UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS ANA CRISTINA RODRIGUES DUTRA A INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL COM OS COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO JOINVILLE - SC 2008 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS ANA CRISTINA RODRIGUES DUTRA A INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL COM OS COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO Trabalho apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira de Produção e Sistemas Orientador: Lírio Nesi Filho Joinville - SC 2008 3 ANA CRISTINA RODRIGUES DUTRA A INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL COM OS COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO Trabalho de graduação aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira de Produção e Sistemas, da Universidade do Estado de Santa Catarina. Banca Examinadora ______________________________________ Prof. Lírio Nesi Filho, Dr. ______________________________________ Prof. Adalberto José Tavares Vieira, Dr. ______________________________________ Prof. Wilson Mafra, Dr. Joinville, 09/06/2008 4 “Quando novas informações surgem e as circunstâncias mudam já não é possível resolver os problemas com as soluções de ontem.” Roger Von Oech 5 AGRADECIMENTOS À minha família, minha mãe e meu irmão, pela atenção e ajuda. Aos meus amigos e colegas de trabalho, pela ajuda e contribuição. Aos colegas de faculdade, pela compreensão e apoio. Aos professores, e todo o corpo docente da Universidade pelo desenvolvimento humano que proporcionaram. 6 ANA CRISTINA RODRIGUES DUTRA A INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL COM OS COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO Atualmente as organizações estão inseridas num contexto de extrema mutabilidade, onde o volume e acessibilidade das informações têm inspirado uma situação desafiadora aos gestores. Como instrumento de apoio à decisão o sistema de informação gerencial assume um papel de máxima importância, ao permitir, de forma rápida e simples a extração, organização, análise e disponibilidade de informações necessárias a todos os níveis da empresa, em suporte aos objetivos estratégicos. A organização através de seus diversos componentes interage com o sistema de informação gerencial de tal forma verificando-se que há outras questões envolvendo sua aplicação além da tecnológica. Esta pesquisa tem como objetivo identificar a integração do sistema de informação gerencial e os componentes da organização. O presente estudo foi elaborado utilizando uma pesquisa exploratória para atingir os objetivos, uma pesquisa documental quanto aos procedimentos para identificação dos elementos tanto do sistema de informação gerencial na organização estudada, quanto de seus componentes, e pesquisa ação, pois pesquisador e participante se envolvem no trabalho da pesquisa de modo participativo e colaborativo para a busca das estruturas da organização, focando uma unidade de atendimento de uma autarquia da administração pública, pois seu processo é facilmente estratificado e é onde atua de forma efetiva. Primeiramente foi efetuada a pesquisa bibliográfica, delineando os componentes da organização e o sistema de informação gerencial. Na pesquisa exploratória efetuada na empresa identificou-se a integração dos componentes da organização com sistema de informação gerencial atuante no processo. Analisaram-se os resultados encontrados, e conclui-se identificando as implicações. O estudo contribui para a visualização de que um sistema de informação gerencial com implicações efetivamente contributivas para o processo decisório é resultado de uma integração efetiva com os elementos da organização. Palavras-chave: Informação, integração, organização. 7 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................................... 9 LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... 11 LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 12 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................ 16 1.1 AMBIENTAÇÃO AOS COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO....................... 16 1.1.1 Empresa – Definição......................................................................................... 16 1.1.2 Os Modelos Gerenciais ..................................................................................... 19 1.1.3 Os Gestores ...................................................................................................... 28 1.1.4 Envolvimento Empresa-Indivíduo..................................................................... 31 1.1.5 O Requisito do Cliente: A Qualidade ................................................................ 32 1.2 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL ................................................. 34 1.2.1 Dados, Informação e Conhecimento.................................................................. 34 1.2.2 Tecnologia de Informação................................................................................. 36 1.2.3 Sistema ............................................................................................................. 37 1.2.4 Diagrama de Fluxo de Dados ............................................................................ 40 1.2.5 Sistemas de Informação .................................................................................... 42 1.2.6 O Sistema de Informação Gerencial .................................................................. 44 1.2.7 Importância dos Sistemas de Informação Gerencial para as Empresas............... 45 1.2.8 Relatórios do sistema de informação gerencial.................................................. 49 1.2.9 Condições de tomada de decisão ....................................................................... 50 2 METODOLOGIA ........................................................................................................ 57 3 A PESQUISA EFETUADA ......................................................................................... 60 3.1 ESTRUTURA DA EMPRESA ESCOLHIDA ...................................................... 60 3.1.1 Estrutura Organizacional da Empresa Escolhida ............................................... 62 3.1.2 Estrutura e Funcionamento da Gestão Local ..................................................... 67 3.2 ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS........................................................... 74 3.2.1 O Modelo Gerencial ......................................................................................... 74 3.2.2 O Requisito do Cliente na Empresa Escolhida................................................... 76 3.3 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL UTILIZADO ........................... 78 8 3.3.1 Os Dados, Informações e Conhecimento da Empresa Estudada......................... 79 3.3.2 Tecnologia de Sistema de Informação na Empresa Estudada............................. 83 3.4 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES GERENCIAIS NO CONTROLE DOS ÍNDICES DE ATENDIMENTO ...................................................................................... 89 3.4.1 As Necessidades de Melhoria no Sistema de Informação Gerencial .................. 89 3.4.2 O Processo Decisorial da Empresa Estudada..................................................... 90 3.4.3 As Influências Externas .................................................................................... 93 3.4.4 O Comprometimento das Pessoas Envolvidas no Processo................................ 95 3.4.5 Valor das informações ...................................................................................... 98 3.4.6 A integração das informações ......................................................................... 100 3.4.7 Os Dados Fornecidos pelo Sistema ................................................................. 102 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 106 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 110 9 LISTA DE ABREVIATURAS AGU – Advocacia Geral da União APS – Agência da Previdência Social CADPF – Cadastro Nacional de Pessoa Física CAJ – Câmaras de Julgamento CGBENEF – Coordenação Geral de Benefício CGBENIN – Coordenação Geral de Benefícios por Incapacidade CGSURE – Coordenação Geral de Suporte à Rede CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais CPF – Cadastro de Pessoa Física CRER – Carta de Comunicação de Resultado CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social CTC – Certidão de Tempo de Contribuição CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social DIRARH – Divisão de Administração de Recursos Humanos DIRAT – Diretoria de Atendimento DIRBEN – Diretoria de Benefício DIROFL – Divisão de Orçamento, Finanças e Logística DOU – Diário Oficial da União ECT – Empresa de Correios e Telégrafos FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço GDASS – Gratificação por Desempenho de Atividade do Seguro Social GEX – Gerência Executiva GPS – Guia da Previdência Social INSS – Instituto Nacional de Seguro Social. JA – Justificação Administrativa JRPS – Junta de Recursos da Previdência Social LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social MPS – Ministério da Previdência Social NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor 10 PC – Personal Computer (Computador Pessoal) PGA – Programa de Gestão do Atendimento PIS – Programa de Integração Social RBC – Resumo de Benefício Concedido RG – Registro Geral RH – Recursos Humanos SABI – Sistema de Administração de Benefício por Incapacidade SARTWEB – Sistema de Atendimento Remoto na Web SGA – Sistema de Gestão do Atendimento SIATE – Sistema de Atendimento SIG – Sistema de Informação Gerencial SMD – Seção de Manutenção de Direito SRD – Seção de Reconhecimento de Direito SRID – Seção de Reconhecimento Inicial de Direito SUIBE – Sistema Único de Informação de Benefícios TBM – Transferência de Benefício em Manutenção TMA – Tempo Médio de Atendimento TMC – Tempo Médio de Conclusão TME – Tempo Médio de Espera TTA – Tempo Total de Atendimento 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Os quatro modelos gerenciais .............................................................................. 26 Tabela 2 - Papéis dos Executivos ........................................................................................ 30 Tabela 3 - Legenda do fluxo de dados .................................................................................. 81 Tabela 4 - Comparativo de atendimento em uma semana. .................................................... 92 Tabela 5 - Comparativo antes e depois de uma reunião ...................................................... 103 Tabela 6 - Comparativo de produtividade........................................................................... 105 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Valores competitivos: Critérios de Eficácia.......................................................... 27 Figura 2 - Ciclo administrativo............................................................................................. 28 Figura 3 - Componentes de um sistema. ............................................................................... 38 Figura 4 - Simbologia do DFD ............................................................................................. 41 Figura 5 - DFD genérico. ..................................................................................................... 42 Figura 6 - Empresa e sistemas de informações...................................................................... 46 Figura 7 - Interação da informação-processo decisório. ........................................................ 47 Figura 8 - Criatividade e realização do executivo no SIG ..................................................... 51 Figura 9 - Tripé básico da sustentação da empresa ............................................................... 52 Figura 10 - O valor das informações..................................................................................... 53 Figura 11 - Interdependência das funções, recursos e produtos............................................. 54 Figura 12 - Carteira de benefícios oferecidos ao cliente-cidadão........................................... 62 Figura 13 - Hierarquia das Direções ..................................................................................... 63 Figura 14 - Estrutura do MPS – Direção Geral ..................................................................... 64 Figura 15 - Estrutura do MPS – Direção Estadual ................................................................ 65 Figura 16 - Estrutura do MPS – Direção Local..................................................................... 66 Figura 17 - Chefias da APS .................................................................................................. 67 Figura 18 - Estrutura de funcionamento da APS ................................................................... 70 Figura 19 - Site da Previdência Social .................................................................................. 72 Figura 20 - Central de Tele-atendimento 135........................................................................ 73 Figura 21 - Mesa de atendimento. ........................................................................................ 77 Figura 22 - Mesas de atendimento da Orientação e Informação. ........................................... 78 Figura 23 - Monitor de chamada. ......................................................................................... 79 Figura 24 - Monitoramento do atendimento.......................................................................... 80 Figura 25 - Fluxo de dados em um atendimento ................................................................... 81 Figura 26 - Fluxo de informação de um atendimento............................................................ 82 Figura 27 - Componentes do sistema de atendimento rápido. ............................................... 83 Figura 28 - Índices de quantidade de atendimento ................................................................ 84 Figura 29 - Índices de tempo de atendimento ....................................................................... 84 Figura 30 - Tempo de espera da agenda................................................................................ 84 Figura 31 - Consulta aos serviços agendados........................................................................ 85 13 Figura 32 - Evolução da fila ................................................................................................. 86 Figura 33- Monitor de atendimento ...................................................................................... 86 Figura 34 - Estatística de atendimento por atendente ............................................................ 87 Figura 35 - Consulta a idade do acervo................................................................................. 88 Figura 36 - Comparativo de atendimentos efetuados entre 29/04/2008 a 06/05/2008 ............ 90 Figura 37 - Tela do SIATE, para acompanhamento de demanda........................................... 99 Figura 38 - Comparativo antes e depois (quantidade de atendimentos) ............................... 104 Figura 39 - Comparativo antes e depois (tempo médio de atendimento - TMA).................. 104 14 INTRODUÇÃO Com a crescente necessidade de visualização de resultados o sistema de informação gerencial é fundamental no processo de gerenciamento das atividades, proporcionando-os de forma rápida e clara, apoiando desta forma a tomada de decisão. Em uma organização ao se aplicar um sistema de informação gerencial os elementos que a compõe devem ser analisados, principalmente a integração existente, pois são peças fundamentais para o correto funcionamento e apresentação de resultados. O presente estudo foi efetuado para identificar a forma que a empresa utiliza para visualizar resultados e gerenciar seu processo, identificando a integração existente entre os componentes da organização e o sistema de informação gerencial. A pesquisa é necessária para explicitar as conseqüências para os componentes da organização quando da aplicação de um sistema de informação gerencial, pois ao se aplicar tal ferramenta muitas vezes, alguns componentes são esquecidos, principalmente os indivíduos que o manusearão e os que serão afetados pelas ações advindas de seu uso. O presente trabalho trata do sistema de informação gerencial, qual sua finalidade e sua aplicação, realizando um estudo de como este sistema é aplicado na gestão de serviços de atendimento ao público, e a integração existente com componentes da organização. O objetivo geral do estudo é identificar a integração do sistema de informação gerencial com os componentes da organização. Tendo como objetivos específicos conhecer o sistema de informação gerencial utilizado na empresa, identificar os meios adotados como ferramenta de gestão e o sistema de coleta de dados utilizados pelos gestores. Finalmente, descrever o sistema de informação e os componentes básicos da instituição, com análise da situação atual e considerações do processo de integração existente na organização. O estudo do sistema de informação gerencial é direcionado ao gestor local, no caso da empresa estudada, por ser de porte nacional, será selecionada uma determinada agência e dentro desta, o setor de atendimento, pois os outros setores não são controlados pontualmente. Já o setor de atendimento, por ser o serviço de maior volume e com o maior valor agregado necessita de maior atenção e possui um controle local. O setor de serviços em geral é sempre visto como um problema para os gestores, principalmente porque a percepção de qualidade está diretamente ligada com a satisfação do cliente, ou seja, o serviço prestado é o produto a ser vendido. Por esta razão há necessidade de um estudo mais aprofundado sobre o sistema de informação gerencial e sua integração com os 15 componentes da organização. Como este tem contribuído para melhorar o atendimento e quais mudanças neste sistema, se aplicadas, gerariam uma efetiva contribuição para elevar o conceito do serviço prestado e iriam refletir nos componentes da organização. Primeiramente foi efetuada breve introdução, o estudo será dividido em três capítulos, no primeiro será abordada a fundamentação teórica utilizada como referência do estudo, a ambientação aos componentes da organização e análise do Sistema de Informação Gerencial. No segundo capítulo será abordada a metodologia aplicada para confecção do estudo, delimitando-se os tipos de pesquisa utilizados, objetivo da pesquisa, e forma de atingi-los, assim como a delimitação do problema identificado. No terceiro capítulo consta o desenvolvimento do tema, descrição da empresa estudada e sua estrutura de funcionamento, análise das relações humanas, modelo gerencial encontrado e análise do sistema de informação gerencial. Encerra-se o estudo com as considerações finais, onde é efetuada uma análise de como os objetivos foram atingidos identificando-se as principais contribuições do estudo e as análises do sistema encontrado, finalizando com a exposição das referências bibliográficas utilizadas. 16 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 AMBIENTAÇÃO AOS COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO A ambientação aos componentes da organização é importante para que seja percebido o conceito de empresa, as formas que esta se apresenta, além de sua estrutura, a forma como as teorias de administração existentes abordam seus elementos, o papel dos gestores dentro da organização e o envolvimento que ocorre entre indivíduo e empresa, verificado o requisito do cliente de uma organização, que é a qualidade. 1.1.1 Empresa – Definição O conceito de empresa segundo Mossimann e Fisch (1999), define que uma empresa é um grupamento humano com hierarquias, a qual utiliza os meios intelectuais, físicos e financeiros, assim extraindo, transformando, transportando, distribuindo riquezas ou produzindo serviços. Seguindo seus objetivos definidos pela direção, intervindo em diversos graus, tendo uma utilidade social. Deste modo, as empresas podem ser classificadas segundo Arantes (1998) em relação aos seus objetivos: • Comerciais: terceiro setor da economia, o objetivo principal é a comercialização de produtos em geral. • Industriais: o segundo setor da economia transforma matéria-prima em outros produtos. • De prestação de serviços: desmembramento do terceiro setor, seu objetivo é o oferecimento de serviços comerciais, pessoais ou comunitários, a terceiros. A empresa pode também ser classificada quanto ao seu tamanho, dependendo o número de empregados e volume de negócios como: grande, média, pequena ou micro. Pela sua estrutura pode ser classificada segundo Arantes (1998) como: a) Individual: apenas uma pessoa formando capital. b) Coletiva: várias pessoas formando capital, o tipo mais comum é de sociedade, que é o nome que se dá ao agrupamento de pessoas para a realização de atividades privadas, na forma de uma pessoa jurídica. 