IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS NO RN PRÉTERMO Viviana Sampietro Serafim Paulo R. Margotto UTI Neonatal do Hospital Anchieta, UTI Neonatal do Hospital Regional da Asa Sul (SES/DF),Brasília, DF www.paulomargotto.com.br IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Ibuprofeno é efetivo no fechamento do canal arterial Coceani F et al (Age-dependent changes in the response of the lamb ductus arteriosus to oxygen and ibuprofen) Can J Physiol Pharmacol 1979;57:825-31),em estudo experimental, demonstraram que o ibuprofeno produziu contração dose-dependente do ductus arteriosus em todas as idades Varvarigou A et al (Early ibuprofen administration to prevent patent ductus arteriosus in premature newborn infants. JAMA 1996;275:539-44) relataram que o ibuprofeno endovenoso (3 doses) fecha o canal arterial em comparação ao placebo e encurtou a internação. IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Ibuprofeno é efetivo no fechamento do ductus arteriosus patente Der Carolis MP, Romagnoli C et al (Prophylactic ibuprofen therapy of patent ductus arteriosus in preterm infants. Eur J Pediatr 2000; 159: 364-8) Avaliaram a eficácia do ibuprofeno na profilaxia do Ductus Arteriosus Patente (DAP) nos RN pré-termos, assim como seus efeitos colaterais. Um total de 46 RN pré-termos com idade gestacional abaixo de 31 semanas foram randomizados com 2 horas de vida: 23 no grupo da profilaxia e 23 no grupo controle. O grupo da profilaxia recebeu ibuprofeno endovenoso (10mg/Kg) seguido de 5mg/Kg após 24 horas e 48 horas. O grupo controle não recebeu placebo. Não foi detectado DAP com 72 horas de vida em 20 de 23 RN no grupo do ibuprofeno (87%) e nem em 7 de 23 RN controles (30,4%). Todos os RN com DAP receberam tratamento com indometacina. Um RN do grupo da profilaxia recebeu tratamento cirúrgico versus 3 do grupo controle. Não foram relatados efeitos colaterais nos RN do grupo ibuprofeno. Os autores assim concluem que o uso profilático do ibuprofeno parece ser eficiente no fechamento do DAP e na redução do tratamento com indometacina, além de seguro (não foram relatados efeitos colaterais). IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Ibuprofeno é tão efetivo quanto Indometacina no fechamento do canal arterial -Van Overmeire B, Smets K et al (A comparison of ibuprofen and indomethacin for closure of patent ductus arteriosus. N England J Med 2000; 343: 674-81) Foram estudados 148 RN de idade gestacional entre 24 e 32 semanas que tiveram doença da membrana hialina e ductus arteriosus patente (DAP) hemodinamicamente importante confirmado pela ecocardiografia. Os RN foram randomizados em 5 Unidades Neonatais de Terapia Intensiva para receber 3 doses de indometacina (0,2 mg/Kg com 12 horas de intervalo) ou ibuprofeno (primeira dose de 10mg/Kg, seguido de duas doses de 5mg/Kg com intervalo de 24 horas entre as doses), começando no terceiro dia de vida. A taxa de fechamento do DAP foi semelhante em ambos os grupos (66% versus 70%), assim como o número de RN que necessitaram um segundo ciclo de tratamento e o número de RN que necessitaram de ligação cirúrgica. A oligúria ocorreu em 5 RN tratados com ibuprofeno versus 14 RN tratados com indometacina (p=0,03). Não houve diferenças significativas em relação a outros efeitos colaterais ou complicações entre os dois grupos. Assim, os autores concluem que o uso do ibuprofeno no terceiro dia de vida é tão eficaz quanto a indometacina para o tratamento do DAP IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Estudos que comparam Indometacina e Ibuprofeno e seus efeitos na hemodinâmica Renal e Mesentérica Segundo Lago et al (Safety and efficacy of ibuprofen versus indomethacin in preterm infants treated for patent ductus arteriosus: a randomised controlled trial. Eur J Pediatr. 