydration, which, in turn, can lead to renal failure.
The challenge is to give enough fluid to meet the infant's physiological needs and not much
more than this.
Edward Bell, M.D. Professor of Pediatrics, University of Iowa
Drs (esquerda para a direita) Alexandre Serafim, Viviana Sampietro Serafim e Paulo R.
Margotto
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