17 c) Pública: é a pessoa jurídica de capital público. d) Mista: é uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. Pela forma de organização as empresas podem ser classificadas como linear ou militar, funcional, Estado Maior ou Staff. A empresa Linear ou Militar, segundo Chiavenato (2000) é a forma estrutural mais simples e antiga, com origem nos antigos exércitos, o nome organização linear dá-se pela existência de linhas diretas únicas de autoridade e responsabilidade na interação superior-subordinado. É determinada pelo formato piramidal, sendo as linhas de comunicação estabelecidas com rigidez, possuindo as seguintes características segundo Chiavenato (2000): a) Autoridade linear ou única: é baseada no nível hierárquico, sendo uma autoridade de comando. b) Linhas formais de comunicação: as comunicações são limitadas ao desenho do organograma. c) Centralização das decisões: assim como a comunicação, as decisões devem seguir o organograma, sendo centralizadas no topo, as responsabilidades são distribuídas de acordo com os níveis hierárquicos. d) Aspecto piramidal: à medida que se sobe na cadeia hierárquica diminui o número de cargos, sendo estes generalizados e centralizados, objetivando uma visão global da organização, e à medida que desce aumenta o número de cargos especializados e sendo delimitadas as responsabilidades, oferecendo uma visão específica. A Organização Funcional segundo Chiavenato (2000) possui uma autoridade funcional baseada na especialização e conhecimento, cada subordinado reporta-se a vários superiores e estes não tem autoridade total sobre os subordinados. A comunicação baseia-se em linhas diretas, não necessitando de intermediação, buscando desta forma maior rapidez nas comunicações entre os diferentes níveis. As decisões na organização funcional são descentralizadas e delegadas aos órgãos especializados, quem promove as decisões é a especialidade não a hierarquia. A organização funcional possui ênfase na especialização, primando que todos os órgãos ou cargos em todos os níveis sejam especializados, cada indivíduo contribuindo com sua especialidade. A Organização Estado Maior, ou Linha-Staff é a combinação entre a organização linear e a funcional, coexistem órgão de linha e assessoria, como órgãos de execução e órgãos de apoio respectivamente. Em relação aos objetivos, as atividades de linha estão relacionadas 18 com os de base da organização, as atividades-fins, enquanto as de staff se relacionam indiretamente com estes objetivos: atividade-meio. Os órgãos de linha decidem e executam as atividades principais, exercendo a autoridade linear, enquanto os órgãos de staff exercem autoridade de assessoria, planejamento e controle, exercendo autoridade funcional. As características das organizações Linha-Staff segundo Chiavenato (2000) são: • Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional. • Coexistência entre as linhas formais de comunicação com as linhas diretas de comunicação. • Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e suporte (assessores). • Hierarquia e especialização, predominando a hierarquia, reunindo em um só tipo de organização autoridade hierárquica e a autoridade de conhecimento. Visto as classificações da empresa e sua estruturação é importante conceituar o tipo de organização em que o trabalho é estruturado, a autarquia. Di Prieto (2001) define que a autarquia é a entidade administrativa autônoma, criada por lei, que possui personalidade jurídica própria, com patrimônio e receita própria, para executar atividades típicas da Administração Pública. Para seu melhor funcionamento, requerem uma gestão administrativa e financeira descentralizada. As características principais das Autarquias são: • Atividade exclusivamente pública – função típica do Estado; • Não há fins lucrativos; • Criada por lei específica; • Personalidade jurídica de direito público; • Patrimônio próprio; • Imunidade de impostos. A Constituição Federal (Brasil, 1988) que determina onde possui patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública, cuidando de determinado tipo de serviço público. Para Di Prieto (2001) o serviço público é "toda a atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob o regime jurídico total ou 19 parcialmente público". As atividades desenvolvidas pelas autarquias devem ser voltadas aos interesses da coletividade. Ainda Silva Neto (1998) contribui para a denominação, pois mesmo como autarquia, é classificada como uma empresa, pois esta é constituída de um organismo institucional, agindo de forma estratégica, num processo que objetiva a criação de valor e, portanto, necessita que o desempenho de seus processos no nível estratégico e no operacional, seja planejando, implementado e controlando (mensurando) de modo satisfatório. Sendo analisada como um sistema organizacional, não importando sua forma jurídica, como é constituído e qual é a natureza dos benefícios que gera (SILVA NETO, 1998). As autarquias têm foco na prestação de serviços, visto que não visam o lucro, e servem como instrumentos do Estado, oferecem serviço individualizado ao cliente. São exemplos de autarquias a Agência Espacial Brasileira, a Radiobrás, o INMETRO, o Banco Central do Brasil e o INSS. No processo de produção de riqueza, conforme Mossimann e Fisch (1999) é necessário uma ação do homem, onde esta ação está presente nos vários subsistemas que compõem a empresa. Sendo estes sistemas interdependentes, interagindo de uma forma que a empresa possa atingir seus objetivos, mostrando que a organização é um sistema composto por vários elementos, sendo que cada um contribui para o resultado alcançado. 1.1.2 Os Modelos Gerenciais Conforme o conceito de empresa percebe-se que esta se constitui não apenas de recursos físicos e financeiros para atingir suas metas, o grande capital da empresa é o capital humano. A organização observa que para cumprir e estabelecer seus objetivos necessita de um patrimônio humano disposto a colaborar no processo de produção e controle de resultados. O capital humano também deve estar disposto a contribuir para a melhoria no desempenho das atividades, neste quesito é fundamental salientar o papel do líder dentro da organização, devido à responsabilidade que é atribuída a ele: a de facilitar o processo produtivo e gerenciar a integração entre as pessoas e o ambiente de trabalho, além é claro do próprio trabalho. 20 No decorrer do desenvolvimento das organizações, pode-se observar, em diversos momentos, a evolução do modelo escolhido em cada fase da administração para gerenciamento dos processos. Com base no estudo de Taylor, segundo Chiavenato (2000) criou-se a abordagem da Administração Científica onde a ênfase é nas tarefas. Seu nome é devido à aplicação dos métodos das ciências aos problemas da administração, sendo seus principais métodos científicos a observação e mensuração. Tendo como principal incentivo eliminar o desperdício e perdas sofridas pela empresa, elevando os níveis de produtividade aplicando métodos e técnicas da engenharia industrial. É fundamentada nos seguintes princípios segundo Chiavenato (2000): • Planejamento: substituição do critério individual, por métodos baseados em estudos científicos (estudo do trabalho), substituindo a improvisação pela ciência. • Preparo: selecionar os trabalhadores de acordo com suas aptidões, preparando-os para produzir mais e melhor. • Controle: certificar-se de que o trabalhado está sendo executado seguindo os métodos estabelecidos para sua execução. • Execução: a execução do trabalho deve ser disciplinada, ou seja, deve se distribuir as atribuições e responsabilidades de acordo com as aptidões de cada trabalhador. Ao analisar a aplicação dos elementos e princípios da Administração Científica, segundo Chiavenato (2000) é possível destacar as seguintes conseqüências: a) Mecanicismo: pouca atenção do elemento humano, concebendo a organização como uma máquina, arranjo rígido e estático de peças. b) Superespecialização do Operário: divisão e subdivisão de toda operação, tornando-a simples, não necessitando de alta qualificação de mão-de-obra, reduzindo custos de seleção e treinamento. c) Visão Microscópica do Homem: determina que o homem é preguiçoso e ineficiente, devendo o trabalho ser padronizado, sendo o trabalho do homem abordado com um processo acessório da máquina. d) Abordagem de sistema fechado: visualização das empresas como entidades autônomas, sem incidência de influência fora dela. Visualizando apenas o que acontece dentro dela. A administração científica baseia-se, portanto na racionalização do trabalho, visando ao aumento da lucratividade da organização. Quinn e Faerman (2003) classificam a 21 Administração Científica como Modelo gerencial de metas racionais, o qual estipula que os critérios de eficácia organizacional são a produtividade e o lucro, acreditando que uma direção clara acarreta em resultados produtivos, focada na elucidação de objetivos, análise racional e tomada de iniciativas, sendo o principal termômetro o lucro-líquido da organização, o que levava aos dirigentes que utilizavam este pensamento ao tratamento áspero aos funcionários. Taylor apud Quinn e Faerman (2003) define quatro princípios gerenciais: • Desenvolva uma ciência para cada função, substituindo o velho método de princípios gerais. • Selecione os trabalhadores de maneira sistemática, de modo que sejam adequados para suas tarefas, e treine-os de forma eficaz. • Ofereça incentivos, de modo que os trabalhadores se comportem de acordo com os princípios da ciência já desenvolvida. • Dê apoio aos trabalhadores, planejando minuciosamente seu trabalho e facilitando a consecução de suas atribuições. Em sua obra Fayol apud Quinn e Faerman (2003), estabelece os princípios gerais de administração, dentre os quais se destacam a divisão do trabalho, autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação do interesse individual ao interesse geral, remuneração do pessoal, centralização. A cadeia hierárquica, ordem, um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar, eqüidade que é a combinação de generosidade e justiça, também a estabilidade de pessoal, pois uma elevada rotatividade aumenta a ineficiência. A iniciativa e o espírito de corpo. As principais conseqüências da aplicação da Teoria Clássica segundo Chiavenato (2000) são: a) Abordagem simplificada da organização formal: concebe a organização em elementos lógicos, formais, rígidos, não considerando o conteúdo psicológico e social, partindo do pressuposto que a aplicação dos princípios gerais da administração: divisão do trabalho, especialização, a unidade de comando e amplitude de controle, já proporcionam à empresa máxima eficiência. b) Ausência de trabalhos experimentais: substituição do empirismo e improvisação por técnicas científicas. c) Racionalismo na concepção da administração: visa à eficiência do ponto de vista técnico e econômico. 22 d) Teoria da Máquina: considera a organização sob a ótica do comportamento mecânico, sendo que as ações ou causas serão efeitos ou conseqüências numa relação determinística. e) Abordagem de Sistema Fechado: assim como na Administração Científica, a Teoria Clássica trata a organização como um sistema fechado, não recebendo influências externas, possuindo variáreis conhecidas e previsíveis. Sendo este modelo de gestão classificado por Quinn e Faerman (2003) como de processos internos, complementar ao modelo de metas racionais, onde os critérios de eficácia são a estabilidade e a continuidade, onde a rotinização leva a estabilidade. A ênfase é em processos como a definição de responsabilidades, mensuração, documentação e manutenção de registros. Definido pelo clima organizacional hierárquico, a função do gerente consiste em ser um monitor tecnicamente competente e um coordenador confiável (QUINN e FAERMAN, 2003). Pode-se então verificar que a principal diferença entre a Administração Científica e a Teoria Clássica, é o foco que é dado em suas proposições, enquanto a primeira tem ênfase nas tarefas, a segunda dá ênfase na estrutura da organização. Após a ampla divulgação da Teoria Administrativa, tanto a Administração Científica e a Teoria Clássica, são utilizadas em diversos ramos de atividades, porém surge no desenvolvimento industrial da década de 30, a necessidade de outra abordagem, a Humanística, com a análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho. Como um movimento de oposição à Teoria Clássica da Administração, surge a Teoria das Relações Humanas, tendo como premissa a necessidade de se humanizar e democratizar a administração, o desenvolvimento das ciências humanas, com ênfase na psicologia. Os princípios básicos da Teoria das Relações Humanas conforme Chiavenato (2000) são: a) Nível de produção resultante da integração social: o nível de produção é determinado pelas normas sociais e expectativas do grupo, sendo a capacidade social do trabalhador a determinante do nível de competência e eficiência. A integração social do grupo eleva a capacidade de produção pelo nível de disposição de produzir que gera. b) Comportamento Social dos Empregados: o comportamento do empregado está relacionado com o do grupo. Sendo os padrões do grupo determinantes do envolvimento do indivíduo. 23 c) Recompensas e sanções sociais: o nível de produção do empregado determina sua posição no grupo, conforme o nível esperado pelo grupo. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, aprovação social e participação. d) Grupos informais: observação dos elementos informais da organização, como comportamento social, crenças, atitudes, expectativas e motivação. e) Relações humanas: dentro da organização as pessoas participam de grupos sociais, mantendo uma constante interação social, sendo que as relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre as pessoas e os grupos. O administrador pode melhorar resultados com a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre. f) Importância do Conteúdo do Cargo: os operários trocam de posição para variar e evitar a monotonia, o que eleva o moral do grupo. g) Ênfase nos aspectos emocionais: passa-se a atentar para os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano, advindo a sociologia das organizações. A Teoria de Relações Humanas preza pela influência da motivação humana no desenvolvimento de suas atividades, pois a motivação procura explicar por que as pessoas se comportam. As principais conseqüências de seu uso segundo Chiavenato (2000) são: a) Oposição à Teoria Clássica: seu teor tem fortes contradições com a Teoria Clássica, pois sua ênfase é exatamente o que a outra não prioriza, além deixar de lado os princípios que para a Teoria Clássica são principais. b) Concepção romântica do operário: a imaginação de um trabalhador feliz, produtivo e integrado no ambiente do trabalho. c) Parcialidade das conclusões: restringe-se apenas a organização informal, enfatizando os aspectos informais da organização e não considerando os aspectos formais. d) Ênfase nos grupos informais: supervalorização da coesão do grupo para elevação da produtividade. Trazendo para a visão da administração: a participação dos indivíduos da base da pirâmide na solução dos problemas, necessidades de relacionamento e franqueza entre os indivíduos e grupos, competência dos administradores focada no relacionamento interpessoal, introdução das ciências do comportamento nas praticas administrativas, definição de uma filosofia humanística e atitude voltada para a pesquisa e o conhecimento profundo da natureza humana. 24 e) Enfoque manipulativo das Relações Humanas: enfoque no desenvolvimento pessoal, esquecendo-se do objetivo principal da organização que é a produção de bens e gerar lucros. Visando modificar o comportamento do empregado em favor dos objetivos da administração. A Teoria de Relações Humanas, segundo Quinn e Faerman (2003) também chamada de modelo managerial, ainda pode ser descrito como um modelo gerencial, onde o foco é pelo compromisso, coesão e moral, definindo que o envolvimento resulta em compromisso, os valores centrais são participação, resolução de conflitos e construção de consenso. Utiliza-se para figuração da Teoria de Relações Humanas um círculo como símbolo, pois a ênfase nesse modelo é a igualdade e abertura, a organização passa a ter uma atmosfera informal, formada por equipes, onde o processo decisório baseia-se no profundo envolvimento dos colaboradores. Quando é constatado que a eficiência de um colaborador diminui, os gerentes passam a desenvolvê-lo, examinando o conjunto de fatores motivacionais, podendo até alterar o grau de participação do indivíduo, ou escolher uma hoste de outras variáveis psicossociais. A função do gerente é assumir o papel de mentor empático e de facilitador centrado em processos (QUINN e FAERMAN, 2003). A Abordagem Neoclássica ou de Processo Administrativo surgiu, segundo Chiavenato (2000), da necessidade de se utilizar os conceitos relevantes da Teoria Clássica e aliar os conceitos e teorias administrativas mais recentes, baseando-se nos seguintes fundamentos: • A administração como um processo operacional, composto pelas funções de planejamento, organização, direção e controle. • Envolve situações variadas da organização. • A administração deve se apoiar em princípios universais. • Os princípios de administração são verdadeiros, assim como os das ciências lógicas e físicas. • O ambiente do administrador é afetado pela cultura, universo físico e biológico. A Teoria Neoclássica ainda possui características principais que segundo Chiavenato (2000) são: a) Ênfase na prática da administração: forte ênfase nos aspectos práticos, pela busca por resultados concretos, visando à ação administrativa. b) Reafirmação dos postulados clássicos: redimensionando-os e reestruturando-os, dando-lhes uma configuração mais ampla e flexível. 25 c) Ênfase nos princípios gerais da administração: estabelecem normas de comportamento administrativo, apresentação e discussão dos princípios gerais: planejar, organizar, dirigir e controlar. d) Ênfase nos objetivos e nos resultados: a organização existe para alcançar objetivos e produzir resultados, sendo em função destes que deve ser estruturada e orientada. Considerando os meios na busca da eficiência, enfatizando os fins e os resultados na busca de eficácia. e) Ecletismo: além de absorver os conceitos da Teoria Clássica, busca outras teorias, como a Teoria das Relações Humanas. Para a Teoria Neoclássica a organização consiste em um conjunto de posições funcionais e hierárquicas, orientando para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços, sendo esses princípios segundo Chiavenato (2000): a) Divisão do trabalho: para ser eficiente a organização deve se basear na divisão de trabalho inclusive nos níveis mais altos da hierarquia. b) Especialização: é uma conseqüência da divisão de trabalho, pois cada órgão ou cargo passa ter funções e tarefas específicas. c) Hierarquia: também como conseqüência da divisão do trabalhado, é intensa a diversificação funcional na organização. As funções passam a pluralizar, impostas pela especialização, a organização passa a precisar de uma estrutura hierárquica para dirigir as operações. Surgindo o processo de transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores da hierarquia, a delegação. d) Amplitude administrativa: é o número de subordinados que um administrador pode supervisionar, determinando o tipo de abordagem que a organização deseja, pois uma organização alongada possui vários níveis hierárquicos, enquanto uma organização achatada aproxima a base da cúpula, e visa melhorar as comunicações. Da Teoria Neoclássica surge o modelo dos sistemas abertos, conforme Quinn e Faerman (2003) descrevem, a organização percebe a necessidade de competir em um ambiente cheio de ambigüidades e competitivo, utilizando como critério de eficácia organizacional a adaptabilidade e apoio externo. Tendo como ênfase a flexibilidade e a respostas organizacionais capazes, utilizando como símbolo uma ameba – um organismo muito sensível capaz de mudar rapidamente, ágil 26 nas respostas ao meio. A premissa, no tocante aos meios e fins, é que a adaptação e inovação contínuas promovem a aquisição e manutenção de recursos externos. Os processos fundamentais são a adaptação política, a resolução criativa de problemas, a inovação e o gerenciamento da mudança. A organização tem uma atmosfera inovadora mais uma adhocracia, que uma burocracia. A Tabela 1 mostra um comparativo entre os modelos classificados por Quinn e Faerman (2003), como metas racionais (Administração Científica), processos internos (Teoria Clássica), relações humanas, e sistemas abertos (Influência da Teoria Neoclássica). METAS RACIONAIS Produtividade, lucro PROCESSOS INTERNOS Estabilidade, continuidade Teoria meios e fins A direção clara leva a resultados produtivos Envolvimento Rotinização leva resulta em à estabilidade compromisso Ênfase Explicitação de metas, análise racional, tomada de iniciativas Participação, Definição de resolução de responsabilidade, conflitos e mensuração, criação de documentação consenso Atmosfera Econômicoracional: “lucro líquido” Hierárquico Orientado a equipes Inovadora, flexível Diretor e produtor Monitor e coordenador Mentor e facilitador Inovador e negociador ou mediador Critério eficácia Papel do gerente RELAÇÕES HUMANAS Compromisso, coesão, moral SISTEMAS ABERTOS Adaptabilidade, apoio externo Adaptação e inovação contínuas levam à aquisição e manutenção de recursos externos Adaptação política, resolução criativa de problemas, inovação gerenciamento da mudança Tabela 1 - Os quatro modelos gerenciais Fonte: Adaptado de Quinn e Faerman (2003). Cada modelo tem um oposto percebido, melhor relacionado na Figura 1. O modelo das relações humanas, definido pela flexibilidade e foco interno, entra em agudo contraste com o das metas racionais, definido pelo contraste e foco externo. No primeiro, por exemplo, as 27 pessoas têm um valor inerente. No segundo, só têm valor na medida em que fazem uma contribuição significativa para a consecução das metas. Figura 1 - Valores competitivos: Critérios de Eficácia Fonte: Adaptado de Quinn e Faerman (2003) O modelo de sistemas abertos, definido por flexibilidade e foco externo, opõe-se ao modelo dos processos internos, definido por controle e foco interno; enquanto aquele cuida de adaptar-se à transformação contínua do ambiente, este tem em vista a manutenção da estabilidade e continuidade no seio do sistema. Os paralelos entre os modelos também são importantes. Os modelos de relações humanas e sistemas abertos compartilham a preocupação com a flexibilidade. Os modelos de sistemas abertos e metas racionais dão relevo ao foco externo. Os modelos de metas racionais e processos internos salientam o controle. E os modelos de processos internos e relações humanas têm em comum a ênfase no foco interno. 28 Dentro desta perspectiva pode-se analisar que a organização atualmente não necessariamente está inserida em um dos quatro modelos, mas dependendo da ótica empregada no processo gerencial, haverá características de todas elas, pois até a organização mais humanizada sente necessidade de certa burocracia, autoridade, olhar para fora, olhar para dentro, ou ainda olhar para pessoas, quase sempre ao mesmo tempo. As organizações, no anseio do gestor, devem se adaptar e flexibilizar, mas também devem adquirir estabilidade e controle. 1.1.3 Os Gestores Os gestores para Robbins (2005) realizam seus trabalhos por meio do trabalho de outras pessoas, tomando decisões, alocando recursos e dirigindo as atividades de outros com o intuito de atingir determinados objetivos. Segundo Chiavenato (2000) o administrador possui quatro funções básicas: planejar, organizar, dirigir e controlar. Sendo formado um ciclo com esta seqüência de funções conforme apresentado na Figura 2, permitindo a contínua correção e ajustamento, por meio de uma retroação. PLANEJAMENTO CONTROLE CICLO ADMINISTRATIVO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO Figura 2 - Ciclo administrativo Fonte: Adaptado de Chiavenato (2000). A organização segundo Silva Neto (1998) é uma unidade social conscientemente coordenada, a qual funciona para atingir um objetivo comum. Robbins (2005) define que os executivos possuem a tarefa de definir estes objetivos e as formas de alcançá-los de forma 29 eficaz. São as pessoas que supervisionam as atividades das outras e que são responsáveis pelo alcance dos objetivos das organizações, podendo ser chamados de administradores, especialmente nas organizações sem fins lucrativos. Os executivos segundo Robbins (2005) realizavam pela Teoria Clássica, cinco funções gerenciais: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar, atualmente estas tarefas foram condensadas em quatro: planejamento, organização, liderança (comando e coordenação) e controle. Arantes (1998) destaca que a função de planejamento, é a definição das metas da organização, o estabelecimento de uma estratégia para o alcance destas, e o desenvolvimento dos planos macros e micros para integrar e coordenar as atividades. Os executivos também são responsáveis pela elaboração da estrutura da empresa. Essa função é chamada de organização e inclui a determinação de quais tarefas devem ser realizadas, quem vai realizá-las, como elas serão agrupadas, quem se reporta aquém e em que instâncias as decisões serão tomadas. Todas as organizações englobam pessoas, e é parte do trabalho do executivo dirigir e coordenar essas pessoas. Essa é a função da liderança. Quando os executivos motivam os funcionários, dirigem as atividades dos outros, escolhem os canais mais eficientes de comunicação ou resolvem conflitos entre as pessoas, eles estão exercendo a liderança. O controle é a última das funções exercidas pelos executivos. Para garantir que a empresa atinja seus objetivos, o executivo precisa monitorar o desempenho da organização. O desempenho deve ser comparado às metas estabelecidas. Quando ocorre um desvio nas metas é responsabilidade do executivo agir de forma que a organização volte a seguir atingindo seus objetivos. Monitorando, comparando e se possível corrigindo, estas são as tarefas básicas da função de controle. Dentro das organizações os gestores desenvolvem papéis para atingir aos objetivos, a Tabela 2 destaca os três papéis dos executivos, sendo que estes nada mais são do que o desafio do gestor, uma vez que sendo um símbolo de liderança, precisa manter um relacionamento amigável com seus subordinados. Os executivos devem monitorar os processos e as pessoas, mediando conflitos empresa-empregado e empregado-empregado, tendo a função de transmitir os conhecimentos para facilitar as atividades, alocar os recursos certos nos locais certos e na hora certa, além de buscar a melhoria contínua, atuando como um empreendedor. 