LÓGICA MATEMÁTICA NOÇÕES DE LÓGICA O aprendizado da Lógica nos auxilia no raciocínio, na compreensão de conceitos básicos, na verificação formal de programas e melhor nos prepara para o entendimento do conteúdo de tópicos mais avançados. Nossa introdução na lógica terá como objetivo principal a investigação da validade de ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTIVOS. ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premissas, se verdadeiras, tem a conclusão também verdadeira. Premissa : “Todos os homens são mortais.” Premissa : “Os gregos são homens.” Conclusão : “Os gregos são mortais.” Esses argumentos serão objeto de estudo neste roteiro. 1ª premissa: O Sol é uma estrela. 2ª premissa: Toda estrela possui luz própria. Conclusão: O Sol possui luz própria. CÁLCULO PROPOSICIONAL Como primeira e indispensável parte da Lógica Matemática temos o CÁLCULO PROPOSICIONAL ou CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS SENTENÇAS. PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que seja falsa. • A bola é redonda. • A reta tem extremidade. • O espaço é infinito. OBS.: Não usaremos sentenças INTERROGATIVAS ou EXCLAMATIVAS. SÍMBOLOS PARA O CÁLCULO PROPOSICIONAL • VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minúsculas p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas atômicas) . Exemplos: A bola é redonda: p A reta tem extremidade : q • CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas podem ser combinadas entre si e, para representar tais combinações usaremos os conectivos lógicos : (e); (ou); (se...entãoou im plicação); (se e som entese ou bi - im plicação); ~ (negação) Ex e mp lo s: 1 . A b o la é r e d o n d ae a r e tate m e x tr e mid aed(p . q) 2 . A b o la é r e d o n d ao u a r e tate m e x tr e mid aed(p . q) 3 . Se a b o la é r e d o n d ae n tã oa r e tate m e x tr e mid aed(p . q) 4 . A b o la é r e d o n d as e e s o me n tes e a r e tate m e x tr e mid aed(p . q) 5 . A b o lan ã o é r e d o n d a(~. p ) Ex e r c íc io s 1 . Se ja m a s p r o p o s iç õse: p : J o a n a é g r a c io s a . q : F á tima é tímid a . D a r a s s e n te n ç a sv e r b a isp a r a: a )p ~ q Se Joana é graciosa, então Fátima não é tímida. b )~(~ p q) É falso que Joana não é graciosa ou Fátima é tímida. c )p ~ q Joana é graciosa e Fátima não é tímida. SÍMBOLOS AUXILIARES : ( ) , parênteses que servem para denotar o "alcance" dos conectivos Os parênteses serão usados segundo a seguinte ordem dos conectivos: ~, , , e A TABELAS VERDADE • Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo. • Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias (uma é negação da outra), uma delas é falsa. Com base nesses princípios as proposições simples são ou verdadeiras ou falsas - sendo mutuamente exclusivos os dois casos; daí dizer que a lógica clássica é bivalente. Para determinar o valor lógico(verdade ou falsidade) das proposições compostas, conhecidos os valores das proposições simples que as compõem usaremos tabelas-verdade : 1.Tabela verdade da "negação" : • ~p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa (verdadeira). p ~p V F F V 2. Tabela verdade da "conjunção" : • a conjunção é verdadeira se e somente as proposições são verdadeiras. p q p۸q V V V V F F F V F F F F 3. Tabela verdade da "disjunção" : • a disjunção é falsa se, e somente, as proposições são falsas. p q P۷q V V V V F V F V V F F F 4. Tabela verdade da "implicação” : • a implicação é falsa se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e o conseqüente é falso. p q p→ q V V V V F F F V V F F V A proposição p → q = ~ q → ~ p 5. Tabela verdade da "bi-implicação": • a bi-implicação é verdadeira se, e somente se seus componentes são ou ambos verdadeiros ou ambos falsos. p q P↔q V V V V F F F V F F F V Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula: p q ~ p q p p q pq ~p p q ~ p V V V F F V V V F V F F F V F V V V V F F F F F V V F F q p p q ~ p q p EXER C ÍC IO S 1. D e te r mineo v alo r lóg ic o d as s eg u in te sp r o po s iç õse c ompo s tas . a) 3 1 e 4 2 V˄V=V 1 3 c) ou 5 11 2 4 V˅F=V e ) 16 1 e 2 5 ( 2 )7 F˄F=F g ) 1 ,33 3 ... Ir Ir F↔F=V b) 3 1 ou 3 1 V˅F=V d ) 2 4 o u 2 4 1 V˅F=V f) 3 (5 2 ) 3 .5 3 .2 e 3 7 V˄F=F h ) 2 8 mmc(2,8 ) 2 V↔F=F 2. Adm i tin d o qu e p e q são ve rdade iras e r é falsa, de te rm in e o val or lógico de cada proposiçãoabaixo. a) p r b) p q c) r p a) V → F = F b) V ↔ V = V d) (p r) q e )p (q r) d) (V ˅ F) ↔ V = V↔V=V g) ~ p ~ q g) F ↔ F = V e) V → (V → F) = V→F=F c) F → V = V