ALIMENTOS TERMOGÊNICOS Disciplina: Termogênese dos Seres Vivos Aluna: Glauce Moreno Barbosa Novembro, 2012. OBESIDADE o Excesso de gordura na região abdominal Diabetes tipo 2 Doenças cardiovasculares Câncer o o Solução: Restrição na dieta X Exercícios Físicos Possíveis causas: - ambiente - susceptibilidade genética (“metabolismo lento”) A BUSCA POR COMPOSTOS TERMOGÊNICOS Dos extratos tireoidianos aos simpatomiméticos • Hormônios tireoidianos e Dinitrofenol Redução do peso • Efeitos colaterais – estimulação cardíaca e aumento do catabolismo proteico. • o Outros compostos: Hormônios – glucagon, hormônio do crescimento; • Sintéticos – derivados do dinitrofenol, ácido nicotínico e salicilatos; • Alimentos – aminoácidos (semelhantes a glicina), extrato de frutas cítricas. • Apresentam propriedades termogênicas. • Pequeno efeito na taxa metabólica. Compostos broncodilatadores (cafeína, teofilina e efedrina) o • Simpatomiméticos – efeitos estimuladores na termogênese e na oxidação de lipídeos, enquanto reduzem o apetite. Dos simpatomiméticos clássicos aos agonistas adrenoceptores atípicos Dos agonistas de adrenoceptor b3 aos inibidores de acetil CoA carboxilase 2 Da farmacoterapia a fitoterapia o Suplementos herbais: Ma Huang – alcaloides tipo efedrina; • Guarana ou kola nuts – fonte de cafeína; • Casca do salgueiro – fonte de salicilatos; • Coleus Forskohlii – ingrediente ativo - forskolin • AMPc. Reações adversas aos produtos contendo efedrina – uso suspenso nos EUA e outros países. Citrus aurantium – ingrediente ativo - alcaloide sinefrina – atua nos adrenoceptores a e b – aumenta gasto de energia de repouso – melhor fitoterápico termogênico substituto do efedra. Garcinia cambogia – hidroxicitrato inibe a ezima citrato liase envolvida no processo de lipogênese de novo. ALIMENTOS – TERMOGÊNICOS E OXIDANTES DE ÁCIDOS GRAXOS Metilxantinas o Mais abundante – cafeína – estimula taxa metabólica (aumenta gasto de energia no repouso e oxidação de ácidos graxos) Compostos polifenólicos o Ingestão de extrato de chá verde (125 mg polifenol catequina + 50 mg cafeína) – gasto de energia e oxidação de lipídeos. o Catequinas inibem COMT e cafeína inibe fosfodiesterase – interagem sinergicamente no SNS levando a potencialização da termogênese induzida por noradrenalina e oxidação de lipídeos. o Estudos em tecido adiposo marrom de rato – interação termogênica sinérgica entre cafeína e epigalocatequina (catequina mais abundante no chá verde). Outros polifenois 1. Polpa de alfarroba – rica em ácido gálico, galotaninos e glicosídeo flavonol – aumenta gasto de energia pós-prandial e reduz o quociente respiratório em humanos. 2. Resveratrol e quercetina – importantes polifenois da uva. Resveratrol Em camundongos, resultou em mais mitocôndrias hepáticas e aumentou o gasto de energia no corpo todo. Quercetina Em humanos, aumentou a densidade mitocondrial no músculo esquelético e melhorou a aptidão e a capacidade de resistência antes do treinamento. 3. Oleuropeína e hesperidina Oleuropeína Composto fenólico do óleo de oliva extra virgem – aumenta secreção de catecolaminas e eleva UCP1 em tecido marrom de ratos. 4. Circumina Hesperidina Polifenol do limão – suprime a obesidade induzida por dieta e super-regula marcadores gênicos da oxidação lipídica em tecido adiposo branco de camundongos. (presente em “spice turmeric”) e ácido clorogênico (presente em grãos de café) – em camundongos, reduziram o peso corporal e o ganho de gordura, pois aumentam a eliminação fecal de gorduras e estimulam o gasto de energia. 5. Isoflavonoides de soja – em modelo animal de obesidade, reduzem o acúmulo de gordura e aumentam o gasto de energia associado ao uso de lipídeos. 