30 PAPEL I N T E R P E S S O A L I N F O R M A Ç Ã O D E C I S Õ E S Figura de proa Líder DESCRIÇÃO É o símbolo da liderança, necessário para o desempenho de diversas atividades rotineiras de natureza legal ou social. Responsável pela motivação e direção dos subordinados. Ligação Mantém uma rede externa de contatos que fornece favores e informações. Monitor Recebe uma grande variedade de informações, funciona como o sistema nervoso central para as informações internas e externas da organização. Disseminador Transmite as informações recebidas de fontes externas ou de subordinados para os demais membros da organização. Porta-voz Transmite externamente informações sobre os planos, políticas, ações e resultados da organização, atua como um especialista no setor econômico ao qual pertence a organização. Empreendedor Busca oportunidades dentro do ambiente organizacional e inicia projetos de mudança. Gerenciador de É responsável por ações corretivas quando a organização turbulências enfrenta distúrbios sérios e inesperados. Alocador de recursos Toma decisões organizacionais significativas, ou as apóia. Negociador Responsável por representar a organização em negociações importantes. Tabela 2 - Papéis dos Executivos Fonte: Adaptado de ROBBINS (2005). Para desempenhar com maestria o seu papel de gestor, ele precisa acima de tudo de habilidades que se não são já intrínsecas, devem ser aprimoradas, Robbins (2005) destaca três habilidades: - Habilidades técnicas: englobando a aplicação do conhecimento ou especificidades, ter conhecimento da área a qual irá comandar, não significando que para isso tenha que ter algum curso de especialização na área, mas sim que saiba o que está sendo feito e possa contribuir para o melhoramento do processo. - Habilidades humanas: a capacidade de lidar com pessoas, podendo compreendê-las e motivá-las, tratando individualmente ou em grupo, poder identificar problemas de relacionamento no grupo, identificar o relacionamento interpessoal, capaz de trabalhar as 31 competências individuais de cada colaborador e as competências do grupo. Sendo fundamental ter a capacidade de mediar os conflitos, e se comunicarem de maneira eficaz. - Habilidades conceituais: capacidade mental para analisar e diagnosticar situações complexas. O processo de decisão exige que o executivo seja capaz de identificar os problemas e desenvolver soluções rápidas para corrigi-los, avaliar essas alternativas e selecionar a melhor, ter a capacidade de processar e interpretar as informações. Mesmo com as habilidades e os papéis definidos do executivo, estes serão desempenhados para direção de outras pessoas, sendo importante ressaltar a preciosidade que é o envolvimento empresa-indivíduo, as interações que ocorrem e a relação comprometimento e produtividade. 1.1.4 Envolvimento Empresa-Indivíduo Para análise da situação da empresa, muitas vezes é preciso uma crise para estimular a mudança, vez que algumas organizações não são propensas a mudanças, leva os processos de forma contínua, apenas com leves ajustes de mercado, sem, contudo observar o valor que tem nas mãos, pois o ser humano é capaz de efetuar as tarefas e ao mesmo tempo, analisar e encontrar soluções tácitas para os problemas. Mas para que o indivíduo venha a contribuir de forma significativa para a organização, a empresa deve observar o envolvimento empresa-indivíduo. Nesse contexto ainda pode-se destacar que é forte a tendência dos funcionários sentirem uma necessidade de se identificarem com os objetivos da empresa, assim estimulando o desenvolvimento profissional. Conforme Michel apud Quinn e Faerman (2003) “os ganhos do comprometimento se dirigem primeiro ao indivíduo: valorização de si próprio e desenvolvimento pessoal”. Portanto, o comprometimento do indivíduo pela organização nada mais é do que uma negociação implícita entre o indivíduo e a organização. Sendo que o nível de comprometimento do indivíduo está intimamente ligado ao nível de correspondência dos anseios pessoais – projeto de vida – e os valores que fazem parte da empresa. Pode ainda destacar que a cultura dos indivíduos é determinante de seus objetivos pessoais. A palavra “cultura” possui vários significados, porém aqui está sendo utilizada de 32 acordo com o conceito de Goguelin apud Costa (2006), onde a cultura do indivíduo é “o conjunto de seus comportamentos adquiridos não conscientes que orientam seu modo de apreensão do ambiente” e também o de Kolasa apud Costa (2006), onde a cultura se refere “às características comuns aos membros de um grupo: o sistema de valores, as crenças, as expectativas e outros tipos de comportamentos. Ela inclui a maneira de se conduzir nas relações interpessoais.” Com base neste conceito pode-se observar que a cultura, está intimamente relacionada com o conceito de que a organização nada mais é do que uma extensão de sua vida, considerando em alguns momentos como uma segunda casa, e seus companheiros de trabalho como membros de sua família. Costa (2006) define que um gestor ao trabalhar seu ambiente interno deve atuar na cultura da organização de forma constante, deve possibilitar que a estrutura organizacional esteja sempre atualizada, transmitindo a necessidade que a empresa tem de se manter viva no mercado. A organização internaliza parte dos valores adquiridos no decorrer do tempo, ainda assim outros podem ser mudados e inovados pelos indivíduos da organização. Devendo o gestor estar ciente de implantar, atualizar, manter e melhorar sempre todos os sistemas de gestão ligados diretamente aos funcionários, treinando as pessoas em ações permanentes, diminuindo a resistência a mudanças. Costa (2006) salienta que quando há um grande número de pessoas inseridas na organização, há entrada de novos valores que irão interagir com os existentes, levando às mudanças. O gestor, neste caso, deve estar preparado para moldar a cultura da organização conforme os novos objetivos encontrados. Para se trabalhar a cultura da organização o gestor não pode esperar que haja uma bandeira sinalizadora de possibilidades, mas sim observar atentamente quando o corpo de funcionários e a organização já não estão interagindo, o que pode gerar desmotivação. 1.1.5 O Requisito do Cliente: A Qualidade Com o aumento da concorrência surge uma necessidade por parte da organização: a de possuir um referencial frente a seus clientes. O foco neste caso é a qualidade nos serviços e a produtividade de seus funcionários, desenvolvendo atividades de redução de custos e aumento de produção. 33 A qualidade segundo Juran e Gryna (1991) pode ser encarada como uma adequação ao uso, já Oakland (1994), pondera, pois deve ser observado que a qualidade será o atendimento das exigências do cliente, portanto é definida pelas expectativas deste. No caso em que o produto a ser oferecido é um serviço, o funcionário é parte do produto, havendo segundo Sorj (2000) uma estreita relação entre características pessoais dos empregados e sua adequação ao trabalho, transformando traços como aparência, idade, educação, gênero e raça em potencial produtivo, portanto as características e competências individuais passam a ser uma condição de empregabilidade. A este tipo de trabalho, em que cada contato é necessário que o empregado sintonize seu comportamento com as emoções de cada cliente individualmente, chama-se trabalho emocional, sendo que estas mudanças constantes de comportamento fazem dos empregados analistas culturais. Portanto, para o aumento da qualidade nos serviços é fundamental que o funcionário esteja inserido no processo de melhoria contínua, esteja sintonizado com os objetivos da empresa, pois os executivos atuais sabem que para realizar os processos de acordo com os requisitos do cliente há necessidade da participação do indivíduo na elaboração e proposta de melhorias. Para melhorar a qualidade do atendimento ao cliente são fundamentais que sejam primeiramente analisadas as habilidades humanas dos funcionários, não quer dizer que cada um terá de ser formar como psicólogo ou sociólogo, ou ainda como psicanalista, apenas que os funcionários devem estar preparados para entender a variedade de formas e saberem se comunicarem. Neste processo, o gestor deve aprender a delegar o controle e os funcionários, a ter responsabilidade sobre seu trabalho e sobre as decisões que tomam, devendo sempre estimular a inovação e a mudança. Outro desafio para o gestor é ajudar o funcionário a equilibrar a vida profissional e a pessoal, ainda mais se tratando do brasileiro, que costuma encarar a organização como uma extensão de sua família, o que traz benefícios como comprometimento, porém traz prejuízos quando exacerbados, uma vez que o funcionário que enfrenta problemas pessoais passa a não ter controle sobre suas emoções e pára de desenvolver seu trabalho prejudicando inclusive os demais. O ritmo de trabalho atualmente também contribui para essa “mistura”, uma vez que as empresas não costumam “dormir”, o funcionamento 24 horas leva principalmente os líderes 34 de equipe a se envolverem de forma intensiva, muitas vezes deixando de lado suas famílias, e quando esta sofre as conseqüências, o outro lado também, perdendo a organização com a produtividade baixa e até a desmotivação de um líder de trabalho ou funcionário. O gestor neste caso deve estar atento com os funcionários e perceber quando este tipo de problema está ocorrendo (ROBBINS, 2005). A organização prestadora de serviços, focada por esta pesquisa visa sempre a satisfação do cliente, sendo importante definir o que é qualidade para o cliente, e como alcançá-la. O foco do estudo é a integração do sistema de informação gerencial com os componentes da organização, portanto, após definir os componentes da organização, é fundamental a definição e análise da forma como a organização pode estruturar o controle dos processos, o fluxo de sistemas, sendo importante definir o sistema de informação gerencial para a análise dos processos da empresa e seus desempenhos. 1.2 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL Para definir de forma clara os objetivos da organização, o envolvimento da rede de comunicação e o processo de gestão da organização, faz-se necessário os conceitos das ferramentas utilizadas no processo decisório. A análise do sistema de informação gerencial requer que sejam explicitados os conceitos de dados, informação e conhecimento, a tecnologia de informação, e seus componentes, além da melhoria que traz aos processos empresariais. Sendo efetuada então, ampla análise do sistema de informação gerencial na gestão empresarial, passando pela classificação dos sistemas, onde se tem a definição dos sistemas de informação. Abrindo o conceito de sistemas de informação verifica-se a existência do sistema de informação gerencial, o que é o foco da pesquisa. 1.2.1 Dados, Informação e Conhecimento Os elementos que conduzem as empresas nos seus negócios, levando a tomada de decisão, segundo Bazzotti e Garcia (2006), são os canais de informação e as redes de 35 comunicação. Através dos canais de informação as organizações definem a origem dos dados a serem analisados, enquanto que as redes de comunicação servem para definir para onde os dados serão direcionados. Neste contexto é fundamental delimitar o que é informação, o que é dado e o que é conhecimento, pois no processo da organização o que leva o sucesso ou o fracasso, segundo Bazzotti e Garcia (2006), é a distinção que a organização faz entre dado, informação e conhecimento. Para Manãs (1999) “Dado não é informação” e ainda “Dado é a expressão em estado bruto e não interpretada de um fato”, não podendo estruturar a tomada de decisão, enquanto que a informação é “um dado registrado, classificado, organizado ou interpretado dentro de um contexto, exprimindo significado” e ainda “é um acréscimo de conhecimento”, portanto apenas com um dado não é possível chegar a uma compreensão de uma situação ou fato, já a informação permite o executivo tomar decisões. Segundo Manãs (1999) as informações podem ser classificadas operacionais ou administrativas. As informações operacionais são geradas das operações correntes nas atividades diárias, enquanto que as informações administrativas são geradas do controle das operações e permitem a tomada de decisões. As informações resultam de um sistema planejado, sendo que se elas não podem ser obtidas, indica que alguma coisa no processo está errada. Para se atingir aos objetivos da organização é preciso seguir os princípios de sistematizar o todo, definir o todo, receber e aplicar as informações (MANÃS, 1999). Com relação à informação deve-se também se ater ao aspecto da oportunidade e prioridade, uma vez que se a informação for produzida, mas não for distribuída a tempo para ser utilizada na tomada de decisão, perde praticamente todo o seu sentido. A sua distribuição está associada à oportunidade e capacidade de reduzir incertezas, devem ser identificadas as prioridades na avaliação e controle do processo, conforme for estabelecido no modelo de gestão da empresa (OLIVEIRA, 2002). Sendo a informação o produto da análise dos dados existentes na empresa, depende diretamente do conhecimento, que Bazzotti e Garcia (2006) define-o como a reunião das ferramentas conceituais, as quais são usadas pelo homem para criar as coisas, colecioná-las, armazená-las e compartilhar as informações absorvidas. As informações devidamente registradas, classificadas, organizadas, relacionadas, e interpretadas em um determinado contexto, transmitem, portanto o conhecimento e permitem 36 a tomada de decisão de forma otimizada, ela representa a consolidação de poder na empresa, quando da coleta das informações, influi o poder anterior já consolidado pelo executivo, começando a pesar a confiabilidade, segurança e a qualidade dos dados e das informações coletadas (OLIVEIRA, 2002). O conhecimento é o que reconhece quais dados e informações podem ser úteis para atingir os objetivos da organização, pois as informações são criadas a partir da transformação dos dados, necessitando para isso do conhecimento (BAZZOTTI E GARCIA, 2006). De posse nas informações coletadas e com base na análise de dados fornecidos pelo sistema o gestor é capaz de tomar as decisões e ter uma visão realista dos passos que irão ser executados (TAIT, 1994). 1.2.2 Tecnologia de Informação A Tecnologia da Informação é o termo utilizado para o conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, o modo de como os recursos estão organizados num sistema, sendo este capaz de executar um conjunto de tarefas (OLIVEIRA, 2002). Rezende (2003) define ainda que para o gerenciamente da enorme quantidade de dados apresentado hoje na organização, é necessária uma estrura bem fundamentada de tecnologia de informação, esta surgiu da necessidade de instrumentos de organização, captação, interpretação e o uso freqüente das informações. As informações segundo Bazzotti e Garcia (2006), que são apresentadas com qualidade e em tempo suficientemente condizente com a tomada de decisão são vitais para a empresa, deteminando o sucesso destas. Ainda Batista apud Bazzotti e Garcia (2006) define a tecnologia de informação como um dispositivo utilizado para tratar os dados e informações, transformando-os de forma que se possa utilizá-los sistematicamente ou esporadicamente. A velocidade em que as informações são encontradas e processadas para gerar meios para o processo decisório são os determinantes do sucesso da empresa. A tecnologia da informação dispõe dos meios de encontrar, armazenar e processar os dados e informações. Segundo Rezende (2003), a tecnologia da informação possui componentes como hardwares e dispositivos periféricos, software, sistemas de telecomunicações e gestão de dados e informações. 37 Sendo que união destes componentes segundo Bazzotti e Garcia (2006) eleva a chance de a empresa agregar um valor maior de mercado, e a capacidade de gerir as informações de forma eficiente. O processo empresarial precisa ter confiabilidade, versatilidade, eficiência e eficácia, sendo a tecnologia da informação utilizada para melhorar o desempenho das atividades, apoiando a reengenharia dos processos empresariais (BAZZOTTI e GARCIA, 2006). Segundo Oliveira (2002) os processos operacionais podem ser tornar melhores em termos de eficiência e os processos gerenciais da empresa mais eficazes se a empresa reduzir custos e melhorar a qualidade e o atendimento ao cliente. As empresas podem vislumbrar novas oportunidades com as melhorias fornecidas pela tecnologia da informação. Porém para que isto ocorra, requer investimento em tecnologias, sendo estes muitas vezes de alto custo para as organizações, além de uma mudança de qualificação técnica de seus funcionários, pois todos devem saber lidar com as novas tecnologias para que o sistema funcione plenamente. 1.2.3 Sistema Os componentes da organização, o capital humano, a interação, os modelos gerenciais, entre outros, são fundamentais para entendimento de como um sistema de informação gerencial é aplicado. Para a formação e análise em qualquer empresa faz-se necessário definir também o que é sistema. Conforme Oliveira (2002): “Sistema é um conjunto de partes integrantes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função.” Em sua busca pela solução dos problemas que encontra no decorrer do tempo, a organização efetua uma união das partes que a compõem, formando assim um sistema, sendo que este resultará nas condições necessárias para se administrar a organização como um todo (BAZZOTTI e GARCIA, 2006). Para Oliveira (2002) os sistemas apresentam alguns componentes, mostrados na Figura 3, como: objetivo, entradas, processo de transformação, saídas do sistema, controles e avaliações do sistema e retroalimentação ou realimentação, ou ainda feedback do sistema. 38 Figura 3 - Componentes de um sistema. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2002). O objetivo do sistema se refere aos dos usuários e do próprio sistema. A finalidade para qual o sistema foi criado é a sua razão de existência. As entradas fornecem o material, energia e a informação para a operação ou processo, sendo que geram saídas que devem estar ligadas aos objetivos estabelecidos. O processo de transformação é a função que possibilita um insumo (entrada) ser transformado em um produto, serviço ou resultado (saída). Este processador é a maneira pela qual os elementos componentes interagem no sentido de produzir as saídas desejadas. O conceito de empresa está intimamente ligado às atividades que executa, sendo que sempre haverá um objetivo a ser alcançado, sendo que este não se refere apenas aos objetivos da empresa, mas também do próprio sistema trabalhado. Para os objetivos serem atingidos há necessidade de uma entrada, sendo esta de matéria-prima, insumos, informações, ou seja, elementos necessários para que o sistema empresarial comece a rodar com a ação do processo de transformação. Saídas do sistema são os resultados da transformação, sendo estes resultados em muitos casos parte do objetivo da empresa, ou está intimamente ligado a ela. Para avaliar se as saídas, o processo de transformação ou as entradas estão válidos para os objetivos há necessidade de um controle e avaliação dos resultados e do processo (OLIVEIRA, 2002). Ainda segundo Oliveira (2002), há o processo de retroalimentação ou realimentação ou Feedback do sistema, sendo este definido como o “processo de comunicação que reage a cada entrada e serve como um instrumento de regulação à medida que as divergências são verificadas, visando diminuir as discrepâncias (controle)”. Possibilitando assim manter a empresa em sua meta. 39 Há ainda os subsistemas, que conforme entendimento de Arenas (1999) são classificados como: • Subsistema institucional: as diretrizes-mestras da organização é o resultado da soma das expectativas dos proprietários da empresa, a crença da organização e as expectativas dos investidores, portanto uma grande parcela da formação dos objetivos são os valores e convicções dos indivíduos participantes do processo. • Subsistema organizacional ou formal: é formado pela estrutura da organização (vertical ou horizontal), tipo de comando (centralizado ou descentralizado), a delegação de poder, as atribuições de responsabilidades e metas, assegurando que todas as atividades da empresa sejam desenvolvidas. • Subsistema de gestão: caracterizado pelo processo de planejamento, execução e controle, que faz parte do processo decisório da empresa, o sistema de informação trará o suporte necessário para conhecimento da realidade da empresa (situação). • Subsistema de informação: para acompanhar as rápidas mudanças que ocorrem nos processos da empresa e do ambiente externo, é necessário ter uma ótima rede de coleta de dados e processamento, uma vez que é esse subsistema que trará o suporte para que o subsistema de gestão efetuar o processo decisório. • Subsistema físico-operacional: São os elementos físicos do processo (as pessoas não estão inseridas nele), sendo nesse subsistema que as coisas irão se transformar, interagindo com outros subsistemas, atingindo assim as metas estabelecidas, cumprindo a missão. • Subsistema sócio-psico-cultural: É o conjunto de pessoas, trazendo consigo temáticas como as necessidades vitais, a cultura, comportamento, criatividade, motivação, liderança e treinamento, possibilitando assim cumprir os objetivos individuais e da organização. Os sistemas, segundo Bazzotti e Garcia (2006), também podem ser classificados como: a) Sistemas Abertos: caracterizam-se pela interação com o ambiente externo, suas entidades e variáveis, a interação da empresa com a sociedade, pois a empresa busca os recursos no ambiente e processa-os visando ao fornecimento ao mercado. b) Sistemas Fechados: caracterizam-se por não interagirem com o ambiente externo, não tendo a necessidade de relação de interdependência com o ambiente externo. Ocorrendo a interação apenas nas partes que compõem o sistema. 40 c) Sistema Empresa: sendo a empresa um sistema aberto, processa recursos brutos e devolve para o meio externo bens ou serviços prestados. Estando, portanto a empresa em constante interação com o ambiente. d) Sistema de Informação: tem por objetivo gerar informações para a tomada de decisões, sendo os dados coletados, processados e transformados em informação. Os sistemas de informação são, portanto uma classificação de sistema, onde uma série de elementos ou componentes são coletados, manipulados e armazenados e disseminados, fornecendo ainda um mecanismo de feedback para a organização (MANÃS, 1999). 