UNA lEITURA DA POESIA l1RICA Antonio Faeuldade DE ALBERTO Rodrigues de Filosofia, Jales Parado Entregue Ci~neias extintas Sem mais senhor, A envidracada Belon existe as senzalas, ainda a fazenda, easa da vivenda ao tempo eom as desertas Se ali penetras, v~s em eada fenda Verdear e ouves, musgo, 0 Soturnos eeos e 0 De atros moreegos Ama 0 A janela olhava, (Alberto De inleio da frente, os dedos, A questao de passagem 0 saudosa atirar-me poema apresenta fOnieo. imagem um beijo ... Nossos Cl~ssieos) uma eerta difieuld~ 0 lei tor eneontra nos seus para tropecos. eomeca a ter um eneaminhamento se observa a adocao pelo poeta da pr~tiea ,ao das ressonaneias vejo entre eortinas de Oliveira-ColeCao de no estudo de seu estrato versos mais de um motivo essas rulnas. quando De prata e luz, ehegar E, unindo se aeaso falas, em revoada horrenda. horas mortas, Eu a varanda salas. rocar das alas luar, entretanto, Uma noite, 2. e Letras (SP) engenho, 0 DE OLIVEIRA nasais e da sinerese, da eetlipse, eoneretizada quando supre~ pela pronuncia de varias No momento silabicas em que a introdu~~o ~ece, torna-se versos vogais possivel na disposi~~o sucessivas desses identificar dos acentos recursos como uma na leitura acon a regularidade tonicos s6. m~trica dO$ e no numero de sil! bas. A ocorrencia mentos aproxima 0 desenvolvimento passa a prosa. 0 esquema do poema, nao coincide di~ao. tradicional 0 a porque esquema quartetos Ja nos tercetos na tra- da literatura brasi nos tercetos, rimico incl~ 0 traba encontrado em de Camoes. Nos seus primeiros com enfase daquele predominante nitida tradi~ao mesmo 0 mais da metade dos sonetos critiva esquema uma tendencia lho em estudo apresenta encavalga- em ABBA, ABBA, da lingua. do mesmo leira de maior desobediencia de em ABBA, BAAB, nos prestigio a ocorrencia Contrariando dos versos rimico com sive no poeta de maior observa-se de urn granrle numero no espa~o versos, a apresenta~ao tern um carater sac do espa~o e de seus componentes definido. coloca-se desUma aos olhos vi de quem Ie. No quarteto ca coincide com das nos limites uma situa~ao. Ele prolonga hip6tese 0 inicial, uma unidade seu todo. Algumas de um ponto Quase 0 ora~oes finalizador mesmo pode-se a apresenta~ao coordenadas da estrofe dizer do espa~o, morfossintatiuni apresentam do segundo introduzindo quartetn nela, uma de a~ao. Uma frase, da da primeira nono verso, para a segunda revela as rela~oes existentes de vista morfossintatico manticamente 0 aponta parte. entre marca a passagem A conjun~ao adversativa as duas partes. Do ela tem uma fun~ao coordenativa, para a oposi~~o 271 caracterizada niti- ponto se pela prese~ ca de u~a situacAo inicial (quarteto) u. e de desfecho (te~ cetos). Os cinco ulti~os versos tos, obviamente, mas a uma s6 unidade do pri~eiro 0 para segundo terceto to. 0 final em reticencias s~o do pensamento e a conseq6ente pri~eiros quarteto car~ter 0 quatro versos. coloca acontece componentes verso indica naturais cultural, de uma esfe- procedem ra exterior, da situacAo on de se posta 0 interlocutor implicito timas estrofes. exterioridade, senti~ento, um dialogo um como processo passa por uma invers~o nas duas A imagem que asseguraria objetividade, de fato, encontra interior. nos versos finais, lidades oferecidas no verso nove. Uma outra termos relac~o ao contr~rio, relacionam-se opositiva descritivo de dinamicidade ul na saudade, um Nas estrofes parte vem da predominancia rente do seu aspecto alguma seu suporte 0 cujos a