DOENÇAS DEGENERATIVAS OU HEREDO-DEGENERATIVAS ESCOLA DE MEDICINA UCPEL Prof. Antonio J. V. Pinho Conceito São enfermidades de causa desconhecida, muitas de ocorrência familiar ou hereditária, que afetam diferentes partes do S. Nervoso Central e periférico, em várias combinações No cérebro Esclerose tuberosa (Bourneville) Degeneração do Corpo Caloso Demência pré-senil (Pick e Alzheimer) Epilepsia mioclônica (Lennox) Degeneração cerebral progressiva (Alper) Paralisia agitante (Parkinson) Distonia muscular deformante ou de torção Coréia crônica progressiva (Huntington) Hemibalismo Atetose outras No cerebelo Ataxia espinhal cerebelar hereditária (Ataxia de Friedreich) Ataxia hereditária com atrofia muscular ( Doença de Lévy-Roussy) Atrofia olivo-ponto-cerebelar (Doença de Holmes-Déjerine-Thomas) Degeneração cerebelar parenquimatosa Na medula espinhal Esclerose lateral amiotrófica Siringomielia Outras Nos nervos Atrofia muscular peronera Neurite intersticial hipertrófica Neuropatia sensitiva hereditária Artrogripose múltipla congênita Disautonomia familiar Outras Nos músculos Distrofia muscular progressiva Distrofia muscular ocular Miotonia congênita Distrofia muscular miotônica Miastenia grave Paralisia periódica familiar Mioblobinúria Miopatias congênitas Outras No colágeno Periarterite nodosa Arterite temporal Arterite de células gigantes Lupus eritematoso Dermatopolimiosites Outras DOENÇA DE ALZHEIMER Conceito: É uma doença caracterizada por extensas alterações degenerativas do cérebro, cujas características clínicas são: 1) a demência pré-senil progressiva 2) a disfasia Histopatologia Acentuada atrofia cortical difusa (+ temporal e frontal) Estado cerebral semelhante a senilidade Presença de placas argentófilas (de Alzheimer) Degeneração neurofibrilar Sem alterações arterioescleróticas Diagnóstico A demência progressiva Os precoces distúrbios da fala Outros A demência progressiva Embotamento intelectual Pensamento lento Capacidade social diminuída Capacidade econômica decrescente Falhas de memória Os precoces distúrbios da fala Anomia Dificuldade de compressão do que ouve Dificuldade de compressão do que lê Ecolalia Verbigeração Outros Apraxias Agnosias Tipos clínicos Iniciais Tardios Tipos clínicos iniciais HIPO, com: Apatia Perda da espontaneidade Mutismo Imobilidade HIPER, com: Inquietação Agressividade Tipo clínico final Demência (total) A atividade intelectual cessa Vida vegetativa Velhice precoce Afasia O paciente emudece Diagnóstico diferencial Demência senil: Aparece mais tarde Arterioesclerose: HAS, doença vascular generalizada Tumor frontal: Sinais de H.I.C. Coréia de Huntington: Os movimentos anormais Doença de parkinson: Tremor de 4 a 6 c/s, hipertonia plástica, acinesia Tratamento De suporte Drogas ativadoras do funcionamento neuronal ESCLEROSE MÚLTIPLA Sinonímia: Esclerose em placas Esclerose insular Esclerose disseminada Conceito É uma doença crônica, dismielinizante, caracterizada pela presença de áreas de desmielinização no sistema nervoso, cujas manifestações clínicas são: 1) Uma variedade de sintomas neurológicos 2) Uma variedade de sinais neurológicos 3) Tendência a remissão e a exacerbação Exemplo de placa em medula Coloração da mielina mostrando a placa Histopatologia Cortex cerebral normal Raramente ocorre atrofia cortical ou subcortical Presença de placas acinzentadas irregulares no centro branco medular, tronco, cerebelo e medula Placas predominam em torno do I, II e III ventrículos As lesões no tronco dão aspecto de “vaca holandesa” Diagnóstico Pelo polimorfismo da sintomatologia Pelas remissões e exacerbações Pela presença de placas na Ressonância magnética Sinais e sintomas Fraqueza muscular Distúrbio de visão Distúrbios cerebelares Distúrbios urinários Distúrbios sensitivos Parestesias Distúrbios mentais Outros Fraqueza muscular Paresias: Mono, hemi, para, quadri Sinais piramidais: Hipertonia elástica Hiperreflexia Clôno Babinsnki Distúrbios da visão Visão turva Diplopia Escotomas