1.2.4 Diagrama de Fluxo de Dados Segundo Rezende (1999) o Diagrama de Fluxo de Dados é uma ferramenta utilizada para estruturação de um sistema, representando a imagem do sistema, projeto ou produto, além do modelo de organização, apresentando as etapas do processo com o aumento gradativo de detalhes, utiliza-se dos princípios de modularização e de hierarquização de atividades. Há diversos níveis de DFD representando o fluxo de dados: a) Nível 0: apresenta uma visão clara do produto com todos os macro-processos, com entidades externas, fluxo de dados e depósito de dados principais. b) Nível 1: é uma expansão do nível zero com mais detalhes e mais completo incluindo o tratamento de exceções. A simbologia utilizada segundo Rezende (1999) é mostrada na Figura 4, onde (a) representa as entidades externas, que são categorias lógicas de objetos ou pessoas. Representam origem ou destino de dados, acionam um sistema ou recebem informações, podem ser pessoas, sistemas ou unidades departamentais, possuindo as seguintes regras: a) Letra x: letra para identificação; b) Nome: nome da entidade, como por exemplo clientes, sistema acesso, banco. Para descobrir entidades externas é importante verificar que existem no mínimo: quem usa o sistema (cliente) e quem opera o sistema (departamento A). Em (b) é mostrada a simbologia utilizada para fluxo de dados, que são o meio por onde trafegam as informações, há duas regras para a representação, onde a primeira é a determinação do nome, que é o nome do dado, como por exemplo pedido ou nota fiscal, a segunda é o argumento que deve ser um argumento para acesso à um depósito de banco de dados, como por exemplo um CEP, CPF, ou algum outro código. Sempre envolvem processos 41 não sendo possível o fluxo de entidade para entidade, entidade para depósito de dados ou depósito de dados para depósito de dados. (a) (b) (c) (d) Figura 4 - Simbologia do DFD Fonte: Adaptado de REZENDE (1999) Em (c) são representados os processos, que transformam fluxo de dados em uma atividade, são módulos de sistema, há regras para sua representação como: a) Letra n: número de referência do processo, exemplo: 1, 2, 1.2, 1.2.1; b) Função: descreve o processo no verbo infinitivo, exemplo: cadastrar cliente, arquivar, imprimir relatório, gerar arquivo; c) Loc: local físico onde se desenvolve o processo, exemplo: almoxarifado, atendimento, contabilidade, PCP. Em (d) são representados os depósitos de dados, onde os dados são armazenados, são na verdade arquivos físicos, para representação há o Dn, que é o número do depósito, como 1,2,3 ou D1/1, D1/2, D3/3, e o nome, que é o nome do depósito, como por exemplo: clientes, produtos, contas. Na Figura 5 é possível observar um DFD estruturado genérico, para a construção deste é fundamental que sejam observadas as etapas listadas: a) Identificar e descrever os requisitos funcionais; b) Identificar entidades externas(EE); c) Associar o fluxo de dados que as entidades enviam, consomem ou recebem; d) Identificar consultas Para desenhar o primeiro DFD é preciso iniciar no canto esquerdo com a entidade externa principal, procurando deixar todas as entidades externas nos cantos, na esquerda as entidades externas de origem e na direita as entidades externas de destino, desenhando os 42 fluxos que surgem, processo e depósitos de dados. É preciso verificar se todas as entradas e saídas foram incluídas e associar manutenções aos depósitos de dados. Caso seja preciso explodir ou derivar processos complexos em níveis inferiores. Figura 5 - DFD genérico. Fonte: Adaptado de REZENDE (1999) 1.2.5 Sistemas de Informação Os sistemas de informação segundo Manãs (1999) “é hoje um elemento indispensável para dar apoio às operações e à tomada de decisão na empresa moderna”. O principal propósito da informação é ajudar a empresa, levando assim a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis. O sistema de informação, segundo Laudon e Laudon (2001), contem informações sobre pessoas, lugares e coisas de interesse dentro da organização ou do ambiente que a cerca. As finalidades dos sistemas de informação são a captura e recuperação de dados e sua análise de acordo com o processo de decisão. Dando condições para que as empresas reajam às mutações do mercado e possam se sentir amparadas por um processo decisório coerente e suficiente para garantir a resolução dos problemas (BAZZOTTI e GARCIA, 2006). 43 Segundo Bio (1996) o sistema de informação pode ser classificado em relação aos seus propósitos fundamentais como: a) Sistemas de apoio às Operações: são tipicamente sistemas processadores de transações, ou seja, são redes de procedimentos rotineiros que servem para o processamento de transações recorrentes. b) Sistemas de processamento de transações (SPT): é um subsistema do sistema de apoio às operações, como uma folha de pagamento, processamento de pedidos, envolvendo este sistema com freqüência a tomada de decisões, porém decisões simples, baseando apenas em uma transação. Afeta diretamente a eficiência das operações, com seu desempenho. Segundo Laudon e Laudon (2001) os sistemas ainda podem ser classificados quanto aos seus propósitos fundamentais como sistemas de trabalho do conhecimento e de automação de escritório (STC e SAE). Os sistemas de trabalho do conhecimento (STC) suprem a necessidade de informação no nível de conhecimento da empresa, ajudando os trabalhadores do conhecimento, promovem a criação deste. Assegurando que o novo conhecimento seja integrado ao negócio. Os sistemas de automação de escritório (SAE) ajudam principalmente os trabalhadores de dados, são aplicações de informática projetadas para aumentar a produtividade dos trabalhadores de dados, dando suporte à coordenação e às atividades de comunicação do escritório. Segundo Laudon e Laudon (2001) o sistema de apoio gerencial fornece basicamente informações para a tomada de decisão. O`Brien (2002) define que “quando os sistemas de informação se concentram em fornecer informação e apoio à tomada de decisão eficaz pelos gerentes, eles são chamados sistemas de apoio gerencial”. O sistema de apoio gerencial é ainda classificado como sistema de suporte a decisão (SSD), sistemas de suporte executivo (SSE) e sistema de informação gerencial (SIG). O sistema de suporte a decisão (SSD) fornece suporte ao nível gerencial da organização, Laudon e Laudon (2001) definem que o SSD “ajudam os gerentes a tomarem decisões que são semi-estruturadas, únicas, ou rapidamente modificadas e não facilmente especificadas com antecipação”. Os SSD trazem com freqüência informações de fontes externas. Os SSD oferecem aos usuários flexibilidade, adaptabilidade e uma resposta rápida, operam com pouca ou nenhuma assistência de programadores profissionais, proporcionando 44 suporte às decisões e problemas sem especificidades previamente estabelecidas. Não usam sofisticadas análises de dados e ferramentas de modelagem. Segundo Batista (2004) os sistemas de suporte a decisão podem ser definidos como os sistemas que possuem interatividade com as ações do usuário, oferecendo dados e modelos para a solução de problemas semi-estruturados, focando na tomada de decisão. O sistema de suporte ao executivo (SSE) dá suporte no nível estratégico da empresa, focando as decisões não estruturadas, criando um ambiente computadorizado e de comunicação generalizado. Os SSE são projetados para incorporar dados sobre eventos externos, mas também se utilizam das informações internas. Os SSE filtram, comprimem e monitoram dados vitais, focando a redução de tempo e exige esforços para obter informações proveitosas para os executivos. O sistema de informação gerencial (SIG) consiste no suporte de planejamento, controle e organização da empresa, sendo o foco do estudo, portanto, faz-se necessário destacá-lo conceitualmente. 1.2.6 O Sistema de Informação Gerencial Segundo Oliveira (2002), “Gerencial é o processo administrativo (planejamento, organização, direção e controle) voltado para resultados.” Portanto amarra-se o conceito gerencial ao processo administrativo para que seja lembrado como um todo, voltando os processos para os resultados a serem alcançados pela empresa. Schwartz apud Oliveira (2002) descreve no que consiste um sistema de informação gerencial: “É um sistema de pessoas, equipamentos, procedimentos, documentos e comunicações que coleta, valida, executa operações, transforma, armazena, recupera e apresenta dados para uso no planejamento, orçamento, contabilidade, controle e em outros processos gerenciais para vários propósitos administrativos. Os sistemas de processamento de informações tornam-se sistemas de informações gerenciais quando sua finalidade transcende uma orientação para processamento de transação, em favor de uma orientação para a tomada de decisões gerenciais.” (SCHWARTZ apud OLIVEIRA, 2002) 45 O sistema de informação gerencial (SIG) pode ser citado por OLIVEIRA (2002) como “o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados.” O conceito de Manãs (1999) define Sistema de Informações Gerenciais (SIG) como “sistemas que fornecem uma parte das necessidades gerenciais de informação para o processo de tomada de decisão, dado um particular método de decisão.” Sendo que para atingir os objetivos, o SIG utiliza outros sistemas existentes nas empresas como Sistemas de Apoio às operações e Sistemas de Apoio à decisão ou à gestão. Um ponto importante em um Sistema de Informação Gerencial é a sua abrangência, se permite coletar informações operacionais e se possibilita o processamento e análise destas informações de forma rápida e correta para o sistema de gestão (MANÃS, 1999). O propósito básico de um SIG segundo Stair (1998), “é ajudar a empresa a alcançar suas metas, fornecendo a seus gerentes detalhes sobre as operações regulares da organização, de forma que possam controlar, organizar e planejar com mais efetividade e com maior eficiência”. Os executivos, portanto devem projetar os sistemas de informação gerencial, com base na inserção de dados, prezando tanto os de origem interna como externa, verificando a interação existente entre os meios. 1.2.7 Importância dos Sistemas de Informação Gerencial para as Empresas As organizações passam a ter um diferencial no mercado quando seus processos e indivíduos possibilitam a obtenção das informações de forma rápida e objetiva, mas sem uma devida análise, nada pode ser feito para ajudá-las no processo decisório. Portanto o gerenciamento ou gestão da informação passa a ser o foco da organização quando o assunto é melhorar os sistemas e avaliar desempenhos. O sistema de informação gerencial deve ser integrado conforme a Figura 6, pois o ambiente empresarial e o sistema de informações devem estar em constante troca, assim como a empresa e o sistema de informações internas, sendo estas duas integrações o sistema global de informações, de onde o SIG irá fazer parte, adequado, desta forma, ao processo de planejamento da empresa. 46 Arenas (1999) define que as informações devem ser confiáveis, estar completas e detalhadas no nível necessário, sendo que a idade da informação vai representar o tempo decorrido da data da ocorrência do fato até o da geração da informação, além de qual freqüência a informação é gerada, e de que modo ela atende às necessidades do gestor. AMBIENTE EMPRESARIAL SISTEMA DE INFORMAÇÕES SISTEMA GLOBAL DE EMPRESA Atuação SIG INFORMAÇÕES SISTEMA DE INFORMAÇÕES INTERNAS Figura 6 - Empresa e sistemas de informações Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2002). Segundo Angelo (2007) os níveis de decisão são conhecidos como nível estratégico, tático e operacional e obedecem à hierarquia existente na empresa. As decisões estratégicas ocorrem no topo da cadeia hierárquica, os altos escalões da empresa e geram conseqüências duradouras e difíceis de serem invertidas. Estas se propagam para todos que pertencem à estrutura organizacional da empresa. São tomadas visando um planejamento de longo prazo. As decisões táticas ocorrem nos escalões intermediários da empresa e geram conseqüências de efeito mais curto tendo menor impacto no funcionamento da organização. Estas visam gerenciar e por em prática decisões estratégicas. Já as decisões operacionais são aquelas que visam dar resposta imediata aos problemas diários, seguindo as orientações táticas ou gerenciais, são tomadas na base da cadeia hierárquica. Pode-se visualizar que o tipo da decisão que é tomada em cada nível requer um diferente grau de agregação da informação, bem como uma melhor capacitação e conhecimento técnico, administrativo e organizacional da empresa e acesso à informação 47 necessária para a tomada de decisões. Para uma decisão tática não é necessário que um sistema produza um relatório de faturamento individualizado cliente por cliente, mas somente um resumo do faturamento. Os diferentes níveis de decisão requerem diferentes tipos de relatórios, com diferentes graus de agregação da informação. A Figura 7 mostra que o executivo ao considerar o SIG, deve saber que vai abordar apenas uma parte das informações globais da empresa, lembrando-se o executivo de que o SIG é apenas um sistema projetado para oferecer informações seguras para a tomada de decisões sólidas que resultem na concretização dos objetivos estabelecidos (OLIVEIRA, 2002). Figura 7 - Interação da informação-processo decisório. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2002). É difícil avaliar de forma quantitativa os benefícios alcançados ao se aplicar o sistema de informações gerenciais em uma empresa, como ele melhora o processo decisório, mas pode-se trabalhar com base em algumas hipóteses de benefícios segundo Oliveira (2002), dentre as quais se destaca: • Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos, com menos esforço; • Melhoria na produtividade; • Melhoria nos serviços realizados e oferecidos; • Melhoria na tomada de decisões, através do fornecimento de informações mais rápidas e precisas; • Melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações; 48 • Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos, a partir das constantes mutações nos fatores ambientais; • Otimização na prestação dos serviços aos clientes; • Melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários da empresa, aumentando o nível de motivação das pessoas envolvidas; • Redução da mão-de-obra burocrática e • Redução dos níveis hierárquicos. O check-list serve para que os usuários verifiquem a capacidade de cumprir seus objetivos ao utilizar o sistema de informação gerencial. Alguns aspectos fortalecem os sistemas de informação gerencial nas empresas, pois os SIG são instrumentos para o processo decisório, sendo que a empresa para que possa usufruir das vantagens básicas destacadas por Oliveira (2002), devem observar os seguintes fatores: • O envolvimento da alta e média gestão; • A competência por parte das pessoas envolvidas com o SIG; • O uso de um plano mestre ou planejamento global; • A atenção específica ao fator humano da empresa; • A habilidade dos executivos para tomar decisões com base em informações; • O apoio global dos vários planejamentos da empresa; • A habilidade dos executivos para tomar decisões com base em informações; • O apoio global dos vários planejamentos da empresa; • O apoio organizacional de adequada estrutura organizacional e das normas e procedimentos inerentes ao sistema; • O conhecimento e confiança no SIG; • Existência de informações relevantes e atualizadas; • A adequação custo-benefício. Além da implantação de um sistema de informação gerencial, bem fundamentado, é importante que as empresas possuam os mecanismos para a visualização das informações coletadas, sendo este mecanismo os relatórios do sistema. 49 1.2.8 Relatórios do sistema de informação gerencial Os relatórios gerenciais têm a finalidade de fornecer informações precisas e pontuais, capazes de auxiliar na melhor tomada de decisão, conforme objetivos e estratégias da organização. São documentos que consolidam, de forma estruturada, as informações para a tomada de decisões. É preciso observar que para a empresa possa alcançar os benefícios da implementação do SIG, é preciso que a alta e média administração esteja envolvida, não podendo ser menosprezada a baixa administração, pois é nesta onde serão gerados os dados e informações. Deve-se observar a competência por parte das pessoas envolvidas no SIG, sempre lembrando de que as pessoas que manusearão o SIG devem estar preparadas para apresentar resultados. Segundo Laudon e Laudon (2001) a estrutura dos relatórios gerenciais pode ser diversificada de acordo com a atividade desenvolvida pela organização e com as informações e tópicos que lhes são relevantes para o processo decisório. Em um processo de transformação de dados geralmente são geradas informações úteis, sendo estas visualizadas nos relatórios. Segundo Stair (1998), os relatórios advindos do sistema de informação gerencial são os seguintes: • Relatórios programados; • Relatório indicador de pontos críticos; • Relatórios sob solicitação; e • Relatórios de exceção. Os relatórios programados são aqueles produzidos periodicamente ou de forma programada. Por exemplo, um gerente de produção poderia utilizar um relatório resumido semanal que liste os custos totais com folha de pagamento com a finalidade de monitorar os custos de mão-de-obra e das tarefas. O relatório de pontos críticos é um tipo especial de relatório programado emitido no começo de cada dia, resumindo as atividades do dia anterior. Os administradores obtêm informações sobre as atividades críticas da empresa possibilitando ações corretivas. Os relatórios indicadores de níveis críticos podem resumir níveis de estoques, atividades de produção, volume de vendas. Os relatórios indicadores de pontos críticos estão geralmente ligados aos fatores críticos de sucesso (FCS) de uma organização, de modo que os administradores e executivos possam usar esse relatório para tomar medidas rápidas e de ações corretivas sobre aspectos significativos do negócio. 50 Os relatórios sob solicitação são produzidos somente quando o administrador quer saber sobre um item específico, por exemplo, total da venda de um determinado produto. São desenvolvidos para dar certas informações a pedido de um administrador. Em outras palavras, esses relatórios são produzidos sob solicitação. Um executivo, por exemplo, pode querer saber o nível de estoque de um item em particular. Os relatórios de exceção são parametrizados para informar automaticamente critérios preestabelecidos pela empresa, por exemplo, para se ter um efetivo controle de estoque os administradores parametrizam o sistema para avisar quando determinado produto está com estoque abaixo do mínimo ideal. Diante deste contexto, conclui-se que os relatórios produzidos pelo sistema de informação gerencial deveriam ser fornecidos de acordo com a necessidade dos gerentes. Eles podem ser diários, semanais, mensais e apresentar informações de cunho financeiro, administrativo, e contábil. 1.2.9 Condições de tomada de decisão Deve-se também salientar que todos os preceitos apresentados estão dentro de um enfoque sistêmico, devendo então ser lembrados os fatores de produtividade, qualidade e relações humanas, e ainda seus níveis: corporativo, das unidades de negócios, dos departamentos, dos produtos, dos serviços e das pessoas. Sendo este último fator, para Oliveira (2002), fator de relações humanas, e seu nível, o de pessoas, o primeiro a ser abordado para qualquer programa de desenvolvimento, fica claro que os fatores comportamentais como a criatividade, influenciam no resultado, como também o resultado influencia o comportamento, a Figura 8 mostra como a criatividade interage com o processo de decisão. 51 Figura 8 - Criatividade e realização do executivo no SIG Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2002). Outro ponto importante é a definição de quem deve elaborar o SIG dentro de uma empresa, a melhor forma de elaborar o SIG é utilizando o capital humano da empresa. As pessoas que lidam diretamente com os processos são capazes de distinguir os corretos, dos imprecisos e ainda chegar a proposições de melhoria de forma simples e rápida. A pessoa mais indicada para a elaboração de um SIG, levando em consideração o nível de conhecimento que possui é um gestor, este com pleno conhecimento de todo o macro e sub-processo empresarial é capaz de equilibrar a produtividade, qualidade e as relações humanas. Devem-se estabelecer os processos de comunicação, de onde virão as informações básicas para as decisões da empresa, através da geração de informação para o processo decisório, contribui-se assim para a eficácia da ação do gestor envolvido no processo, o qual se baseia nos quatro princípios: planejamento, organização, direção e controle, pode-se citar ainda um tripé básico de sustentação da empresa: qualidade, produtividade e participação, ilustrado na Figura 9. 52 EMPRESA QUALIDADE PRODUTIVIDADE PARTICIPAÇÃO Figura 9 - Tripé básico da sustentação da empresa Fonte: Adaptado dos conceitos de OLIVEIRA (2002). Onde sem a devida atenção em um destes fatores comprometem todo o sistema da empresa, o gestor na tomada de decisão ao analisar os relatórios que apresenta o sistema de informação gerencial da empresa, deve acima de tudo, incluir na sua análise todos os elementos básicos de sustentação da empresa. Para confecção e uso de um plano-mestre para a implantação do SIG, uma vez que será implementado e operacionalizado por várias unidades organizacionais da empresa, não pode ser esquecido o fator humano da organização, pois há necessidade de uma participação efetiva dos funcionários. Dois itens devem ser destacados para que o SIG seja implementado com sucesso, a habilidade dos executivos e o apoio global de toda a empresa. A habilidade dos executivos em identificar as informações e de tomar decisões com base nelas, parece óbvio, mas sem isso não haverá resultado algum com a implantação de um sistema de informações gerenciais. O apoio global de toda a empresa catalisa o sistema de controladoria, consolidando assim o SIG na empresa, deve-se também conhecer e confiar no sistema de informações gerenciais, treinando todos os funcionários, alertando a importância das informações coletadas e da sua contribuição para o processo. A atualização dos dados e informações é crucial para o sucesso de todo o processo, proporcionando a sustentação adequada do desenvolvimento e implementação do SIG nas empresas (OLIVEIRA, 2002). Conforme demonstra a Figura 10, pode-se observar que a informação provoca um impacto nas decisões dos executivos e que a utilidade da informação está ligada ao tempo em que é utilizada, sendo assim definido valor da informação para a empresa. 53 IMPACTO NAS DECISÕES TEMPO DE UTILIZAÇÃO VALOR DA INFORMAÇÃO UTILIDADE DAS INFORMAÇÕES Figura 10 - O valor das informações Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2002). Todo SIG deve ter como sustentação um banco de dados adequado, onde este pode ser definido segundo Oliveira (2002) como: “Banco de dados é uma coleção organizada de dados e informações que pode atender às necessidades de muitos sistemas, com um mínimo de duplicação, e que estabelece relações naturais entre dados e informações (OLIVEIRA, 2002).” O banco de dados corresponde à reunião e ao agrupamento de dados e informações, atendendo assim as necessidades da empresa, porém muitas vezes surgem dificuldades como a falha em se relacionar o sistema com o processo decisório. Acarretada pela coleta de dados irrelevantes ou pela omissão de dados importantes. O gestor segundo Oliveira (2002) ao tomar a decisão pode ficar sobrecarregado com tarefas simultâneas como executar e avaliar, não conseguindo determinar os resultados e os cursos de ação desejáveis. O sistema de informação gerencial como instrumento de gestão é um diferencial de competitividade, as informações e o conhecimento são recursos estratégicos essenciais para o sucesso de uma empresa. Há necessidade de adaptação da empresa no ambiente de concorrência. O gerente deve reagir aos problemas, diagnosticando os maus-funcionamentos dos sistemas de informação e gestão, avaliando as conseqüências para a empresa, pesquisando causas e agindo para saná-las e suprimi-las, ou quando ainda não está atuante, evitá-las. Deve-se antecipar a ação, com pró-atividade, objetivando assim evitar os problemas em sua forma primitiva, sem terem ainda influenciado na organização, conduzindo assim o 54 gestor uma mudança organizacional, capitalizando os conhecimentos, construindo a memória coletiva transmissível da empresa, todos da organização aprendendo, inovando, facilitando assim a evolução da organização (MANÃS, 1999). Os indivíduos têm capacidade limitada de aquisição e análise das informações, uma vez que esta capacidade é saturada com facilidade, se forem unidos os esforços para atingir um propósito, aumenta-se o potencial intelectual da organização, por isso a importância da integração. A Figura 11 mostra a interdependência que ocorre entre funções, recursos e produtos, a informação neste processo serve para que a empresa tenha conhecimento dela própria, sendo que para seu alcance faz-se necessário passar pelo processo de criação das informações (coletar, adquirir, captar), comunicação das informações (circular, transmitir, difundir), tratamento das informações (transformar, utilizar, interpretar) e memorização das informações em suas formas mais diversas (MANÃS, 1999). GERÊNCIA DADOS • • • RECURSOS Humanos Físicos Comunicações PRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO SISTEMAS BASE DE DADOS PROGRAMAS DE APLICAÇÃO PROGRAMAS DE SISTEMAS RESULTADOS Figura 11 - Interdependência das funções, recursos e produtos Fonte: Adaptado de Manãs (1999). 