2002; 161:202-7), a eficácia do tratamento farmacológico foi semelhante entre os dois grupos (69% versus 73%). No entanto, no grupo da indometacina houve significante aumento da creatinina e uma tendência para menor excreção de sódio fracional, além de diferença significativa entre os grupos quanto a oligúria: 15% dos RN com indometacina tornaram-se oligúricos (<1ml/Kg/hora) versus 1% dos RN no grupo do ibuprofeno (p= 0,0017) Mo estudo de Pezzati et al (Effects of indomethacin and ibuprofen on mesenteric and renal blood flow in preterm infants treated with patent ductus arteriosus. Pediatrics 1999; 135:733-8) , a indometacina causou significante redução na velocidade do fluxo sanguíneo mesentérico e renal e não retornou aos valores prétratamento por 120 minutos. O ibuprofeno não alterou a velocidade do fluxo sanguíneo 30 minutos após o tratamento e o fluxo sanguíneo aumentou 120 minutos após o tratamento IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Estudos que comparam Indometacina e Ibuprofeno e seus efeitos na hemodinâmica Renal e Mesentérica Thomas et al (A meta-analysis of ibuprofen versus indomethacin for closure of patent ductus arteriosus. Eur J Pediatr 2005;164:135-140) realizaram metanálise para comparar eficácia e efeitos adversos para determinar se há vantagem terapêutica do ibuprofeno comparado ao uso da indometacina no recém-nascido pré-termo. Os dados para a presente metanálise foram retirados de 9 ensaios relevantes (=566), das quais somente 5 foram duplos cegos.Não houve diferença significativa entre ibuprofeno e indometacina no que se refere a eficácia no tratamento,e nos efeitos colaterais :Enterocolite necrosante Ligação cirúrgica, Sepses, Retinopatia da prematuridade,Leucomalácia periventricular ,Sangue oculto nas fezes, sangramento gástrico ou perfuração intestinal localizada Terapia com surfactante pulmonar Reabertura do DAP,Mortalidade .Porém cinco estudos (n=443) evidenciavam menor aumento da creatinina com o ibuprofeno (p<0,001) e menor diminuição do débito urinário com o ibuprofeno (p<0,001). IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Indometacina e Enterocolite Necrosante (ECN) em prematuros Neonatal necrotizing enterocolitis with intestinal perforation in extremely premature infants receiving early indomethacin treatment for patent ductus arteriosus Fujii AM, Brown E, Mirochnick M, O’Brien S, Kaufman G ( Boston University School of Medicine) J Perinatal 2002; 22: 535-540 A ECN com perfuração intestinal ocorreu em 20% dos RN prematuros extremos (< 27 semanas ou < 800g ao nascer) tratados com INDO nas primeiras 48hs de vida, e em nenhum RN que recebeu INDO após 48hs de vida como tratamento sintomático do DAP. No entanto a incidência de ECN foi semelhante nos 2 grupos (33% x 28%, respectivamente). Assim , 60% dos RN no grupo com INDO precoce que desenvolveram ECN, desenvolveram perfuração intestinal. Estes RN receberam INDO para profilaxia da hemorragia peri/intraventricular e a dose de INDO foi aumentada quando o ecocardiograma evidenciou DAP significante no 2º dia de vida. Não se observaram diferenças quanto a outras morbidades entre os 2 grupos, como: retinopatia da prematuridade, hemorragia peri/intraventricular, leucomalácia periventricular, displasia broncopulmonar. Sem diferenças quanto à hospitalização, à mortalidade (33% no grupo A versus 19% no grupo B – p 0,191); a mortalidade total foi de 28%. O uso de esteróides pré-natal tem sido considerado como redutor da incidência de ENC (Vasan e Gotoff. Clin Perinatol 1994; 21:425-35), mas estudo recente sugere aumento da incidência (Lawrence e cl. Pediatr Res 2001; 49 (Abstract 1798). Assim, os presentes autores sugerem que a combinação de esteróides pré-natal com o uso precoce de INDO pode ter predisposto a estes RN a apresentarem ECN com perfuração intestinal em uma taxa muito maior relatada na literatura (efeitos combinados da INDO e esteróides na inibição da síntese de prosloglandina). A indometacina tem um efeito vasoconstritor seletivo na vasculatura