DISPLASIA TANATOFÓRICA TIPO I RELATO DE CASO Margotto PR¹, Cardoso MTO², Silva CM³, Pereira JAS³ ¹ Doutor em Perinatologia pelo CLAP/OMS ² Médica Geneticista Chefe do Núcleo de Genética ³ Graduanda da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), Brasília, DF. HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL - HRAS INTRODUÇÃO: Displasia tanatofórica é uma condrodisplasia esquelética rara e fatal, causada por mutações autossômicas dominantes do fator de crescimento do fibroblasto receptor 3 (FGFR3), mapeado no cromossomo 4 (4p16.3) e pode estar relacionada à idade paterna avançada. Apresenta 2 subtipos: tipo1, o mais comum, com formato craniano predominantemente normal, macrocefalia, proeminência frontal, depressão nasal, hipertelorismo, ossos longos encurvados, membros curtos, corpos vertebrais planos, estreitamento torácico, protuberância abdominal e deficiência do crescimento; e o tipo 2 com crânio em formato de trevo, fêmur retilíneo e corpos vertebrais altos. RELATO DE CASO: Gestante (36 semanas e 4 dias), 28 anos, admitida no HRAS devido a amniorrexe prematura. Pai com 48 anos. Primeiro filho hígido. Ausência de história familiar de malformações ou consangüinidade. Ultrassonografia no prénatal sugestiva de displasia tanatofórica. RN masculino, peso 2760g, estatura 40cm, PC 38cm, proeminência frontal, braquicefalia, hipertelorismo ocular, tórax estreito, depressão nasal, encurtamento de membros, hepatoesplenomegalia, hipoplasia peniana e testículos tópicos (Fig 1). Radiografias: tórax em sino com horizontalização de costelas, clavículas em “guidon de bicicleta”, platispondilia, ossos longos curtos e arqueados, com alteração da modelagem, ossos pélvicos hipoplásicos com esporões mediais (Figs 2 e 3). Ultrassom transfontanela: agenesia calosa parcial. Óbito após 12 horas do nascimento. Necrópsia: macrocrania, hipoplasia pulmonar como causa mortis. Figura 1 Figura 2 Figura 3 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Pelas características fenotípicas e radiológicas , o caso em questão se enquadra como Displasia tanatofórica tipo I, em concordância com a literatura . O casal foi encaminhado para aconselhamento genético e, embora todos os casos representam mutações novas, deve- se considerar a idade paterna e as mutações gonadais que elevam o risco de recorrência. . AGRADECIMENTOS: À ESCS e ao HRAS, especialmente ao Núcleo de Genética, à neonatologia e obstetrícia, patologia, radiologia e arquivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Barbara Karczeski, MS, Garry R Cutting, MD. Thanatophoric Dysplasia. 2. Carter, SM, MS, Gross, SJ, MD. Thanatophoric Dysplasia. Updated, set 2007. 3. Chih-Ping Chen, Tung-Yao Chang, Schu-Rern Chern, Wayseen Wang. Third-trimester 3D ultrasound evaluation of thanatophoric dysplasia type I. Taiwan J Obstet Gynecol, Taiwan, v. 46, n. 3, set 2007. 4. Janzen, Jan. Congenital Atherosclerosis in a Newborn with Thanatophoric Dysplasia. Journal of Atherosclerosis and Thrombosis. New York, v. 14, n.6, p. 332-333. 5.Kniffin, Cassandra L. et al. Thanatophoric Dysplasia, tipo I. www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?id=187600. Acesso em mar, 2009. 6. Noronha Lúcia, Prevedello LMS, Maggio EM, Serapião MJ, Torres LFBT. Displasia tanatofórica: Relato de dois casos com estudo neuropatológico. Arquivos de neuro-psiquiatria, São Paulo, v. 60, n. 1, mar 2002. 7. Pei-Yin Tsai, MD, Chiung-Hsin Chang, MD, Chen-Hsiang Yu, MD, Yueh-Chin Cheng, Fong-Ming Chang, MD, PhD. Thanatophoric Dysplasia: Role of 3-Dimensional Sonography. Taiwan, v.37, n.1, Jan 2009. 8. Smith, KLJ. Padrões Reconhecíveis de Malformações Congênitas. Ed. Manole LTDA, 6º edição. São Paulo, jun, 2007. 9. Soo-Hyun, Lee, Jeong Yeon Cho, Mi Jin Song, Jee-Yeon Min, Byoung Hee Han, Young Ho Lee, Byung Jae Cho, Seung Hyup Kim. Fetal Musculoskeletal Malformations with a Poor Outcome: Ultrasonographic, Pathologic, and Radiographic Findings. Korean Journal of Radiology, Korean, n. 3, p. 113-124, jun 2002. 10. Wong, H.S., Kidd A., Zuccollo J., Tuohy J., Strand L., Tait, J., Pringle KC. A Case of Thanatophoric Dysplasia: The Early Prenatal 2D and 3D Sonographic Findings and Molecular Confirmation of Diagnosis. Fetal diagnosis and therapy, Nova Zelândia, n. 24, p. 71-73, maio 2008. www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=gene&part=td. Acesso em mar, 2009.