55 As decisões dentro do SIG são tomadas levando em consideração diversas condições existentes na empresa, até mesmo porque a empresa não é um sistema fechado, possui diversas interações com o ambiente, Stephen e Coulter apud Laudon e Laudon (2001) definem que “a situação ideal para a tomada de decisões é a de certeza, ou seja, o administrador pode tomar decisões precisas, pois o resultado de cada alternativa é conhecido”. Já quando as decisões são tomadas com base nas incertezas da organização, os resultados obviamente são desconhecidos, e são gerados conforme a probabilidade de ocorrência. Não sendo possível ao gestor neste caso, visualizar todas as variáveis que estão inseridas no processo. A empresa para se adaptar as transformações do ambiente, deve ter em mente duas razões: informação e imaginação, a primeira para se situar na situação a segunda para solucionar os problemas encontrados e contorná-los. Para que isso ocorra, primeiramente a empresa deve estar em perfeita harmonia, os indivíduos que trabalham nela devem estar conscientes de que trabalham juntos e que o esforço individual contribui para o esforço coletivo, e que qualquer atividade isolada não poderia ser feita se não fosse o empenho dos demais, entrando na questão a sinergia. Frases como a união faz a força exemplificam a idéia da sinergia, como lemas conhecidos, mas existem duas lacunas deixadas neste contexto: o esforço físico e a inteligência. Portanto a razão para os homens se unirem para realizar um projeto é a sinergia, os homens estão em relação de dependência relacional, interagindo suas atividades, para que os esforços individuais possam convergir para um propósito comum, faz-se necessário a coordenação, que é a comunicação e troca de informações, visto que ações isoladas sem o devido conhecimento dos propósitos desenvolvidos pelas organizações, muitas vezes não agregam e ainda podem chegar a ser um prejuízo. A ambientação aos componentes da organização traz alguns dos aspectos das interações que ocorrem na organização, sendo importante relacionar o sistema de informação gerencial, pois nenhuma atividade é possível dentro de uma organização, se esta não estiver estruturada, sendo fundamental uma análise do gestor dentro desta e o modelo de gestão que a organização preza, pois cada modelo de gestão leva a uma concepção de resultados, objetivos estabelecidos e processos a serem utilizados. 56 A organização passa então a poder ser observadas pelos sistemas existentes, os tipos e classificações, provando sua pluralidade, porém mantendo o foco nos objetivos, os sistemas levam a definição de sistema de informação gerencial, sendo nesta pesquisa o foco maior, pois para o estudo foi delimitado o sistema de informação e sua integração com os componentes da organização. 57 2 METODOLOGIA Sendo o objetivo do estudo identificar a integração do sistema de informação gerencial com os componentes da organização, analisando as interações decorrentes desta integração, há a necessidade, primeiramente de conhecer o que está sendo utilizado como ferramenta de gestão na organização estudada, como é o fluxo atual de informação e também de processo, além da composição da estrutura hierárquica das decisões, delimitando a legislação a qual os atos da administração direta pública estão sujeitos e componentes da organização. Portanto faz-se necessário utilizar uma pesquisa exploratória quanto aos objetivos, e pesquisa-ação quando da busca dos procedimentos utilizados pela instituição estudada e pesquisa documental para identificação dos elementos do SIG. Conforme Minayo apud Silva e Menezes (2001), a pesquisa pode ser considerada como uma atividade básica da indagação das ciências e a fonte de descoberta da realidade. Sendo uma prática teórica buscando definição para os processos de forma intrínseca, os inacabados e permanentes. Aproxima-se da realidade fazendo uma combinação particular entre teoria e dados. Demo apud Silva e Menezes (2001) reflete que a pesquisa é uma atividade cotidiana, se a considerando, portanto como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”. Para Gil apud Silva e Menezes (2001), a pesquisa tem um caráter pragmático, e é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. A pesquisa pode ser descrita como um conjunto de ações, para encontrar a solução de um problema, tendo por base procedimentos racionais e sistemáticos. Para que a pesquisa seja realizada é necessário que se tenha um problema e não haja informações para solucioná-lo. Segundo Kerlinger (1980) “problema é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução.” Sob esta perspectiva pode-se definir o problema que originou o estudo como sendo: Levando em consideração as atuais exigências por rapidez na visualização de resultados, como estes são apresentados e como os componentes da organização se integram com o sistema de informação gerencial, como pode- 58 se analisar as informações coletadas e como obtê-las de maneira mais eficaz para o processo decisório? A Pesquisa Quantitativa segundo Gil apud Silva e Menezes (2001) é utilizar tudo que pode ser quantificável, traduzindo em números, opiniões e informações, para classificá-las e analisá-las. Requerendo o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão). O que não será efetuado no estudo, pois não é quantificação que se está buscando. Já a Pesquisa Qualitativa conforme Gil apud Silva e Menezes (2001) é o estabelecimento de uma relação dinâmica entre o mundo real e o subjetivo, que não pode ser traduzido em números. Sendo a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados. Não requerendo o uso de métodos e técnicas estatísticas. Silva e Menezes (2001) complementam que “o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave, é descritiva, os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem”. Do ponto de vista dos objetivos a pesquisa pode ser classificada ainda como Pesquisa Exploratória, pois segundo Gil apud Silva e Menezes (2001), esta pesquisa visa proporcionar familiaridade com o problema tornando-o explícito, construindo desta forma hipóteses. Envolvendo levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências ou vivências práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos estimulando a compreensão, assumindo a forma de Pesquisa Bibliográfica. Portanto para análise do problema, foi escolhida a pesquisa exploratória, onde houve a análise do ambiente e levantamento de problemas, face os objetivos que se quer atingir, está envolvida também a pesquisa bibliográfica, buscando na literatura ferramentas capazes de auxiliar o desenvolvimento, destaca-se a caracterização dos sistemas, ambientação aos componentes da organização e definição de sistema de informação gerencial. Pois, segundo Gil apud Silva e Menezes (2001), a pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet, enquanto busca-se ampliar e aprofundar conhecimentos; estes auxiliam na definição de objetivos e formam o referencial para elaborar a fundamentação dos resultados. Utilizou-se também a Pesquisa Documental, que é elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, como os dados capturados do sistema de informação 59 gerencial. A Pesquisa-Ação foi utilizada, pois quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo geram entre os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema envolvimento de modo cooperativo ou participativo (GIL apud SILVA E MENEZES, 2001). Partiu-se então para a formulação do problema, onde foi determinado o objetivo e a delimitação do estudo que é a integração do sistema de informação gerencial com os componentes da organização. A fase de ação no desenvolvimento de modelo para alcançar as metas estabelecidas foca a elaboração do sistema de informação gerencial para auxílio no processo decisório e a análise da integração aos componentes da organização. A fase de avaliação foi feita para discussão sobre os resultados obtidos, e avaliação do alcance dos objetivos propostos. Ao final serão analisados: os objetivos específicos e as atividades executadas para alcançá-los, assim como as ações para que os objetivos possam ser alcançados. Passa-se então para a demonstração dos resultados da pesquisa exploratória, onde ocorreu a análise da empresa estudada, e a pesquisa-ação, onde também ocorreu a interação entre o objeto do estudo e a pesquisadora. 60 3 A PESQUISA EFETUADA 3.1 ESTRUTURA DA EMPRESA ESCOLHIDA No estudo realizado é necessário definir o tipo de estabelecimento referido, sendo este classificado segundo o conceito de Di Prieto (2001) como uma autarquia, uma instituição pública, a Agência da Previdência Social de Jaraguá do Sul, é uma parte do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS. A instituição encaixa-se perfeitamente no conceito de empresa segundo Mossimann e Fisch (1999). A empresa escolhida foi a Agência da Previdência Social, sendo uma unidade de atendimento do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, como uma instituição pública possui leis que a formam, controlam e regulamentam como a Constituição Federal (Brasil, 1988), a Lei 8.213 (Brasil, 1991), o Decreto 3.048 (Brasil, 1999), e as Instruções Normativas (Brasil, 2005), que são as normas consolidadas, entendimentos das leis que regem o INSS, servindo para o setor administrativo base para consultas. A Lei 8.213 (Brasil, 1991) disciplina a finalidade e os princípios básicos da Previdência Social: “Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.” (Brasil, 1991) Com base no que determina a lei, a Previdência Social foi criada com objetivos específicos, como uma empresa, possui metas a cumprir e deve zelar pela renda do trabalhador. Destes conceitos pode-se perceber claramente que uma empresa deve ser caracterizada pelas pessoas envolvidas, os processos e controles implementados, e constitui valor quer seja financeiro, quer seja humanitário. O que cabe melhor ao conceito do INSS apesar de uma autarquia, também deve prezar pelo controle de gastos e monitorar o desempenho de suas atividades, tanto no âmbito operacional, como no âmbito humano. Sendo uma instituição organizada deve sempre prezar pela transparência nas decisões, transformando os recursos de forma equilibrada, não lesando o cliente, nem a instituição. 61 Uma autarquia exerce, conforme Di Prieto (2001), atividades exclusivamente pública, possui patrimônio próprio, é criada por lei específica, e possui imunidade de impostos. Não há fins lucrativos. A Previdência Social é a parte do atendimento do INSS, a seguradora dos trabalhadores brasileiros, ela age quando os trabalhadores não têm mais meios de continuar na atividade, seja por idade avançada, doença, acidente, maternidade, reclusão, e dá assistência aos seus dependentes na sua falta. A Lei 8.213 (Brasil, 1991) regulamenta os benefícios oferecidos, agrupadas em: a) Benefícios em relação ao segurado: aposentadoria por invalidez (quando da incapacidade total e irreversível), aposentadoria por idade (15 anos de contribuição e 60 anos de idade para mulheres e 65 para homens, quando urbanos), aposentadoria por tempo de serviço (30 anos de contribuição para mulher, e 35 anos de contribuição para homem), aposentadoria especial (25 anos de trabalho comprovadamente insalubres), auxílio-doença (quando da comprovação da incapacidade temporária, superior a 15 dias), salário-família (quando da comprovação da renda compatível, por filho com idade até 14 anos), salário-maternidade (parto ou adoção) e auxílio-acidente (quando da redução ou perda da capacidade laborativa), b) Benefícios quanto aos seus dependentes: pensão por morte (quando da morte do segurado, aos seus dependentes) e auxílio-reclusão (quando da reclusão do segurado, devida às seus dependentes, quando comprovada a renda compatível). c) Benefícios em relação ao segurado e dependente: serviço social (acompanhamento de assistente social) e a reabilitação profissional (para readequação profissional do segurado). Pela carta variada de benefícios oferecidos, estes foram codificados, levando a letra B de benefício e dois dígitos para sua denominação, d) Benefícios oferecidos pela Lei Orgânica da Assistência Social (Brasil, 2004): os quais são custeados pela união, porém são administrados pela Previdência Social, tendo como obrigação a instituição efetuar a análise do direito, a manutenção e posterior cessação quando da perda dele, oferece dois benefícios, o amparo assistencial à pessoa portadora de deficiência física (B87) – quando comprovada a incapacidade laborativa, e a miserabilidade – e o amparo assistencial à pessoa idosa (B88) – idade acima de 65 anos, comprovada a condição de miserabilidade. 62 A Figura 12 mostra os 14 benefícios oferecidos e suas respectivas codificações. APOSENTADORIA POR IDADE (B41) SALÁRIO-FAMÍLIA (SEM CÓDIGO) AUXÍLIORECLUSÃO (B25) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (B32) AUXÍLIO-DOENÇA (B31) PENSÃO POR MORTE (B21) APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO (B42) SALÁRIOMATERNIDADE (B80) APOSENTADORIA ESPECIAL (B46) AUXÍLIO-ACIDENTE (B36) AMPARO AO DEFICIENTE (B87) AMPARO AO IDOSO (B88) REABILITAÇÃO PROFISSIONAL SERVIÇO SOCIAL Figura 12 - Carteira de benefícios oferecidos ao cliente-cidadão Fonte: Adaptado da Portaria MPS Nº 458 (Brasil, 1992). Segundo a classificação em relação aos seus objetivos o INSS é uma empresa prestadora de serviços devido ao tipo de serviço que oferece aos cidadãos, atendimento, é uma empresa pública, pois é uma pessoa jurídica de capital público. Passando pela finalidade e prestação dos serviços oferecidos pela Previdência Social, é oportuno salientar que a estrutura organizacional do INSS também é definida pela Portaria MPS nº 458 (Brasil, 1992). Para facilitar o entendimento passa-se a estrutura organizacional de forma mais simplificada, possibilitando também facilitar o entendimento da hierarquia de comando. 3.1.1 Estrutura Organizacional da Empresa Escolhida O conceito de empresa segundo Silva Neto (1998) e Mossimann e Fisch (1999) estabelece que esta seja caracterizada como um organismo institucional, objetivando a criação de valor, num processo de produção de riqueza, pelos processos desenvolvidos e controles deve possuir um patrimônio humano disposto a cumprir os objetivos estabelecidos, por isso a importância de delimitar a estrutura organizacional da Previdência Social. Conforme disciplina a Portaria MPS Nº 458 (Brasil, 1992), a organização do INSS compreende três níveis de ação, sendo hierarquizados, conforme ilustra a Figura 13. A forma 63 como se estabelece a estrutura organizacional é baseada na Teoria Clássica, pois os critérios de eficácia foram estabelecidos prezando a estabilidade e a continuidade, com rotinização, sendo dada ênfase em processos, definida primariamente as responsabilidades, documentação e manutenção de registros. Pela sua forma de organização o INSS possui características da organização linear, descrita por Chiavenato (2000), sendo as principais a autoridade linear, pois as ordens devem seguir o delineamento da cadeia hierárquica, além da comunicação também seguir o nível de hierarquia, e um aspecto piramidal. A Previdência Social como um órgão público em sua essência é formado a partir da Teoria Clássica, tendendo em sua macro-estrutura ao modelo gerencial de Processos Internos, o papel do gerente é de monitor e coordenador. DIREÇÃO GERAL DIREÇÃO ESTADUAL DIREÇÃO LOCAL Figura 13 - Hierarquia das Direções Fonte: Adaptado da Portaria MPS Nº 458 (Brasil, 1992). A Direção-Geral exerce funções voltadas para a definição e estabelecimento de objetivos gerais, planos estratégicos em consonância com as políticas e diretrizes emanadas do Ministério da Previdência Social (MPS), normatização das atividades e desenvolvimento de ação, em âmbito nacional, tendo seu organograma básico exposto na Figura 14, onde se pode perceber que há diversos níveis de subordinação (hierarquização), o INSS é uma ramificação do MPS, sendo sua principal linha de ação, vez que possui a maior demanda. A organização da Direção-Geral, também pode ser descrita segundo Chiavenato (2000), como uma organização linear, porém possui as características da organização funcional, pois dentro de uma mesma linha de comando as autoridades vêm da especialidade de cada diretor. Portanto, pode-se classificar a estrutura organizacional da Direção-Geral como de Linha-Staff, onde ocorre uma fusão entre a estrutura linear com a funcional. Coexistindo 64 linhas formais e linhas diretas de comunicação. Há separação entre os órgãos operacionais e os órgãos de apoio e suporte. MPS DATAPREV INSS PRESIDÊNCIA AGU ÓRGÃO DA ASSISTÊNCIA DIRETA ÓRGÃO COLEGIADOS CONSULTORIA JURÍDICA CONAPREV GABINETE MINISTRO AUDITORIA CONSELHO DE GESTÃO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR OUVIDORIA GERAL DIRBEN DIRETORIA RH DIRETORIA OFL DIRETORIA DE ATENDIMENTO CRPS SECRETARIA EXECUTIVA 4ª CAJ CGBENIN CGBENEF SECRETARIA DE PREVEIDÊNCIA COMPLEMENTAR SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 17ª JRPS A SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO Figura 14 - Estrutura do MPS – Direção Geral Fonte: Adaptado da Portaria MPS Nº 458 (Brasil, 1992). Inicialmente a estrutura da Direção Geral tende ainda aos moldes da Teoria Clássica, descrita por Chiavenato (2000), porém também há resquícios da Administração Científica, mostrando que a organização conforme Quinn e Faerman (2003) não necessariamente tende um modelo pré-definido, muitas vezes utilizando paralelos entre eles. A Direção Estadual exerce funções voltadas para a viabilização de programas e metas estabelecidas pela Direção-Geral, exercendo a supervisão, acompanhamento e apoio das atividades dos demais níveis. A Direção Estadual é composta por gerências regionais, conforme Figura 15, e diretamente subordinada a Diretoria de Benefícios, foi delimitada em Gerência Regional de Santa Catarina e a Gerência Executiva de Joinville (GEX), com suas Agências da Previdência Social (APS). 65 B GERÊNCIA REGIONAL SUL AUDITORIA REGIONAL SUPERINTENDÊNCIA AUDITORIA LOCAL GERÊNCIA ESTADUAL GEX JOINVILLE COMUNICAÇÃO SOCIAL SERVIÇO DE BENEFÍCIOS AGU LOCAL GBENIN APS JOINVILLE CENTRO APS JARAGUÁ DO SUL APS JOINVILLE GUANABARA APS MAFRA APS SÃO BENTO DO SUL APS CANOINHAS APS SÃO FRANCISCO DO SUL PREV MÓVEL C SMD SRD SRID CONTROLE INTERNO Figura 15 - Estrutura do MPS – Direção Estadual Fonte: Adaptado da Portaria MPS Nº 458 (Brasil, 1992) A estrutura organizacional da Direção Estadual, não foge aos moldes da Direção Geral, porém possui mais tendência a um modelo de organização funcional, pois as autoridades são definidas pelas especialidades, possuindo as linhas de base, a mais de um gestor. Não deixando de possuir uma direção maior, porém se reportando e comunicando com diversos níveis da estrutura. A Superintendência possui a função de órgão fiscalizador, enquanto a Gerência Executiva possui a função de gestora. A GEX de Joinville agrega a AGU local, apenas como imóvel, pois a AGU possui funções e comando hierárquico próprio, tendo a responsabilidade sobre a defesa do INSS perante a Justiça Federal e a Justiça Estadual. A Execução Local, com funções voltadas para as atividades entendidas como a prestação de serviços e a prática de atos administrativos das respectivas áreas finais do INSS, possui organograma básico demonstrado na Figura 16. A localização, bem como a 66 composição dos cargos e funções dos órgãos de Execução Local é estabelecida em ato do Presidente do INSS, ainda focada na gestão de processos Internos. D AUDITORIA LOCAL CONTROLE INTERNO APS JARAGUÁ DO SUL ATENDIMENTO AO PÚBLICO MANUTENÇÃO CONCESSÃO B42 ,B41 17ª JRPS PERÍCIA MÉDICA REVISÃO ARQUIVO RECURSO Figura 16 - Estrutura do MPS – Direção Local Fonte: Adaptado da Portaria MPS Nº 458 (Brasil, 1992). Tendo como delimitação a Execução Local, onde ocorre o atendimento direto ao cliente, a Agência da Previdência Social escolhida foi a de Jaraguá do Sul com demanda de atendimento considerável, e mais acessível, no sentido de mapeamento das unidades de controle e dos dados. A estrutura organizacional na Execução Local é como a Direção-Estadual, tendendo a uma organização funcional, possuindo linhas hierárquicas onde dentro de uma mesma linha de comando a comunicação é livre, não havendo distinção entre os setores, todos são alocados conforme suas especialidades. A APS é constituída dos seguintes setores: Concessão de aposentadorias por tempo de contribuição (B42) e por idade (B41), Revisão, Perícia médica, Atendimento ao público, Manutenção, Arquivo, Controle Interno e Recurso. Estes dois últimos são também regulados respectivamente pela Auditoria Local e pela 17ª Junta de Recursos da Previdência Social (JRPS). A APS vem sofrendo fortes mudanças no modelo de gestão, estas mudanças foram ocasionadas pelas necessidades de melhoria no atendimento, as mudanças no modelo de gestão restou mais condizente para sua classificação o modelo de gestão de Sistemas Abertos, conforme salienta Quinn e Faerman (2003), as organizações atualmente não necessariamente devem estar inseridas em um dos quatro modelos gerenciais, havendo muitas vezes características de todos eles. Na Previdência Social não é diferente, vez que começou a prezar pela adaptabilidade, e apoio externo, tendo como foco a inovação e aquisição de recursos externos, o papel do 67 gestor passou a ser inovador, com fortes características dos modelos de relações humanas, orientando a atmosfera em equipes. 3.1.2 Estrutura e Funcionamento da Gestão Local A Gestão Local é centrada nas Agências da Previdência Social (APS), estas são unidades de atendimento que prestam serviços de reconhecimento inicial, manutenção e revisão de direito ao recebimento de benefícios previdenciários e assistenciais, estando na linha de frente em contato direto com o cliente. Devem estar estruturadas para trabalhar baseadas em equipes especializadas multifuncionais, as quais poderão ser total ou parcialmente remanejadas, dependendo do horário ou da demanda, tendo como núcleo orientador e catalisador o Chefe da APS, pois é ele que gerencia a força de trabalho. Cabendo ao Chefe da APS também direcionar eventuais problemas ou dúvidas aos setores competentes, encaixando este gestor como um mentor e facilitador dentro do modelo de gerencial de relações humanas classificado por Quinn e Faerman (2003), a Figura 17 mostra o esquema básico das Chefias na APS, onde há um gestor local, o Chefe da APS, um sub gestor que é a Chefia de Benefício e ainda uma sub alocação que é a Chefia de Atendimento. A APS deve estar organizada de modo a possibilitar: a) Flexibilidade e presteza no atendimento; b) Eficiência no processo de trabalho; c) Eficácia das ações executadas; d) Efetividade na prestação dos serviços (resolutividade); e) Melhoria ou superação do padrão de qualidade ao longo do tempo; e f) Ampliação do controle social. CHEFE DA APS CHEFIA DE BENEFÍCIO Figura 17 - Chefias da APS Fonte: Adaptado da Instrução Normativa 118 (Brasil, 2005) CHEFIA DE ATENDIMENTO 68 As atribuições do Chefe da APS, conforme Instrução Normativa 118 (Brasil, 2005), são de estabelecer ou aprovar normas de conduta dos servidores, delegando autoridade às Chefias de Benefício e de Atendimento, cobrando as devidas responsabilidades. Administrando conflitos e estabelecendo um clima de participação e harmonia. Incentivar as relações interpessoais enfatizando a colaboração e o trabalho em equipe (promoções sociais, aniversários, confraternizações), orientar e controlar a execução dos fluxos e rotinas estabelecidos pela Previdência Social, dimensionar a capacidade de atendimento da APS em relação à sua demanda. A principal atividade da Chefia de Benefício é o apoio no que tange a legislação previdenciária, dando suporte aos questionamentos, porém também recebe outras atribuições complementares, como gerenciar o trâmite de processos no âmbito da APS. Monitorar o cumprimento das agendas, garantindo a boa visualização das sinalizações interna e externa, em consonância com os padrões estabelecidos pela Previdência Social, dar e receber feedback de modo a ajudar na melhoria do trabalho, orientar os servidores quanto às informações a serem prestadas, inclusive sobre o comportamento exigido no relacionamento cliente-cidadão. A Chefia de Atendimento tem a atribuição de incentivar o uso dos formulários disponíveis nos canais remotos da Previdência Social, como a Internet e a Central 135. Agilizar o atendimento através do Sistema de Gestão do Atendimento (SGA), disponibilizando mesas de acordo com a demanda. Devendo orientar os funcionários a não encaminhar para o setor de atendimento o que pode ser solucionado nos canais remotos, monitorar a transferência de senhas para que a mesma, quando efetuada, seja de forma criteriosa, identificar e sugerir outras Agências onde o usuário também poderá ser atendido. Os gestores em conjuntos devem promover reuniões com a equipe para análise das críticas e sugestões apresentadas pelos funcionários do atendimento, visando soluções que impliquem na melhoria da qualidade do atendimento, orientar os funcionários sobre a necessidade de preservação do material permanente. A APS como toda organização não é só formada de gestores, para desenvolvimento das atividades e prestação dos serviços, há necessidade do capital humano operacional, os servidores responsáveis pelo atendimento ao cliente e desenvolvimento das atividades para análise, manutenção e concessão do direito aos benefícios são esse capital. 