mesentérica, diferente do ibuprofeno, que é outro inalador não seletivo da ciclooxigenase. Parece prudente evitar o uso de doses terapêuticas de INDO a esta população de RN com DAP nas primeiras 48hs de vida e estar atento à interação entre indometacina e esteróides na vasculatura mesentérica (Stark e cl. N Eng J Med 2001; 344:95-101 ) IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Estudos que comparam Indometacina e Ibuprofeno e seus efeitos no Fluxo Sanguíneo Cerebral Mosca et al (Comparative evaluation of the effects of indomethacin and ibuprofen on cerebral perfusion and oxygenation in preterm infants with patent ductus. J Pediatr 1997; 131: 549-54) relataram que a indometacina causou significante redução do fluxo sanguíneo cerebral, assim como a velocidade do fluxo sanguíneo cerebral. O ibuprofeno não causou significante redução do volume sanguíneo cerebral e nem na velocidade do fluxo sanguíneo cerebral. Um aumento significante do volume do fluxo sanguíneo cerebral ocorreu com o ibuprofeno, 60 minutos após. A eficácia do fechamento do DAP foi semelhante entre os dois grupos. No estudo de Patel et al (Randomized double-blind controlled trial comparing the effects of ibuprofen with indomethacin on cerebral hemodynamics in preterm with patent ductus arteriosus. Pediatr Res 2000;47:36-42 ), a indometacina promoveu significante redução do fluxo sanguíneo cerebral, do volume de sangue cerebral e da entrega de O2 ao cérebro, após 24 horas da dose, o que não ocorreu com o ibuprofeno. A eficácia do fechamento do canal arterial não foi deferente entre as duas drogas IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE • EFEITOS DA INDOMETACINA NO FLUXO SANGUINEO CEREBRAL VAN BEL F, VAN ZWETEN et al (Contribuition of color Doppler flow imaging to the evaluation of the effect of indomethacin on neonatal cerebral hemodynamics. J. Ultrasound 9:107, 1990) Os autores insonaram a artéria cerebral anterior antes, no segundo e décimo minutos e duas e doze horas após a administração da indometacina (0,1mg/kg/EV por 10 a 20 segundos) para o fechamento do ductus arteriosus patente. No décimo minuto após a indometacina, os autores observaram dramática queda na velocidade máxima sistólica e o desaparecimento da velocidade final da diástole; 12 horas após a indometacina, não havia diferença na velocidade do fluxo sanguíneo cerebral em relação ao registrado na pré-infusão da droga É importante assinalar que estas mudanças no fluxo sanguíneo cerebral com a injeção rápida da indometacina pode aumentar a probabilidade de infarto isquêmico no RN pré-termo com a já prejudicada perfusão . cerebral IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE • EFEITOS DA INDOMETACINA NO FLUXO SANGUINEO CEREBRAL (VAN BEL F, VAN ZWETEN, et al. Contribuition of color Doppler flow imaging to the evaluation of the effect of indomethacin on neonatal cerebral hemodynamics. J. Ultrasound 9:107, 1990) Observem a seqüência em (A): antes da indometacina (B) com 10 minutos © com 2 horas e (D) com 12 horas, e vejam a diminuição da velocidade do fluxo sistólico final com um mínimo de fluxo reverso em (C ) e o retorno ao normal com 12 horas em (D). A ultra-sonografia Doppler foi realizada na artéria pericalosa. IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Efeitos do Ibuprofeno no Fluxo sanguíneos cerebral De Paulo Roberto Margotto imagens obtidas no HRAS Brasília DF No exemplo a seguir (fig. A) RN de LCS –registro: 02/09/1977-2 (1º gem) idade gestacional de 29 semanas com 975g, apresentou fluxo diastólico reverso na ultra-sonografia Doppler na artéria pericalosa e o ecocardiograma confirmou a presença de canal arterial pérvio. O RN foi tratado com ibuprofeno na dose de 10mg/kg e 5mg/kg com 24h e 48h via oral e observem o retorno da velocidade do fluxo diastólico final 72h após o uso do ibuprofeno (fig.B); contrário ao que ocorre com a indometacina o ibuprofeno não tem efeito adverso na