Neurite óptica Distúrbios cerebelares Fala escandida Marcha atáxica Incordenações do tronco e membros Distúrbios urinários Incontinência Urgência Distúrbios sensitivos Diminuição da sensibilidade vibratória Diminuição da propriocepção Dores Parestesias Formigamento dos membros e face Adormecimento dos membros e face Distúrbios mentais (50%) Euforia Depressão Outros Vertigens Disfagia Convulsões Laboratório Líquor: Aumento das proteinas, das globulinas e da imunoglobulina G Moderada pleocitose Ressonância magnética Presença de placas escleróticas Pouca ou nenhuma atrofia Tratamento Medidas de suporte Medicamentos ACTH, corticóides, anisolíticos, antidepressivos Fisoterapia ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Sinonímia: Atrofia muscular espinhal progressiva Doença do neurônio motor Doença de Charcot Conceito Doença progressiva, crônica, resultante da degeneração das células motoras da medula espinhal e bulbo (neurônio motor inferior), cujas manifestações são: 1) Atrofias musculares 2) Fibrilações musculares (contrações espontâneas) 3) Fasciculações musculares (aspecto vermicular) Histopatologia Degeneração: - das células motoras da medula - das células motoras do tronco - dos tratos piramidais - menor, do neurônio motor superior Ausência de reação inflamatória Pode haver, discreto infiltrado perivascular Degeneração no tronco Mais afetados: Núcleos ambíguo, do acessório e do hipoglosso Menos afetados: Núcleos motor do trigêmio, facial e vestibulares Quase sempre poupados: Núcleos do óculo-motor, troclear e abducente Diagnóstico Forma clássica: Agressão inicial do corno anterior da medula espinhal. 2/3 dos casos. Forma ampliada: Quando somam as lesões do trato córtico-espinhal. Forma alta: Quando somam as agressão do córtex cerebral. Forma paralítica bulbar: Com agressão dos núcleos inferiores do tronco. 25% dos casos. Forma clássica Fraqueza muscular (simétrica) Hemi, para, tetraparesia Atrofia muscular Fibrilações musculares Fasciculações musculares Hiporeflexia profunda Forma ampliada Somam-se: A hiperreflexia e o Sinal de Babinski Forma alta Somam-se: Os sinais de liberação piramidal Forma paralítica bulbar progressiva Dificuldade de deglutição (disfagia) Dificuldade de elevação dos ombros Paralisas da língua Laboratório Eletroneuromiografia: Velocidade de condução normal Denervação muscular Fibrilação muscular Gigantescos potenciais de ação durante os movimentos voluntários Diagnóstico diferencial Esclerose múltipla: Estudo cuidadoso Tumor medular: Tem alterações sensitivas. Pelas provas dinâmicas do líquor Siringomielia:Tem dissociação sensitiva Sífilis: Pelas provas sorológicas Miastenia grave: Pela prova da Neostigmina Distrofia muscular progressiva: Inicia cedo e pelas provas laboratoriais específicas Tratamento e Prognóstico Medidas de suporte: fisioterapia, enfermagem, psicoterapia, baclofeno (espasticidade), gastrostomia,riluzol (antagonista do glutamato). Morte, 50% em 3 anos. 90% em 6 anos por: Inanição, paralisia respiratória, pneumonias de aspiração ESCLEROSE TUBEROSA Sinonímia: Doença de Bourneville Doença de Bourneville-Brissaud Adenoma sebáceo disseminado Doença de Pringle Epiloia Conceito É uma doença caracterizada pelo aparecimento, na infância, de tumores congênitos, malformações do sistema nervoso, pele e, eventualmente, em outras partes do corpo e cuja clínica é formada por: 1) Nevos faciais 2) Crises convulsivas recorrentes 3) Atraso no desenvolvimento mental Histopatologia Nódulos escleróticos de cel. Gliais Anomalias nos giros, heterotipia Malformações angiomatosas Nevos de elementos nervosos na face, unhas e pés Tumores de tecido nervosos nas retinas (facomas) Rabdomiomas no coração Tumores de natureza mista em todos os órgãos Diagnóstico Pelos nevos faciais Pela epilepsia Pelo retardo mental Os facomas As calcificações cerebrais ao RX Pingos de vela na pneumocefalografia Malformações na TC e RM Tratamento Uso de anticonvulsivantes Escolas especiais para a deficiência mental