69 O atendimento da Triagem possui um servidor responsável pela identificação da necessidade do cliente quando este se encaminha à APS, como também responsável pelo agendamento no SGA. Portanto fornecem o dia e hora em que o cliente deve comparecer a agência para o atendimento. Se o serviço solicitado pode ser efetuado sem agendamento, efetua-se a entrega de uma senha de atendimento do serviço. O treinamento para esta categoria é ministrado a todos os servidores atendentes da APS, uma vez que este atendimento poderá ser realizado em sistema de rodízio. O servidor deve estar atento para identificação de senha prioritária, para pessoas com dificuldades de espera, como idosos e gestantes. Já no primeiro contato com o cliente, orientar e informar sobre os direitos e deveres perante a Previdência Social. Devem ser fornecidos formulários e relação de documentos necessários quando da solicitação de benefício, caso este serviço seja efetuado somente mediante prévio agendamento, efetuá-lo. O direcionamento correto do cidadão ao serviço requisitado reduz seu tempo de espera e evita sua permanência desnecessária na Agência. Os serviços prestados são divididos em duas classes, o Atendimento Rápido, e o Atendimento Especializado, sendo realizados nos guichês de atendimento pelos servidores com o perfil para atender os serviços pertinentes a estas categorias, que são previamente configurados no sistema de gerenciamento do atendimento (SGA) através de codificação de senha. O cliente é atendido por ordem crescente de numeração, através de senhas entregues na triagem e aguardam sentados. No caso de Atendimento de Orientação e Informação não é efetuado o agendamento, o cliente aguarda com senha ser chamado. Os serviços atendidos pelo servidor de Orientação e Informação são rápidos, portanto foi estabelecido um padrão de tempo para atendimento deste serviço, máximo de 15 minutos, devido à menor complexidade dos serviços efetuados, é feito no máximo três serviços de Orientação e Informação por senha. O Atendimento de Manutenção é um serviço também de menor complexidade, sendo padronizados 15 minutos, porém pode chegar a 30 minutos dependendo dos procedimentos a serem realizados. O Atendimento através do Sistema de Administração de Benefício por incapacidade (SABI) é um serviço de menor complexidade, face a única finalidade: habilitação de AuxílioDoença. Este serviço tem tempo médio de atendimento (TMA) de 15 minutos, mas pode chegar até 30 minutos dependendo da quantidade de documentos que serão analisados. 70 O Atendimento da Perícia Médica também é realizado pelo SABI, é um serviço de média complexidade, pois exige mais conhecimento da legislação. O tempo médio de atendimento é de 15 minutos, e pode também chegar até 30 minutos, dependendo da situação do cliente. Todos os serviços oferecidos constam na Figura 18 CHEFE DA APS CHEFIA DE BENEFÍCIO CHEFIA DE ATENDIMENTO ATENDIMENTO RECURSO ATENDIMENTO B42 E B41 ATENDIMENTO ORIENTAÇÃO E INFORMAÇÃO ATENDIMENTO REVISÃO ATENDIMENTO SABI B31 ATENDIMENTO MANUTENÇÃO ATENDIMENTO B21 ATENDIMENTO PERÍCIA MÉDICA ATENDIMENTO TRIAGEM ATENDIMENTO B80 ATENDIMENTO LOAS ATENDIMENTO SIMULAÇÃO E CTC INTEGRAÇÃO CANAIS REMOTOS Figura 18 - Estrutura de funcionamento da APS Fonte: Adaptado da IN 118 (Brasil, 2005). Os serviços com tempo médio de atendimento superior a 30 minutos foram classificados como Serviços Especializados, e recebem o nome de benefícios agendados, e ainda são subdivididos em Benefícios Agendados 30 minutos, Benefícios Agendados 45 minutos e Benefícios Agendados 60 minutos. O Atendimento de Salário-Maternidade (B80) é um serviço de média complexidade, pois exige amplo conhecimento da legislação, o tempo médio de atendimento é de 30 71 minutos, portanto classificado como Benefício Agendado 30 minutos, podendo chegar a 45 minutos, dependendo da situação do cliente. O Atendimento de Pensão por Morte (B21) é um serviço de média complexidade, pois exige também amplo conhecimento da legislação. O tempo médio de atendimento é de 30 minutos, portanto classificado como Benefício Agendado 30 minutos, porém pode chegar a 45 minutos nos casos em que há muitos dependentes a serem cadastrados. O Atendimento de LOAS é um serviço assim como a pensão por morte, de média complexidade, pois além do amplo conhecimento da legislação. O tempo médio de atendimento é de 30 minutos, portanto classificado como Benefício Agendado 30 minutos, chegando a 45 minutos dependendo da quantidade de pessoas a serem incluídas no grupo familiar do cliente. O Atendimento de Certidão de tempo de Contribuição, Simulação e Exigência são serviços de média complexidade, também exigem conhecimento amplo da legislação, principalmente o de emissão de Certidão de Tempo de Contribuição (CTC), pois é com esta certidão que é efetuada a compensação previdenciária entre o fundo da previdência e o órgão de previdência própria dos servidores público, sem esta certidão não é possível efetuar a contagem de tempo de serviço fora do serviço público para fins de aposentadoria no órgão do servidor público. O tempo médio de atendimento é de 30 minutos, portanto classificado como Benefício Agendado 30 minutos, porém pode chegar a 60 minutos. O Atendimento de Recurso é um serviço de maior complexidade, engloba além do alto conhecimento na legislação previdenciária, a análise do processo para verificação da reclamação do cliente, a instrução do processo, tramitação, fundamentação de defesa do procedimento denegatório, acompanhamento do processo até o julgamento na Câmara de Julgamento (CAJ). O tempo médio de atendimento é de 45 minutos, portanto classificado como Benefício Agendado 45 minutos, podendo chegar a 60 minutos o atendimento, porém após o atendimento ao cliente, ainda há o acompanhamento do processo quando retorna da 17ª Junta de Recursos da Previdência Social (17ª JRPS), devendo então ser re-analisado conforme as considerações da 17ª JRPS. Atendimento de Revisão é um serviço como o recurso de alta complexidade, além do alto conhecimento da legislação atual, também requer conhecimento da legislação aplicada na época da concessão do benefício. O tempo médio de atendimento é de 45 minutos, portanto 72 classificado como Benefício Agendado 45 minutos, podendo chegar a 60 minutos o atendimento. Atendimento de Aposentadoria é um serviço de alta complexidade, também requer conhecimento amplo da legislação, consiste na habilitação e concessão de Aposentadorias por idade (B41) e Aposentadorias por Tempo de Contribuição (B42), Os Canais Remotos são linhas de atendimento virtual, realizado através da Internet, site da previdência social: www.previdencia.gov.br, visualizado através da Figura 19. Figura 19 - Site da Previdência Social Fonte: Base de dados APS. A Central de tele-atendimento 135, mostrada na Figura 20, é outro canal remoto, é uma tentativa de solução para a redução de filas, uma vez que o próprio cliente interage com o sistema. Podendo em alguns casos o cliente efetuar o pedido do benefício, já em outros, efetua o agendamento de horário e comparece à agência apenas no horário marcado, não tendo que aguardar na fila. A Central de tele-atendimento 135 oferece os mesmos serviços da Internet, porém como um Call Center. 73 Neste caso objetiva orientar e atender camadas mais simples da população, uma vez que a informática não está presente em todas as casas, e a clientela da Previdência tende a ser em sua maioria de baixa renda. A ligação para a Central 135 é gratuita, podendo ser efetuada de qualquer “orelhão”, o cliente obtém pronto atendimento e já tira suas dúvidas sobre seus direitos como beneficiário e sobre a documentação que deverá apresentar para o requerimento do benefício. Quando bem utilizado poderá representar até 30% do atendimento em uma Agência. O treinamento para esta categoria é efetuado por servidores designados, o call center da Central 135 localiza-se na região nordeste, Bahia e Pernambuco, e sudeste, Minas Gerais, e os conhecimentos sobre a legislação e sistema de benefício é ministrado a todos os funcionários atendentes da central. Figura 20 - Central de Tele-atendimento 135 Fonte: Base de dados APS. Ficando claro que o rol de atribuições do Chefe da APS, Chefe de Benefício e Chefe de Atendimento, exemplifica com clareza o que Quinn e Faerman (2003) afirmam, pois dentro de uma organização os modelos de gestão nem sempre estão definidos em um único modelo gerencial, sendo traçados diversos paralelos entre os modelos. Portanto, resta ao gestor atribuições como delegar, direcionar, controlar e planejar, porém cabe a ele, se organizar de forma a ser multifuncional, pois ao gerir um serviço, necessita ter o foco na qualidade do atendimento, pois é este seu produto final, porém para isso, tem de lidar com pessoas, tanto da parte do cliente, quanto e principalmente de seus 74 funcionários, entra-se na questão do envolvimento empresa-indivíduo, onde a cultura de cada indivíduo pode vir a conflitar com a cultura da organização. 3.2 ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS 3.2.1 O Modelo Gerencial Primeiramente definiu-se o corpo da APS, quais atribuições são delegadas aos funcionários, e seus gestores. No desafio de atingir os objetivos o gestor, conforme os conceitos de Quinn e Faerman (2003) traça paralelos entre os modelos gerenciais. Apesar das pré-definições de suas atribuições, atualmente, o gestor possui a liberdade de desenvolver suas atividades, desde que com isso não desrespeite a lei e cumpra os objetivos da instituição. Entre os princípios gerais de administração discutidos na Administração Científica e na Teoria Clássica, podem-se identificar no sistema de gestão da APS: - Divisão do trabalho: o gestor aprecia a divisão de trabalho, conforme a estrutura funcional da gestão local, os serviços da APS estão divididos por atribuições. - Autoridade e responsabilidade: o gestor assume papel fundamental na linha de comando, tendo inclusive a responsabilidade dos atos de seus funcionários, portanto se algo acontece de errado, como por exemplo, uma auditoria, o gestor assume a responsabilidade, pois uma de suas atribuições é zelar pelo desenvolvimento das atividades dentro dos preceitos da lei. - Cadeia hierárquica: esse foi o modo encontrado pela direção estadual para a estruturação da organização, o gestor local, não tem permissão para quebrar a cadeia de comando, acreditando ser importante uma linha de comando lógica, porém a cadeia de comando depende das especificidades de cada um, internamente, ocorrem trocas de informações para o bom funcionamento do sistema. - Eqüidade: o tratamento igualitário é uma das qualidades no serviço público, os indivíduos são tratados da mesma forma, há também uma padronização no salário, o que não gera margens para distúrbios por conta de diferenças salariais. Observando os níveis de planejamento descritos por Angelo (2007) verifica-se que o nível estratégico é representado pelo gestor (Chefe da APS), pois comanda o topo da cadeia hierárquica na APS e suas decisões geram conseqüências duradouras e difíceis de serem invertidas ou modificada, se propagando em todos os outros níveis, visando o longo prazo. 75 As decisões táticas remetem ao nível intermediário representado pela Chefia de Benefício, possuem como descreve Angelo (2007) a característica de gerar conseqüências de efeito mais curto tendo menor impacto no funcionamento da APS gerenciando e pondo em prática as decisões do gestor. Outro nível também presente é o nível operacional, representado na agência pelos atendentes, os quais visam responder de forma imediata aos problemas que surgem no dia-adia, seguindo as orientações emanadas do gestor ou da chefia de Benefício, ou seja, as decisões estratégicas e táticas respectivamente. Ainda resta ao gestor a análise da solução para a necessidade de multi-funcionalidade dentro da instituição, tendo em vista todas as suas atribuições. Ao realizar suas atividades com base no trabalho dos outros funcionários, o gestor toma decisões, aloca recursos e dirige-os para atingir o objetivo de bem atender o cliente-cidadão. Muitas vezes, apesar de não ter conhecimentos específicos nas áreas da administração, pois o gestor foi escolhido pela sua capacidade técnica e entusiasmo em gerir uma APS, este realiza com empenho as quatro funções gerenciais segundo Fayol apud Robbins (2005), que são: planejamento, organização, liderança e controle. A parte do planejamento vem pré-definida pela Diretoria de Atendimento da Gerência Executiva em Joinville (DIRAT), portanto resta ao gestor local adequar seus recursos para cumprir as demandas mínimas solicitadas pela DIRAT. Na organização dos recursos disponíveis para cumprir a demanda o gestor lidera a instituição de forma que todos contribuam para o alcance dos objetivos, controlando as atividades desenvolvidas e os recursos empregados. A habilidade gerencial do gestor, dentro dos conceitos de Robbins (2005) é a habilidade técnica, vez que aplica os conhecimentos que tem sobre o sistema de benefícios para controlar, organizar e planejar as atividades. Dentro dos papéis dos executivos segundo Robbins (2005), o gestor pode ser classificado como o de informação e monitor, pois precisa fazer um filtro das informações que recebe, principalmente sobre a legislação que constantemente é alterada, disseminando as informações recebidas e transmitindo os questionamentos dos funcionários aos setores responsáveis, pois a não pode ser quebrada a cadeia de comando. 76 3.2.2 O Requisito do Cliente na Empresa Escolhida O conceito de Oakland (1994) é o melhor aplicado à situação da empresa estudada, pois a qualidade sentida pelo cliente está intimamente ligada ao atendimento de suas exigências, sendo definidas pelas expectativas. Observa-se que o cliente ao protocolar um pedido de benefício espera o deferimento do pedido, ou seja, uma resposta positiva. O que não depende da qualidade do atendimento, depende dos documentos apresentados para comprovação do direito, e depende fundamentalmente da legislação reguladora do benefício. O funcionário responsável pelo atendimento apenas age como um instrumento da lei, garantindo direito ao cidadão quando este realmente comprova as condições requeridas em lei. Porém, apesar da qualidade do serviço estar aliada a expectativa no cliente em ser atendido positivamente em relação a sua solicitação, há também o contato. Com relação ao setor de atendimento, nos serviços prestados conforme Sorj (2000) há uma relação entre os elementos pessoais do atendente, como idade e sexo, e sua adequação ao trabalho, de fato, isto pode ser observado. Atualmente há 20 pessoas envolvidas no processo, sendo 60% mulheres e 40% homens. Em relação à idade, 12 funcionários (homens e mulheres) apresentam idade superior a 40 anos, e mais de quinze anos de serviço público, contra 18 pessoas com idade inferior a 40 anos, todos com menos de cinco anos de serviço público. Esse perfil pode representar uma tendência de inovação e de pré-disposição para o atendimento, porém o tipo de demanda exige por parte do cliente de prestação de serviços, experiência na área e seriedade. Tendo em vista a realidade da APS, para garantir por parte do atendimento que este seja realizado com excelência, é fundamental que a equipe esteja inserida no processo de melhoria contínua, sendo pró-ativo, solicitando treinamentos, alertando aos gestores os desvios, e os problemas de sistema para atendimento rápido da demanda. Neste contexto vale ressaltar que devem ser avaliadas as habilidades dos funcionários para o atendimento, pois o serviço demanda alta capacidade de interação humana, paciência, empatia e capacidade de comunicação, devendo os funcionários sempre estimular a inovação e a mudança quando verificado que a técnica utilizada para a interação não está funcionando. 77 O ritmo de trabalho na APS pode ser considerado como intenso, apesar do servidor ter de cumprir seis horas diárias, em um total de trinta horas semanais, a APS deve prestar atendimento ao público das 08h00min às 18h00min, num total de dez horas diárias. Com esta demanda, o gestor condicionou o atendimento com senha até as 14h00min, e os agendamentos até 18h00min, assim mantém um efetivo disponível para o atendimento da senha das 08h00min às 14h00min, pois a demanda não é prevista, e os cliente com hora marcada são distribuídos para os demais conforme seu horário de trabalho, sendo uma demanda prevista. Ficando, portanto uma parte dos servidores com horário de entrada às 08h00min e saída às 14h00min, e outra parte para entrada às 12h00min e saída às 18h00min horas, há um período de descanso dos servidores da manhã, no horário de almoço. Neste momento o atendimento não é paralisado, à medida que o servidor retira-se para o almoço, os servidores que chegam à agência para o turno da tarde vão tomando seus postos de trabalho, não interrompendo o fluxo de atendimento. Nesse ritmo de trabalho, apesar de seis horas de jornada de trabalho, o atendimento ao público é desgastante, pois o envolvimento emocional, psicológico e físico é imenso, como seguradora, atende-se os mais diversos tipos de clientes, jovens, idosos, gestantes e enfermos, o que resulta em risco biológico, as mesas de atendimento são diretas ao público. Não havendo nas mesas de atendimento uma barreira biológica, como por exemplo, um vidro, como mostrado na Figura 21 e 22, até mesmo porque o tipo de serviço exige um alto contato com o cliente, este fornece muitos documentos para análise e são necessárias interações, como por exemplo, a assinatura de documentos. Figura 21 - Mesa de atendimento. Fonte: Base de dados APS. 78 Figura 22 - Mesas de atendimento da Orientação e Informação. Fonte: Base de dados APS. Analisando a questão da demanda percebe-se a necessidade do gestor de estruturar o fluxo de atendimento e de compor a escala de trabalho, como as informações são passadas entre os setores. Pois o sistema de gratificação que está sendo implantado será baseado nos índices de desempenho da agência, obtidos através do sistema de informação gerencial. O sistema de informação gerencial foi implantado para acompanhamento das atividades, mas, sobretudo para melhorar o fluxo de atendimento, melhorando o relacionamento instituição-cliente, e para melhorar os relacionamentos internos, mostrando ao gestor as falhas apresentadas e os resultados alcançados. 3.3 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL UTILIZADO Após a análise da estrutura funcional da APS e das relações humanas, verifica-se a necessidade de mapear o que existe atualmente de Sistema de Informação Gerencial, para facilitar a análise, escolheu-se a APS Jaraguá do Sul, como ponto de referência, pois a organização é composta de inúmeras repartições e unidades físicas. Além de delimitar como unidade de estudo a APS Jaraguá do Sul, é preciso também delimitar o serviço o qual se quer analisar, o serviço de atendimento ao cliente. Foi efetuado também um diagrama de fluxo de dados para explicitar o fluxo de dados na APS, e simplificar a compreensão do sistema de informação gerencial utilizado. 79 3.3.1 Os Dados, Informações e Conhecimento da Empresa Estudada Conforme Manãs (1999), os dados não são informações, apenas uma expressão não interpretada, não sendo possível com um dado uma análise, sem antes que este seja trabalhado em informação. A informação com base no conhecimento, segundo Bazzotti e Garcia (2006), é analisada e transformada para o processo decisorial. Nos sistemas encontrados na empresa, verifica-se que há muitos dados, e muitas informações. A Figura 23 mostra o principal mecanismo de inserção de dados no sistema: o monitor de chamada, este funciona como um contador quando do clique em “próximo” este efetua a chamada de um novo cliente, começando a contar o tempo de atendimento até que o botão seja acionado novamente, encerrando o atendimento. Figura 23 - Monitor de chamada. Fonte: Base de dados APS. A figura 24 mostra as informações geradas com o encerramento do atendimento, sendo através destas informações que atendente pode monitorar seu desempenho no decorrer do período de trabalho. 80 Figura 24 - Monitoramento do atendimento Fonte: Base de dados APS. Em um atendimento há um fluxo de dados mostrado na Figura 25, onde ocorrem várias interações entre os componentes do sistema. O Diagrama de fluxo de dados é classificado de acordo com Rezende (1999) como nível 0, pois apresenta uma visão do produto com os macro-processos, entidades externas, fluxo de dados e depósito de dados principais. A Tabela 3 é a legenda do fluxo de dados, pois a simbologia utilizada descrita por Rezende foi utilizada na sua forma, porém o preenchimento das informações optou-se por efetuar uma legenda, facilitando assim a compreensão dos processos, descrição mais detalhada dos mesmos. Analisando o DFD é possível a verificação da necessidade de constante alimentação de informação do processo, vez que o atendente para dar andamento da atividade realiza diversas consultas ao sistema, além de mostrar a integração resultante do sistema. A Legislação é uma transformação de dados de uma atividade, pois é o local físico onde se desenvolve o processo. No processo há apenas um banco de dados que é o banco de dados da APS, onde as informações de número 1 a 9 são enviadas e retornam processadas. Triagem, Cliente, Arquivo, Departamento de Cópia e Servidor Responsável pelo Atendimento são entidades externas, as quais são objetos ou pessoas que representam origem ou destino de dados, acionando o sistema ou recebendo informações. 81 Figura 25 - Fluxo de dados em um atendimento Fonte: primária. 1 Fornece nome do cliente 11 Fundamentação legal para resposta 2 Encerra atendimento 12 Solicita fotocópia dos documentos 3 Inicia atendimento 13 Envia documentos fotocopiados 4 Cadastro cliente 14 Arquivamento do processo 5 Nº do benefício e relatório 15 Solicita documentação 6 Solicita impressão do relatório 16 Entrega CRER para cliente 7 Cadastra solicitação e conclusão / laudo 17 Devolve os documentos 8 Horário marcado 18 Fornece documentos 9 Agendamento da solicitação 19 Agendamento 10 Análise da legislação 20 Solicita atendimento Tabela 3 - Legenda do fluxo de dados Fonte: primária. Para verificar a forma como o fluxo de informação se processa efetuou-se um Fluxo de Informação do processo, onde utiliza-se as informações como guia do processo, é possível desta forma observar que o sistema se processa de forma linear, ocorrendo diversas interações entre o atendente, o cliente e o sistema informacional. A Figura 26 é uma representação de fluxo de informação em um atendimento. 