hemodinâmica cerebral Figura A Figura B Margotto PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2ª Edição, Brasília, 2006 IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Estudos que analisam uso de Ibuprofeno Profilático e prevenção de Hemorragia lntracraniana Overmeire et al (Prophylactic ibuprofen in premature infants: a multicentre, randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Lancet 2004; 364:19451949), avaliaram o papel do ibuprofeno profilático na redução da hemorragia intraventricular e do ductus arteriosus patente (DAP). O estudo foi multicêntrico, randomizado e duplo cego com grupo placebo. Dentro de 6 horas de nascimento, 415 RN de muito baixo peso, com idade gestacional menor que 31 semanas foram randomizados para receber ibuprofeno (dose inicial de 10mg/Kg, seguido de duas doses de 5mg/Kg com intervalo de 24 horas) ou placebo. Não houve diferença significativa quanto a ocorrência de severa hemorragia intraventricular entre os dois grupos (RR de 0,97; IC a 95%: 0,51-1,82). Houve diferença significativa quanto ao fechamento do DAP entre os dois grupos (RR= 1,4; IC a 95%: 1,23-1,59). Não foram observadas diferenças significativas em outros achados clínicos e efeitos colaterais, exceto uma significante, porém transitória, diminuição na produção de urina no primeiro dia de vida. Não houve diferenças significativas quanto ao número de RN que necessitaram de tratamento cirúrgico. Assim, o ibuprofeno profilático não diminuiu a severa hemorragia intraventricular, porém diminuiu a incidência de ductus arteriosus patente e subseqüente necessidade de terapia de resgate e foi uma droga segura. IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSO PATENTE Estudos que analisam uso de Ibuprofeno Profilático e prevenção de Hemorragia lntracraniana Dani et al (Prophylactic ibuprofen for the prevention of intraventricular hemorrhage among preterm infants: a multicenter, randomized study. Pediatrics 2005;115:1529-1535) avaliaram redução da hemorragia intraventricular com o uso do ibuprofeno profilático para os RN <28 semanas de gestação. O estudo foi controlado, randomizado e duplo cego. Foram estudados 155 RN (77 RN receberam ibuprofeno e 78 receberam placebo). As doses usadas de ibuprofeno foram as mesmas dos estudos anteriores. A hemorragia intraventricular grau II a IV ocorreram em 16% no grupo tratado com ibuprofeno e 13% no grupo placebo (p>0,05). Assim, o ibuprofeno profilático não está recomendado para a prevenção da hemorragia intraventricular grau II a IV. O ductus arteriosus patente nos primeiros 3 dias ocorreu em 9% no grupo com ibuprofeno vs 29% no grupo placebo, confirmando a redução do ductus arteriosus patente . IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Estudos que analisam uso de Ibuprofeno Profilático e prevenção de Hemorragia lntracraniana Os achados do estudo de Gournay et al (Prophylactic ibuprofen versus placebo in very premature infants: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Lancet 2004; 364:1939-1944) pararam prematuramente após o envolvimento de 135 RN devido a 3 casos de severa hipertensão pulmonar no grupo profilático. A hipoxemia resolveu rapidamente com o uso do óxido nítrico inalado. O grupo que recebeu o ibuprofeno profilático teve redução da necessidade de ligação cirúrgica do ductus arteriosus patente (DAP) (reduziu de 9% para 0%-p=0,03) e houve diminuição da taxa de severa hemorragia intraventricular de 23% para 11% (p=0,10-não significativo). No entanto, a sobrevivência não melhorou, devido à alta freqüência de eventos adversos respiratórios, renais e digestivos. Assim os autores concluíram que o ibuprofeno profilático reduz a necessidade de ligação cirúrgica do DAP, mas não reduz a morbimortalidade. A hipertensão pulmonar não tem sido relatada com o ibuprofeno lisina e sim com o ibuprofeno tamponado com THAM – trishydroxy aminomethane (Aranda J. Uso do ibuprofeno no fechamento