Alterações musculoesqueléticas Guilherme de Jesús Esqueleto Normal Esqueleto axial e apendicular são formados por ossificação endocondral Esqueleto craniofacial e clavículas são desenvolvidos por ossificação intramembranosa Modelos cartilaginosos dos futuros ossos são desenvolvidos com 8 semanas Centros de ossificação primários são desenvolvidos entre 9 e 14 semanas, com degradação da carilagem Centros de ossificação secundários aparecem nas extremidades distais no fim da gestação Esqueleto Normal Cartilagem aprisionada entre a ossificação primária e secundária é chamada de placa de crescimento Apenas a diáfise dos ossos longos deve ser medido no USG (epífises não são claramente visualizadas) Centros de ossificação secundária podem ser vistos ao USG: Fêmur: 32-33 sem Tíbia: 34-35 sem Úmero: 37-38 sem Esqueleto Normal Quando todos os centros são identificados, o feto provavelmente tem pelo menos 37 semanas Displasias Esqueléticas Resulta do desenvolvimento, crescimento ou manutenção anormal da cartilagem ou osso Grupo heterogêneo de patologias Prevalência de 2,4/10.000 nascimentos (variável 1,1-9,5) Detecção pelo USG é limitada (31-73%) Supõe-se que o USG 3D pode melhorar a acurácia do diagnóstico (características fenotípicas) Displasias Esqueléticas Associação com hipoplasia pulmonar, sendo uma importante causa de morte Displasias Esqueléticas Em um estudo, 23% foram prematuros e 32% morreram na 1a semana de vida Mais comuns: Displasia Tanatofórica Acondrodisplasia Osteogenesis imperfecta Acondrogenesia Displasia Tanatofórica e acondrogenesia corresponderam a 62% das displasias letais Acondrodisplasia foi a displasia menos letal Classificação das Displasias Esqueléticas Classificação utilizada é a International Nosology and Classification of Constitutional Disorders of Bones Agrupa as patologias de acordo com a morfologia e desordens genéticas Terminologia das displasias ósseas Micromelia: encurtamento de todo o membro Rizomelia: encurtamento do segmento proximal do membro Mesomelia: encurtamento do segmento medial do membro Acromelia: encurtamento do segmento distal do membro Terminologia das displasias ósseas Polidactilia: presença de mais de 5 dedos Sindactilia: fusão óssea ou por tecido mole de dedos adjacentes Clindactilia: desvio de um dedo Platispondilia: achatamento vertebral Avaliação musculoesquelética Avaliação de ossos longos Medidas: devem ser comparadas com outros segmentos para avaliar qual parte está reduzida ou se todo o segmento Grau de mineralização: avaliar a sombra acústica atrás do osso e a ecogenicidade Alargamento da metáfise: diversas síndromes associadas Fraturas: Podem ser sutis ou levar a angulação e separação do osso Avaliação de mãos e pés Excluir polidactilia, braquidactilia e deformidades posturais Desproporção entre mãos e pés e outras partes da extremidades podem ser sinal de displasia esquelética Pé torto e polidactilia estão associados a várias síndromes Avaliação do crânio fetal Ossificação deficiente Alargamento do frontal (bossa frontal) Macrocrania Formato de trevo Micrognatia Avaliação da face fetal Realizado de 16 a 20 sem em diante Melhor visualização para detectar anomalias faciais é o corte sagital (determina hipoplasia da face média) Corte coronal é melhor para avaliação de fendas Avaliar micrognatia e diâmetros intra e interorbitais Avaliação da coluna fetal Corpos vertebrais: 3 centros de ossificação Podem haver fendas vertebrais completas, incompletas, sagitais ou coronais Avaliar o espaço entre as vertebras (platispondilia) Curvatura da coluna Avaliação do Tórax Avaliar circunferência torácica absoluta e razão circunferência cardíaca/torácica Tórax superior pode ser encurtado em relação ao inferior, levando a um formato de sino Corte sagital ou coronal incluindo tórax e abdome deve ser feito para comparação Patologias musculoesqueléticas Acondroplasia Displasia esquelética não-letal mais comum Redução da ossificação endocondral Autossômica dominante Prevalência de 1:10.000 a 1:50.000 Encurtamento rizomelico e arqueamento leve dos membros Lordose lombar exagerada Macrocefalia, bossa frontal, hipoplasia da face média, mandíbula alargada e osso nasal achatado Braquidactilia (encurtamento de ossos das mãos e pés) Mão em tridente, dedos gorduchos Polidramnia no 3o trimestre Inteligência geralmente é normal, assim como tempo de vida. Podem ter apneia do sono e obesidade Acondroplasia homozigótica é fatal Acondroplasia Acrondoplasia Acondroplasia Bossa Frontal Hipoplasia de face média Acondroplasia Tórax em sino Relação Abdome / Tórax Acondroplasia Encurtamento da Ulna Dedo gorducho Acondroplasia Mão em tridente Acondroplasia Diagnóstico diferencial: CIUR grave: membros não serão tão curtos e há oligodramnia Displasia tanatofórica: semelhante, mas é mais precoce e mais grave Displasia Tanatofórica Displasia esquelética letal mais comum Prevalência de 1/40.000 nascidos vivos Encurtamento