prevalencia que tem estrofe. dade. Uma oposiC~o a segunda sujeito com quem estabelece uma realidade exterioridade, segundo de uma atmos As impressoes o 0 dos sugestivos particular. da segunda e cuI de descricAo fera emotiva no verso inicial suspen- hist6ricos objeto espaco a do raciocinio. dos ele~entos No mesmo A passagem num encavalgame~ abertura do espaco a dois terce gra~atical. do ultimo A predominAncia turais 8ssinala pertence~ iniciais a a interioripelas possibi- entre a primeira da estaticidade nos oito primeiros da agitac~o e decorversos suhjetiva nos e ver sos dos tercetos. Nos sonetos progress~o re ainda, da estrutura com acentuada a forma semAntica argumentativa, freqOencia, 0 organiza-se como silogisticamente.Oco! desenvolvimento quali- tativo, a exemplo estruturac~o do que tambem dialetica, forma do dialogo igualmente implicito Elahoradas possivel perfeitamente a estrutura aberta, na combina~ao de trevas, riva~Oes nos tercetos. sentidos e dire~oes na leitura do poema de oposi~oes do p~ desemp~ se estabeleceen e medos, conotadas na se lua e as suas de- de varias oposi~Oes,de semelhantes. fundamental do poema tem por base ao surgimento de uma outra, um transfere-se ao uma impressao. impressoes contados e na narra~ao, associadas por um narrador, a um conjunto faltando co, uma problematiza~~o e uma conclusao. aberto, conclusiva. sem uma sintese Alberto do, um conjunto de Oliveira de versos va, com a predominancia no seculo XVI. 0 esquema do soneto 0 seu introdutor 273 no caso em estuqualitatl revelando de uma sintese dinami torna-se basicamente do descritivismo, aparecimento de aconte um motivo escreveu, de estrutura de raciocinio, o deu-se de uma estrutu- dos elementos Entrela~amento que predispoe lei tor algumas de esquemas do final reticen- clara da luz.da Na descri~ao cimentos com evasiva, sombras A progressao sentimento, torna-se entretanto. e a presen~a uma qualidade a fate em desacordo evidencia-se Um outro conjunto gunda estrofe tem ar a identifica~~o por oposi~Oes tre as sugestoes A exige uma estrutura desenvolvida, inconclusiva, nhado pela conjun~ao do soneto, anteriores, do soneto cioso do poema. Mesmo assim, pel fundamental pr6pria as reflexOes gumentativa com a repetic~o. nos versos. dizer que a indole ra argumentativa acontece ausencia final. em lingua foi Sa portuguesa de Miranda. Ele e a forma convencional classica tencia deve-se a determinac~es pela forma semantica o formais progressiva Cam~es, monianos tornam-se mo a sua tematica Nos sonetos brasileira lembra apenas t§o presente gues e um leve eshoco neste exemplo lingua os cliches ca anteriores. Mes longinqUamente do sujeito, de em particular, parnasianos mais raros que em perio~os jeto de encantamento BURKE, Kenneth. claras. Caracteriza-se na literatura em geral, e na llteratura logicamente. sua exis e a forma fanica limitadora. autor de sonetos de malor projec§o portuguesa e por excelencia.A 0 amor como o~ no poeta portu- ne Alberto de Oliveira. Teoria da forma literaria. Traduc§o de Jose Paulo Paes. Cultrix-EOUSP, S§o Paulo, 1969. CAMARA JR ..J. Matoso. Dicionario Vozes, de ling81stica eGra.atica. 13Q edic§o, Petropolis (RJ), 1986 CAMOES, Luis de~ OhraCompleta. Companhia Aguilar Editora,Rio de Janeiro,1963. CHERUBIM, Sebasti§o. vraria Pioneira. OLIVEIRA, Dicionariode Editora, Alher~o de. Poesia por Geir Campos. Livraria Janeiro, 1969. figuras s§o Paulo, (NOS$OS de Linguage.. Li 1989. Classicos) Agir Editora, Qrgantzado 2~ EdiC§o, Rio de