do canal arterial em recém-nascido pré-termo. XVIII Congresso de Perinatologia, São Paulo, 13-16/11/2004 (disponível no site www.paulomargotto.com.br em Farmacologia Neonatal ) IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE Os estudos apresentados sugerem evidências de que que o Ibuprofeno é efetivo no fechamento do canal arterial sem reduzir o fluxo sanguíneo cerebral e sem afetar a vaso-reatividade cerebral ao CO2 ou a hemodinâmica intestinal e renal. Além de aumentar a auto-regulação do fluxo sanguíneo cerebral e de proteger as funções neurológicas do estresse oxidativo em modelos animais, o ibuprofeno profilático não diminuiu a severa hemorragia intraventricular, porém diminuiu a incidência de ductus arteriosus patente e subseqüente necessidade de terapia de resgate e foi uma droga segura IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSO PREOCUPAÇÕES ATUAIS COM USO DE IBUPROFENO Hipertensão pulmonar persistente do RN: . a ocorrência de hipertensão pulmonar persistente HPP do RN foi relatado após a administração de ibuprofeno tamponado com THAM (trishydroxy aminomethane), levando ao término precoce do ensaio. Tal fato não foi observado com o ibuprofeno lysine. Parece haver uma diferença entre estas duas drogas.O risco de hipertensão pulmonar persistente do RN com o ibuprofeno pode ocorrer com a preparação ibuprofeno-trishidroxiamino-metane e não com ibuprofeno-lisina. Aranda J. Uso do ibuprofeno no fechamento do canal arterial em recém-nascido pré-termo. XVIII Congresso de Perinatologia, São Paulo, 1316/11/2004 (disponível no site www.paulomargotto.com.br em Farmacologia Neonatal IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE PREOCUPAÇÕES ATUAIS COM USO DE IBUPROFENO Níveis livres de bilirrubina: Desde que a droga é dada nos primeiros dias de vida e compete com a bilirrubina pelos sítios de ligação com a albumina, o risco do kernicterus induzido pela droga depende das concentrações plasmáticas da droga e da albumina, da habilidade intrínseca da albumina se ligar à droga e a bilirrubina, assim como o nível de bilirrubina do RN quando a droga é administrada A variação individual na farmacocinética do ibuprofeno nestes RN é considerável. A albumina pode ligar até 8 moléculas de ibuprofeno e a ligação parece ser bastante variável entre os bebês. Se o ibuprofeno for é usado em RN, seria prudente estar seguro do nível de bilirrubina (este nível deveria ser o mais baixo possível durante o uso do ibuprofeno) No estudo de Overmeire et al(Pediatr Res 55, 474 A, 2004), na dose terapêutica de ibuprofeno lisina não evidenciou aumento dos níveis livres de. bilirrubina. Este relato reforça a falta de toxicidade nos ensaios clínicos das metanálises. Os autores demonstraram em laboratório que o ibuprofeno não desloca a bilirrubina da albumina em relações molares de 0,5 a 1,5. A conclusão é que o ibuprofeno não desloca a bilirrubina em RN pré-termos IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSUS PATENTE PREOCUPAÇÕES ATUAIS COM USO DE IBUPROFENO Níveis livres de bilirrubina: E. Ahlfors (Effects of ibuprofen on bilirubin-albumina binding J Pediatr 2004;144:386-80) determinou o efeito dos níveis plasmáticos relatados do ibuprofeno na concentração de bilirrubina livre, uma medida da ligação da bilirrubina-albumina nos RN ictéricos. O ibuprofeno na dose usual corrente pode ter um maior impacto na ligação da bilirrubina com a albumina do que o sulfisoxazole, particularmente nos níveis de ibuprofeno relatados por Aranda e cl (Acta Pediatr 1997;86:289-9). Embora o pool acumulativo de bilirrubina seria baixo se o ibuprofeno fosse usado no primeiro dia de vida, a longa vida média da droga pode causar uma maior quantidade de acúmulo de bilirrubina nos primeiros dias de vida para distribuir nos espaços extra vasculares, levando um aumento de kernicterus com baixo nível de bilirrubina. Estes achados no corrente estudo são preocupantes com