rizomélico de membros e fêmur em forma de “telefone” Tórax estreito com abdome em sino Mãos em tridente (?) Crânio em trevo (Kleebattschadel) + micromelia é específico Encurtamento na distancia intervertebral e coluna curta, platispondilia Macrocrania, ventriculomegalia Polidramnia Displasia Tanatofórica Encurtamento de membros Displasia Tanatofórica Desproporção torax-abdome Bossa Frontal Displasia Tanatofórica Crânio em trevo Displasia Tanatofórica Platispondilia Displasia Tanatofórica Ventriculomegalia Displasia Tanatofórica Displasia Tanatofórica Displasia Tanatofórica Diagnóstico diferencial: Acondrogênese: difícil diferenciação, mas na forma mais comum a coluna é osteopênica Acondroplasia: achados semelhantes, mas são encontrados mais tardiamente com aparência normal até 24 sem Acondrogênese Grupo de displasias letais Raro Autossômica recessiva, defeito na condificação do prócolágeno tipo II Micromelia importante Encurtamento de torax Coluna e crânio osteopênicos (difícil delimitação no USG) Ascite e aumento do volume abdominal Polidramnia Macrocrania, bossa frontal, micrognatia Morte pré-natal ou no RN Acondrogênese Pequena mineralização do crânio Micromelia grave Acondrogênese Mineralização da coluna deficiente Acondrogênese Macrocrania com aumento de translucência nucal Acondrogênese Acondrogênese Diagnóstico diferencial: Displasia Tanatofórica: difícil diferenciação Osteogenese imperfecta: ambos tem coluna e crânio desossificados, mas a acondrogênese o crânio não é compressível e não há fratura de membros Osteogênese Imperfeita Grupo heterogêneo de doenças com fragilidade óssea com tendências a fraturas antenatais e pós-natais Prevalência de 1,6 a 3,5/100.000 nascidos vivos Análise bioquímica do colágeno tipo I pode ser realizada caso tenha história familiar Dividido em 4 tipos: I: clássico. Fraturas moderadas, esclera azul, surdez e dentinogenese imperfeita II: forma letal neonatal com múltiplas fraturas intra-utero III: doença deformante progressiva com disfunção importante na meia idade IV: fenotipo leve com esclera normal Osteogênese Imperfeita Osteogênese Imperfeita Achados sonográficos: Tipo I e IV: 1 ou 2 fraturas com ossos normais ou discretamente encurtados e assimétricos, formação de calos e angulação do osso. Pode não ter achados pré-natais Tipo III: Crânio muito desossificado, depressível e sem reverberações. Ossos longos pouco encurtados mas com grandes angulações Tipo II: Estruturas intra-cranianas muito bem vistas com pouca ou nenhuma ossificação craniana. Todos os ossos são extremamente curtos e framentados, tórax pequeno. Vértebras em gotas Osteogênese Imperfeita Crânio depressível, pouca ossificação Osteogênese Imperfeita Fratura de costela Fratura de tíbia Osteogênese Imperfeita Platispondilia Esclera azul Osteogênese Imperfeita Fratura de tíbia Osteogênese Imperfeita Diagnóstico diferencial: Acondrogenesia: encurtamento da perna e tórax pequeno são achados predominantes. Ambos possuem coluna osteopênica Displasia Camptomelica: principais achados são arqueamento da tíbia e fêmur Hipofosfatasia: ossos hipoecóicos difusamente porém sem fratura Deficiência de membros ou amputação congênita Prevalência de 0,49 até 3,5/10.000 nascidos vivos 50% das reduções são simples sem outras anomalias associadas 23% possuem anomalias de órgãos internos ou craniofaciais Podem ser causados por banda amniótica, exposição a teratogênicos ou acidente vascular. Maioria é esporádica. Pé Torto Dorsoflexão e eversão do pé associado a anomalias musculares da perna Prevalência de 1/1.000 nascidos vivos Pode ocorrer isolado ou associado a outras malformações Ossos da perna podem ser visto ao mesmo tempo que a visão lateral do pé Pé está em flexão ou extensão, em posição fixa Pé Torto Pé Torto Pé Torto Diagnóstico diferencial: Artrogripose: extensão importante mas sem desvio lateral e possui perda de tecidos musculares Pé pressionado contra o útero na oligodramnia Polidactilia Presença de dígito adicional que varia de protuberância na pele até dedo completo com flexão controlada e extensão Formas pós-axial (lado ulnar ou fibular) e pré-axial (radio ou tíbia) Prevalência de 1/3000 nv em caucasianos e 1/300 em negros na forma pós-axial e 0,15/1000 nv em caucasianos na forma pós-axial Forma pós-axial isolada é autossômica dominante Afastar cromossomopatias, principalmente trissomia do 13 Realizar ecofetal devido a grande associação entre os dois achados Polidactilia Aplasia/Hipoplasia do Radio Etiologia heterogênea, maioria é unilateral e esporádica Prevalência de 0,3 a 0,8/10.000 nv Defeitos bilaterais são associados à múltiplas malformações Desvio radial do polegar ou mão Associado a síndromes hematogênicas (Anemia de Fanconi, TAR sindrome), VACTERL, cromossomopatias, teratógenos (talidomida, cocaina, valproato) Pode haver encurtamento, arqueamento ou ausência da ulna associados Aplasia/Hipoplasia do Radio Aplasia/Hipoplasia do Radio