82 ATENDIMENTO INICIADO DOCUMENTOS SOLICITADOS FORNECIMENTO DOS DOCUMENTOS CADASTRO NO SISTEMA ANÁLISE DA SOLICITAÇÃO NA LEGISLAÇÃO CONCESSÃO OU INDEFERIMENTO DO PEDIDO Nº DO BENEFÍCIO E RELATÓRIOS GERADOS RELATÓRIOS E FOTOCÓPIA DOS DOCUMENTOS CRER DOCUMENTOS DEVOLVIDOS ATENDIMENTO ENCERRADO Figura 26 - Fluxo de informação de um atendimento Fonte: primária. Conforme se pode perceber as informações e dados somente podem ser gerados pelo sistema com a devida implementação da tecnologia de informação. Pois o gerenciamento de uma enorme quantidade de dados e informações só é possível com uma estrutura bem fundamentada. 83 3.3.2 Tecnologia de Sistema de Informação na Empresa Estudada Os componentes da tecnologia da informação como hardware e periféricos dentro da empresa estudada, apesar de estarem já com uma configuração ultrapassada em relação às novas tecnologias disponíveis, estão aptos para o funcionamento. Os sistemas de telecomunicações também estão disponíveis e a gestão de dados e informações está sendo aos poucos implantada e utilizada. O processo empresarial precisa ter confiabilidade, versatilidade, eficácia e eficiência, portanto a tecnologia da informação deve estar aplicada para melhorar o desempenho das atividades, o que tem cumprido seu papel. Conforme Oliveira (2002), sistema é um conjunto de partes integrantes e interdependentes, analisando, portanto o sistema do atendimento verifica-se os objetivos, entradas, processo de transformação, controle, saídas do sistema e realimentação. A Figura 27 identifica os componentes deste sistema. ENTRADA DADOS DO CLIENTE PROCESSO TRASNFORMAÇÃO ATENDIMENTO DO CLIENTE CONTROLE TEMPO DE ATENDIMENTO SAÍDA ATENDIMENTO CONCLUÍDO FEEDBACK MONITOR DE ATENDIMENTO MARCANDO O TEMPO Figura 27 - Componentes do sistema de atendimento rápido. Fonte: Primária. O INSS dispõe de informações e dados sendo utilizados pelo gestor para acompanhar o desempenho de qualquer APS, inclusive para traçar paralelos entre o desempenho de sua agência e de outras, as Figuras 28 e 29, mostram como ilustração os índices de atendimento envolvendo a APS. 84 Figura 28 - Índices de quantidade de atendimento Fonte: Base de dados APS. Figura 29 - Índices de tempo de atendimento Fonte: Base de dados APS. A Figura 30 mostra o controle de tempo de espera no agendamento, além de possibilitar ao gestor a visualização de outras informações, sobre o atendimento. APS JARAGUÁ DO SUL 20024020 Figura 30 - Tempo de espera da agenda Fonte: Base de dados APS. 85 Para saber qual a demanda prevista, o gestor deve antecipadamente consultar quantos clientes terá de atendimento por hora marcada em um determinado dia. Este controle é feito pelo sistema de agendamento, mostrado na Figura 31. Figura 31 - Consulta aos serviços agendados Fonte: Base de dados APS. Este relatório emitido pelo sistema pode ser classificado segundo Stair (1998) como relatório programado, pois são produzidos periodicamente, neste caso diariamente. A Figura 32 mostra a evolução das filas, sendo possível observar como há tendência de redução, após a implantação da agenda, havendo uma meta estipulada pela gerência a ser cumprida, a situação ideal será quando só houver 8 pessoas na fila, essa é a meta final da gerência, porém a questão da fila, é muito mais devido a demanda variável, do que um reflexo dos processos. Este relatório fornecido pelo sistema pode ser classificado como um relatório indicador de pontos críticos, pois resume as atividades anteriores e faz uma projeção para a meta estabelecida. Os demais serviços de demanda variável solicitam um alto controle por parte do gestor, pois este deve verificar se os clientes não estão aguardando muito tempo na fila para serem atendidos. 86 Evolução das Filas – APS JARAGUÁ DO SUL Figura 32 - Evolução da fila Fonte: Base de dados APS. A Figura 33 mostra o monitor de atendimento, onde é possível controlar a emissão de senhas, e verificar como está o andamento do processo de atendimento, pois mesmo os serviços agendados são registrados mediante o uso de senha, apesar de a ordem de atendimento ser determinada pelo agendamento e não pela senha. APS Jaraguá do Sul/SC Figura 33- Monitor de atendimento Fonte: Base de dados APS. 87 Este relatório emitido pelo sistema pode ser classificado como periódico, pois está disponível a todo instante para o gestor, basta apenas ele consultar o sistema. Outro relatório emitido pelo sistema é a estatística de atendimento, mostrado na Figura 34, onde é possível consultar a quantidade de atendimentos efetuados e o tempo médio de cada atendimento. Este relatório está disponível a qualquer momento no sistema, porém é utilizado como um relatório de pontos críticos, para verificar as atividades que estão abaixo do esperado ou acima do esperado. Figura 34 - Estatística de atendimento por atendente Fonte: Base de dados APS. Pode-se perceber, portanto que há uma estrutura de controle e acompanhamento, porém por mais que a tendência tem sido de melhoria, os índices estão muito aquém do estipulado pela instituição. A instituição possui muitos detalhes que não devem ser deixados de lado, em uma análise mais profunda sobre seu desempenho. A partir de julho de 2008 estará sendo implantada a Gratificação por Desempenho de Atividade do Seguro Social (GDASS), sendo este índice composto de 80% de avaliação institucional regional e 20% de avaliação pessoal, o que significa o que hoje representa 40% dos salários dos servidores, inclusive os gestores, estarão sujeitos ao desempenho pessoal (20%) e o restante estará sujeito ao desempenho de toda a Gerência Regional de Joinville 88 (80%). Não podendo ser omitida a parcela do sistema neste contexto, uma vez que as atividades são desempenhadas nos sistemas, e o índice será com base nos dados do sistema de informação gerencial, principalmente o da Figura 35, que é o que determina a idade média do acervo, o tempo que um processo leva para ser concluído. O INFGER, é um relatório de informações gerenciais, encaixa-se perfeitamente no conceito de relatório de pontos críticos, mas também pode ser classificado como um relatório de exceção, pois foi criado para fornecer apenas informações de processos com mais de 45 dias de idade. Figura 35 - Consulta a idade do acervo Fonte: Base de dados APS. Após a análise dos sistemas da APS, pode-se perceber que o órgão público possui complexos meios de análise de sua demanda e de seu resultado, quão complexo é o acompanhamento dos processos, e quão rígido é feito o controle sempre visando à satisfação de seu público alvo. Portanto, o servidor deve não apenas se ocupar em executar sua atividade com excelência, como também, zelar que todos os colegas o estejam fazendo também a nível regional. 89 3.4 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES GERENCIAIS NO CONTROLE DOS ÍNDICES DE ATENDIMENTO 3.4.1 As Necessidades de Melhoria no Sistema de Informação Gerencial Observa-se que a implantação do Sistema de Informação Gerencial foi de extrema importância para o melhoramento contínuo dos serviços prestados, pois a cada atendimento há um índice gerado, e isto estimula os executores a estarem monitorando seus desempenhos e aprimorá-los. Quando o gestor observa discrepâncias de desempenho pode prontamente efetuar reunião e apurar as causas, se for o caso, efetuar um rodízio de atividade ou ainda solicitar ao RH um treinamento para o servidor, para que este não seja prejudicado por sua pouca experiência em determinado serviço. O sistema de informação segundo Manãs (1999) é um elemento indispensável para dar apoio à tomada de decisão, onde gerencial é processo administrativo voltado a resultados, a problemática encontrada na empresa é que com o novo modelo avaliação, serão levados em consideração, índices que antes só tinham valor para controle do processo, mas não implicavam em análise profunda de causas de desvios. O sistema de informação indica que apesar do gestor ter a necessidade de tomar decisões com base em um sistema de informação, há ainda a necessidade de filtrar as informações para que haja rapidez nas análises e ainda devem ser trabalhados os dados do sistema, para que sejam transformados, agregando valor ao sistema gerencial. A questão fundamental na empresa estudada é o gestor, a pessoa que irá fazer a análise dos dados, suas habilidades intrínsecas são fundamentais no momento do processo decisório. Como classificado segundo Robbins (2005) o gestor da empresa estudada, possui habilidades técnicas, tendo amplo conhecimento na área de benefício, exercendo o papel de informação dentro da organização. Cabe então analisar o processo de informação e também os fatores que influenciam no desempenho dos funcionários, ajudando no desempenho do gestor. O foco do trabalho está centrado na integração do sistema de informação gerencial com os componentes da organização. 90 3.4.2 O Processo Decisorial da Empresa Estudada Percebe-se que os índices estabelecidos ainda não foram cumpridos, inicialmente por amadorismo na análise dos índices fornecidos pelo sistema. Observa-se a Figura 36, onde é possível verificar que há distúrbios claros de quantidade de atendimento por parte dos servidores, porém o gestor não agiu de forma a corrigi-los. Figura 36 - Comparativo de atendimentos efetuados entre 29/04/2008 a 06/05/2008 Fonte: Base de dados APS. O planejamento que Barros (2002) descreve utilizando a ferramenta de 5W-2H, é uma forma simples do gestor observar os principais itens de planejamento de um processo, primeiramente deve identificar o que deve ser feito na atividade de atendimento, identificando com os funcionários quais as principais questões sobre a atividade que eles não estão compreendendo ou não estão sendo capazes de executar, tendo de recorrer a colegas ou ao chefe de atendimento, o que gera uma demora demasiada no processo. É prudente também estabelecer quem são os responsáveis pelas atividades, pois muitas vezes ocorre um jogo de empurra-empurra, onde o cliente acaba sendo jogado de mesa 91 em mesa, aguardando que alguém o atenda com resolutividade. O porquê deve ser feito, atualmente é o principal item, pois além da obrigação de bem atender o cliente-cidadão, as atividades executadas contribuem para o percentual de salário que os funcionários irão receber. Onde será feito, volta à questão das atribuições de cada servidor, uma vez que cada modalidade de atendimento possui um rol de atividades, não podendo os servidores passar por cima desta premissa. Quando deve ser feito, é a questão do tempo, voltando a GDASS, além da questão de escalas e rodízios. Como será feito, é uma necessidade fundamental, pois é preciso que todos tenham conhecimento das particularidades das atividades que irão desenvolver. Terminando com o quanto custa para ser feito, demonstra a realidade do serviço público, onde a redução de gastos no desempenho das atividades é uma necessidade, pois o dinheiro empregado nos processos é do cliente-cidadão, não podendo ser esbanjado por ineficiência do processo. Na Tabela 4 há um comparativo em uma semana dos índices de atendimento dos servidores, os nomes foram substituídos por letras, pois não é o objetivo do estudo o apontamento de funcionários inadequados. É possível observar com clareza, quão disformes estão os índices, transparecendo um falta de controle do sistema, pois há servidores com uma produtividade muito maior que outros, e todos em geral estão com produtividade muito inferior ao esperado, padecendo de controle. Para exemplificação é possível observar a quantidade de atendimentos do servidor C que foram 31 com um Tempo Médio de Atendimento (TMA) de 00:05:11, enquanto o servidor F realizou 2 atendimentos com TMA de 01:38:35. O planejamento é uma das funções gerenciais, ainda restando outras três, porém a questão da liderança, não pode ser abordada, pois foca-se no sistema de informação gerencial, e não propriamente no gestor, a questão da organização, o gestor possui algumas limitações, por estar amarrado a cumprimento de ordens, não possui plenos poderes para alterar o que já existe, apenas fazer adaptações e resgatar o que está previsto, mas não é aplicado. O controle dentro de uma organização, segundo Mossimann e Fisch (1999) permite verificar se as operações estão contribuindo para o objetivo da empresa. O controle deve ser aplicado no objetivo da empresa, que é o atendimento ao cidadão. 92 29/4/2008 30/4/2008 SERVIDOR H QTD TMA 2/5/2008 SERVIDOR H QTD TMA SERVIDOR H QTD TMA A 6 6 00:38:47 A 6 1 02:05:28 A 6 7 00:30:34 B 4 19 00:13:30 B 4 0 00:00:00 B 4 21 00:12:18 C 6 31 00:05:11 C 6 27 00:06:34 C 6 40 00:05:23 D 6 17 00:07:44 D 6 34 00:06:22 D 6 25 00:05:44 E 6 4 00:06:32 E 6 0 00:00:00 E 6 4 00:37:34 F 6 2 01:38:35 F 6 3 00:47:08 F 6 3 01:14:45 G 6 24 00:06:19 G 6 13 00:11:41 G 6 18 00:08:50 H 6 12 00:10:47 H 6 19 00:11:02 H 6 16 00:16:21 L 6 16 00:07:38 L 6 15 00:16:24 L 6 7 00:21:05 M 6 5 00:43:48 M 6 3 00:53:48 M 6 6 00:17:56 N 6 9 00:16:06 N 6 8 00:27:52 N 6 8 00:22:30 Q 6 17 00:09:20 Q 6 33 00:08:48 Q 6 20 00:07:42 R 6 40 00:04:55 R 6 35 00:07:31 R 6 13 00:19:52 TMA MESAS 00:09:39 TMA MESAS 00:11:18 TMA MESAS 00:12:28 TM PERMANÊNCIA 00:30:07 TM PERMANÊNCIA 00:33:24 TM PERMANÊNCIA 00:30:04 TM ESPERA 00:20:28 TM ESPERA 00:22:06 TM ESPERA 00:17:36 TOTAL 202 29/4/2008 TOTAL 191 30/4/2008 5/5/2008 SERVIDOR H QTD TOTAL 6/5/2008 TMA SERVIDOR H QTD TMA A 6 5 00:43:53 A 6 1 00:47:04 B 4 25 00:10:38 B 4 12 00:09:45 C 6 37 00:06:39 C 6 30 00:08:00 D 6 40 00:06:05 D 6 37 00:06:18 E 6 4 00:34:20 E 6 0 00:00:00 F 6 4 01:16:43 F 6 3 01:17:48 G 6 35 00:05:35 G 6 16 00:14:09 H 6 26 00:10:14 H 6 18 00:15:43 L 6 13 00:15:21 L 6 17 00:13:00 M 6 7 00:36:35 M 6 2 00:11:58 N 6 12 00:17:46 N 6 14 00:17:20 Q 6 25 00:09:34 Q 6 30 00:08:45 R 6 31 00:08:25 R 6 25 00:09:31 TMA MESAS 00:11:16 TMA MESAS 00:10:16 TM PERMANÊNCIA 00:31:40 TM PERMANÊNCIA 00:33:52 TM ESPERA 00:20:24 TM ESPERA 00:23:17 TOTAL 264 5/5/2008 Tabela 4 - Comparativo de atendimento em uma semana. Fonte: Base de dados APS. TOTAL 205 6/5/2008 188 2/5/2008 93 A controladoria, hoje existente na empresa, é mais um órgão de auditoria de processos (corretivo) que um órgão preventivo. Age como auditora nos processos de benefícios irregulares, concedidos ou indeferidos. Ocorre que a controladoria deveria agir de forma mais aplicada ao controle das atividades nos processos existentes na empresa, pois as funções definidas por Kanitz apud Arenas (1999) são: informação, motivação, coordenação, avaliação, planejamento e acompanhamento. Tendo a controladoria, portanto, a obrigação de agir de forma mais integrada com o gestor alertando-o frente às informações dos sistemas, quanto aos desvios ocorridos, facilitando assim que estes sejam corrigidos de forma mais rápida e fácil. O gestor sente a necessidade de poder contar com um órgão auxiliar no controle dos processos e identificação dos problemas. Segundo Freeman & Storner apud Arenas (1999) a informação até chegar ao gestor passa por muitos indivíduos, e cada um contribui para a forma com que ela é apresentada. São imprescindíveis que sejam também delimitados os benefícios versus os custos das informações prestadas ao gestor, pois a qualidade da informação prestada está ligada ao custo para obtê-la, facilitar o processo de obtenção é reduzir custos à organização, além de que a oportunidade da informação ser fornecida para a pessoa certa resulta no controle eficaz dos desvios. A quantidade das informações prestadas também influencia no processo decisorial, os relatórios constantes no sistema, mostram como há muitas informações no sistema. As informações são essenciais para análise do quadro da empresa, porém além de estarem totalmente isoladas, há muitas outras fornecidas pelo sistema, que precisam ser classificadas segundo sua relevância. O sistema de informação gerencial, também não pode ser considerado como um objeto isolado na organização há fatores como os ambientais que influenciam em todo o processo assim como o próprio processo. 3.4.3 As Influências Externas No sistema de informação gerencial identificado observa-se a existência de um ambiente empresarial, o sistema de informação, o gestor, os funcionários, o sistema de 94 informação interna, gerando estes uma integração que leva ao sistema global de informações, qual será o foco de atuação do SIG. O sistema de informação gerencial fornecido ao gestor é um sistema projetado para oferecer informações seguras para sua tomada de decisão, cabe a ele, porém analisá-las e concretizar ações para cumprir os objetivos estabelecidos pela organização. Os fatores ambientais neste contexto são fundamentais na análise do sistema, pois se deve utilizar um enfoque sistêmico quando da avaliação das informações. Não se pode apenas avaliar os fatores internos da empresa, apesar de produtividade, qualidade e relações humanas serem fundamentais, os fatores ambientais também o são. Uma das principais influências do ambiente, por exemplo, são as excepcionalidades do cotidiano, quando há uma falência de alguma empresa da região, ocorre um acréscimo da demanda de serviço, pois quando o trabalhador se sente desamparado recorre ao órgão para que este supra sua necessidade por renda. O que prova que o ambiente força a legislação previdenciária a se moldar às necessidades de seus clientes, da mesma forma o ambiente influencia na qualidade do atendimento. O principal produto da empresa é exatamente o atendimento ao público. O público faz inúmeras relações com as mudanças positivas de outras organizações que efetuam melhorias em seus sistemas de atendimento, por exemplo, bancos e associações, pois o cliente apóia suas exigências em termos que lhe sejam mais favoráveis. O ambiente também eleva a alta demanda em determinados dias do mês, por exemplo, vésperas de feriado, ou férias coletivas. Os fatores externos agem de forma contínua nos processos, por mais que se olhe para dentro, deve se atentar para fora, pois os clientes são influenciados por fatores externos, até mesmo alterações climáticas remetem à demanda, quando chove a demanda reduz e dias muito quentes tendem a lotar a agência. Comprova que o gestor deve programar a produção, visando também os fatores ambientais, pois influenciam no desempenho de seus funcionários. Além dos fatores ambientais é oportuno mostrar o impacto do tempo na decisão do gestor, por mais importante que as informações sejam, se não chegarem no tempo certo não servirão para tomada de decisão. Atualmente os sistemas permitem um acesso instantâneo de informações, porém há algumas informações que ainda chegam com certo atraso. Por exemplo, as mudanças na legislação que só chegam ao gestor depois de serem amplamente divulgadas na cadeia hierárquica. 95 3.4.4 O Comprometimento das Pessoas Envolvidas no Processo Apesar de o sistema de informação gerencial estar sendo implantado gradualmente desde 2004, como não havia cobrança sobre os índices encontrados, as pessoas envolvidas no processo, os atendentes, não estavam totalmente comprometidos a executar de forma correta os programas de acompanhamento. Ao realizar o estudo e efetuar o comparativo da produtividade de cada atendente, e comparando com a realidade encontrada no balcão de atendimento, observa-se que apesar do estudo dos índices indicarem que há alguns atendentes mais produtivos que outros, na prática os atendentes com baixa produtividade no sistema em alguns casos atendem mais, porém como não registram todos seus atendimentos acaba levando desvantagem. É a questão do comprometimento das pessoas que ainda não estão totalmente preparadas para apresentar resultados. Isto é um resquício das mudanças estruturais ocorridas na instituição onde há muitos funcionários que não tinham domínio da informática, e com o advento de novas tecnologias tiveram dificuldades de se adaptar. Na implantação do SIG há necessidade de uma participação efetiva dos funcionários, pois é o nível operacional do planejamento estratégico, e sem estes não é possível a estruturação correta. O apoio global da empresa segundo Oliveira (2002) é fundamental para que haja a catalisação do sistema de controladoria, as pessoas devem conhecer e confiar no sistema de informações gerenciais. Todos os funcionários devem ser treinados e alertados da importância das informações coletadas, e sua contribuição no processo. Percebe-se um distúrbio no SIG encontrado na empresa estudada, as pessoas não estão conscientes do poder das informações geradas. O gestor deve observar em seu planejamento o tripé básico da sustentação da empresa segundo Oliveira (2002) que é qualidade, produtividade e participação. O tripé básico de sustentação da empresa mostra claramente os três fatores que contribuem para o sucesso. Onde a qualidade são os serviços prestados e informações geradas, produtividade é a produção adequada dos serviços e a participação é a consciência de que fazer a sua parte no processo contribui para o objetivo geral da organização, gerando benefícios a todos os envolvidos. A participação é conseqüência do comprometimento das pessoas, conforme Michel apud Quinn e Faerman (2003), para que haja o comprometimento há primeiramente a necessidade de se valorizar a si próprio e o desenvolvimento pessoal. 96 A questão do comprometimento indica implicitamente uma relação entre o que o indivíduo quer e o que a organização tem a oferecer. O nível de comprometimento encontrado estará ligado aos anseios pessoais, o projeto de vida do indivíduo e os valores da empresa. A empresa ao oferecer a capacitação de seus funcionários indica o que quer do indivíduo: um melhoramento contínuo de sua formação. Porém 40% dos indivíduos possuem mais de 15 anos de empresa, já passaram em sua maioria da fase de anseios de crescimento profissional, até mesmo porque na organização não há um plano de cargos e salários, além dos qüinqüênios, não se ganha financeiramente nada por tempo alcançado. Um forte exemplo disto são os cargos de chefia, onde quem assume a chefia, deve trabalhar 8 horas (na teoria) e 10 horas (na prática), recebe um adicional de chefia, que é proporcional ao cargo. O chefe da agência recebe uma gratificação que gira em torno de 30% do salário de um técnico, sendo um valor fixo e não proporcional ao seu salário, para ter todas as atribuições já expostas, além de responder civilmente pela agência e pelos atos de todos os servidores dela. Quando da deposição do cargo, o funcionário volta a receber o que recebia quando assumiu a chefia, portanto apesar de toda a cobrança por parte de melhoramento, não há um resultado financeiro compatível, devendo ser observado apenas o crescimento pessoal nas atividades desenvolvidas. O incentivo à capacitação que começou em 2007 é restritivo, pois engloba somente graduação em instituição privada, ou seja, quem estiver se graduando em universidades públicas não tem direito. É mediante o recibo de pagamento que os valores são ressarcidos. Os outros 60% de funcionários da empresa que possuem menos de cinco anos de casa, são conscientes da situação funcional de que se encontram, que para ter um crescimento somente será possível assumindo uma chefia. Sendo a chefia transitória, pois após a deposição volta-se a ser o que era antes, portanto não há aspirações, logo no início da posse os novos concursados chegam com todo o entusiasmo, estando comprometidos com as metas. Os gestores se baseiam na alta quantidade de mão-de-obra disponível e a facilidade de encontrar pessoas que se interessem em assumir as atribuições, o que não é observado, é que as pessoas logo no início chegam com entusiasmo, porém depois acabam se esfriando até por observarem o que acontece com os mais antigos na casa. Dessa forma como Costa (2006) observa, o gestor deveria possibilitar que a estrutura organizacional estivesse sempre atualizada. Os fatores desmotivacionais estão sendo 97 internalizados, porém podem ser mudados e inovados, bastando uma mudança de posição. Isto seria possível com a estruturação de um plano de cargos e salários definindo então o papel do comprometimento e interesse por parte dos funcionários em cumprir as metas. Sintetizando os fatores de comprometimento da organização, podem-se listar os seguintes: a) Realização pessoal b) Cultura organizacional c) Realidade da carreira Estes fatores interagem entre si, conforme a posição do indivíduo dentro da organização, pois a realização pessoal deve estar em consonância com a realidade da carreira da mesma forma que a cultura da organização deve estar em sintonia com os anseios do indivíduo. Um fator positivo, verificado pela cultura do brasileiro, é que dentro da organização de fato as pessoas interagem formando uma família, havendo um bom relacionamento interpessoal. Como em toda família, sempre há conflitos, a organização também possui pessoas que vivem em constante desentendimento, mas que coexistem. Dentro dos princípios básicos da Teoria das Relações Humanas, conforme Chiavenato (2000) a organização deve prezar pela integração social, pois esta afeta no nível de produção. Portanto, o gestor deve sempre estar atento para o que leva as pessoas a embates, pois deve evitar que assuntos polêmicos sejam discutidos em grupos isolados. Estes assuntos devem ser discutidos em reunião, possibilitando que todos possam dar seu parecer de forma democrática, ou ainda verificar com as chefias superiores o procedimento a ser adotado e padronizá-lo. Os fatores do comprometimento são fundamentais quando se quer executar um sistema de informação gerencial, não se pode querer gerenciar um sistema com base em informações que não são fornecidas de forma correta porque seus funcionários não estão colaborando para o processo de informação. Muitas vezes há ainda o problema do receio, tabus, mitos, criados pelos que não entendem para quê as informações estão sendo colhidas. Geralmente estes pré-conceitos são criados por aqueles que têm medo que sua ineficiência fique evidente. Por esta razão é fundamental a conscientização de que os serviços devem ser bem feitos, porém também deve haver mais retorno dos bons resultados. A partir do momento da 98 implantação de uma gratificação por desempenho será gerada uma cultura de controle por parte dos funcionários, ajudando o processo poderá ser medido corretamente. A Chefia de Atendimento, também deve se comprometer a controlar que os sistemas sejam rigorosamente usados, evitando as discrepâncias encontradas, assim quando se utiliza o sistema de informação gerencial para medir a produtividade, os funcionários passarão a se comprometer a executar os sistemas de forma adequada. 