o uso de altas doses de ibuprofeno IBUPROFENO VS INDOMETACINA NO FECHAMENTO DO DUCTUS ARTERIOSO PATENTE Os trabalhos aqui analisados utilizaram Ibuprofeno venoso, ficando claro claro que a farmacodinâmica é variável e os efeitos colaterais diferem nas apresentações venosas Há dúvidas de que possamos extrapolar estes resultados para a administração oral da droga. Consultem nos links a seguir os estudos com ibuprofeno oral. Consultem os seguintes artigos sobre Ibuprofeno oral: Persistência do canal arterial:uso do ibuprofeno oral Autor(es): Paulo R. Margotto Ibuprofeno oral para o fechamento do canal arterial hemodinamicamente significativo em neonatos prematuros Autor(es): Pramila Hariprasad, V. Sundarrajan, G. Srimathy, B. Suthagar, Ramadevi and B. Shyla. Realizado por Marta D.Rocha e Paulo R. Margotto Uso do ibuprofeno oral para o fechamento curativo precoce do canal arterial de recém nascidos muito prematuros Autor(es): Cherif, A, Jabnoun S, Khrouf N. Realizado por Mariana Aires Vieira e Paulo R. Margotto Distúrbios cardiológicos Autor(es): Elysio Moraes Garcia / Viviana Sampietro Pergunta feita ao Dr. Edward Bell, pela Dra Márcia Pimentel (UTI Neonatal do HRAS) • • • • • • • • • • • • • • Doctor Bell I'm a doctor and I work at Asa Sul Hospital - Brazil, in an Intensive Neonatal Care Unit, which is reference in my area. I've read the article: Bell EF, Acarregui MJ. Restricted versus liberal water intake for preventing morbidity and mortality in preterm infants. Cochrane Database Syst Rev 2001 (3): 1–13, CD000503. and I congratulate you for your important reserach. I still have some doubts about the subject and I would like to know more about it. 1. High fluid intake (>170 ml kg-1 day-1) in the first days of life is associated with increased risk of PDA in extremely low birth weight (ELBW) infants. But is low fluid administration associated with Necrotizing Enterocolitis, when Indomethacin or ibuprofen are used as farmacologic therapy for PDA? Do these drugs reduce intestinal flow, increasing the risk for Necrotizing Enterocolitis ? 2. Is low fluid administration associated with increased risk of renal failure, when such drugs are used for PDA? I'm looking forward to hearing from you, Yours faithfully Castro, Marcia Pimentel MD Hospital Regional da Asa Sul Brasília _ DF Brazil Resposta do Dr. Edward Bell (18/2/2008) • • • • • • • • • • Dr. Castro, Thank you for your questions. High-volume fluid administration was associated with increased risk of necrotizing enterocolitis, as reported in our Cochrane review. Your other questions, about PDA, indomethacin, and ibuprofen, were not addressed in the Cochrane review, but here is what we know based on other studies. A PDA with left-to-right shunting may reduce intestinal blood flow. Indomethacin and ibuprofen can reduce intestinal blood flow; this is more of a problem with indomethacin than with ibuprofen. These drugs seem to increase the risk of isolated gastrointestinal perforation, especially indomethacin, and especially when used in conjunction with corticosteroids. It is not clear whether PDA or indomethacin or both increase the risk of necrotizing enterocolitis. It seems possible in theory, as both PDA and indomethacin have the potential to reduce intestinal blood flow, but the association of these factors with NEC has not been documented in ELBW infants as far as I know. Restricted fluid intake is commonly used in patients with PDA and does not seem to increase the risk of renal failure, even in the presence of indomethacin or ibuprofen. Of course, excessive fluid restriction can cause dehydration, which, in turn, can lead to renal failure. The challenge is to give enough fluid to meet the infant's physiological needs and not much more than this. Edward Bell, M.D. Professor of Pediatrics, University of Iowa Drs (esquerda para a direita) Alexandre Serafim, Viviana Sampietro Serafim e Paulo R. Margotto