6. Kaempferol – encontrado em brócolis, espinafre e grãos – aumenta gasto de energia celular e ativa hormônio tireoidiano através da estimulação de deiodinase tipo 2 em mioblasto do músculo esquelético humano. o o o Capsaicinoides e Capsinoides Pimenta e mostarda aumentam a termogênese e oxidação de ácidos graxos, além de reduzir o apetite. Ativos responsáveis – capsaicinoides (capsaicina e dihidrocapsaicina) e homólogos de capsaicinoides (gingerols, shogaols e zingerone) e capsinoides (capsiate, dihidrocapsiate e norhidrocapsiate) Modo de ação – induzem secreção medular adrenal e interferem com o controle do SNS no músculo e tecido adiposo. o o Minerais Papel do cálcio na regulação do peso e composição corporal – via efeito no calcitriol plasmático, regula concentração de cálcio nos adipócitos, o que regula o metabolismo lipídico. ingesta de cálcio – estimula lipólise, inibe lipogênese e ativa oxidação de lipídeos, o que reduz o ganho corporal. o o o o Tipos de proteínas e aminoácidos Proteínas apresentam maior poder de saciação e maior efeito térmico quando comparadas a quantidades isocalóricas de carboidratos e gorduras. Dietas com alta quantidade de proteínas – efeitos prejudiciais na função renal, desordens neurológicas, estresse oxidativo e doenças cardiovasculares. Dietas ricas em proteína de soja, peixe ou soro – reduzem adiposidade e melhoram sensibilidade à insulina (em comparação às dietas suplementadas com glicina ou glutamina). Maior consumo de arginina e lisina – associado com maior ganho de “massa magra” e menor ganho de “massa gorda”, pois aumentam secreção e ação de hormônio de crescimento. o o o Tipos de carboidratos e açúcares simples Sucrose – maior efeito térmico em comparação aos dissacarídeos maltose e lactose. Frutose – requer altos níveis de ATP ligados a gluconeogênese com contribuição para a lipogênese de novo. Alto consumo de frutose – perfil lipídico adverso, aumenta diabetes (diminui sensibilidade à insulina) e riscos cardiovasculares. o o Galactose – promove mobilização de gordura pós-prandial e oxidação de lipídeos, sem afetar produção de leite. Fibras dietéticas e NSP (non-starch polysaccharides) - aumentam a renovação dos tecidos do TGI e alteram a microbiota e o controle da termogênese no eixo cérebro-intestino – Vantagem para controle do peso corporal. Tipos de lipídeos e ácidos graxos Triglicerídeos de cadeia longa (LCT) (ácidos graxos C14-C22) Triglicerídeos de cadeia média (MCT) (ácidos graxos C6-C10) o Características estruturais que afetam destino metabólico dos ácidos graxos: Comprimento da cadeia; o Grau de insaturação; o Posição e configuração estequiométrica das duplas ligações. o o Tendência geral da oxidação de ácidos graxos: quanto maior o número de carbonos, menor a oxidação dos ácidos graxos; 2. oxidação de ácidos graxos insaturados de cadeia longa é mais rápida do que a de ácidos graxos saturados de cadeia longa. 1. Maiores efeitos térmicos de MCT em relação a LCT. MCT entra rapidamente na via de oxidação da mitocôndria sem requerimento do transporte pela carnitina e ativação de SNS Redução da massa de tecido adiposo. Dietas ricas em ácidos graxos insaturados são mais termogênicas do que aquelas ricas em ácidos graxos saturados. Além disso, ácidos graxos insaturados redistribuem nutrientes em favor da massa corporal magra. Dietas enriquecidas com ácidos graxos poliinsaturados (ácido linoleico e linolênico, ou seu metabólito principal ácido docosahexaenoico) podem ter relevância como ingrediente funcional para aumentar termogênese, melhorar composição corporal e sensibilidade a insulina em humanos. CONCLUSÃO Uso de produtos “naturais” não são revisados quanto a eficácia e segurança pelas agências reguladoras principais, ao contrário dos medicamentos. Estes produtos contêm um ou mais ativos farmacológicos que possuem propriedades termogênicas e oxidante de lipídeos. Bebidas contendo cafeína, chá verde contendo catequinas, temperos ricos em capsaicinoides / capsinoides e óleos ricos em MCT e PUFA – presentes nas dietas do mundo todo – auxiliam a eliminação do excesso de lipídeos.