3.4.5 Valor das informações A informação provoca um impacto nas decisões dos executivos, conforme Oliveira (2002), para que estas sejam eficazes é preciso que se avalie o tempo de utilização e a utilidade da informação, sendo esta a definição do valor da informação. Avaliando o tempo de utilização das informações captadas pelos sistemas existentes na empresa, observa-se que estas são utilizadas de forma remissiva. Utilizam-se os dados de um dia para projetar uma demanda de um mês. Não efetuando um estudo mais aprofundando de demanda para acompanhar as informações por um período mais longo de tempo, para então se analisar de forma ponderada as demandas futuras. A figura 37 mostra o acompanhamento da demanda da agenda, ou seja, apenas em quantos dias o atendimento será efetuado, depois de o benefício ser agendado na data, sendo que os dados podem variar de um dia para outro, não sendo gerado um comparativo semanal, para saber como é o desempenho da agência durante a semana, não tendo como o gestor avaliar se a demanda é sazonal, ou fixa. 99 APS JARAGUÁ DO SUL 20024020 Figura 37 - Tela do SIATE, para acompanhamento de demanda Fonte: Base de dados APS. Com relação ao tempo médio de atendimento também é mostrado apenas o de um determinado dia, nunca o dia corrente apenas dados de dia anterior, a utilidade das informações também pode ser questionada, pois dados como de sistemas disponíveis, e outras informações são totalmente irrelevantes. O gestor da APS não tem necessidade de saber se sua agência possui instalado o SABI, se o PGA (programa de gestão do atendimento) está em funcionamento, ou se há atendimento ao público, estas são informações que ele já conhece exaustivamente, pois parte dele o funcionamento dos sistemas e abertura da agência ao público. Já o comparativo existente no campo filas, é um exemplo de informação valiosa ao gestor, pois os dados foram tabulados de forma a agregar valor ao processo decisório, mostra a demanda de cada mês, onde foram realizadas três medições, a média da quantidade de pessoas na fila, a meta e o comparativo, que é a diferença entre a média encontrada e a meta esperada. É possível observar que há lacunas a serem preenchidas com o acesso aos outros sistemas, pois o SIATE apenas disponibiliza as informações, restando ao gestor consultar os outros sistemas de acompanhamento para ter uma noção de como está o desempenho da agência. 100 3.4.6 A integração das informações Com a definição de valor de informação percebe-se ainda com o complemento de Manãs (1999) que as informações servem para que a empresa tenha conhecimento dela própria. As informações interagem ainda com a relação de interdependência das funções, recursos e produtos da organização, onde a função maior da organização é o atendimento de qualidade ao cliente, os recursos são os sistemas de benefícios, e os produtos são os atendimentos. Fazendo uma análise dos benefícios que as informações gerenciais devem propiciar segundo Saviani (1998), verifica-se que: • Redução no custo das operações: as informações como hoje se apresentam não representam uma informação precisa dos custos das operações, portanto não há como analisar uma redução. • Melhoria no acesso às informações: as informações estão soltas no sistema havendo ainda certa perda de tempo ao encontrar subsídios nas informações gerenciais para a tomada de decisão. • Melhoria da produtividade: conforme a cultura hoje presente na empresa, apesar da necessidade da produtividade, requer ainda melhora no sistema de informação gerencial. • Agilidade na tomada de decisões: há muita informação e diversos sistemas a serem avaliados, o que demanda tempo para avaliação e tomada de decisão. • Estímulo de maior integração entre os tomadores de decisões: os gestores por impedimento da gerência não tem interagido, pois não há uma plena troca de informações, o clima entre agências está ainda em muita animosidade, devido a falta de informações que uma agência tem da outra. • Fornecimento de melhores projeções dos efeitos de decisões: o sistema de informação gerencial não está ajudando na projeção de efeitos nas decisões tomadas hoje pelos gestores. • Adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos: a empresa se adapta às excepcionalidades com as habilidades dos indivíduos presentes em seu processo produtivo de forma intrínseca, havendo colaboração do sistema de informação para sugerir soluções alternativas. 101 • Adequação da estrutura organizacional visando à facilitação do fluxo de informações: a estrutura organizacional está focada apenas no processo de forma geral, não havendo estudos mais aprofundados na qualidade das informações geradas e seu fluxo na cadeia produtiva. O sistema produtivo ainda preza a centralização de informações, e os indivíduos ainda não estão conscientes da importância do fornecimento delas. A organização ainda não tem consciência da importância de cada indivíduo para a coleta das informações. Conforme Souza (2006) medir o processo é uma forma de representá-lo, devendo ser efetuado pela organização para controlar a qualidade e o desempenho de seus produtos e processos. Na organização a produtividade e capacidade estão sendo medidas, pois para os gestores do macro-processo, a qualidade está baseada nestes níveis. Conforme Drucker apud Graeml (2003) o que não pode ser medido não pode ser gerenciado, utilizando este conceito, verifica-se que a gestão está avaliando a qualidade observando a produtividade, o que pode ser um equívoco, pois antes de tudo deve se prezar a satisfação do cliente, utilizando meios para medi-la. Os funcionários devem também conhecer os níveis de qualidade apresentados para se sentirem motivados com seu trabalho. Os dados apresentados pelo sistema ainda não são totalmente confiáveis, pois os funcionários deliberadamente não estão comprometidos com o pleno funcionamento do sistema de informação gerencial, por medo, insegurança, ou por desconhecimento de quão sério é o processo de controle e acompanhamento do atendimento. As características desejáveis no controle através de medições são quando estas se apresentam objetivas, comparáveis, acessíveis e válidas, portanto essa deveria ser a meta para a macro gestão moldar seus sistemas para que forneça de forma concisa as informações. As grandes dificuldades apontadas pelo gestor são: • A falta integração das informações e a falta de integração entre os índices de desempenho; • Excessiva quantidade de sistemas de controle; • O gestor não consegue transmitir o controle que a gerência executiva solicita; • Falta de capacidade para controlar a produtividade individual. • O principal mecanismo de controle não está disponível ao gestor. 102 3.4.7 Os Dados Fornecidos pelo Sistema O gestor não está conseguindo controlar a produtividade individual com os sistemas existentes, a questão da cultura, falta de comprometimento em utilizar de forma adequada os sistemas. Um exemplo prático é o desempenho dos atendentes, encontrado ao capturar os dados de atendimento no sistema, percebe-se claramente os desvios, um exemplo seria o atendente A que realizou em tese seis atendimentos em 6 horas de serviço. O tempo médio de atendimento de A foi de 00:38:47 em 29/04/2008, efetuando uma operação de multiplicação encontramos o tempo total de atendimentos de 03:52:42. O atendente utilizou 65% de seu tempo para efetuar atendimentos, sendo esta sua única atribuição, não havendo razão para 02:07:18 de ociosidade. O caso do atendente G que realizou em tese 24 atendimentos em 6 horas de serviço, em 29/04/2008, seu tempo médio de atendimento (TMA) foi de 00:06:19. Efetuando uma operação de multiplicação, encontramos o tempo total de atendimentos de 02:31:36. Gerando um percentual de atendimento de 42% do seu tempo, também sendo sua única atribuição. Acompanhando o dia do atendente G, percebe-se que excluindo seu horário de descanso de 15 minutos, este não se ausentou de sua mesa, e não ficou ocioso em nenhum instante. Mostrando que os índices capturados no sistema não estão de acordo com a realidade encontrada no balcão. Volta-se a questão do comprometimento em utilizar o sistema de informação gerencial para registrar os atendimentos, os funcionários não estão tendo esta cultura. O gestor após ser indagado por todas estas questões realizou uma reunião em 30/04/2008, alertando novamente da correta utilização do sistema de registro de atendimento, para que ninguém seja prejudicado quando da avaliação de desempenho. A Tabela 5 mostra os índices de atendimento antes (dia 29/04/2008) e depois (02/05/2008), tanto foi alertado para que não se deixasse de registrar os atendimentos, como foi alertado para que os atendentes não se esquecessem de encerrar o contador de atendimento no sistema. 103 29/4/2008 SERVIDOR H QTD 2/5/2008 TMA SERVIDOR H QTD TMA A 6 6 00:38:47 A 6 7 00:30:34 B 4 19 00:13:30 B 4 21 00:12:18 C 6 31 00:05:11 C 6 40 00:05:23 D 6 17 00:07:44 D 6 25 00:05:44 E 6 4 00:06:32 E 6 4 00:37:34 F 6 2 01:38:35 F 6 3 01:14:45 G 6 24 00:06:19 G 6 18 00:08:50 H 6 12 00:10:47 H 6 16 00:16:21 L 6 16 00:07:38 L 6 7 00:21:05 M N Q 6 6 6 5 9 17 00:43:48 00:16:06 00:09:20 M N Q 6 6 6 6 8 20 00:17:56 00:22:30 00:07:42 R 6 40 00:04:55 R 6 13 00:19:52 TMA MESAS TM PERMANÊNCIA TM ESPERA TOTAL 00:09:39 00:30:07 00:20:28 202 29/4/2008 TMA MESAS TM PERMANÊNCIA TM ESPERA TOTAL 00:12:28 00:30:04 00:17:36 188 2/5/2008 Tabela 5 - Comparativo antes e depois de uma reunião Fonte: Base de dados APS. A Figura 38 mostra o comparativo do número de atendimentos, e a Figura 39 mostra o comparativo do tempo médio de atendimento (TMA), onde é possível visualizar a diferença de postura, pois aumentou o número de registro de atendimentos. Quanto ao tempo médio de atendimento, em alguns casos aumentou, pois havia atendentes que apenas registravam o atendimento, quando este chegava ao fim apenas iniciavam o contador e já encerravam. 104 Figura 38 - Comparativo antes e depois (quantidade de atendimentos) Fonte: Base de dados APS. Figura 39 - Comparativo antes e depois (tempo médio de atendimento - TMA) Fonte: Base de dados APS. 105 Quanto ao número de atendimentos infelizmente pela demanda variável não é possível efetuar uma análise correta, mas a tendência foi de aumento no registro. Ao menos a relação de produtividade encontrada na Tabela 6 em geral aumentou, mostrando o que Quinn e Faerman (2003) afirmam quando mencionam a relação que a liderança e motivação, pois a são fundamentais para que os funcionários cumpram as metas. A B C D E F G H L M N Q R 29/4/2008 TTA 03:52:42 04:16:30 02:40:41 02:11:28 00:26:08 03:17:10 02:31:36 02:09:24 02:02:08 03:39:00 02:24:54 02:38:40 03:16:40 % 65% 71% 45% 37% 7% 55% 42% 36% 34% 61% 40% 44% 55% 2/5/2008 Diferença TTA % 03:33:58 59% -5% 04:18:18 72% 1% 03:35:20 60% 15% 02:23:20 40% 3% 02:30:16 42% 34% 03:44:15 62% 8% 02:39:00 44% 2% 04:21:36 73% 37% 02:27:35 41% 7% 01:47:36 30% -31% 03:00:00 50% 10% 02:34:00 43% -1% 04:18:16 72% 17% Tabela 6 - Comparativo de produtividade Fonte: Base de dados APS. Os dados encontrados são irrelevantes para o gestor sem que antes seja verificada a veracidade das informações, por esse motivo ele não tem como efetuar um controle de produtividade de seus funcionários, o sistema de informação gerencial, criado para melhorar o fluxo de atendimento não tem ajudado o gestor a analisar a realidade da sua capacidade de atendimento, pois não tem como prever sua demanda e não sabe qual é a verdadeira capacidade de sua agência. 106 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a pesquisa pode-se perceber que o sistema de informação gerencial é uma ferramenta de apoio ao gestor, pois permite de forma rápida e simples a extração e análise de informações necessárias a todos os níveis da organização, oferecendo um suporte aos objetivos estratégicos. O sistema de informação gerencial aplicado na empresa possibilita a identificação de distúrbios no processo, e principalmente facilita o desempenho das atividades, o monitor de chamada é um mecanismo simples de contagem de tempo. O monitoramento do atendimento é efetuado pontualmente durante o decorrer das atividades. Ao final do expediente é possível a emissão de um relatório de estatística de atendimento, onde é possível consultar a quantidade de atendimentos. O Monitor de Atendimento outro sistema de informação gerencial, oferece ao gestor um controle visual do que está ocorrendo na agência, o fluxo de atendimento, possibilitando evitar excesso de demanda em determinado serviço, o que ocasiona um tempo de espera maior. Este relatório apresentado pelo sistema como periódico, é atualizado e disponível a todo instante, e representa a principal ferramenta de gestão do atendimento, pois é possível controlar tempos de espera, melhorando a qualidade sentida pelo cliente. O sistema de informação gerencial também oferece controles de tempo de agenda, como o SIATE, onde é possível visualizar se um serviço está com tempo inferior a 30 dias (situação ideal), entre 30 e 45 dias (situação de atenção) e com mais de 45 dias de espera (situação crítica), devendo agir quando o controle se aproxima dos 30 dias. Mesmo não tendo como controlar a quantidade de demanda diária, apenas efetuar projeções, com o sistema de informação gerencial o gestor consegue efetuar ajustes nas rotinas de atendimento para que a demanda se encaixe diariamente na sua capacidade, bastando para isso ele consultar o sistema de agendamento e controlar o monitor de atendimento. A questão central do estudo é identificar a integração existente entre o sistema gerencial e os componentes da organização. Ao percorrer a literatura encontrou-se os fatores humanos, a questão do gestor, os fundamentos da informação, a gerência e o sistema. Efetuando-se uma análise de todos estes fatores na empresa, principalmente de como o sistema de informação gerencial se integra com os componentes da organização. Sendo 107 atingido o objetivo da pesquisa, pois a integração foi identificada, e ainda analisada de tal forma que se identificou a maneira como ela se manifesta no cumprimento dos objetivos da organização. Verificou-se, porém a questão do comprometimento da equipe em utilizar o sistema de informação gerencial. Efetuando um contraponto percebeu-se a precariedade em que se encontram as informações. A equipe não está totalmente consciente de sua participação no processo, e nem tampouco motivada. Há muito que se trabalhar neste quesito, pois um sistema de informação gerencial conforme Manãs (1999) e Oliveira (2002) não tem sucesso se não houver pleno envolvimento da equipe. Outro quesito é que as informações prestadas pelo sistema encontrado estão desconexas, não fornecendo ao gestor uma ampla visão do sistema, tendo este que percorrer inúmeros caminhos, senhas e acessos, para ter no final uma visão limitada, pois não é possível a ele verificar o que sua chefia superior está visualizando do desempenho da empresa. O sistema que controla estas informações mais amplas é o SUIBE, Sistema único de Informações de Benefício e só é disponível para a chefia da gerência regional. Verifica-se, que para o sistema de informação gerencial ajudar na integração é primordial que sejam adequados os sistemas para que este tenha uma maior facilidade de visualização, o sistema de Monitor de Atendimento poderia ser integrado com o SIATE, O relatório de evolução da Fila também deveria ser disponibilizado pelo Monitor de Atendimento, assim como o relatório da agenda, as informações sobre represamento que fornece o relatório INFGER e todos os relatórios de controle de atendimento deveriam ser observados em uma única tela. Desta forma o gestor poderá, com rapidez e simplicidade, visualizar os resultados, pois antes de identificar um desvio, poderá verificar a situação passada da empresa, a situação futura e efetuar ainda uma projeção, podendo ainda realizar um comparativo entre o planejado e o realizado. Os relatórios que o gestor desejar consultar devem ser direcionados, com fácil localização na tela inicial. A integração das informações quando de suas análises são cruciais, portanto elas devem ser fornecidas o mais dinamicamente possível. Os dados isolados como estão dispostos atualmente, em forma bruta conforme Manãs (1999) descreve, não fornecem uma informação, a informação é o dado trabalhado, portanto o 108 sistema deve integrá-los. Somente assim o gestor pode analisá-los, pois os dados sem uma análise e sem um propósito de nada contribuem para o melhoramento da organização. A visão da empresa é a de prestar serviços de qualidade, resolutividade e em satisfazer as expectativas do cliente-cidadão, o que está dentro do conceito de qualidade de Oakland (1994), portanto apesar de ainda ter de melhorar em muitos quesitos, a organização está no caminho certo, pois tem como primeiro objetivo o atendimento de qualidade. O gestor consciente dos requisitos do cliente, para poder analisar as informações prestadas pelo sistema, também deve observar que os números apresentados pelos relatórios, na maioria das vezes referem-se a pessoas, os indivíduos que estão diariamente contribuindo para o processo. A informação para chegar ao gestor passa por diversos indivíduos, sendo que cada um contribui para a forma em que ela é apresentada, portanto deve ser observada a interação humana, a questão do usuário do sistema de informação gerencial. Neste sentido Robbins (2005) descreve que a diversidade interage com as organizações, pois um dos maiores desafios das organizações na atualidade é se adaptarem às diferenças entre as pessoas e mediar o relacionamento humano. As organizações estão se tornando mais heterogêneas em termos de raça, etnia e sexo de seus participantes, levando um profundo estudo de como as interações humanas irão se desenvolver, e como estas pessoas podem ser lideradas. Com as novas mudanças ocorridas após a chegada de um plano de gratificação por desempenho (GDASS), surgiram novos desafios para o relacionamento entre a APS e seus funcionários, há muitos funcionários com mais de 15 anos de casa, porém houve uma grande inovação do quadro de trabalho, sendo que o número de novos funcionários (com menos de 5 anos de serviço) é superior. Com o passar dos anos, desde sua criação a instituição passou por muitas mudanças em sua estrutura, principalmente nas suas atribuições. Este fato é responsável pelos conflitos existentes hoje na agência, pois ainda há pessoas aprendendo, como em toda a organização. Percebe-se que os funcionários já vem há algum tempo se adequando, sendo que a instituição realizou poucos esforços para se adequar a eles. Conforme Michel apud Quinn e Faerman (2003) o comprometimento deriva do indivíduo, da valorização deste e de seu desenvolvimento pessoal. Portanto, fica claro que estes para colaborar com a instituição necessitam se sentirem valorizados. 109 A cultura dos indivíduos é crucial para interagirem de forma positiva para a organização, pois dependendo de suas expectativas se dá o comprometimento. A implantação de uma gratificação de desempenho por produtividade irá aumentar os conflitos já existentes. Além de já terem se adequado a todas as mudanças ocorridas na instituição, devem se adequar aos novos sistemas de informação gerencial implantados, para acompanhamento da produtividade e melhoramento do processo. A APS deve sempre observar a prestação dos serviços, garantindo a toda população direitos iguais, o que abrange o atendimento igualitário, estando sujeita a participação da população em seu processo de gestão, pois são os níveis de atendimento dos clientes que determinam a qualidade do processo. Toda a questão humana esbarra na questão tecnológica, pois conforme o conceito de Oliveira (2000) os sistemas de informação gerenciais só terão efetivas contribuições a partir do momento que houver a participação global da organização, o que inclui os indivíduos, portanto mesmo não se tratando de apenas uma forma errônea de se coletar as informações, mas também uma questão gerencial. Os relatórios fornecidos pelo sistema não estão integrados, que é a principal característica de um sistema de informação gerencial, e ainda apresentam distúrbios provocados pela má coleta de dados. Para trabalhos futuros sugerem-se outras análises: a) Analisar o clima organizacional; b) Analisar índices de desempenho; O objetivo geral do estudo que é identificar a integração do sistema de informação gerencial com os componentes da organização, foi explicitado, mostrando como os indivíduos tem interagido e contribuído para o SIG. Verificou-se no decorrer da pesquisa que há inúmeros outros fatores que influenciam nesta integração, pois o sistema de informação gerencial é uma tecnologia da informação criada para ajudar no processo decisório, mas principalmente é criado e manipulado por indivíduos para controlar e corrigir as ações de outros. Não podendo ser esquecido que o ser humano é um componente a ser estudado e não controlado. 110 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELO, L. Sistema de informação: análise e projeto de sistemas. São Paulo: CEETPS – SP, 2007. ARANTES, N. Sistemas de gestão empresarial: conceitos permanentes na administração de empresas válidas. São Paulo: Atlas, 1998. ARENAS, M. V. dos S. Sistema de informação Gerencial: Controladoria como Apoio para Tomada de Decisão – um estudo de caso numa instituição privada de ensino superior. Florianópolis: UFSC, 1999. BARROS, M. N. Incorporando a Melhoria Contínua em Áreas de Suporte, visando a Qualidade Global em Serviços. Florianópolis: UFSC, 2002. 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