f) p (q r) f) V → (V ˄ F) = V→F=F h)~ p r i) r ~ p (~ q ~ r ) h) F ↔ F = V i) (F ˄ F) ˅ (F → V) = F˅V=V 3. Sendo a proposição p r s falsa e a proposição q ~ s p verdadeira, classifique em verdadeiraou falsa as afirm açõesp, q, r e s. Para que p → (r ˅ s) seja falsa, é necessário que p seja (V) e (r ˅ s) seja (F). Logo, se (r ˅ s) é (F), então r é (F) e s também é (F). Para que (q ˄ ~ s) ↔ p seja verdadeira, é necessário que as duas tenha valores lógicos iguais. Como p já é (V), então (q ˄ ~ s) tem que ser (V). Logo, para (q ˄ ~ s) ser (V), os dois tem que ser (V), então q é (V). p = V, q = V, r = F e s = F NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE: Cada proposição simples tem dois valores V ou F, que se excluem. Para n proposições distintas, há tantas possibilidades quantos são os arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se que o número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim, para duas proposições são 22 = 4 linhas; para 3 proposições são 23 = 8; etc. Exemplo: a tabela - verdade da fórmulap q r terá 8 linhas como segue : p q (p ۸ q) r p q r V V V V V V V V F F V F F V V V F F F V F V F V V F V F F V F F F V V F F F F V 1. A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelasverdade partindo da árvore das possibilidades dos valores lógicos das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar o valor lógico de uma proposição composta. Proposição composta do tipo P(p, q) Proposição composta do tipo P(p, q, r) Proposição composta do tipo P(p, q, r, s) A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente as anteriores. Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) A tabela-verdade possui 2n linhas e é formada igualmente as anteriores. Exemplo Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀ q), onde p e q são duas proposições simples. Resolução: Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 22 = 4 linhas, logo: TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTIGÊNCIA Tautologia - A origem do termo vem do grego tautó, que significa "o mesmo", mais logos, que significa "assunto". Portanto, tautologia é dizer sempre a mesma coisa em termos diferentes. É uma proposição cujo valor lógico é sempre verdadeiro. Exemplo 1 A proposição p (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. Exemplo 2 A proposição (p q) → (p ↔ q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui V. p q (p q) (p ↔ q) (p q) → (p ↔ q) V V V V V V F F F V F V F F V F F F V V Contradição Contradição é uma proposição cujo valor lógico é sempre falso. Exemplo 1 A proposição p (~ p) é uma contradição, pois o seu valor lógico é sempre F conforme a tabela-verdade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo, isto é, o principio da não contradição. Exemplo 2 A proposição ~(p q) (p q) é contraválida, pois a última coluna da tabela-verdade só possui F. ~ (p q) p q V F V F F V F F F F V V F F F F F F V F F p q V V V p q ~ (p q) (p q ) Contingência Quando uma proposição não é tautológica nem contraválida, a chamamos de contingência ou proposição contingente ou proposição indeterminada. Exercício 1. Ve rifique ,por me io das tabe lasve rdade s,a validade das e quivalê nc ias abaixo. a) p q r p q r Aliás, essa é muito grande. Não acham? Então vamos fazer somente a montagem da tabela. Ok? b ) ~ p q ~ p ~ q c ) q p q QUANTIFICADORES Nas sentenças abertas (ORAÇÕES QUE CONTÊM VARIÁVEIS), existem duas maneiras de transformá-las em proposições: • atribuir valor às variáveis • utilizar QUANTIFICADORES Quantificador universal É indicado pelo símbolo , que se lê: “qualquer que seja”, “para todo” ou “para cada”. Exemplos 1) p: ( x) (x + 1 = 7) = F 2) q: ( x) (x3 = 2x2) = F 3) r: ( x) (x2 + 1 > 0) = V Quantificador existencial É indicado pelo símbolo , que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” ou “existe um”. Exemplos 1) p: ( x) (x + 1 = 7) = V 2) q: ( x) (x3 = 2x2) = V 3) r: ( x) (x2 + 1 > 0) = V Algumas vezes utilizamos outro quantificador: l, que se lê: “existe um único”, “existe somente um”. Exemplo 1) ( l x ) (x + 1 = 7) = V 2)( l x ) ( x + 2 > 3) = F NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES Negação de uma conjunção ~ (p ˄ q) = ~ p ˅ ~ q Negação de uma disjunção ~ (p ˅ q) = ~ p ˄ ~ q Negação de uma implicação ~ (p → q) = p ˄ ~ q Negação de proposições quantificadas 1) ~ x px x ~ px 2 ) ~ x px x ~ px NEGAÇÃO DE ALGUNS SÍMBOLOS MATEMÁTICOS 1 ) ~ 2 ) ~ 3 )~ 4 )~ 5 ) ~ Agora, vamos praticar fazendo as atividades que estão no MÓDULO. Bom aprendizado.